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Liderança no Desenvolvimento Sustentável?

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Liderança no Desenvolvimento Sustentável?

A experiência histórica demonstra que tanto organizações e projetos , como políticas, necessitam de uma liderança motivadora e de coordenação para progredirem.  Esta orientação central, quando viciada por devaneios, pode produzir fracassos econômicos e mesmo catástrofes humanas.  No caso do Desenvolvimento Sustentável tal hipótese está excluída, porque a meta do Desenvolvimento Sustentável é assegurar as melhores condições de vida para a humanidade.

Assim sendo, na conseqüência lógica, haver-se-ia de constituir uma liderança política com projetos globais.  Mas uma gestão global por um governo central é impensável.

Desempenho de Responsabilidade e Lideranças Nacionais.

Todavia, a Responsabilidade pela realização de uma Situação Sustentável é – naturalmente – perceptível por todos os seres humanos, em particular pelos contingentes vivendo com maior conforto e mais instruídos em todas as sociedades.  Isto significa que todos os países – sociedades – não muito pobres estão em condições de formular e realizar Projetos para o Desenvolvimento Sustentável em conformidade com as próprias circunstâncias e possibilidades.

A questão da liderança política por ações pelo Desenvolvimento Sustentável está circunscrito aos espaços nacionais, mesmo que os efeitos das ações alcancem espaços mais amplos.  Esta descentralização dos esforços, em princípio, agiliza o progresso no trajeto da Situação Atual para a Situação Sustentável.  Quanto maior o número de países que executarem Projetos para Desenvolvimento Sustentável e quanto mais intensos os esforços, menores serão os efeitos dos riscos dos desequilíbrios conhecidos e mais cedo se alcançará a situação de equilíbrio – Situação Sustentável.

A visão de compromisso por ação individual num contexto de Responsabilidade pelo bem Vida é irrefutável.  E é também uma inovação social com conseqüências políticas.  Não surpreende que um um processo de “decantação de percepção” tenha sido necessário para a sua consolidação.

Por isso ainda são raras as lideranças políticas que se engajam com com energia por esta visão nos diferentes países. Até agora Projetos de Desenvolvimento Sustentável estiveram restritos à China, onde um regime autoritário se empenha pela superação da pobreza numa população de 1,3 bilhões de habitantes.  Entre as sociedades com regimes democráticos destaca-se a Alemanha, que executa um programa de mudança da matriz energética para a redução das emissões de gases causadores  do efeito estufa – GEE -, com forte apelo popular.  Um Partido Verde tem assento no parlamento.

Liderança pelo exemplo.

É possível além de altamente desejável, que os dois “cases” apontados acabem por desempenhar uma liderança pelo exemplo.  Observa-se atualmente a expansão do investimento em geração com fontes de energia renováveis – eólica, solar, bio-combustíveis – já superando o investimento em geração com fontes fósseis.  A geração com fontes renováveis alcançou alcançou níveis de competitividade econômica e se tornou “popular”. Investimentos muito grandes em energia solar fotovoltaica estão previstos na Índia para o resgate da pobreza.  A pressão das sociedades pela redução das emissões de GEE deve aumentar. Resistências de interesses econômicos vinculados ao carvão e ao petróleo estão sendo superadas, inclusive nos Estados Unidos.  A COP 21 em Paris neste ano de 2015 revelará as disposições para ações.  A rigor o termo “negociação” não cabe nesta Conference of Parts, pois o desempenho de Responsabilidade é unilateral e voluntário.

Da situação política atual no Brasil.

Ainda não se observa no Brasil uma determinação política de se orientar pelo exemplo da China na abordagem combinada de resgate da pobreza através de trabalho, reflorestamento e empenho contra a poluição.  No Brasil estes temas nem chegaram a ter significado nas últimas campanhas eleitorais, apesar de o país constar entre os maiores emissores de GEE, de forma absolutamente injustificável.  Acontece, que nas sociedades com regime de governo democrático a sociedade civil precisa manifestar as suas exigências para que os representantes eleitos se apressem a atendê-las.  A liderança da Sociedade Civil sustenta as Lideranças Políticas.  A Sociedade Civil precisa se mobilizar, por exemplo, por uma política de Desmatamento Zero e por Projetos para o Desenvolvimento    Sustentável 1 e 5.   ( 1 e 5 >  vide Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas)

 

A Era do Desenvolvimento Sustentável.

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Era do Desenvolvimento Sustentável.

Professo Jeffrey Sachs  da Columbia Unerversity acaba de lançar um compêndio com o título “The Age of Sustainable Development”, que certamente será um marco da bibliografia sobre os problemas do desenvolvimento sustentável.

No primeiro parágrafo declara:  “Sustainable development is a central concept for our age.  It is both a way of understanding the world and a method for solving global problems.  Sustainable Development Goals (SDGs) will guide the world’s economic deplomacy in the coming generation”

Não há o que divergir.  Mas pode-se apontar a falta da indicação de um alvo, que seria a Situação Sustentável, que permite a definição programática de ser o Desenvolvimento Sustentável a transição – o trajeto – da Situação Atual para a necessária Situação Sustentável.

Observa-se que esta focalização mais precisa leva a uma identificação da Situação Social Sustentável de forma mais completa que a correção das mazelas ainda vigentes.  Quanto à dimensão econômica da sustentabilidade leva à questão sobre as características da Situação Econômica Sustentável.  E, sobretudo, oferece uma base para o reconhecimento das Responsabilidades de todos os atores, indivíduos, organizações e Estados / sociedades.  O argumento da Responsabilidade foi utilizado de forma deturpada, mas poderá vir a ser um argumento irrefutável nas tratativas diplomáticas.  A Responsabilidade pelas futuras condições de sobrevivência da humanidade só estaria desempenhada de forma adequada quando o ator esgotar as suas possibilidades de contribuição.  É previsível que o Desenvolvimento Sustentável será acelerado quando este conceito for oficializado.

 

Influência do Desenvolvimento Tecnológico.

É evidente que a ciência e a tecnologia evoluirão simultaneamente com o Desenvolvimento Sustentável.  Em 2016 está se delineando que o Desenvolvimento Tecnológico facilitará o Desenvolvimento Ambiental Sustentável quanto à redução das emissões na geração de energia e nos acionamentos automotivos de forma mais intensa co que se podia imaginar ainda em 1992 na Cúpula do Rio.  Um problema inesperado é a eliminação de oportunidades de trabalho, que poderá causar dificuldades políticas e econômicas por escassez de renda.  As condições do Desenvolvimento Social Sustentável e o desenvolvimento de uma Economia Global na Situação Sustentável são hoje imprevisíveis. Na verdade ainda recebem quase nenhuma atenção.

 

Responsabilidade pelo Desenvolvimento Sustentável.

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A Responsabilidade por realizar a Situação Sustentável, a que garante as melhores condições de sobrevivência para a humanidade no futuro ilimitado, é de todos os seres humanos cujas atividades impactam a Situação Atual e o desenvolvimento.                     Então se exclui da Responsabilidade as comunidades autóctones, que vivem do extrativismo da mesma maneira como sempre viveram.  As suas ações não impactam ambientes naturais nem outras sociedades.

As sociedades que compartilham da exploração dos recursos naturais e da produção e distribuição de mercadorias têm uma Responsabilidade igual pelas futuras condições de produção e consumo.  Responsabilidade é uma categoria individual, uma atitude de querer fazer, indiferençável, indivisível, intransponível, não remunerável. Deste modo indivíduo é responsável por sua Pegada Ecológica individual, por seu consumo, pela destinação que dá a seus resíduos, pela atenção ao consumo de água e de energia, em resumo, por seus Comportamentos.  As empresas já são motivadas ao controle dos insumos por razões de custos e de resultados, além da concorrência e da imagem pública.  Como pessoas jurídicas elas são tão responsáveis por danos e incômodos causados como as pessoas físicas.  Note-se que todas as organizações, inclusive as públicas, são operadas por pessoas físicas.

Os poderes públicos são responsáveis pelas ações de desenvolvimento que ultrapassam os “objetos sociais” das empresas.  Só os Poderes Públicos detêm os recursos e a autoridade para ações que abrangem grandes extensões de território e numerosos contingentes humanos.  Assim a proteção de biomas, como das florestas, mangues e dos demais, o desenvolvimento social e a regulação dos fluxos financeiros a fim de prevenir crises só podem ser desempenhados pelos Estados. Só os Estado detêm o poder para interferências na geração de energia, destinadas a reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE -, e para Projetos Nacionais ou Regionais para o Desenvolvimento Sustentável.

Desde a Conferência Rio 92 a tecnologia evoluiu.  Hoje é indiscutível que os recursos técnicos para o Desenvolvimento Sustentável estão disponíveis.  Então o Desempenho da Responsabilidade pelo progresso no Desenvolvimento Sustentável pode ser aferido pela relação entre as ações desempenhadas e o potencial de ações possíveis dos indivíduos, das comunidades, das organizações e, sobretudo, dos Estados.

 

 

Problemas das Águas.

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Problemas com águas.

São dois os problemas a serem abordados em separado, embora também estejam inter-relacionados:                                                                                                                                         1.  Prolemas de disponibilidade de água para o consumo por humanos e animais e para              processos industriais.                                                                                                                   2.  Os problemas da poluição das águas.                                                                                                É evidente que a poluição doe recursos hídricos por eflúvios domésticos e industriais além de produtos químicos empregados na agricultura afeta negativamente a disponibilidade , em alguns casos de forma dramática.

Já ocorreram desastres ambientais em conseqüência do “manejo inadequado” de águas.  O secamento do mar de Aral, por terem sido as águas desviadas em excesso para a irrigação, talvez seja o mais contundente.  Entre muitos outros casos de mortes causadas por poluição, tornou-se famoso o envenenamento por mercúrio com ocorrências fatais na baía de Minamata, no Japão, de pessoas que se alimentaram com peixes e frutos do mar contaminados por efluentes industriais.

Noticiam-se ameaças para a agricultura, ou seja, para a alimentação, devido ao rebaixamento de lençóis freáticos, por exemplo na Índia e também em regiões dos Estados Unidos.  Também na Índia o rio Ganjes está deteriorado a cloaca.  Da mesma forma são alarmantes os estados dos sistemas de águas superficiais e freáticos na China.

Boas notícias são a recuperação das condições das águas nos rios Tâmisa, Sena e Reno na Europa.  Uma má notícia é o acúmulo de materiais plásticos com períodos de decomposição muito longos nos mares, onde causam vítimas nas faunas aérea e aquática.

Desenvolveram-se tecnologias para o tratamento de efluentes líquidos ao ponto de permitir o reúso.  Mas a crescente poluição por produtos químicos como anti-bióticos e outros fármacos, adubos, inseticidas e herbicidas representa um conjunto de problemas ainda não resolvidos.  Junto com materiais plásticos, alguns dos quais têm componentes tóxicos, reduzidos a partículas são ingeridos por animais na base da cadeia alimentar e acabam presentes nos alimentos humanos.

A terminação da poluição e a contenção dos riscos resultantes depende da adoção de Comportamentos adequados – responsáveis -, tanto pelos cidadãos como indivíduos, como nas posições ocupadas em organizações de produção e nas administrações públicas.

Quanto à disponibilidade, ao lado da racionalização do consumo, a principal atenção requerida coincide com a orientada para a contenção das Mudanças Climáticas:  Redução das emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE -, terminação de desflorestamentos e reflorestamentos, especialmente das florestas ciliares a partir das nascentes.

 

Auto-compreensão do Cidadão por Responsabilidade

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Sobre a auto-compreensão do Cidadão por Responsabilidade. 4                            (  4 >   Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas )

Numa retrospectiva futura o desempenho do Cidadão por Responsabilidade será avaliado pelo tempo despendido no cumprimento de sua missão de realizar a Situação Sustentável.

Estando disponíveis os recursos tecnológicos e materiais, o seu desempenho resultará da energia desenvolvida nas iniciativas próprias e no exercício da liderança pelo exemplo, motivado por sua percepção de Responsabilidade.  Os Cidadãos por Responsabilidade não dispõem de outros instrumentos para mobilizar as suas sociedades para as ações necessárias ao longo do Desenvolvimento Sustentável.  E, tratando-se de uma tarefa global com ações locais, é impossível que surja algum líder carismático ao qual se possa, por alienação, “delegar” a Responsabilidade própria.

A experiência acumulada no trajeto já percorrido na direção para a Situação Sustentável indica que o desenvolvimento resulta de empenhos coletivos e “buttom-up” da Sociedade Civil.  Isto significa que o tempo despendido até à realização de uma Situação Sustentável dependerá do desenvolvimento da própria Sociedade Civil.

Entende-se que o desenvolvimento da sociedade será tanto mais rápido quanto maior for o número de Cidadãos por Responsabilidade atuantes.  Acontece que percepção da responsabilidade na consciência das pessoas resulta de uma catálise em que participam características individuais, a cultura, conhecimentos e experiências da realidade tecnológica e institucional.

Apresentando atividades já desempenhadas e atividades pendentes, destilando um perfil do Cidadão por Responsabilidade e oferecendo perspectivas do rumo na direção de uma Situação Sustentável e do rumos do desenvolvimento simultâneo da própria sociedade, procura-se contribuir para uma consolidação da auto-imagem do Cidadão por Responsabilidade.

Brasil no Desenvolvimento Sustentável.

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Brasil no Desenvolvimento Sustentável.

É evidente que para o cidadão brasileiro serem de interesse prioritário as conseqüências que os problemas da Sustentabilidade têm para o próprio país e as ações próprias possíveis para contribuir para o Desenvolvimento Sustentável.

Então cabe iniciar pelas Percepções atuais da Cidadania no Brasil.  Estas percepções são determinantes para os posicionamentos oficiais nos órgãos internacionais, como as COP – Brasil nas vésperas das COP 20 e 21.

Infelizmente o Brasil – a sociedade no Brasil – ainda não desempenha intensamente as Contribuições do Brasil para a Solução dos Problemas das Mudanças Climáticas.  As reduções das emissões de GEE globais são urgentes e a meta de converter o país com Economia Verde e mesmo num sumidouro de GEE é ambiciosa, porém não utópica.  Por enquanto o Brasil figura entre os países maiores poluidores da atmosfera.  Portanto está omisso de sua Responsabilidade e na posição de vilão com culpa por omissão.

Dois problemas ocupam as posições de principais prioridades no desenvolvimento do Brasil:  Os Problemas da Floresta no Brasil e o Desenvolvimento da Matriz Energética no Brasil.

Quanto à solução dos problemas sociais o Brasil tem capacidade e oportunidades para gerar ocupações em número suficiente sem auxílios estrangeiros.  Falta criar os Projetos de Desenvolvimento Sustentável que tratam simultaneamente os problemas sociais, ambientais e econômicos.  O número de pobres, estimado em 40 milhões de cidadãos, é muito menor que o de resgatados da pobreza na China nos últimos 15 ou vinte anos:  500 milhões ou mais.

 

 

 

Da Responsabilidade pelo Desenvolvimento Social Sustentável

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Da Responsabilidade pelo Desenvolvimento Social Sustentável

Geral e cena global.

As características da Situação Social Sustentável são auto-explicativas:
– Ausência da miséria hereditária,
– Existência de oportunidades de ascensão social e
– Auto-sustentação das famílias através de rendas do trabalho.

Situações de grave pobreza

Miséria é associada à fome, à fala de abrigo, à moradia em casebres e condições sanitárias precárias, a farrapos como vestimenta, a ignorância e assim por adiante. Tem-se como certo que as pessoas melhorariam as suas condições de vida se tivessem oportunidades, a menos que se tratasse de “enfermos sociais”. Cabe então ao Estado, no desempenho de sua Responsabilidade Social, resgatar os contingentes pobres e miseráveis da população provendo as oportunidades de trabalho e renda.  Embora reconhecida, esta Responsabilidade Social do Estado ainda precisa ser praticada de forma mais adequada e intensa em muitos países.

No entanto houve recursos criados pela iniciativa privada, como o microcrédito. Observação: (Extraída de Wikipédia www.pt.wikipedia.org/wiki/Microcrédito)

“MuhammadYunus começou a conceder, em 1976, em Bangladesh, empréstimos de pequena monta, inicialmente com seus recursos próprios, para famílias pobres de produtores rurais, com foco nas mulheres e utilizando um sistema revolucionário de garantias morais mútuas, formando grupos de cinco pessoas que ficam moralmente responsáveis umas pelas outras.

O sucesso da operação em termos de recebimento dos empréstimos concedidos – o Grameen Bank recebe de volta 98,85% dos empréstimos que concede – e da melhora da condição de vida dos beneficiados levou à expansão das operações.
O projeto do Grameen Bank, a primeira instituição financeira do mundo especializada em microcrédito, surgiu em 1976 na cidade de Jobra, em Bangladesh. Em1983 o Grameen Bank adquiriu seu status de Banco, através de uma lei especial, feita para sua criação.”

Sociedades nativas não são consideradas miseráveis

Nas sociedades “originais”, que vivem de extrativismo – esquimós, índios, polinésios – nas tribos nômades em desertos, não há pobreza apesar da austeridade da forma de vida. Pode-se dizer que tenham uma condição de vida sustentável.  Este julgamento é válido enquanto as formas tradicionais de sustento não forem destruídas.

Sociedades desenvolvidas

Pobreza – e escravidão – sempre existiu nas sociedades agrárias e com urbanizações (no Egito, na Mesopotâmia e na China). Hoje ela está extinta nas sociedades desenvolvidas. Não se entende que no “estado do bem-social” os órgãos públicos estejam praticando filantropia ou paternalismo quando protegem os cidadãos na base da pirâmide social. Entende-se que se pratica “justiça social”.

Nas sociedades desenvolvidas a escolaridade mínima para o aprendizado de um ofício é garantida e gratuita, ou seja, financiada pelos contribuintes. Em tese, enquanto não ocorrem crises, há trabalho. Desempregados são amparados. Indigentes são exceções.

A transferência deste modelo para sociedades não desenvolvidas é uma tarefa humanitária de execução difícil. Os contingentes de pobres e muito pobres – miseráveis – são numerosos. Somente os Estados dispõem de autoridade e recursos. Cabe-lhes promover políticas de desenvolvimento através de Projetos de Desenvolvimento Econômico e Social.

Exemplos de atuação de Desempenho de Estados

O grande exemplo é o desempenho da China, que já resgatou 600 milhões de seus 1.300 milhões de habitantes da pobreza com da urbanização e desenvolvimento econômico acelerado através da industrialização e obras de infra-estrutura. Evidentemente, as remunerações inicialmente foram baixas na comparação com as remunerações nas sociedades mais desenvolvidas. Isto permitiu o financiamento do desenvolvimento através de exportações. O nível do consumo cresce paulatinamente. A população se empenha com grande disciplina na melhora de suas condições de vida. Existe a tradição milenar de trabalho e disciplina sob regimes autoritários.

A Índia, a democracia mais populosa do mundo, progride na mesma direção, mas num ritmo mais lento. Existem ainda grandes contingentes que vivem vegetando no limite da subsistência física desnutridos.

A metade dos 186 países monitorados pelo PNUD no relatório de IDH ainda apresenta índices médios – inclusive Índia, China, Indonésia e África do Sul – ou baixo – inclusive Paquistão, Bangladesh e a maior parte da África. Mas não se tem notícias de outras iniciativas de Projetos para o Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável. A tendência é que as populações continuem a viver com os hábitos tradicionais.

Das possibilidades de Desenvolvimento Social Sustentável no Brasil.

O Brasil com um IDH de 0,730 (2013) está entre as sociedade com IDH “alto”. No entanto, abriga contingentes com as características de pobreza acima lembradas. Estima-se que este alcance 40.000 milhões de habitantes, correspondentes a cerca de 8 milhões de famílias, de um total de 200 milhões de habitantes, dos quais 80% estão urbanizados. Considerando o desempenho da China, haveria de se estimar que fosse possível eliminar esta pecha humana num prazo de 5 a 10 anos.

Como as circunstâncias variam entre extremos de habitação concentrada em metrópoles e habitação muito dispersa na Amazônia, é difícil mensurar a qualidade de vida pelas estatísticas de renda. Mas a experiência indica que as obras, por exemplo, de estradas ou de usinas hidrelétricas atraem as populações da Amazônia ou da caatinga do nordeste. Por isso é muito provável que Projetos para o Desenvolvimento Sustentável nas regiões Norte e Nordeste terão grande apelo para as populações pobres. O reflorestamento das cabeceiras do rio São Francisco seria outro exemplo. O crescimento da produção induzido por tais projetos, mesmo que inicialmente as rendas fossem subsidiadas, traria reflexos positivos em grande parte do país.

Conclusão.

A extinção sustentável da pobreza só pode ser realizada através de Políticas de Desenvolvimento com Projetos para o Desenvolvimento Sustentável. Tais projetos atrairiam as populações interessadas para áreas e atividades urbanas. Ficaria a critério e decisão dos cidadãos de aderir ou de continuar a vida como de hábito. Mas a criação e pesca de pirarucu, como ocorre na reserva natural de Mamirauá, no alto Amazonas também é um pequeno Projeto Sustentável.

Os empenhos de empresas, ONGs e voluntários nas causas sociais, motivados por percepções de Responsabilidade Social, devem ser prestigiados, mesmo que o alcance de suas ações seja, por natureza, limitado. Talvez este alcance possa ser alavancado através da colaboração da iniciativa privada com os órgãos públicos.

Situação Sustentável e Responsabilidade

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Situação Sustentável e Responsabilidade.

Você sabe mesmo o que Sustentabilidade?
Não é verdade que o termo é usado exaustivamente, mas o seu significado é vago?
Se perguntarmos, “sustentabilidade de que?”, responde-se:
Da VIDA ou das CONDIÇÕES DE VIDA sobre a terra, principalmente para a humanidade.
Faz aproximadamente meio século que temos a percepção de que ela está em risco. Trata-se do maior problema da humanidade.
Mas ainda não existe um programa, uma política ou um projeto integrado de como enfrentar este risco. Enfrentam-se riscos específicos; alguns com metas quantificadas. Mas, ainda que se caminhe “na direção certa” é bastante provável que a velocidade seja insuficiente.
A definição inicial “atender as demandas atuais sem por em risco as necessidades de gerações futuras” não é nem uma definição difusa, mas antes uma declaração de bons propósitos. Sendo a vida o maior valor, este estado de indefinição diante do risco não é aceitável. Há de se ter metas às quais orientar ações eficazes. Quais metas?
Por isso propomos que nos disponhamos a alcançar uma Situação Sustentável, cuja qualidade seria a Sustentabilidade. Esta Situação Sustentável pode ser descrita por um conjunto de características mensuráveis.

Situação Sustentável.

Características da Situação Sustentável 1 :  [ 1 >  vide Referências Bibliográficas ]

–  Sustentabilidade Ambiental.
1. O consumo de produtos naturais não é maior que a capacidade de
reposição da natureza:

2. Não há efeitos de poluição do Meio Ambiente nem de degradação da
fertilidade dos solos incompatíveis com a capacidade de absorção da
natureza.

3. Nenhuma espécie animal ou vegetal corre risco de extinção por ação
antrófica.

4. Não há modificações da composição e da temperatura da atmosfera e dos
mares resultantes de ação antrófica.

5. As degradações ambientais foram recuperadas em larga escala.

–  Sustentabilidade Social.
6. Todas as pessoas / famílias se auto-sustentam através de contribuições
de produção, ou seja, trabalho próprio.

7. Nível de educação mínimo para uma Ocupação Adequada e exercício de
Cidadania na base da pirâmide social.

8. Está eliminada a miséria como condição social hereditária e existem
oportunidades para a ascensão social.

–  Sustentabilidade  Econômica.
9. O número de habitantes e a produção se mantêm compatíveis com a
primeira característica desta lista.

10. Os problemas do suprimento de energia e de água estão equacionados.

11. Alternativas para reservas fósseis para combustível e matéria prima estão
equacionadas.

12. Não ocorrem desequilíbrios de produção / ocupação causados por
transgressões de “boas práticas” de gestão financeira.

13. A economia global se encontra em estado de equilíbrio com estabilidade do
poder de compra da(s) moeda(s), sem conjunturas e equilíbrio entre as
oportunidades de ocupação e a oferta de mão-de-obra.

Hoje encontramo-nos na Situação Atual em que se percebem os riscos para a continuação da vida sobre a Terra em condições desejáveis. A transformação desta nossa situação na Situação Sustentável é o Desenvolvimento Sustentável  As características da Situação Sustentável são as metas do Desenvolvimento Sustentável.

A aceitação desta abordagem conceitual tem diversas conseqüências:
1. A Situação Sustentável é, por princípio, global.
2. Estando esclarecidas as metas necessárias para a sobrevivência, todos –
cidadãos, organizações e países – têm a Responsabilidade de
contribuir da melhor forma, que estiver a seu alcance, de realizá-las.
3. As três componentes da Situação Sustentável – Sustentabilidade Ambiental,
Sustentabilidade Social e Sustentabilidade Econômica – terão de ser realiza-
das simultaneamente. Mas todos os esforços se orientam para a dimensão
social.

Entende-se que a responsabilidade é desempenhada de forma unilateral e
voluntária. Trata-se de uma atitude. É uma categoria não negociável.
A falta do melhor desempenho configura Culpabilidade por Omissão. Daí
se conclui que:
4. Tratados são dispensáveis para o desempenho da Responsabilidade
pela realização da Situação Sustentável.

A Situação Sustentável só pode ser realizada através de ações dos seres humanos orientadas para as características identificadas. Tais comportamentos e ações
planejadas haverão de ser adotadas ao longo do trajeto de desenvolvimento e
preservadas quando a Situação Sustentável for atingida. Trata-se políticas, projetos, instituições e cultura adotadas, que completam o quadro das características da Situação Sustentável:

Características da Situação Sustentável 2:  [ 2 >  vide Referências Bibliográficas ]

–  Sustentabilidade da Política.

0. PAZ duradoura nas sociedades e entre as sociedades.

14. Os Ordenamentos Políticos são Regimes Democráticos com intervenções
institucionais na economia.

15. Uma Sociedade Civil – contingente de Cidadãos por Responsabilidade –
vigilante e ativa zela para a manutenção do Regime Democrático e pelos
equilíbrios econômicos.

–  Sustentabilidade da Política Econômica.

16. Os Ordenamentos Econômicos são Modelos de Regime de Mercado.

17. A política econômica visa a manutenção do equilíbrio em economias sem
crescimento e “saturadas” e a manutenção do equilíbrio global entre
economias com produções diversas.

18. A sustentabilidade social é garantida por uma “política econômica global de
ocupação e renda adequada”.

–  Cultura Sustentável.

19. Forte presença de engajados Cidadãos por Responsabilidade nas
sociedades.

Os Objetivos deste Site sobre Desenvolvimento Sustentável são:.

1.  Contribuir para a Aceleração do Desenvolvimento Sustentável através da      apresentação  de uma estrutura de conceitos consistente e de uma                      organização temática.

2.  Facilitar a discussão focada em aspectos da problemática do                              Desenvolvimento Sustentável, que se tornam melhor perceptíveis pela              Organização do Site-Blog.

Modo de operação do Site e do Blog.

De início neste Site está exposta a abordagem do problema do Desenvolvimento Sustentável. Seguem abordagens concentradas nos principais problemas a serem vencidos ao longo do trajeto da realização da Situação Sustentável.  Está assim oferecida no Blog uma plataforma para a discussão aberta, com uma estrutura conceitual, que se comprova consistente.  Apesar da organização, o blog permite a leitura e discussão por qualquer texto e a exploração transversal conforme o interesse do visitante.  Espera-se que ao longo das discussões se configurarão assuntos adicionais. Desta forma a estrutura proposta é aberta, sendo que se configurará segundo a evolução das percepções dos participantes, articuladas nas contribuições ao Blog.  Deverá ocorrer um detalhamento crescente dos assuntos. Um maior detalhamento inicial se encontra nos livros de referência.

Referências Bibliográficas

Os posicionamentos articulados neste site e postos à discussão no blog foram desenvolvidos nos livros adquiríveis na loja virtual anexada ao site:

 

1. Harald Hellmuth Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável? – Projetos, Agentes, Sociedades, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
2. Harald Hellmuth Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável? Tomo II – Políticas, Economia, Cultura, Desenvolvimento da Cultura de Sustentabilidade. Yalis Editora, 2015, São Paulo.
3. Harald Hellmuth Ensaios sobre Desenvolvimento Sustentável – Atuação para a Sustentabilidade nas Organizações e na Sociedade, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
4. Harald Hellmuth Cidadão por Responsabilidade – Atuação para a Sustentabilidade nas Organizações e na Sociedade, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
5. Harald Hellmuth Da Mobilização da Sociedade pelo Desenvolvimento Sustentável – Atuação para a Sustentabilidade nas Organizações e na Sociedade, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
6. Harald Hellmuth Quais rumos queremos seguir? Mudanças para um Brasil melhor,Yalis Editora, 2014, São Paulo.

Agir com Responsabilidade

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Responsabilidade é Atitude – (querer fazer) – por percepção de compromisso. Trata-se de uma categoria não diferençável e não remunerável. Neste site-blog a Responsabilidade é considerada o fundamento da motivação para as ações de promover o Desenvolvimento Sustentável.

O que é agir com Responsabilidade?                                                                                      ( Cidadão por Responsabilidade )                                                                                                     
Entende-se que quando se age com Responsabilidade se parte de uma atitude, de um impulso íntimo, de atender a compromissos e a valores reconhecidos.  Aplicações:

1.  Reconhecimento da VIDA como valor supremo:
Motiva a dedicação a objetivos como a Sustentabilidade Ambiental – a preservação do Meio Ambiente – e a Extinção da Miséria, a principal meta de Sustentabilidade Social. Evidentemente, é o ponto de partida para movimentos pacifistas, assim como da condenação do terrorismo e a prática de suicídio assassino.
Motiva também a economia no consumo de recursos como energia, água e de materiais, tanto na produção, como pelos consumidores, e o descarte seletivo de resíduos para encaminhamento ao reaproveitamento e à reciclagem.

2.  Empenho por Metas de uma organização provedora de renda – sustento material – para os participantes e as respectivas famílias.  Neste contexto se situaria a desistência de remunerações exorbitantes para altos executivos.

3.  Observação de práticas recomendadas, baseadas na experiência, como
– a inibição da concessão de créditos não resgatáveis – gerando títulos “podres” – tanto           para famílias e organizações, como para estados;                                                                         – a limitação de dívidas de empresas para prevenir riscos à sobrevivência e de Estados           para prevenir crises financeiras e perdas de empregos;                                                               – a limitação da alavancagem nas organizações financeiras a proporções que não ponham       em risco a liquidez e os recursos dos depositantes;                                                                       – da abstenção da comercialização de títulos podres, o que caracteriza fraude,                         corresponde ao comportamento responsável de organizações de crédito pelo Bem-Público,   um elemento da dimensão econômica da Sustentabilidade.

4. Abstenção de corrupção, ou seja, de desvio de recursos públicos, ou outros, para                     benefício pessoal, o que caracteriza “enriquecimento não justificado” à custa da                      sociedade.

5. Cumprimento das Leis por responsabilidade cidadã e não por receio das
punições por infrações..

6. Orientação segundo o imperativo categórico, formulado por Kant: “Aja de maneira tal           que a máxima de tua ação possa valer como princípio de uma lei universal.”

Todos os exemplos têm em comum de se basearem em decisões voluntárias, isto é, tomadas em liberdade e com reconhecimento dos interesses e das interdependências comuns.

Cidadão por Responsabilidade – Responsabilidades

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O que é Cidadão por Responsabilidade? 1, 4
( 1 e 4 > Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas)

O Cidadão por Responsabilidade é um ícone social proposto como extrapolação do “Profissional ‘Educated Person’” denominado por Peter Drucker – em Post-capitalist society (1993) – para caracterizar o participante numa empresa que, além de contribuir com as suas competências especializadas, se engajam pelo sucesso da organização como um todo e com a influência da organização sobre a sociedade. O Cidadão por Responsabilidade se engaja também pelo Desenvolvimento Sustentável.

Como a Situação Sustentável não existirá sem uma cultura correspondente, a existência de um número muito grande de Cidadãos por Responsabilidade é imprescindível. A sua formação é uma tarefa dos sistemas de educação ainda não compreendida.

Os Cidadãos por Responsabilidades atuantes no Segundo Setor, o das organizações de produção, e no Terceiro Setor, o das organizações sem fins lucrativos, produzem o Desenvolvimento Sustentável Difuso. Os Cidadãos por Responsabilidade atuantes no Primeiro Setor, compreendido pelo Governo e pelo Estado, são responsáveis pelo Desenvolvimento Sustentável Programado.
Os primeiros serão tanto apoiadores, como pressionadores, por ações dos últimos.

 

  Horizonte temporal                                                Âmbito

– Pela sobrevivência própria e de sua família
presente / duração da vida                                             privado

– Pelas Organizações em que atua
presente / continuidade produção                                 organização

– Pelo bem-comum
presente / gerações atuais                                           político nacional

infinito / gerações futuras                                                 global                                   sobrevivência / Sustentabilidade

 

Cidadania.

O coletivo dos Cidadãos por Responsabilidade numa sociedade é a Cidadania, ou Sociedade Civil Responsável.  Aqueles que abraçam uma causa e se organizam em Organizações não Governamentais – as ONGs – ou Organizações sem Fins Lucrativos compõem a Sociedade Civil Organizada.

A Cidadania só pode se desenvolver e exercer influência nas sociedades com regimes de governo democráticos.  Assim sendo ela é responsável pela manutenção e pelo aperfeiçoa-mento da Democracia.  Além de exercer o direito de voto, garantido na Constituição, tem a responsabilidade de controlar a atuação dos representantes eleitos, particularmente a gestão dos recursos orçamentários, para os quais contribui com os impostos.  Os governos e os congressos funcionam tanto melhor, quanto mais consciente, ativa e crítica for a Cidadania.  As políticas nacionais, como por exemplo a Política para o Desenvolvimento Sustentável precisam ser aprovadas pela cidadania e exigida mediante mobilizações.