Crescimento Econômico e Pobreza – Parte II: Aplicação ao Brasil [2015/6]
Crescimento Econômico e Pobreza – Parte II: Da Aplicação ao Brasil [2015/6]
O Brasil com 200.000.000 habitantes é um país pobre porque
60% 120.000.000 ou 30.000.000 de famílias vivem com até (3) 4 salários mínimos e 5% 10.000.000 ou 2.500.000 de famílias são consideradas miseráveis, de pobreza extrema, com renda de até 1,5 US$/dia e pessoa ou 5,25 R$/dia e pessoa, conforme a definição do PNUD/ONU.
Estas 2.5 milhões de famílias não estiveram ainda integradas no processo produtivo oficial. Portanto não constam entre os 10.000.000 desempregados pela crise econômica a ser debelada. Novas atividades haveriam de ser desenvolvidas para o resgate dos tradicionalmente muito pobres.
Há de se observar que no Brasil mesmo na pobreza não é comum ocorrer falta de alimentação, em comparação com o que se observa na África. Mesmo na Índia as condições de fome foram superadas. Caberia uma diferenciação na definição do PNUD/ONU de pobreza extrema, que não cabe neste espaço.
Considere-se que as ações para superação da crise econômica atual – 2016 – com obras na infraestrutura urbana – inclusive saneamento e manejo de resíduos sólidos – e a ativação da indústria por meio de obras na infraestrutura e exportações resgatem em primeiro lugar os desempregados. Assim em nada mudará a vida da massa dos mais pobres. Considere-se também que uma distribuição de renda como subsídio ao consumo sem contrapartida de trabalho não é sustentável e não resulta em desenvolvimento social. Onde então começar a empregar esta gente da base da pirâmide social?
Uma resposta ainda não explorada é: Na recuperação de áreas degradadas da Floresta Amazônica, do Cerrado, da Floresta Atlântica e de outros biomas e na recuperação de bacias hidrográficas. Esta atividade ainda muito pouco praticada compreenderia a repressão do extrativismo de madeira e do garimpo clandestino e, sobretudo, a finalização dos desmatamentos. Compreenderia, portanto uma expansão das forças coercitivas de guarda florestal.
O reflorestamento das extensas áreas degradadas implicaria na desapropriação das terras não recuperadas voluntariamente. Muitas foram adquiridas por via ilegal, de “grilagem”. Estar-se-ia recompondo o patrimônio nacional. Os reflorestamentos requereriam numerosos canteiros de cultivo de mudas de espécies endógenas, preparo do plantio, defesa contra insetos, vigilância contra incêndios e assim por adiante. Os empenhados poderão ser funcionários públicos e assentados com Renda Adequada, inclusive os serviços de educação e saúde. A ocupação de 500.000 famílias por ano não parece ser uma meta utópica, como se verifica abaixo. Num prazo de cinco anos eliminaria a pobreza extrema.
Estipulemos a Renda adequada em 4 salários mínimos. Ao término do prazo de 5 anos estar-se-ia ‘investindo’ 10.000.000 de salários mínimos por mês, ou seja, 120.000.000 de salários mínimos por ano.
Com o salário mínimo em 2015 no valor de R$ 880,00 corresponderiam a R$ 105,6 *109 quando o PIB alcançava R$ 5,9 * 1012 – 5,9 trilhões de Reais. Comportariam 1,78% do PIB. Trata-se de um valor incorporável ao Orçamento Nacional. Além disso, haveria um efeito alavancador da economia porque a renda fluiria para o consumo. O efeito de alavancagem é estimado em 3 a 5. Seria um crescimento adicional ao resultante de outras ações de política econômica.
No primeiro ano de um Projeto Nacional de Desenvolvimento Sustentável Ambiental e Social desta categoria haveria de se despender um quinto deste valor para a Renda Sustentável 500.000 famílias, ou seja, R$ 21.19 *109. Comportariam 0,36% do PIB, que seriam de imediato aplicáveis junto com as demais despesas iniciais.
Conclusão.
Não existe empecilho material nenhum para um Projeto Nacional de Desenvolvimento Sustentável com resgate da pobreza da base da pirâmide social no Brasil e desenvolvimento ambiental compreendendo o Desflorestamento Zero e a recuperação de extensas áreas degradadas. Este Projeto poderia ser executado de imediato. Promoveria o crescimento da economia e assim beneficiando os contingentes já incorporados ao processo produtivo.
Portanto, o Brasil não requer de nenhuma ajuda externa, nem de um ‘impulso’ do G-20, ou de compromissos da COP 21, para desempenhar as sua Responsabilidade pelo Desenvolvimento Ambiental Sustentável e pelo Desenvolvimento Social Sustentável. Agindo estaria ao mesmo tempo promovendo o crescimento seu do mercado interno.
Falta a Cidadania perceber, tomar conhecimento desta realidade. E depois integrá-la a objetivos nacionais. Na verdade tratar-se-á de uma “quebra de paradigmas”, de um “salto cultural”. Quanto tempo ainda passará para acontecer?
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