Tag: Projetos para o Desenvolvimento Sustentável

Situação Social Atual Global – 2016: Fome e Pobreza. Parte II

No Comments

Situação Social Atual Global – 2016:  Fome e Pobreza.                                                                                          Parte II

Como atuaram as MDGs e como atuarão as SDGs?

São várias as respostas.                                                                                                                 [Ref:  Jeffrey D. Sachs “The Age of Sustainable Development”, Columbia University Press, New York, 2015]

Em primeiro lugar a simples existência de metas.  Metas são fundamentais para a mobilização de esforços, para a superação de um modo de vida de continuidade tradicional – “business as usual” – para a procura de desenvolvimento.  A formulação de metas ajuda a indivíduos organizações e governos ao redor do mundo a aderir a sobre um direcionamento das ações.

Em segundo lugar a publicação dos progressos induz uma pressão sobre os governos, mesmo que inicialmente não estivessem entusiasmados.

Em terceiro lugar metas mobilizam comunidades de conhecimento e comunidades que atuam para causas – ONGs.  Um exemplo é a ação de grande sucesso de grupos pela causa do combate à malária.  Provavelmente, também autores, que divulgam perspectivas e conhecimentos ajudam na formação de novas percepções.  Novas atitudes dos cidadãos consumidores na preferência por alimentos orgânicos, em geral mais caros e na aceitação de preços mais altos por produtos certificados de “fair trade” – exemplo:  vestuário produzido na Índia, estão no trajeto da configuração de uma Cultura na Situação Sustentável.

Esta mobilização, em quarto lugar, alcança redes de stakeholders entre as quais se incluem líderes de comunidades, políticos, ministros de governos, grupos religiosos, fundações e outras organizações doadoras, organizações internacionais que haverão de compactuar no empenho contra a pobreza, a fome e doenças.

 

Dos resultados até 2016 e das falhas.

Surpreendeu que os melhores resultados fossem alcançados na área da saúde.  Três de oito metas do MDG eram orientadas para a saúde:  Redução da mortalidade infantil, redução da mortalidade maternal e controle de doenças epidêmicas.  Tais metas foram definidas em termos quantitativos de forma que os progressos podiam ser monitorados.  O horizonte de prazo de realizações foi entendido como curto.  O apelo humano era imediato.  Comunidades de conhecimento, fundações privadas, empresas e agências internacionais cooperaram no desenvolvimento de novas tecnologias e procedimentos.  E mobilizaram-se recursos para o combate de AIDS, tuberculose, malária.

Em outras áreas como saneamento e mesmo de agricultura e fome os resultados foram menos expressivos.  Não se constituiu um fundo global para a provisão de água limpa e esgoto.  A educação também não recebeu uma prioridade comparável com a saúde.  Os prazos para o alcance de resultados foram percebidos mais longos.  Mesmo os líderes políticos empenharam-se menos.

Conclui-se que o estabelecimento de metas não é suficiente para desencadear o desenvolvimento social.  É preciso que se estabeleçam Políticas e Projetos para a execução de ações.  Tais Políticas e Projetos de Desenvolvimento serão necessariamente públicos, pois só os Poderes Públicos têm autoridade e recursos para ações que alcançam grandes contingentes humanos e extensos territórios.

Uma falha fundamental – vício – dos MDG foi a índole patriarcal e filantrópica.  Não estava previsto o esforço para a inclusão dos contingentes pobres na produção e na provisão de renda para a autossustentação de condições de conforto eticamente aceitáveis.  Não se tinha uma visão de Situação Social Sustentável [vide acima].

Outras conclusões:

O resgate da miséria com fome e doenças de numerosos contingentes humanos só pode ser alcançado com o empenho dos Poderes Públicos, por melhores que sejam as orientações da iniciativa privada para os problemas na base de pirâmide social.  Inclui-se nesta constatação a bem sucedida iniciativa do microcrédito e as práticas do “fair trade”.

O sucesso do Desenvolvimento Social na China é fundamentado num Projeto de Desenvolvimento Econômico com criação de oportunidades de trabalho e urbanização, dirigido com energia e a disciplina de um governo autoritário, aplicando métodos de economia de planejamento central.  Na China a educação em todos os níveis tem uma atenção de alta prioridade.

Também nas sociedades com regime de governo democrático e economia de livre iniciativa a Responsabilidade pelo bem social cabe ao Primeiro Setor – Governo e Estado.  Nas sociedades democráticas com economias desenvolvidas os problemas dos contingentes com as menores rendas são mitigados por legislações de redistribuição de renda, que são continuamente atualizadas.  Estes modelos são adaptados nas sociedades democráticas em desenvolvimento e subdesenvolvidas, mas os recursos não são suficientes para atender às necessidades dos contingentes pobres com rendas muito baixas ou não integradas na produção.

Os países com contingentes pobres dependem do crescimento da produção para resgatar os cidadãos da base da pirâmide social da pobreza.  Este objetivo é mais fácil de ser alcançado quando existir um grande mercado interno que absorva a produção industrial.  O melhor exemplo desta condição é a maior economia do mundo, a dos Estados Unidos, com 350 milhões de habitantes, com pequena participação de exportações no PIB.

Uma política de crescimento econômico sustentável em sociedades com numerosos pobres significa uma política de criação de oportunidades de ocupação / trabalho com renda adequada para a superação da condição de pobreza.  Entretanto, políticas de incentivo à iniciativa privada podem não ser suficientes, porque o alcance do emprego – produção – nas empresas é limitado por natureza.  Os Estados podem então promover investimentos na configuração da estrutura econômica, que é precária nos países em desenvolvimento, mas que só têm retorno a prazos muito longos.  A rigor não existem critérios para a delimitação entre investimentos privados e públicos.  É habitual incluir entre os últimos a construção e a manutenção de vias de transporte, o fornecimento de água e saneamento, o tratamento de resíduos sólidos, projetos de despoluição, o provimento de habitações populares.

Atualmente reconfigurações das matrizes energéticas pela substituição de fontes de energia fósseis pelo aproveitamento de fontes renováveis – vento, sol e biocombustíveis – oferecem numerosas oportunidades de trabalho em todos os países desenvolvidos e menos desenvolvidos.  Uma nova oportunidade para ocupação de mão de obra pouco instruída se apresenta na recuperação de áreas degradadas e na recuperação de bacias fluviais.  Desta forma as necessidades urgentes do Desenvolvimento Ambiental Sustentável se combinam com as expectativas do Desenvolvimento Social Sustentável induzindo um crescimento das economias nacionais.

 

O que são condições de bem-estar mínimas eticamente aceitáveis?

As características adotadas para a Situação Sustentável (vide acima) implicam que as famílias obtenham uma Renda Adequada de trabalho com que financiem um bem estar eticamente aceitável.  Trata-se de uma premissa para o exercício da Cidadania.

Todavia, nem as MDGs, nem as recentes SDGs, apontam para este objetivo explicitamente.  Ações filantrópicas e paternalistas não libertam de dependências nem são conseguirão ser continuadas indefinidamente.

É evidente que sem a superação da pobreza extrema caracterizadas por fome, doenças, indigência, e ignorância um desenvolvimento social não é possível.  E é impensável que sem um auxílio inicial a mobilização para ações próprias ocorra espontaneamente.  A miséria é condição hereditária.  Os acometidos em geral são conformados à situação, e talvez nem cultivem esperanças de super sua condição social.  Auxílios em nutrição, tratamentos de saúde, estabelecimento de circunstâncias saudáveis e educação são essenciais para um primeiro impulso de desenvolvimento social e por isso justifica-se a prioridade nas MDGs.

Todavia as percepções de justiça social não são atendidas apenas com a superação dos níveis mais agudos de sofrimento.  Por isso, com as experiências acumuladas nas ações das MDGs, a Organização das Nações Unidas formulou metas de desenvolvimento ampliadas – SDGs -, com maior ênfase em Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Ambiental.

 As Metas Globais. [SDGs]

Entre os tópicos da Agenda, estão questões como desigualdade, consumo, biodiversidade, industrialização, proteção social, oportunidades de trabalho, saúde e educação. De acordo com o documento, o fim da pobreza deve ser paralelo ao crescimento econômico, sem deixar de lado a atenção às mudanças climáticas e proteção ambiental.  Entendeu-se que as metas estão entre si imbricadas.  Ao assinar o acordo das SDGs, as lideranças mundiais se comprometeram com as 17 Metas para alcançar, nos próximos 15 anos, 3 objetivos:  Erradicar a pobreza extrema; combater a desigualdade e a injustiça; e conter as mudanças climáticas.

 1.  Erradicação da Pobreza.                                      2.  Erradicação da fome.                3.  Saúde de qualidade.                                             4.  Educação de qualidade.            5.  Igualdade de gênero.                                            6.  Água limpa e saneamento.      7.  Energias renováveis.                                            8.  Empregos dignos e                                                                                                                        crescimento econômico.         9.  Inovação e infraestrutura.                                10.  Redução das desigualdades. 11. Cidades e comunidades sustentáveis.           12.  Consumo responsável.         13. Combate às Mudanças Climáticas.                14.  Vida debaixo d’água.                 15. Vida sobre a terra.                                               16.  Paz e justiça.                                 17. Parcerias planetárias.

As SDGs estarão sujeitas aos mesmos percalços das MDGs – vide acima – para serem realizadas.  Evidentemente todas apontam para a direção da Situação Sustentável, mesmo que esta ainda não esteja definida.  Esta lacuna conceitual atinge na dimensão social, especialmente, a questão da distribuição global da ocupação – do trabalho e da renda -, intimamente ligada ao conceito de Renda Adequada.

Considerando que a condição de sustentabilidade implica na capacidade e na liberdade dos cidadãos de decidirem sobre a organização de suas vidas, pode-se adiantar, tentativamente, que a Renda Adequada propicia uma condição de vida qualificável de “classe média baixa”.  Nesta condição o cidadão assimilou a importância da educação própria e dos filhos.  A Renda Adequada resulta da Ocupação Adequada.  O empenho próprio generalizado é uma característica da Cultura na Situação Sustentável.

Situação Social Atual Global – 2016: Fome e Pobreza. Parte I

No Comments

Situação Social Atual Global – 2016:  Fome e Pobreza.                                                                                           Parte I

Introdução.

Considera-se que a Situação Social Sustentável é caracterizada por:                                  [vide  http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/situaco-sustentavel-e-responsabilidade-2/  ]

Sustentabilidade Social

–   Todas as pessoas / famílias se autossustentam através de contribuições de produção, ou seja, trabalho próprio.

 –  Nível de educação mínimo para uma Ocupação Adequada e exercício de Cidadania na base da pirâmide social.

–   Está eliminada a miséria como condição social hereditária e existem oportunidades para a ascensão social.

A primeira meta do desenvolvimento social é a superação da miséria, que encerra a experiência da fome, da doença não atendida e de habitação inadequada.  A Organização das Nações Unidas através do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – instituiu as Metas do Milênio em 2000.  A meta principal de reduzir a miséria até 2015 foi quase alcançada.  Os progressos não foram tão expressivos em relação a outros objetivos.  Em 2015 a ONU lançou as Metas do Desenvolvimento Sustentável – Sustainable Development Goals (SDGs).

 Objetivos do Milênio – ODM / MDG – de 2000 a 2015.

 1.   Acabar com a Fome e a Miséria.                                                                                        2.  Educação Básica de qualidade para todos.                                                                    3.  Igualdade entre sexos  valorização da mulher.                                                            4.  Reduzir a Mortalidade Infantil.                                                                                        5.  Melhorar a Saúde das Gestantes.                                                                                      6.  Combate à AIDS, à Malária e outras doenças.                                                              7.  Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente.                                                      8.  Todo Mundo trabalhando pelo Desenvolvimento.

Estas considerações visam estabelecer o piso – a caracterização da Situação Atual – para um monitoramento periódico dos progressos do Desenvolvimento Sustentável na dimensão social.

Dados globais.           Fonte:  DE Magazin Deutschland, 1, 2016, pág. 50 ff

–  10% da população mundial – 795 milhões de crianças e adultos não têm o suficiente para comer.                                                                                                              –  98% delas vivem em países ‘em desenvolvimento’ sendo                                                                      — 511 milhões na Ásia e                                                                                                                            — 232 milhões na África,                                                                                                                            com 23% da população da África Subsaariana na República Centro-Africana, no                    Chade, na Zâmbia, na Serra Leoa e no Madagascar.                                                         –  A metade das pessoas que não têm o suficiente para comer são camponeses.

Número de pessoas famintas por região:

–   < 5%          na América Latina.

–      19,8%     no Caribe.

–   < 5%          na África do Norte.

–      23,2%     África do Sul do Saara.

–      8,4%       Ásia Ocidental.

–      15,7%     Ásia do Sul.

–      9,6%       Ásia do Leste.

–      9,6%       Ásia do Sudeste.

–      14,2%     Oceania.

Área agrária per capita em relação à população mundial:

1970                  1990            2050

População mundial          3,69 bi               5,23 bi           9,5 bi

Área agrária/h                 3205 m2            2372.m2       1500 m2

 

Por que (ainda) existe fome?

É consenso entre várias fontes, que produção mundial de alimentos é suficiente para alimentar todas as pessoas do mundo.  A fome resultaria de deficiências na distribuição.  Esta conclusão é de natureza estatística; as causas da desnutrição são variadas.

Primeiro há regiões, por exemplo, na África, onde as propriedades de auto-produtores são muito pequenas, além de serem assoladas por sintomas de desertificação.  Os camponeses pobres não dispõem de recursos para comprar sementes, utensílios e adubo suficientes.  Nas regiões pobres não se dominam tecnologias como as praticadas, por exemplo, na Europa e nos Estados Unidos.  Três quartos das pessoas que passam fome vivem no campo.

Segundo é verdade que uma fração importante da produção é perdida durante os transportes e armazenamentos, não por último pela ação de animais nocivos.  Somam-se grandes desperdícios na fase de consumo originando volumes excessivos de lixo, resíduos orgânicos.

Terceiro é comum acusar a produção de combustíveis orgânicos, etanol e biodiesel de causar uma redução da produção de alimentos, aumentando os seus preços.  Esta constatação, no entanto contradiz a observação de que não há verdadeiramente escassez, malgrado dificuldades regionais agudas, perdas e desperdícios.  Com a mesma objeção pode-se contradizer o argumento da transformação de áreas rurais produtoras de alimentos em produtoras de forragens para sustentar um excessivo consumo de carnes principalmente nos países industriais e emergentes.

Quarto, mas menos discutida, é a fome como ocorrência de pobreza urbana.  O processo de urbanização progride em grande parte da Terra, tendo hoje atingido cerca de 50% e esperando-se que atinja uma parcela de 60% a 70% por volta de 2050.  Nas cidades as pessoas precisam auferir renda para adquirir alimentos.  Precisam, pois, encontrar ocupações remuneradas.  Entretanto, a fome causada por falta de renda não está limitada às regiões urbanas.  Curiosamente, as Metas do Milênio ainda não consideravam o problema da distribuição das oportunidades de trabalho como causa da fome.

Em quinto lugar cabe apontar que o combate à fome não é (ainda?) prioritário para muitos Governos de países em desenvolvimento, sendo que a corrupção torna o problema mais grave ainda.

Primeiras conclusões:                                                                                                                –  Sobre fome/pobreza, desflorestamento e trabalho/renda.

A cena acima composta com foco exclusivo na ocorrência da fome induz a conclusão de que a fome poderá ser superada com alguma facilidade no ambiente global num prazo relativamente curto.  E para tanto não será necessário continuar o desflorestamento para fazer uso agrário e pastoril do solo.

Quanto à pobreza agrária, uma parte pode ser superada pela industrialização e urbanização, como comprova a China.  Outra parte pode ser superada por instrução da população agrária e utilização de recursos modernos de cultivo, proporcionando acesso ao mercado e remuneração adequada.  Parte da população que habita no campo e nas florestas poderá ser ocupada em projetos de recomposição dos solos, de reflorestamentos e de recuperação de recursos hídricos, mediante assentamentos e remuneração adequada.  As energias renováveis, particularmente a energia fotovoltaica poderá se destacar como fator de desenvolvimento da população rural pobre.  Cabe aos governos desenvolver projetos que incluam o resgate de grandes contingentes de mal nutridos da miséria.

Progressos na redução da fome e da pobreza.

Com as ações das Metas do Milênio – Millenium Development Goals (MDGs) – a primeira meta – entre 1990 e 2015 reduzir à metade a porção da pessoas com renda inferior a US$ 1,25 por dia – foi realizada nos países não desenvolvidos.  Isto justifica a esperança de que até 2030 / 2035 os restantes 50% também sejam resgatados.

Na China o progresso foi mais extraordinário, com a pobreza extrema caindo de 84% da população em 1981 para 12% em 2010.  Este espantoso progresso foi alcançado através de um crescimento econômico inédito de mais de 10% ao ano durante três décadas.  A população foi inserida na produção industrial e urbanizada.  Isto significa que a primeira característica da Situação Social Sustentável está sendo alcançada através de um Projeto Nacional de Desenvolvimento Sustentável promovido por um governo e à revelia das Metas da ONU.  A redução do crescimento econômico da China nos anos recentes deve ser entendida como uma consequência natural.

 Em contraste na África Subsaariana a pobreza extrema só iniciou uma redução após à proclamação das Metas do Milênio em 2000.  Na Índia a pobreza extrema declinou de 60% em 1981 para 33% em 2010.  E no restante da região do sul da Ásia de 66% para 26% no mesmo período.

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte III

No Comments

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte III.

–  Na Índia[Ref: IDH (2014)    0,609]

Com aproximadamente 1,3 bilhões de habitantes, comparável à população da China, a Índia é a maior sociedade com regime de governo democrático.  Apresenta ainda imensos contingentes – centenas de milhões – muito pobres e pobres.  O seu IDH é inferior ao da China e mesmo ao da maioria dos “países árabes”.  Os crescimentos econômicos nos últimos anos no nível de 7% aa. tem superado o da China.

A Índia não se industrializou nem se urbanizou (ainda?) da mesma forma como a China.  Mas se destaca na produção de software e nos serviços via internet.  A prática da língua inglesa e a educação propiciam uma vantagem competitiva.  Uma remuneração mais Adequada da mão de obra de confecção para exportação aos países desenvolvidos Estados Unidos e na Europa poderia ser uma ajuda significativa para o desenvolvimento do mercado interno.  O advento da geração de energia elétrica solar fotovoltaica, por ser distribuída, poderá se revelar como alavancador do resgate da grave pobreza rural.

Apesar da diversidade linguística e religiosa a Índia tem se mantida estável.  Persiste uma questão territorial com o Paquistão sobre a província Kashemir, mas agora faltam indícios sobre uma deflagração.  Tanto Índia como Paquistão enfrentam ameaças de dificuldades causadas por Mudanças Climáticas e escassez de água.

–  América Latina.

A população conjunta dos 21 países da América Latina soma 569 milhões de habitantes.  Culturalmente a América Latina é herdeira e próxima da Península Ibérica.

Dois países latino-americanos apresentam condições de bem-estar público semelhantes aos europeus:  Argentina [IDH  0,836] e Chile [0,832].  Na grande maioria as condições de conforto são comparáveis às registradas para o Brasil [vide acima Parte I].  Os mais pobres são o Paraguai [IDH  0,672], a Bolívia [IDH  0,662], a Nicarágua [IDH  0,631] e a Guatemala [IDH  0,632]].  Estes valores dos mais pobres são maiores que os da Índia e da África.

As minoritárias classes médias elevadas e ricas vivem nos distritos comparáveis aos de regiões desenvolvidas, em contraste com uma pobreza visível de favelas ou oculta no campo e nas florestas.  A exploração de riquezas minerais gera poucas oportunidades de trabalho.  A maioria dos países tem uma população insuficiente para constituir um mercado interno para o assentamento de indústrias, que serviria de apoio para exportações.  O mercado global de gêneros alimentícios está suprido e seu crescimento depende do desenvolvimento econômico global. Projetos Nacionais ou Regionais para o Desenvolvimento Sustentável serviriam para quantificar metas realistas para o crescimento das economias, a ocupação dos contingentes humanos, Rendas Adequadas e a melhora das condições gerais de bem-estar.  Subsídios ao consumo, como os ensaiados no Brasil, aliviam sofrimentos atuais, mas não representam desenvolvimento sustentável.  Também é problemático confiar num crescimento econômico vegetativo, baseado apenas nos mercados propiciados por políticas econômicas.  Entretanto, não é possível prever os resultados de estudos de Projetos de Sustentável quanto ao melhoramento das condições de renda e de vida da maioria das populações nos países da América Latina.  Contar com crescimentos econômicos como o da China e da Índia é ilusório, já porque os contingentes de muito pobres e pobres na Ásia são muito maiores.

 

–  Na África[IDH  predominante baixo, menor que 0,55]     [Fonte:  Wikipédia]

O continente africano tem hoje cerca de 889 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsaariana. Essa população tem um crescimento populacional na ordem dos 2,5% ao ano.  30% sofrem de subalimentação crônica.

Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias.

  1. A predominância de jovens na população determina a necessidade de elevados investimentos sociais em escolas, alimentação e tratamento médico;
  2. a pressão demográfica, aliada ao baixo nível técnico da produção agropecuária, à introdução de culturas de rendimento para exportação e à urbanização no século XX, tem gerado graves desequilíbrios econômicos e sociais.

De forma geral, a população da África Negra apresenta os piores indicadores socioeconômicos do mundo.  Enquanto nos países desenvolvidos a população morre, em média, com uma idade superior a 70 anos, nessa parte do mundo raramente a média ultrapassa os 45 anos. Essa expectativa média de vida tão baixa é explicada por inúmeros fatores, tais como a má nutrição, falta de assistência médica e ausência de saneamento básico nos meios rurais e favelas.

Esta região da África é marcada, em geral, por governos autoritários e corruptos que não se preocuparam em melhorar as condições econômicas dos seus países. Nos últimos anos, no entanto, verifica-se uma tendência democratizadora em toda a região, com eleições multipartidárias realizadas regularmente.

Comentário:  As expectativas para um Desenvolvimento Sustentável da região são sombrias, com eventual exceção da África do Sul.  Hoje acontecem migrações à procura de trabalho e alimentação.  Apesar de uma população menor do que a da Índia, o resgate da pobreza e da miséria deverá ser mais difícil, mesmo no plano da agricultura familiar.  A geração fotovoltaica poderá se revelar ser um apoio significativo para o desenvolvimento social.

 

Conclusões e Expectativas Gerais.

Na medida em que os contingentes muito pobres e pobres alcançarem condições de conforto eticamente aceitáveis, a velocidade do crescimento da economia diminuirá.  Assim formulada num plano teórico, esta expectativa hoje é observável na China.  Sintomas de saturação das economias são observáveis no Japão e partes da Europa e dos Estados Unidos.

Como as economias dos países e regiões estão entrelaçadas e todas as sociedades precisam de mercados internos de trabalho – e renda -, é provável que a distribuição global das oportunidades de trabalho se orientará pela capacidade dos mercados internos e regionais.  Esta orientação seria lógica também segundo critérios logísticos.

Ainda não foram desenvolvidos critérios para metas de renda e conforto no desenvolvimento social além da eliminação da fome e doenças, da igualdade de gêneros, de educação mínima, condições saudáveis de habitação entre as constantes no SDG/MDS – Sustainable Development Goals – da ONU / PNUD.

Assim sendo os SDG continuam tendo um caráter filantrópico.  A visão da autossustentação das famílias deverá se impor porque o subsídio ao consumo não corresponde ao conceito de autoafirmação em liberdade individual.  Por consequência um nível de renda que permita ao cidadão – à família -economizar para prover o sustento durante a velhice pode servir de critério.  Esta condição estaria alcançada na classe média baixa, uma percepção “burguesa”.  A delimitação da pobreza seria caracterizada pela Renda Adequada.

Esta configuração social está sendo realizada na China através de um “Projeto de Desenvolvimento Social” por Industrialização, Urbanização e, menos percebida, de preservação do Meio Ambiente.  Em países como o Brasil, e toda a América Latina, com menores contingentes de famílias muito pobres, projetos similares trariam benefícios econômicos, ambientais e sociais em curto espaço de tempo.

Aumentos de demanda por energia serão atendidos por geração com fontes renováveis – eólica, solar, bioenergia e biocombustíveis.  A mudança das matrizes energéticas está tomando impulso.  A disseminação da energia solar fotovoltaica poderá, junto com a comunicação por internet, impulsionar o desenvolvimento social e refrear a urbanização.

A atualização de estruturas das economias para a mudança das matrizes energéticas abre oportunidades de trabalho industrial e nos serviços num horizonte de prazo de duas décadas.  Mas o desenvolvimento tecnológico, visível na automação através da informática e da robótica, corta empregos.  Em algumas sociedades desenvolvidas a população diminui apesar do aumento da expectativa de vida.  Ocorrerá uma convergência para um equilíbrio, eventualmente com um aumento dos tempos de lazer?

Nos países com IDH muito alto pouco deverá se alterar.  Talvez os níveis de renda serão algo reduzidos.  Os países do sul e do leste da Europa provavelmente serão melhor incluídos na economia europeia.  Em 5 a 10 anos o gradiente de atração da União Europeia sobre províncias da Rússia, sobre a Turquia e sobre países árabes terá mostrado efeitos favoráveis à paz.  No mesmo período o IDH da China e da Índia terá avançado.  Na América Latina tudo depende de saltos de percepção:  A pobreza estará superada, caso acontecerem.  Mais difícil deverão continuar estando as condições de vida na África.

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte II

No Comments

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte II.

–  No Japão.  [Ref: IDH (2014)    0,891]

Algumas características marcantes do Japão são a população de 160 milhões de habitantes com tendência de envelhecimento e redução, Índice de Desenvolvimento Humano de    – muito alto, dependencia de importação de petróleo e de exportação de produtos industriais.  O baixo nível do preço do petróleo deveria favorecer a economia.  O Japão apresenta produtividade energética alta.  Mas a economia está estagnada há vários anos num nível elevado.  No intuito de estimular o consumo, praticou sem sucesso uma políticas monetária de juros negativos.  Isto indica que as necessidades sentidas pela população estão satisfeitas.  Faz sentido qualificar a economia como “saturada”.  Juros negativos causam redução das poupanças, que em grande parte estão aplicadas em títulos públicos.  Como não se tem notícia de pobreza, pode-se admitir que na base da pirâmide social se tenha estabelecido uma Renda Adequada.  Uma política econômica de crescimento da produção – do PIB – não faz mais sentido.

Também no Japão um fator para manter o movimento da economia e o alto nível da ocupação é a Mudança da Matriz Energética.  O Japão ainda depende da geração termelétrica e de centrais nucleares.  Os acionamentos elétricos e híbridos de veículos, nos quais o Japão ocupa uma posição de liderança tecnológica, refletirão na redução da dependência de importações.  Deve haver um espaço para a redução do PIB sem afetar o nível de bem-estar da população.

 

–  Na Europa.  [Ref: IDH (2014)    > 0,9  ou  > 0,8 < 0,9]

População:  738 milhões, dos quais 142 milhões da Rússia.   A União Européia compreende 508 milhões.  A tendência é declinante.

A primeira e a segunda Revolução Industrial – a da máquina a vapor e a do acionamento e iluminação elétrica – iniciaram na Inglaterra e foram desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países da Europa.  Até hoje são os países mais desenvolvidos social e economicamente, além do Japão.  Depois da Segunda Guerra Mundial se configurou a União Europeia, uma confederação da maioria dos países europeus com um Parlamento Europeu sediado em Bruxelas.  Duas das condições para a paz, formuladas por Kant, estão assim realizadas:  Os países têm governos ‘republicanos’ (executivo e legislativo separados) e são ligados numa confederação.  Até agora 17 países foram além:  Adotaram uma moeda única, o Euro, com um Banco Central Europeu.  Esta união monetária requer uma aproximação das políticas fiscais e sociais, que ainda está evoluindo.

Excessos de benefícios sociais e despesas públicas, inclusive de custeio – déficits fiscais – resultaram em dívidas públicas insuportáveis principalmente em países mediterrâneos.  A crise fiscal e econômica, que coincidiu com a crise deflagrada nos Estados Unidos ainda não foi superada apesar de avanços alcançados em Portugal, na Espanha e na Irlanda.  Os índices de desemprego ainda são altos.  As medidas para o equilíbrio dos orçamentos desvendaram a real capacidade das regiões de produzirem ocupação e renda, mesmo com níveis de salário reduzidos.  Os salários mínimos hoje pagos em Portugal situariam as famílias no limite entre pobreza e baixa classe média em condições comparáveis ao Brasil, caso marido e esposa estiverem empregados.

No norte da Europa encontram-se condições de saturação de mercados semelhantes aos identificados no Japão.  Na Alemanha um governo com maioria socialdemocrata ajustou a idade de aposentadoria, os benefícios de aposentadoria e condições de emprego e salários de forma a estabelecer condições de competitividade para a economia.  Estabeleceu-se o pleno emprego e um equilíbrio fiscal, que continua sendo rigorosamente observado.  O nível de juros próximo a zero e a inflação abaixo do crescimento da economia na ordem de grandeza de 2% com uma população estagnada facilitam a gestão fiscal.  Este modelo é recomendado aos demais participantes na zona do Euro.  Durante algum tempo foi combatido por defensores de interesses financeiros.  As vozes que prognosticavam o fracasso do Euro silenciaram.  O Banco Central Europeu iniciou uma política monetária de juros negativos, semelhante à experimentada no Japão e nos Estados Unidos, também sem resultados no crescimento do PIB até agora.  O objetivo de incentivar a inflação para um nível de 2% aa. parece esdrúxula.

Como foi relatada sob o item “Preços dos combustíveis”, a demanda por petróleo na Alemanha vem decrescendo.  A demanda média de energia hoje já é coberta de 30% por energias renováveis – eólica, solar e bioenergia -.  Em condições favoráveis 80% da energia consumida é provida por estas fontes, apesar da retirada de operação de diversas centrais nucleares.  Na Dinamarca a geração eólica cobre 100% da demanda em algumas circunstâncias.  As variações de condições de geração fizeram necessárias adaptações na gestão das redes.  Poucas centrais termelétricas sobreviverão para o fornecimento de carga básica.  Usinas com turbinas a gás de resposta rápida providenciarão o equilíbrio das redes de transmissão e distribuição.  Grandes parque eólicos estão sendo instalados no mar – off shore -.  Os acionamentos elétricos de veículos gozam de grande popularidade.  É previsível que as emissões de GEE sejam radicalmente reduzidas na Europa até 2025.  A Noruega poderá contribuir com um aumento de geração hidrelétrica e transmissão ao continente por cabos submarinos.  E os países mediterrâneos dispõem de grandes potenciais de energia solar.

Também a Europa perdeu oportunidades de trabalho no processo de globalização, especialmente para a China.  Mas o desenvolvimento social nos países com desenvolvimento atrasado, entre os quais a China, a Índia, os países da América do Sul e da África também forma novos mercados para a exportação.  Como foi exposto antes, há na Europa ainda contingentes desempregados, subempregados e contingentes com rendas modestas.  Portanto há reservas paro o crescimento interno da produção e distribuição de produção com crescimento do consumo.  Em vista do bem-estar geral tal crescimento pode ser modesto e a experiência tem demonstrado que tentativas de aceleração através de políticas monetárias e de crédito surtem pouco efeito.

Existe uma probabilidade que a Europa, mesmo porque se consolida política e economicamente exercerá uma atração crescente sobre o entorno muçulmano do Mediterrâneo.  A rigor esta tendência a uma maior integração já está presente, mesmo porque promete o desenvolvimento econômico – empregos – na região.  O quadro tornar-se-á mais nítido a partir da Turquia vencer os seus problemas de adaptação.  Uma aproximação de Israel à União Européia também pode ser cogitada.

A Rússia deve ser contemplada no contexto europeu.  Depois do desmoronamento da União Soviética a Rússia passou por uma grave crise econômica com perda de produção.  Recuperou-se.  A Rússia sofrerá com o encolhimento do mercado de petróleo mas continuará com uma posição de fornecedora de gás natural.  Com 160 milhões de habitantes ostenta um nível de vida satisfatório, principalmente de contingentes na classe média baixa.  Deve-se contar com que no médio prazo as questões de confronto político com a Europa serão assentadas.   O mercado interno da Rússia somar-se-á naturalmente ao mercado interno da União Européia.

 

–  Na China[Ref: IDH (2014)    0,727]

Ao lado do revolucionário desenvolvimento político da Europa, a China protagonizou um Desenvolvimento Social e Econômico espantoso sob todos os critérios.  Resgatou mais de 600 milhões de pessoas – de uma população total de 1,3 bilhões – da pobreza rural através de um Projeto de Industrialização e Urbanização sem precedentes.  Criou um imenso mercado interno.  A superação da pobreza se deu através do trabalho com renda própria, inicialmente modesta.  O baixo custo de mão de obra, inclusive os custos sociais praticamente inexistentes, a disciplina natural e a ordem imposta atraíram muitas empresas americanas e europeias a se estabelecerem na China, ao lado das expectativas de mercado.  Hoje a China desponta como a segunda economia e como concorrente no mercado global de produtos industriais, ainda que seja mediante subsídios fiscais, cambiais e sociais.  Pode-se afirmar que a China protagonizou e continua desenvolvendo um Projeto Nacional para o Desenvolvimento Sustentável.

Neste afã a China se tornou o maior emissor global de GEE, principalmente por utilizar carvão mineral de baixa qualidade e barato, do qual dispõe em abundância.  Imagens de céus cobertos de fumaça sobre grandes cidades chinesas frequentam os noticiários.  Mas a China é também o maior produtor e instalador de geradores eólicos, placas fotovoltaicas e captadores de calor solar.  Usinas termelétricas e minas de carvão veem sendo desativadas.  É grave também a poluição das águas.  Por outro lado na China se executam grandes projetos de florestamento.

Com o aumento continuado dar renda e do nível de vida da população a China continuará sendo um grande, se não o maior, importador de alimentos, particularmente de commodities, como a soja.  Ainda há muito espaço e necessidade para obras na infraestrutura.  É inverossímil que a China esteja disposta a arriscar os seus progressos em aventuras bélicas.  Assim sendo, grandes guerras devem pertencer ao passado.

Na China já existe um contingente proprietário do imóvel, que habita.  A propriedade de automóvel também se expande com velocidade.  Via de regra o casal tem um só filho e ambas as partes trabalham.  A parte da população com estas características estaria no nível de classe média baixa.

Não existe uma referência histórica de participação da sociedade na política.  Por isso é impossível prever a emersão de anseios sociais por democracia no sentido ocidental ou japonês, mesmo na era da comunicação por internet.

 

–  No Oriente Médio muçulmano.  [Ref: IDH (2014)    0,65 a 0,6]

As impressões mais marcantes transmitidas pela da região do muçulmano são, sem dúvida, a riqueza em petróleo, desertos, minorias dominantes com características monárquicas, rigor religioso opressivo com traços medievais, população com contingentes predominantes pobres e de classe média baixa vivendo segundo costumes tradicionais e conflitos religiosos entre xiitas e sunitas.  A região abrange desde o Egito, a Jordânia, o Líbano, a Síria, o Iraque, o Curdistão – sem reconhecimento político -, o Kwait, a Arábia Saudita, o Iemen, os Principados do Golfo e o Paquistão.  Excluídos a Turquia [IDH  0,761], Israel [IDH  0,894] e o Irã [IDH  0,766] não árabes, para clareza de delimitação.

 Os muçulmanos árabes rejeitaram o desenvolvimento tecnológico produzido no ocidente cristão, não muçulmano, tanto o tecnológico como o institucional.  Em consequência foram ultrapassados e desalojados de uma posição de vanguarda cultural e política, que ocupavam até o Renascimento.  Um ressentimento, mesclado com e reforçado por extremismos religiosos dificulta a pacificação da região, o que é uma condição para o desenvolvimento econômico e social.  Ambientes análogos são encontrados em outros países da Ásia não abordados.

Há de se notar que a situação provavelmente não perdurará, pois a Indonésia é o país com a maior população muçulmana e não apresenta comportamentos agressivos e ressentidos.  Por diversas razões os efeitos da “primavera árabe”, de movimentos convocados pelos telefones celulares e redes sociais – nos países árabes do norte da África – foram muito limitados.  Por que?:

Para as pessoas não há praticamente expectativas por uma ascensão econômica; faltam oportunidades de trabalho; não há indústrias.  As referências históricas de governo são autoritárias, como são os comportamentos nas famílias.  É difícil imaginar um Projeto para o Desenvolvimento Sustentável “para o mundo árabe”.

O mesmo não se afirmaria para o Irã, assim que a sociedade se libertasse do governo por uma classe religiosa.

 

Mudança de Matriz Energética. – Parte II: Comparação com seguidores – Brasil.

No Comments

Parte II:  Comparação com seguidores.                                                                               Lições para um correspondente desenvolvimento da Mariz Energética no Brasil.

Diferenças fundamentais / Situação em início de 2015:                                              –  A Alemanha partiu de base de suprimento de energia por combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás natural – e aproximadamente 20 % de energia nuclear a ser totalmente reformada.  No Brasil aproximadamente 50% da energia consumida é de origem hídrica, supostamente “limpa”.  Aproximadamente 70% da energia elétrica é gerada em centrais hidrelétricas. E existe um potencial de produção de biocombustíveis para veículos, que pode ser mais bem explorado.  O etanol é misturado à gasolina na ordem de 20% e a grande maioria dos automóveis novos têm tecnologia flex.                                                          –  Hoje, em fim de 2015, a capacidade de geração instalada no Brasil está por volta de 140 GW.  O potencial de energia eólica é estimado da mesma ordem de grandeza.  O potencial de energia solar fotovoltaica supera 300 GW.  O potencial de energia elétrica produzida em cogeração com bagaço de cana é comparável à potência da usina hidrelétrica de Itaipu com 14 GW.  A parcela explorada está por volta de 1,5 GW.                                                         –  No Brasil não existem problemas com o armazenamento de energia eólica e solar temporariamente gerada em excesso, pois o despacho das usinas hidrelétricas pode ser regulado acumulando água nos reservatórios, usualmente com baixos níveis.                        –  No Brasil não existem os problemas de distribuição de energia causados pela calefação durante o inverno.                                                                                                                                   –  Mas no Brasil há e continuará havendo uma agricultura e uma pecuária poluidora de muito maior envergadura.

 —  das circunstâncias (2015):                                                                                                  –  Situação econômica de crise de crescimento com redução do PIB, grande déficit fiscal, nível de desemprego de 10% nas principais zonas urbanas, 60% da população de 210 milhões de habitantes com renda familiar de até três salários mínimos e estimados 40 milhões de pobres com renda de até 1,9 US$/dia.  80% da população – 168 milhões – está urbanizada; dos outros 42 milhões cerca de 15 milhões vivem na Floresta Amazônica, principalmente de extrativismo.   O sistema de educação e de saúde são precários.   O saneamento básico está deficiente.                                                                                                     –  A balança comercial do Brasil tem se mostrado positiva, com as principais exportações sendo minérios e, principalmente, commodities agrários e carnes.  Em 1980 o Brasil produzia 50 milhões de toneladas de grãos e importava feijão; em 2015 chega perto de produzir 200 milhões de toneladas,alcançando a posição de segundo produtor mundial de alimentos.                                                                                                                                                 –  As distâncias no Brasil são longas, sendo este um dos fatores causadores de problemas estruturais logísticos para transportes para a transmissão de energia.                                      –  O Brasil abriga grandes extensões de biomas com grande biodiversidade, em parte ainda mal conhecida:  A floresta Amazônica, a floresta Atlântica e o Cerrado merecem particular destaque.  Da floresta Atlântica restam cerda de 8%, constantemente ameaçados.  Do Cerrado 40% já foi ocupado pela agricultura e pela pecuária, tendo apenas uma parcela de 5% protegidos por lei.  A floresta Amazônica cobria mais de 50% do território nacional; hoje cerca de 20% estão desmatados, o desmatamento progride a taxas de 5.000 km2 por ano, para a conversão em pastos, assim como continua o extrativismo de madeiras.  Esta destruição não traz vantagens para o desenvolvimento econômico e não contribui para a redução da pobreza.                                                                                                 –  Não foram formulados ainda Projetos para o Desenvolvimento Sustentável Regionais, que tratassem coordenadamente o desenvolvimento econômico, no que ficaria inserido a Matriz Energética, o desenvolvimento ambiental e o desenvolvimento social.  Existe um Plano Nacional de Energia, que precisa ser atualizado com finalização de obras de usinas hidrelétricas e longas linhas de transmissão na Região Amazônica.                                           –  Com facilidade o Brasil pode ocupar uma posição de liderança na produção de biocombustíveis em consequência da coprodução com açúcar e energia elétrica.                   –  Tanto a política energética, como os problemas de devastação ambiental, como a continuada presença de pobreza urbana, rural e nas florestas não mobilizam a sociedade (ainda?).  Atualmente as atenções estão presas ao mau desempenho do governo na condução da economia, ao desemprego e aos escândalos de corrupção.

 Consequências básicas:                                                                                                            –  Como a expansão da geração eólica e solar pode ser muito rápida – mais de 3 GW por ano -, as usinas térmicas poderiam ser desativadas em breve, supostamente num prazo de cinco anos, supondo que os sistemas de transmissão e distribuição sejam adequados simultaneamente.  Principalmente a geração fotovoltaica, mas também a geração eólica e a cogeração, estarão situadas próximas, se não nos consumidores, dispensando o investimento em linhas de transmissão de longa distância, com suas perdas de energia.     –  Conjuntamente, a desativação de usinas termelétricas operando com fontes fósseis e incentivos aos biocombustíveis para veículos poderiam reduzir as emissões de GEE do Brasil em cerca de 30%, até 2025.  Então os veículos com acionamentos elétricos já estarão no mercado.                                                                                                                                             –  Com estas perspectivas a oferta de energia no Brasil seria farta.  Os investimentos em usinas hidrelétricas na região amazônica serão absolutamente supérfluos, inclusive as linhas de transmissão aos centros de consumo no Sudeste.  Isto significa que a Política Energética do Brasil – PNE: Plano Nacional de Energia – haveria de ser reformulada.

–  Procedimentos de redução do consumo de energia, ou seja, de aumento de eficiência energética somariam neste cenário positivo, contribuindo com economias na ordem de 20 a 30 GW num prazo de dez anos.

Perspectivas para a redução das emissões de GEE no Brasil: [metas possíveis] Considerando que o cenário de geração e consumo de energia acima descrito configura uma matriz energética “verde” ou “limpa” e                                                               considerando que os desflorestamentos podem e devem ser terminados num prazo de até cinco anos, sendo que contribuem ainda com um terço do total de emissões de GEE, conclui-se que até 2025 as emissões poderão ser reduzidas em dois terços, ou seja, a um terço do nível atual, sem requerer grandes esforços ao erário público e ainda propiciando numerosas oportunidades de trabalho, em todos os níveis da pirâmide social, principalmente nos inferiores, em projetos de recuperação florestal.                                   Este seria o resultado previsível de um Projeto para o Desenvolvimento Sustentável consistente, do qual a configuração da Matriz Energética é uma parte.                                    O terço faltante da redução de emissões de GEE estaria no setor da agricultura e da pecuária além da gestão de resíduos.  Por conta desses poluidores é razoável admitir que restem emissões não mitigáveis, mas talvez sequestráveis por reflorestamentos de recomposição de biomas e industriais. Então 90 % de redução das emissões de 1.500 GtCO2eqiv atuais poderiam ser realizadas até 2035 ou 2040, quer dizer antes da Alemanha alcançar uma meta equivalente.

 

 

Olhar para a Pobreza no Mundo e no Brasil.

No Comments

Olhar para a Pobreza no Mundo e no Brasil.

Da extensão da pobreza no Mundo.

Este tema é oportuno no momento em que as atenções se voltam para a Conferência COP 21, que se realizará em Paris em dezembro de 2015.  Lá o assunto central são as emissões de Gases causadores do Efeito Estufa – GEE -, ou seja, as Mudanças Climáticas.  A limitação das Mudanças Climáticas, caracterizadas pelo aquecimento da biosfera é uma meta dramática do Desenvolvimento Sustentável, pois é a grandeza mais sensível das futuras condições de vida na Terra.  Mas não é a única.

Também não pode ser aceita a condição de vida na pobreza de contingentes humanos continuadamente.  E muitas medidas previstas para o restabelecimento do equilíbrio climático serviriam também para a mitigação pelo menos da pobreza extrema, caracterizada por fome, falta de abrigo, doenças, alta mortalidade infantil, alta mortalidade no parto, ignorância, falta de expectativa de melhora das condições de conforto.

As grandezas estatísticas da pobreza são amplamente divulgadas na literatura e na imprensa.  O artigo de Washington Novaes no O Estado de S.Paulo de 23.10.2015 é um exemplo. (

http://www.opiniao.estadao..com.br/noticias/geral/olhar-a-pobreza-do-mundo   )

As estatísticas expressam que a pobreza global diminuiu apesar de um aumento vertiginoso da população.  Mas faltam abordagens consistentes para sanar o problema, seja em muitos espaços nacionais, seja no nível global.  A China é uma exceção.  Ainda há cerca de 900.000 de humanos muito pobres.

 

Pobreza e disciplina da economia.

A pobreza, vista como um problema sobretudo ético, só está resolvida em poucas sociedades.  E não é possível antecipar que uma vez solucionado não ocorra retrocesso.  Em princípio, segundo a compreensão atual, deveria ser a principal missão da disciplina economia promover a realização de condições para o melhor bem-estar comum nas sociedades.  Mas não é isto que os compêndios pregam.  Pregam o aumento da produção e do PIB.  A maior disponibilidade de bens automaticamente eliminaria as carências.  A história demonstra que para as sociedades hoje classificadas como desenvolvidas esta teoria se comprovou.

Hoje esta visão está superada por diversos motivos.  O aumento incontido da produção, sabe-se agora, esbarra em limites naturais e não induz automaticamente a distribuição que previne pobreza.  Os ensinamentos da disciplina da Economia foram desenvolvidos para ambientes nacionais.  Entretanto, a sustentabilidade das condições de vida da humanidade é uma preocupação e responsabilidade global.  A cena mudou, as percepções das circunstâncias mudaram.  Mas não foram ainda formuladas orientações e procedimentos para um Desenvolvimento Econômico Sustentável e para a Economia na Situação Sustentável.

A rigor a atual produção global já é suficiente para eliminar, no mínimo, a pobreza extrema.  Além disso, muita produção de alimentos é desperdiçada ao longo da cadeia do cultivo ao consumo.  Algumas sociedades já chegaram a um nível de consumo que permite classificá-las de saturadas.  O Japão é um exemplo.  Os países escandinavos outro.  Nos países com IDH muito alto, em geral as instituições sociais previnem pobrezas agudas.  Para os Estados Unidos pode se afirmar que uma quebra de paradigmas culturais resolveria a questão.

Todavia a pobreza não se restringe a uma questão de consumo e conforto mínimo.  Para que estas condições sejam estabelecidas de forma sustentável, quer dizer que se reproduzam continuadamente, é preciso que sejam alcançadas sem subvenção ao consumo das famílias capacitadas a trabalho e auto-sustentação.  Esta condição não é propiciada pelas bolsas.

 

Superação da pobreza na base da(s) pirâmide(s) social(is).

Tradicionalmente, procura-se mitigar o sofrimento dos pobres com ações beneficentes, filantrópicas e de atitude paternalista.  Tais ações não libertam os atingidos da condição de pobreza e dependência.  Mas enquanto os contingentes pobres não se livrarem da dependência de subsídios eles não alcançarão a condição de cidadania e de motivação por esforços para progressos na sociedade.

A condição de pobreza hereditária seria superada pela oferta de trabalho remunerado adequadamente.  Levanta-se então a questão pela existência de oportunidades de trabalho para toda a população global.  Como em virtude do aumento da produtividade a agricultura e a indústria oferecem cada vez menos ocupação, à primeira vista se estaria diante de um problema insolúvel:  A distribuição global de um potencial limitado de oportunidades de trabalho.  O equilíbrio entre demanda e oferta de ocupação na Situação Sustentável viria a requerer uma diminuição da população global.

Felizmente, no futuro imediato há muitos investimentos a serem realizados justamente para reduzir as emissões de GEE:  Mudanças das matrizes energéticas com abandono das fontes de energia fósseis poluidoras e exploração das fontes renováveis “limpas” ou “verdes” tanto na geração de energia elétrica como para os acionamentos nos transportes oferecem um grande número de oportunidades, como já se observa na Europa, nos Estados Unidos e na China.  A expansão da geração fotovoltaica promete mudar as condições de vida de contingentes pobres na Índia e na África.  A evolução tecnológica favorece a ocupação nos países desenvolvidos.

 

Desenvolvimento Social Sustentável no Brasil.

Evidentemente estas oportunidades também existem no Brasil e mesmo em condições particularmente favoráveis.  O potencial de energia eólica no Brasil é avaliado equivalente ou superior a toda capacidade de geração hoje instalada de 136 GW só on-shore; a capacidade de geração fotovoltaica alcança o dobro desse valor; a cogeração na indústria sucroalcooleira pode alcançar a capacidade da usina de Itaipu.

Adicionalmente dezenas de milhares de famílias poderiam ser ocupadas em projetos de reflorestamento, cuja urgência se começa a vislumbrar diante da estiagem, que o país enfrenta.  Os desflorestamentos atingiram dimensões que influenciam o regime de chuvas e as temperaturas; as vazões de rios minguaram assustadoramente:  A represa da usina hidrelétrica de Promissão está com 5% de sua capacidade de armazenamento.  A situação do rio São Francisco, mas não só dele, é alarmante.  As vegetações de Floresta Atlântica e de Cerrado nas cabeceiras dos rios precisam ser recuperadas o mais rapidamente possível.  Da mesma forma extensas áreas degradadas na região Amazônica.

Ao lado da imperiosa ação de “Desflorestamento Zero Já” tais projetos de recomposição ambiental deveriam ocupar as primeiras posições nas propostas do Brasil INDC – Intended Nationally Determined Contributions – do Brasil para a COP 21.  Alavancariam a integração ao processo produtivo de numerosos contingentes, que nem constam nas estatísticas de ocupação, e impulsionariam o mercado interno de forma consistente, substituindo o recurso das bolsas.

Tratar-se-ia de Projetos para o Desenvolvimento Sustentável, que ainda não são articulados nas academias e na mídia.  Como no artigo acima referido, os problemas de pobreza, os problemas ambientais e os problemas econômicos costumam ser abordados isoladamente, apesar de se ensinar que a Sustentabilidade tem três dimensões:  A dimensão social, a dimensão ambiental e a dimensão econômica.

Alcançando grandes contingentes de cidadãos e extensas áreas, os Projetos de Desenvolvimento Sustentável precisam ser articulados pelos Poderes Públicos.  A COP 21 é uma oportunidade única para o seu comprometimento com a sociedade brasileira e com a humanidade.  Que a Cidadania pressione em tempo.

Mensagem a Agentes Políticos no Brasil

No Comments

Mensagem a agentes políticos no Brasil.

Ref:  http://www.avozdocidadao.br/agentesdacidadania/250-meio-ambiente-harald-hellmuth-

Ref:  Brasil na COP 21                                                                                                           Site/blog  http://www.hhellmuthsustentabilidade   Tema “Antes da COP 21” no Blog

Prezados Senhores e Senhoras.

É verdade que a Democracia só funciona adequadamente quando a Cidadania é atenta e participante.  Mas é verdade também e sempre foi, que toda sociedade requer lideranças para apresentar e incorporar visões de objetivos.  Tais lideranças podem até ser involuntárias como vemos atualmente a Angela Merkel incorporar uma liderança de realização da União Européia, talvez a mais significativa inovação política do século XX.

Hoje vivenciamos um Brasil sem visão de rumo.  As manifestações públicas contra a corrupção apenas reclamam uma condição básica de boas práticas administrativas na gestão pública.  O debate político sobre a indispensável retomada da Responsabilidade Fiscal também trata de uma condição básica.  Mas não expressa uma visão de futuro.

Mas a Conferência COP 21 a ser realizada em Paris no próximo dezembro, vem a exigir compromissos de atuação futura.  E tais compromissos indicam o desempenho de Responsabilidade do país – da sociedade brasileira – com as condições de vida futuras da humanidade.

Até agora o Governo não apresentou as Intended Natinaly Proposed Contributions – INPC – nacionais.  O prazo de publicação expira em 1o de outubro.

É verdade que o empenho conjunto de todas as Nações pela limitação do aquecimento médio da Terra a um valor máximo de 2o C no futuro seja reconhecido como a inovação de política global no século XXI.  Como tal não surpreende que “rupturas culturais” tenham de ser enfrentadas e ‘metabolizadas’.  Assim também neste país.

Acontece que tais mudanças de percepções precisam ser articuladas por lideranças.  No Brasil esta articulação seria particularmente fácil, visto que as políticas e projetos correspondentes estariam em consonância com as vocações locais e contribuiriam com o desenvolvimento social e econômico, com que todos sonham.

No site acima apontado e no Facebook postamos as seguintes metas possíveis para o Brasil a serem formuladas nas INPC:

“O que deveria ser a proposta do Brasil na COP 21 – o INPC responsável – e que deve ser cobrado por COP 21 em Rede:

As emissões de GEE do Brasil em 2011 foram de cerca de 1, 500 GtCO2equiv. compostos de 1/3 de desflorestamentos, 1/3 de geração de energia elétrica e transportes, e 1/3 de agropecuária, processos industriais e resíduos. Os Desflorestamentos podem ficar muito próximos a zero já em 5 anos com uma política de Desflorestamento Zero Já. Com incentivo à geração eólica e à energia solar fotovoltaica além da reativação dos biocombustíveis e à cogeração com bagaço de cana, as emissões no setor de energia poderão ficar muito próximas a zero em até dez anos, quer dizer até 2025. A redução das emissões da agropecuária requer a adoção intensiva de práticas e tecnologias disponíveis. Então as emissões de GEE com que o Brasil pode e deve se comprometer seriam:
– em 2020 1,000 GtCO2equiv
– em 2025 0,500 GtCO2equiv
– em 2030 muitíssimo baixas
antes de 2050 nulas, o Brasil passaria a ser sumidouro de CO2 para o benefício da humanidade e de sua própria economia com drástica redução da pobreza.”

Imaginamos que um processo de Desenvolvimento Sustentável do Brasil fosse composto por Projetos Regionais de Desenvolvimento.  Um exemplo constante em três Posts do Site acima indicado demonstra uma abordagem para o Estado de Minas Gerais:

http://www.sustentabilidade.com/blog/projeto-para-o-desenvolvimento-sustentavel-de-minas-gerais-situação-atual-em2015                                                                                                                     -metas                                                                                                                   –                              -ações

É óbvio.  Por isso é articulável.  Embora não seja simples, é factível sob uma liderança determinada.

Saudações Cidadãs.

Harald Hellmuth                                                                                                                           COP 21 em Rede                                                                                                                                A Voz do Cidadão.

Projeto para o Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais – Metas

No Comments

Projeto para o Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais – Metas

As metas a serem formuladas para ações imediatas correspondem a marcos no trajeto do Desenvolvimento Sustentável no Estado.  Considerando a posição do Estado na Nação, são marcos de Desenvolvimento Sustentável Regional.  A formulação cabe ao Governo do Estado:  O desenvolvimento regional só pede ser um Desenvolvimento Projetado.

As ações podem ser executadas pelo Poder Público ou por empresas e cidadãos.  Em paralelo ocorrerá um Desenvolvimento Difuso, induzido pelo desenvolvimento tecnológico e pela mudança de comportamentos na sociedade a exemplo de uma melhor consciência de evitar desperdícios de água e energia, de uma melhor atenção ao descarte seletivo de resíduos e da abstenção de práticas predadoras da natureza.  Os desenvolvimentos difusos podem ser monitorados, mas não prognosticados:  Monitoramento da eficiência energética, monitoramento do consumo de água por habitante de determinada área ou município, etc.

Foco nas Prioridades.

O planejamento dos poderes públicos deve se orientar por prioridades.  Aqui suporemos que tais prioridades resultam de uma avaliação da Situação Atual.  No Estado de Minas Gerais os problemas mais graves são:                                                                                             –  Na dimensão social:  Resgate da pobreza urbana e rural, através de oferta de trabalho.     –  Na dimensão ambiental:  Terminação do desflorestamento – uso de lenha – e                                                                       reflorestamentos intensivos inclusive com vista à                                                                           recuperação de bacias hidrográficas e o                                                                                           combate á poluição das águas de rios e represas.                           –  Na dimensão econômica:  Sintonização com o desenvolvimento tecnológico e com                                                                mercados futuros com                                                                                                                          incrementos na qualidade dos produtos e serviços e                                                                      aumentos na produtividade.                                                                                                              Observação das boas práticas de gestão.

As ações sugeridas estão tratadas em consideração própria do Projeto para o Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais.

Quais seriam as Metas?

A solução para cada um dos problemas é definida através de características da Situação Alvo.  Estas características devem estar sintonizadas com a Situação Sustentável, que é global.  Para os problemas prioritários de Minas Gerais podem se recomendar a definição das seguintes Metas, a título de exemplo:                                                                                       –  Na dimensão social:  Uma transformação da pirâmide social, com o estabelecimento de                                             fração do contingente da base da pirâmide integrada à produção e                                             com “renda familiar adequada” – ser definida.                                                                                 Valores de IDH a serem alcançados para cada município.                                                             Outros indicadores sociais como mortalidade infantil, escolaridade,                                             renda per capita regional etc.                                                                     –  Na dimensão ambiental:  Desmatamentos ocorridos; áreas reflorestadas naturais e                                                           industriais, vazões fluviais recuperadas,  extensão do                                                                   tratamento de efluentes, emissão de GEE, geração de energia                                                     eólica e solar instalada,  participação do consumo de                                                                     biocombustíveis, extensão de reciclagem, compostagem e                                                           reciclagem, etc.                                                                                                                                     Cometário:  A meta de desflorestamento de vegetação natural                                                    haverá de ser zero em curtíssimo prazo, diga-se 2 anos.             – Na dimensão econômica:  Definição de participação máxima de despesas de custeio nos                                                     orçamentos estadual e municipais.  Eficiência na arrecadação                                                       dos impostos e na cobrança do uso de águas.  Previsão de                                                             recursos para o Desenvolvimento Sustentável nos orçamentos.                                                   Instalação de geração solar fotovoltaica nos prédios da                                                                 administração pública.                                                                                                                         Mobilização dos comitês de bacias.  Intensificação do turismo.

Como financiar as ações do Desenvolvimento Sustentável?

Os recursos seriam reunidos de diversas formas:  Previsões orçamentárias do Estado e dos Municípios, racionalização dos gastos de custeio, participação no aumento de rendas com atividades existentes,  investimentos empresariais, cobrança pelo uso da água, ações de crowdfunding e trabalho voluntário.

Fica evidente a posição do Governo do Estado como Responsável pela articulação e gestão do Projeto de Desenvolvimento Sustentável.  Haver-se-á de estabelecer uma organização de coordenação.

Uma vez definidas as ações e equacionados os recursos requeridos para a execução são estabelecidos os marcos a serem alcançados, na medida da disponibilidade dos recursos.  Os marcos são metas intermediárias no trajeto do desenvolvimento.

Promoção e Monitoramentos continuados:  Apoio da população.

A gestão pública de desenvolvimento integrando as dimensões social, ambiental e econômica ainda não é prática corrente.  Seria mesmo pioneira.  Instituiria exemplos – benchmarks para outros estados ou regiões.

Por compreender a realização pela população – empresas e cidadãos – exigirá um esforço continuado de promoção e de demonstração de progressos.  Trata-se de um procedimento continuado de esclarecimento de ações, dos marcos a serem alcançados em prazos determinados, dos recursos planejados e de prestação de contas por ações executadas.

 

 

 

Projeto para o Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais. Situação Atual em 2015

No Comments

SituaçãoAtual em 2015.

O Estado de Minas Gerais é o segundo mais populoso do Brasil, com 20,73 milhões de habitantes em 2014, 84% urbanizados.  O Índice de Desenvolvimento Humano médio em 2010 foi 0,731, considerado “alto” e situado no nível do valor para o Brasil.  Os municípios de Nova Lima e Belo Horizonte alcançaram índices de 0,83 e 0,81, respectivamente, classificados “altos”. Mas, assim como em São Paulo, existem bairros pobres com índices baixos.  Belo Horizonte conta com 2.5 milhões de habitantes, aos quais se adicionam os dos municípios como Contagem, Noval Lima e Betim para compor uma grande Belo Horizonte.

Há no Estado 853 municípios e 31 cidades com mais de 100.000 habitantes.  88 municípios se situam em região com clima semi-árido na região norte do estado, ameaçada de desertificação.

O estado abriga 4 Regiões Hidrográficas:  São Francisco, Atlântico Leste – rios São Mateu, Doce, Itaúnas e Itabapoana – Atlântico Leste e Paraná – rios Grande e Paranaíba.  São ao todo 16 bacias hidrográficas.  Por sua importância para os regimes fluviais para além de suas fronteiras tem o cognome de “Caixa d’água do Brasil.  Resulta daí para o Estado uma Responsabilidade particular pelo abastecimento d’água, pela geração de energia e pelo clima na região, que ainda precisa ser melhor percebida.

Os biomas presentes no Estado são o Cerrado com a maior área, a Floresta Amazônica muito destruída, Campos e Caatinga.  Com as devidas restrições pode-se afirmar que Minas Gerais apresenta em dimensão reduzida os problemas de Desenvolvimento Sustentável de todo o Brasil.

Todavia Minas Gerais dispõe de uma economia sólida e bastante diferençada.  A mineração cobre um quarto da produção do Estado [ferro, manganês, ouro, níquel, nióbio, zinco, quartzo, enxofre, fosfato, bauxita, calcário]  Das atividades de transformação um terço são siderúrgicas – maior fabricante de aço da América Latina -, um terço automobilísticas e um terço de produtos de alimentação.  Minas exporta energia elétrica e cimento para outros estados.  Os potenciais de energia eólica e solar superam a capacidade de geração instalada nas usinas hidrelétricas.  Os principais produtos agropecuários são café, milho, soja, feijão, leite e lacticínios e frutas, além de carne bovina e frango.  Ainda se consome lenha de desflorestamentos.  Minas Gerais conta com uma estrutura de serviços de  comércio educação e  saúde e gestão pública.  Em particular o potencial de turismo pode ser ainda melhor explorado.

Da cena assim composta se depreende, que o principal problema do Desenvolvimento Sustentável do estado está no resgate dos contingentes ainda pobres, na finalização dos desmatamentos e no reflorestamento urgente.  Há de se supor que com a estrutura de gestão pública e os potencias humanos disponíveis a organização de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável e sua execução continuada depende apenas de uma mobilização.  Como se constatará ao detalhar a configuração de um Projeto de Desenvolvimento de Minas Gerais, o estado pode executar as ações com recursos próprios.

A cena atual deve ser documentada com mais detalhes para cada subdivisão regional, a fim de possibilitar o monitoramento dos progressos.  Com subdivisões se oferecem as bacias hidrográficas, para as quais, em tese, já existem Comitês de Bacia.

Projeto para o Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais – Ações.

No Comments

Projeto para o Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais – Ações.

Sobre a formulação do Projeto.

1.  O trabalho a ser discutido precisa evitar de ser só teórico, isto é, não resultar em mais que papel.

2.  Provavelmente um projeto para MG deverá ser dividido por bacias hidrográficas. É possível que já existam alguns Comitês de Bacias.  Então numa primeira fase os coordenadores de bacias precisariam ser convidados para tomarem conhecimento do propósito de desenvolvimento do projeto.

2.1.  As circunstâncias nas bacias devem ser muito desiguais.  Imagine os contextos no rio Doce, no rio Jequitinhonha, no rio São Francisco e Verde, no rio Grande e Paranaíba e nos rios que correm do sul de Minas para São Paulo e para o rio Paraíba do Sul.

2.2.  Aparentemente, isto viria a complicar a realização do Projeto.  Mas este teria de qualquer forma ter execução descentralizada.  E a concentração num foco e interesses locais favorece a mobilização e a motivação dos participantes e da Cidadania.  Uma série de trabalhos seria realizada em paralelo acelerando o progresso.

2.3.  Cada subprojeto teria a sua própria gestão e monitoramento.  E haveria um monitoramento central para o conjunto – do Projeto.

2.4.  Um objeto da organização é o financiamento.  Imagino que cada subprojeto organizaria um crowdfunding e ações voluntárias de envolvidos – administrações municipais, empresas, produtores rurais, cidadãos.                                                                                                     2.4.1.  Qualquer ação só deveria ser iniciada quando seu financiamento estiver esclarecido e assegurado.

2.5.  A segmentação haveria de ser estuda sobre um mapa do estado pela gestão central antes de se lançar o projeto e convidar os “periféricos” para uma primeira reunião.

2.6.  A organização de TI para este sistema de projetos faria parte da fase preparatória. Haveria uma rede, com divulgação de ações, resultados etc.

2.7.  As ações devem sempre objetivar um aumento de renda na bacia, tanto dos municípios como da população, para que haja interesse e consciência da importância das contribuições.  Então a incorporação de uma consultoria / assistência para aumento de produtividade agrária, como exemplo, seria bastante adequada.  Um dos medidores a serem monitorados seria o IDH de cada comunidade e bacia.  Isto poderá ser motivo para o Estado se interessar a contribuir efetivamente – materialmente.  Mas não deve ser simples obter e manter os dados.

2.8.  As faculdades devem desenvolver uma logística para o fornecimento de mudas e assistência.

2.9.  Quanto melhor o(s) projeto(s) obtiver(em) popularidade e impulso próprio(s), mais provável será que sobreviva(m) a mudanças de gestão por conta de eleições.

-.-.

3.  Tomado em conjunto isto significaria que se organizaria uma gestão e uma mobilização buttom-up orientada para o Desenvolvimento Sustentável de MG.

 

Sobre o financiamento e rendas geradas por um Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Estado Minas Gerais.

1.  Condições a serem almejadas:

1.1.  O Projeto deve ter, pelo menos em parte, fontes de financiamento próprias, para ser o mais independente possível das circunstâncias políticas. Algumas idéias:                                 –  Formação de fundos de desenvolvimento das bacias hidrográficas alimentados por municípios e empresas nelas domiciliadas.                                                                                     –  Cobrança por uso de água.                                                                                                             –  Participação em receitas criadas pelo Projeto, que serviriam para reinvestimentos pelos fundos.                                                                                                                                                 –  Crowdfunding público, através do qual qualquer cidadão poderá materializar o seu apoio.

1.2.  Recursos orçamentários – financeiros, materiais e pessoais.

Comentário:  O Projeto terá início, mas não fim.  Sustentabilidade significa continuidade infinita, auto-regeneração e equilíbrio.

 

Sobre atividades do Projeto geradoras de receitas adicionais.

O Projeto seria “recompensado” por “success fees”.  Atividades:

–    Turismos:  Histórico – cultural e gastronômico.                                                                                                      Deve ser possível cultivar uma imagem bem mineira de cozinha para                                        promover o turismo pelo Estado.  Exemplo:  Café da manhã com coalhada,                              pão de queijo, queijo de minas, doce de leite e outros doces, frutas etc. etc.                                a exemplo do que se tem no Sul, mas diferente.                                                                          Ambientalista:  Chapada da Diamantina, reflorestamentos, cultivos de                                         mudas de espécies nativas, Serra da Canastra – fontes do rio São                                               Francisco,  observação de animais,  Parques Nacionais, organizações de                                     conservação ambiental das bacias hidrográficas.                                                                                 Mote:  Minas das águas, da Floresta Atlântica e do cerrado, e das usinas                                               hidrelétricas.                                                                                                                            Mote:  Minas da biodiversidade.                                                                                                        Mote:  Minas do resgate social.                                                                                                    Desportivo:  Circuitos por MG de bicicleta e outros veículos.                                                        Produção: Automotiva, alimentação – pecuária, açúcar, etanol, aguardente,                                   café de qualidade – tudo com ênfase em proteção do solo, das águas,                                         biodiversidade e qualidade,  Aço Verde, minerações.                                                                      Mote:  Minas dos minérios – ferro, alumínio, (em Araçá?)                                                      Exportação de alimentos.  [Comentário:  por que não maior  exportação de                                  carne suína criada por produtores pequenos a médios em condições de                                      qualidade controlada e certificada, se porco é prato regional?]                                                Lazer e saúde:  Circuito das águas, [histórico e gastronômico, gemas,                                            artesanato].  Fazendas-hotel; hotéis e pousadas no entorno de represas.                              Estabelecimentos do próprio Projeto:  Central e periféricos, com                                                    demonstração das atividades e dos monitoramentos de progressos sociais –                              assentados em reflorestamentos e melhora de rendas, ambientais – ex:                                    volume e qualidade das águas, área reflorestada e produção florestal – e                                  econômicos – rendas de atividades criadas.                                                                                 Saúde Pública e educação:  Saneamento – tratamento dos esgotos,                                                  despoluição dos rios, reciclagem, compostagem, minimização de depósitos                                de resíduos sólidos.  Progressos na educação e no IDH.  Atividades de                                        municípios e mobilização local.                                                                                                             Mote:  Minas do Desenvolvimento Humano.                                                                             ——–

Comentário:  O turismo consciente e sistematicamente promovido para ajudar a                                            financiar atividades de Desenvolvimento Sustentável é, em si, uma                                            promoção do Projeto e um recurso de mobilização da sociedade em todos                                  os níveis.  As  atividades seriam observadas por um público numeroso,                                    aconteceriam em público.                                                                                           Comentário:   Poderiam ser conferidos prêmios a agências que comprovarem sucessos na                              atração de turistas estrangeiros.                                                                               Comentário:  O turismo já está razoavelmente a bem desenvolvido em Minas Gerais.                                  Todavia o esquema acima composto induz a impressão de que existem ainda                          grandes potencias a serem explorados mediante uma promoção sistemática e                          focada.  Esta promoção seria simultaneamente a promoção para                                                popularização da ideia do Desenvolvimento Sustentável do Estado e para a                              mobilização de ações distribuídas pelo estado.  A execução dos negócios de                              turismo cabe aos cidadãos empreendedores, e contribuiria para um                                            desenvolvimento econômico e social difuso.  Mas a sustentação de uma                                    promoção sistemática seria tarefa do  Poder Público, que seria beneficiado                              pelo aumento das receitas fiscais.

Mote abrangente:  Mineiro faça de Minas um local de Primeiro Mundo.

 

–    Outras contribuições para o Desenvolvimento Econômico Sustentável.

Os potenciais a seguida considerados têm em vista principalmente a geração de oportunidades de trabalho em pequenos e médios empreendimentos.  O objetivo é uma mobilização botttom-up.  Eventuais subsídios iniciais retornarão através do aumento da arrecadação fiscal pelo maior consumo e pelo aumento da produção.  Exemplos:

Reflorestamentos.  As atividades podem ser caracterizadas  como                                                 Reflorestamentos industriais,                                                                                                             Reflorestamentos de recomposição da natureza – exemplo:  áreas de Floresta                            Atlântica e Cerrado,                                                                                                                           Reflorestamentos de bacias hidrográficas:  Das nascentes e ciliares.                                           O resgate de espécies ameaçadas – ex: jacarandá, pau Brasil – haverá de ser                           considerado neste contexto.                                                                                                               Cada ação precisa ser cuidadosamente projetada,  inclusive a respeito de                                 assentamentos com cultivos e possibilidades de comercialização dos produtos.   Comentário:  Trata-se de um aspecto óbvio, mas mal percebido, que o Reflorestamento gera desenvolvimento econômico.  O Reflorestamento oferece oportunidades de trabalho remunerado para contingentes da base da pirâmide social.  Com remuneração adequada deixarão de serem recebedores de subsídios – bolsas.                                                                   Comentário:  A finalização dos desflorestamentos e os reflorestamento é Responsabilidade do Estado.  Representam desenvolvimento projetado.                                                                   Comentário:  Devido ao fato de o Estado de Minas Gerais abrigar as nascentes de diversos sistemas hídricos (regiões hidrográficas) – rio São Francisco, rio Grande e rio Paranaíba – os formadores do rio Paraná -, região Atlântico Leste e região Atlântico Sudeste, a Responsabilidade a ser desempenhada é fundamental para o equilíbrio do suprimento de água e o clima em grande extensão do território nacional.  Esta Responsabilidade não tem sido percebida e discutida.

Aço Verde:  Produzido com carvão vegetal de florestas cultivadas.  “Aço Verde”                           poderia vir a ser um produto certificado.

Geração com fontes renováveis:  Solar fotovoltaica, eólica e biomassas.  O                                     incentivo da primeira para instalação nos prédios das prefeituras produziria                           um comércio e serviços de instalação locais além de reduzir despesas nos                                 orçamentos municipais, assim liberando recursos para outras aplicações a longo                     prazo.  Trata-se de uma ação, que o governo do Estado ou a Cemig poderia                             assumir.

Expansão da produção de alimentos – para exportação.  (certificações                                           ambientais?)