Mês: abril 2015

Situação Ambiental Atual.

No Comments

Situação Ambiental Atual.

Serão anotados periodicamente dados sobre a situação ambiental  de sociedades / países:

Emissões de GEE, eficiência energética, desflorestamento, % de geração com fontes renováveis, reciclagem, pegada ecológica, etc.

Políticas Econômicas na Situação Sustentável.

No Comments

Políticas econômicas na Situação Sustentável. 2                                                            (  2  >  Situação Sustentável e Responsabilidade  – Referências Bibliográficas)

Sempre um dos principais objetivos de políticas econômicas é manter o equilíbrio na economia expressa pela conservação do poder de compra da moeda e da inexistência de crises conjunturais.  Os objetivos das políticas econômicas nacionais de todas as sociedades na Situação Sustentável terão de ser harmonizados objetivos globais da Situação Sustentável.  Então deverá haver instituições globais encarregadas das regulações, que se fizerem necessárias.  Hoje ainda não se discute este assunto, mas é imaginável que o FMI assumiria este papel.  É possível que não seja preciso desenvolver novos conceitos e teorias financeiras e fiscais para a gestão econômica da Situação Sustentável, mesmo que se aprenda a se orientar pela verdade que as necessidades de consumo globais são finitas.  Então bastariam ampliações e adaptações de procedimentos existentes hoje.  As regulamentações destinadas a prevenir crises causadas por ações irresponsáveis no âmbito das finanças, do crédito, também deverão estar aceitas por todas as sociedades.

Uma experiência de harmonização de gestões econômicas em âmbito reduzido está sendo vivida na integração econômica e política européia com a configuração da União Européia e a adoção de uma moeda comum, o Euro.  No estágio atual do desenvolvimento os acordos sobre instituições reguladoras fiscais, trabalhistas e sociais ainda enfrentam dificuldades políticas.  Maiores ainda serão as reticências por unificar critérios de regulação no âmbito mais amplo alcançando os Estados Unidos, a Austrália e o Japão, sem considerar ainda os países hoje com Ordem Política Autoritária.

Um problema ainda não trabalhado se apresenta na distribuição global das oportunidades de ocupação e renda.  A solução do problema do equilíbrio entre a oferta de trabalho e a disponibilidade de mão-de-obra ao mesmo tempo que se preveja uma renda mínima que financie um conforto eticamente aceitável em todas as sociedades provavelmente requererá novas instituições globais, digamos da Organização das Nações Unidas – ONU.  Poderiam passar a existir referências do tipo PIBMAX para as sociedades mais desenvolvidas, expressando um limite de consumo, e um PIBMIN para as sociedades mais pobres, expressando um consumo mínimo?  É previsível que uma premissa para que esta característica da Situação Sustentável possa ser alcançada seja, que sérias rupturas culturais tenham de ocorrer em todas as sociedades.  Como não se consegue antecipar o trajeto na direção de um equilíbrio entre as sociedades quanto à distribuição da produção e do consumo, também não são previsíveis políticas para a manutenção do equilíbrio.  Desta forma se identifica o problema da distribuição global das oportunidades de ocupação e renda como sendo o de solução mais difícil do Desenvolvimento Sustentável. 

 

Responsabilidade pelo Desenvolvimento Sustentável.

No Comments

A Responsabilidade por realizar a Situação Sustentável, a que garante as melhores condições de sobrevivência para a humanidade no futuro ilimitado, é de todos os seres humanos cujas atividades impactam a Situação Atual e o desenvolvimento.                     Então se exclui da Responsabilidade as comunidades autóctones, que vivem do extrativismo da mesma maneira como sempre viveram.  As suas ações não impactam ambientes naturais nem outras sociedades.

As sociedades que compartilham da exploração dos recursos naturais e da produção e distribuição de mercadorias têm uma Responsabilidade igual pelas futuras condições de produção e consumo.  Responsabilidade é uma categoria individual, uma atitude de querer fazer, indiferençável, indivisível, intransponível, não remunerável. Deste modo indivíduo é responsável por sua Pegada Ecológica individual, por seu consumo, pela destinação que dá a seus resíduos, pela atenção ao consumo de água e de energia, em resumo, por seus Comportamentos.  As empresas já são motivadas ao controle dos insumos por razões de custos e de resultados, além da concorrência e da imagem pública.  Como pessoas jurídicas elas são tão responsáveis por danos e incômodos causados como as pessoas físicas.  Note-se que todas as organizações, inclusive as públicas, são operadas por pessoas físicas.

Os poderes públicos são responsáveis pelas ações de desenvolvimento que ultrapassam os “objetos sociais” das empresas.  Só os Poderes Públicos detêm os recursos e a autoridade para ações que abrangem grandes extensões de território e numerosos contingentes humanos.  Assim a proteção de biomas, como das florestas, mangues e dos demais, o desenvolvimento social e a regulação dos fluxos financeiros a fim de prevenir crises só podem ser desempenhados pelos Estados. Só os Estado detêm o poder para interferências na geração de energia, destinadas a reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE -, e para Projetos Nacionais ou Regionais para o Desenvolvimento Sustentável.

Desde a Conferência Rio 92 a tecnologia evoluiu.  Hoje é indiscutível que os recursos técnicos para o Desenvolvimento Sustentável estão disponíveis.  Então o Desempenho da Responsabilidade pelo progresso no Desenvolvimento Sustentável pode ser aferido pela relação entre as ações desempenhadas e o potencial de ações possíveis dos indivíduos, das comunidades, das organizações e, sobretudo, dos Estados.

 

 

Problemas das Águas.

No Comments

Problemas com águas.

São dois os problemas a serem abordados em separado, embora também estejam inter-relacionados:                                                                                                                                         1.  Prolemas de disponibilidade de água para o consumo por humanos e animais e para              processos industriais.                                                                                                                   2.  Os problemas da poluição das águas.                                                                                                É evidente que a poluição doe recursos hídricos por eflúvios domésticos e industriais além de produtos químicos empregados na agricultura afeta negativamente a disponibilidade , em alguns casos de forma dramática.

Já ocorreram desastres ambientais em conseqüência do “manejo inadequado” de águas.  O secamento do mar de Aral, por terem sido as águas desviadas em excesso para a irrigação, talvez seja o mais contundente.  Entre muitos outros casos de mortes causadas por poluição, tornou-se famoso o envenenamento por mercúrio com ocorrências fatais na baía de Minamata, no Japão, de pessoas que se alimentaram com peixes e frutos do mar contaminados por efluentes industriais.

Noticiam-se ameaças para a agricultura, ou seja, para a alimentação, devido ao rebaixamento de lençóis freáticos, por exemplo na Índia e também em regiões dos Estados Unidos.  Também na Índia o rio Ganjes está deteriorado a cloaca.  Da mesma forma são alarmantes os estados dos sistemas de águas superficiais e freáticos na China.

Boas notícias são a recuperação das condições das águas nos rios Tâmisa, Sena e Reno na Europa.  Uma má notícia é o acúmulo de materiais plásticos com períodos de decomposição muito longos nos mares, onde causam vítimas nas faunas aérea e aquática.

Desenvolveram-se tecnologias para o tratamento de efluentes líquidos ao ponto de permitir o reúso.  Mas a crescente poluição por produtos químicos como anti-bióticos e outros fármacos, adubos, inseticidas e herbicidas representa um conjunto de problemas ainda não resolvidos.  Junto com materiais plásticos, alguns dos quais têm componentes tóxicos, reduzidos a partículas são ingeridos por animais na base da cadeia alimentar e acabam presentes nos alimentos humanos.

A terminação da poluição e a contenção dos riscos resultantes depende da adoção de Comportamentos adequados – responsáveis -, tanto pelos cidadãos como indivíduos, como nas posições ocupadas em organizações de produção e nas administrações públicas.

Quanto à disponibilidade, ao lado da racionalização do consumo, a principal atenção requerida coincide com a orientada para a contenção das Mudanças Climáticas:  Redução das emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE -, terminação de desflorestamentos e reflorestamentos, especialmente das florestas ciliares a partir das nascentes.

 

Problemas com Águas no Brasil

No Comments

Problemas com águas no Brasil.                                                                                              Enfatizando a conclusão:  Os Problemas são evitáveis e sanáveis através de Comportamentos adequados dos Cidadãos, das Empresas e do Poder Público.

Aprende-se na escola que                                                                                                                   –  o rio Amazonas é o mais caudaloso da Terra,                                                                               –  o Pantanal é o mais extenso bioma alagado da Terra,                                                               –  o rio São Francisco é o mais longo curso d’água totalmente nacional,                                       –  a seca é uma calamidade recorrente na região Nordeste – os açudes não resolvem o              problema,                                                                                                                                           –  existem aqüíficos extensos no subsolo da região Sudeste e também na região Nordeste,   –  mais de 70% da energia elétrica no Brasil é gerada nas usinas hidrelétricas, pelo que a          matriz energética do Brasil é aproximadamente 50% renovável.

Por outro lado pode-se lastimar que                                                                                                 –  os cursos d’água são de planalto com corredeiras e cascatas, justamente onde se oferecem oportunidades para aproveitamentos na geração hidrelétrica, mas só proporcionam condições para a navegação fluvial em casos excepcionais.  Uma é o rio Amazonas, que corta a Amazônia onde não havia consideráveis volumes de carga até se construírem terminais de ecoamento de grãos do Centro-Oeste.  O transporte no rio Paraguai, que deságua no Estuário do Prata, na Argentina, é pouco explorado.                                                 –  as secas contribuem para a miséria tradicional na região Nordeste.

A alta de oportunidades para melhorar as condições de vida causou as migrações de nordestinos, primeiro para a Amazônia Ocidental, atraídos pela exploração extrativista da borracha, e depois para a região Sudeste, quando a expansão da indústria nos anos 1960 causou também o crescimento explosivo de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro entre várias outras.  mas as migrações não eliminaram a pobreza.

Diante desta cena não havia a percepção da possibilidade da escassez de água para o consumo da população e o emprego na indústria.  Estabeleceu-se uma cultura de descuido do tratamento deste vital recurso, tanto quento ao consumo esbanjador, como quanto à poluição.

É verdade que a poluição causada pelas indústrias sucro-alcooleiras e papel e celulose foram praticamente eliminadas.  Mas o escoamento de eflúvios residenciais e industrias não tratados ainda é praticado em grande escala, como comprovam os lamentáveis estados da bacia do rio Tietê e da baía de Guanabara.  Não fossem poluídos os cursos d’água que banham São Paulo, antes piscosos, o ricos da falta d’água seriam superados com facilidade.

O desflorestamento das regiões das nascentes do rio São Francisco chega a por em risco a existência deste importante caudal, que foi navegável numa longa extensão.  Mas os vertedouros  dos reservatórios da usinas de Três Marias, Sobradinho, Itaparica, e do complexo Paulo Afonso / Xingó não vertem a muitos anos.  Não se explora o potencial de geração.    A proteção de nascentes e das matas ciliares consta no Código Florestal.  Mas a percepção das conseqüências da destruição da Floresta Amazônica só começou a se popularizar com a experiência do risco de abastecimento na cidade de São Paulo desde 2013.  Urge a execução de uma política de Desmatamento Zero.

A lição que se extrai desta cena é:  Com Comportamentos Responsáveis no consumo e distribuição d’água e no tratamento de esgotos, com a terminação dos desflorestamentos desnecessários e reflorestamentos, com o tratamento adequado das nascentes e terras ribeirinhas não haveria problemas com o abastecimento com água no Brasil.  Trata-se de uma tarefa da Política de Desenvolvimento Sustentável.  Com Projetos de Desenvolvimento Sustentável os problemas nacionais ambientais e sociais poderiam ser solucionados simultaneamente.

 

 

 

 

 

O Clima Acelera; as Soluções, não.

No Comments

O CLIMA ACELERA; AS SOLUÇÕES, NÃO.3                                                                         (  3  >  Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas )

Quando algo não progride, cabe perguntar pelas razões.  E não se chega muito longe quando se fica limitado a uma constatação de má vontade, ganância, irresponsabilidade, ou algo outro nas “outras partes”.  Cabe perguntar se a própria abordagem não contém algum defeito oculto.  Espero que os leitores concordem, pois de outra forma esta iniciativa estará condenada ao descarte, antes mesmo de concluída.

Pergunto:  É devido a algum acordo internacional que se têm desenvolvido atividades na direção da Sustentabilidade?  É por falta de acordos mais exigentes que não ser tem progredido mais ou se deixará de progredir?

Acredito que vocês possam concordar com a afirmação, que ações na direção do que se intui seja a Sustentabilidade, são motivadas por uma percepção de Responsabilidade pelas futuras condições de vida neste planeta.  Propõe-se que Sustentabilidade é a qualidade do que seria uma Situação Sustentável.  A limitação das emissões antrópicas de GEE – Gases Geradores do Efeito Estufa – à capacidade de sequestro da natureza faz parte dessa situação, evidentemente.  Mas se trata de uma meta parcial para o Desenvolvimento Sustentável: Limitar as Mudanças Climáticas causadas pelo aquecimento da atmosfera e dos mares em conseqüência das atividades humanas.

Acontece que Responsabilidade não é, por natureza, uma categoria negociável.  Cada um só desempenha as responsabilidades, que percebe, e isso voluntariamente.  E as responsabilidades não variam com o sujeito.  Por conseqüência a formulação “das responsabilidades compartilhadas, mas diferenciadas” é, conceitualmente, uma aberração.  Não há como negociar compromissos de ação responsável; todas as ações deveriam ser por si responsáveis…..com referência às conseqüências, sempre existentes no futuro.  De qualquer forma, as ações de países soberanos não são cobráveis.  Se estas afirmações forem consistentes, não há como esperar “resultados” da babilônica e bizantina discussão que se instalou desde 1992 na Cúpula no Rio de Janeiro.  Havia a intenção esperta de chantagear por subsídios  os países mais desenvolvidos .  Hoje está evidenciado que o Brasil não carece de “auxílios para o desenvolvimento”.

Qual seria a resolução do impasse para a aceleração do desenvolvimento na direção de uma situação socialmente e ambientalmente sustentável?  Resposta:  O desempenho voluntário do melhor esforço de contribuição possível, ou seja, da instituição do exemplo a ser seguido.  É esta a atitude que configura a liderança.  Neste sentido o Brasil ainda é vilão.

É vilão porque, como hoje muitos devem saber, dispõe das melhores possibilidades de sair da posição de um dos maiores poluidores para próximo da condição de sumidouro líquido de GEE num prazo bastante curto – antes de 2020 – a custos, melhor, investimentos muito baixos, sem comprometer o desenvolvimento econômico e até mesmo promovendo a ocupação e a renda.  No entanto, no Plano de Energia 2030 a energia eólica ocupa uma posição marginal, mas se prevê a instalação de muitas usinas hidrelétricas na Amazônia, cultivando o sofisma de que se geraria energia limpa por desconsiderar o efeito de destruição da floresta.  Da mesma forma mesmo o Estudo de Baixo Carbono para o Brasil 2010, executado pelo Banco Mundial foi forçado pelas autoridades a considerar um desmatamento considerável ainda durante a década 2020.  Trata-se de uma condição de vilão soberana a serviço, não da sociedade, mas de interesses que muitos também conhecem.

Então, não dá mais para esperar para “ver em que dará isso tudo”, mas cabe agir, para que todos se empenhem cada vez mais.  Como?  A primeira vista parece que o cidadão não tem poder nenhum para induzir uma mudança no comportamento das autoridades.  Todavia, no Egito e na Tunísia acabaram de provar que ser difícil não significa ser impossível.  O que aconteceria se os cidadãos se mobilizassem para uma pressão sobre as autoridades através das ONGs, dos jornalistas “especializados” e de manifestações de indignação pela condição de vilão?

 

 

 

 

 

Política Energética Sustentável

No Comments

Política energética sustentável.3                                                                                          ( 3  >  Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas )

Uma política energética sustentável considera simultaneamente  a Segurança do suprimento de energia, as mudanças climáticas e a sustentabilidade social.

Na cena global está consolidada a percepção de que o problema da segurança do suprimento de energia e o problema das mudanças climáticas estão indissoluvelmente imbricados, precisando ser solucionados de forma coordenada.  Em geral escapa ainda uma terceira dimensão, a dimensão social da ocupação com renda compatível com um nível de conforto desejável.  As ações orientadas para a solução destes três problemas seriam parte importante de uma política econômica, social e ambiental, ou seja, de uma Política para o Desenvolvimento Sustentável.  Entende-se que numa Situação Sustentável a economia seria obrigatoriamente “Verde”, o que significa “de baixas emissões de gases causadores do efeito estufa”.  No ambiente global entende-se também, que Economia Verde e eliminação da dependência dos combustíveis fósseis são “sinônimos” para uma mesma meta.  E entende-se ainda, que a mitigação dos riscos climáticos é uma meta por natureza global.

Sobre abordagens e tecnologias.

Em grande parte os recursos tecnológicos e financeiros para uma Política Energética Verde existem.  Pode-se afirmar, que a indústria dos transportes ainda resiste à passagem aos acionamentos híbridos e elétricos para veículos com peso reduzido.  Espera-se também por uma forte evolução na tecnologia dos biocombustíveis.  Existem grandes espaços para a redução do consumo, tanto na área predial como no aumento da eficiência energética, ou seja, na redução do insumo de energia por unidade de produção.  Estes efeitos seriam produzidos de forma “difusa” na sociedade e com tanto maior volume e prontidão quanto melhor forem incentivados por iniciativas governamentais como incentivos fiscais e financiamentos, além de normatizações.  Com esta reestruturação as sociedades desenvolvidas conseguiriam manter a ocupação, talvez mesmo elevar o PIB, com simultânea redução do consumo de energia.  São noticiados potenciais de redução de consumo entre 20 e 40% nas sociedades desenvolvidas, com correspondente redução da queima de carvão, gás e petróleo.  Além da redução  do consumo acelerariam a participação das energias limpas nas suas matrizes energéticas na medida em que investirem na geração eólica e solar, além da geração com biomassa.  Nesta abordagem resumida não se descarta a aplicação de geração nuclear, mas se a reserva para casos excepcionais.

Sem margem de dúvida a grande surpresa no contexto da geração de energia é o desenvolvimento alcançado no aproveitamento da energia dos ventos.  As potências unitárias e as eficiências aumentaram a ponto de possibilitar a execução de grandes projetos com preços da energia comparável com a energia produzida com carvão e gás natural.  Adicionalmente, o preço é previsível, porque independe dos preços de commodities e do câmbio, o prazo de implantação é curto – de um a dois anos -, fator importante para a rentabilidade dos investimentos, e a geração não compete com o uso da terra e da água.  Importante também é que não causa interferências em florestas.  Além das vantagens econômicas e ambientais ainda cria ocupação local.

Na Dinamarca, que liderou o desenvolvimento tecnológico, 20% da energia consumida é de origem eólica tendo-se explorado não mais de 20% do potencial.  Em dias com  fortes ventos toda a energia consumida na Dinamarca é gerada por suas 5.000 turbinas.  Lester Brown afirma, em Plan B3.0, que toda a energia consumida nos Estados Unidos poderia ser captada dos ventos e do sol, inclusive a que alimentaria os veículos com acionamento híbrido e elétrico. As empresas européias fabricantes de turbinas eólicas estão instalando fábricas nos Estados Unidos para explorar este mercado.  A reformulação da matriz energética exige também uma nova estrutura do sistema de transmissão e de distribuição, com grandes demandas de mão-de-obra.  Além de resolver o problema da poluição atmosférica a energia eólica, em conjunto com a energia solar, tornariam os Estados Unidos independentes da importação de petróleo.

No momento o líder no investimento em energia limpa é a China, tanto na energia eólica, como na energia solar e na energia nuclear, mesmo ainda aumentando a queima de carvão. Na China já existiam mais de um milhão de empregos nos setores de energias renováveis, com acréscimos de 100.000 por ano. A China, confrontada com uma massa de população pobre e, tendo um governo autoritário decidido de resgatar centenas de milhões de seus habitantes da pobreza, é benchmark no desenvolvimento econômico e social, mas também no desenvolvimento ambiental.  A eficiência energética da economia chinesa tem feito surpreendentes progressos, embora partindo de uma base muito baixa.  Pode-se afirmar que a China executa um Projeto para o Desenvolvimento Sustentável.  Observa-se que não existe o problema da transferência de tecnologia tão presente nos discursos ainda nos na última década do século XX.

Da cena no Brasil.

Como está o Brasil nesta cena?  Não há dúvida a respeito de que no mínimo 20% da energia consumida poderiam ser economizados, mas não existe ação do governo neste sentido. Esta economia corresponderia a cerca de 30% da potência instalada.  Não haveria, portanto urgência na instalação de novas capacidades de geração, caso se incentivasse a redução do consumo.  A indústria por razões de competitividade acompanhará os esforços internacionais de melhoria da eficiência energética.  O mesmo pode ser previsto para a evolução dos transportes.  É quase inacreditável que não exista uma política de incentivo à geração térmica com bagaço de cana, tendo em vista que o potencial é avaliado em 14.000 MW, a sua exploração dispensaria linhas de transmissão extensas e o aumento da renda das usinas beneficiaria a competitividade do açúcar e do etanol, além de ser energia verde. Ainda mais absurda é a desatenção à exploração do potencial de energia eólica, estimado em 140.000 MW, mais que toda a potência instalada, principalmente no Nordeste, sabidamente carente de energia.  O custo da energia resultante do primeiro leilão esteve no nível praticado para pequenas centrais hidrelétricas.  Atualmente já está próximo ao custo contratado em novas grandes usinas hidrelétricas, e não precisará incorporar o custo da transmissão devido à proximidade aos consumidores, nem as respectivas perdas.

A determinação do governo de instalar usinas hidrelétricas na Amazônia baseia numa percepção superada, que só se mantém devido à desatenção da sociedade.  Não há como negar que a sua prática é mais prejudicial ao Meio Ambiente que a geração eólica e que não contribui para o desenvolvimento da indústria nacional.  Uma quebra dos paradigmas de percepção e uma orientação pelos exemplos – benchmarks -, proporcionados por outras sociedades, deve ser possível também nas democracias.

 

 

 

 

Auto-compreensão do Cidadão por Responsabilidade

No Comments

Sobre a auto-compreensão do Cidadão por Responsabilidade. 4                            (  4 >   Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas )

Numa retrospectiva futura o desempenho do Cidadão por Responsabilidade será avaliado pelo tempo despendido no cumprimento de sua missão de realizar a Situação Sustentável.

Estando disponíveis os recursos tecnológicos e materiais, o seu desempenho resultará da energia desenvolvida nas iniciativas próprias e no exercício da liderança pelo exemplo, motivado por sua percepção de Responsabilidade.  Os Cidadãos por Responsabilidade não dispõem de outros instrumentos para mobilizar as suas sociedades para as ações necessárias ao longo do Desenvolvimento Sustentável.  E, tratando-se de uma tarefa global com ações locais, é impossível que surja algum líder carismático ao qual se possa, por alienação, “delegar” a Responsabilidade própria.

A experiência acumulada no trajeto já percorrido na direção para a Situação Sustentável indica que o desenvolvimento resulta de empenhos coletivos e “buttom-up” da Sociedade Civil.  Isto significa que o tempo despendido até à realização de uma Situação Sustentável dependerá do desenvolvimento da própria Sociedade Civil.

Entende-se que o desenvolvimento da sociedade será tanto mais rápido quanto maior for o número de Cidadãos por Responsabilidade atuantes.  Acontece que percepção da responsabilidade na consciência das pessoas resulta de uma catálise em que participam características individuais, a cultura, conhecimentos e experiências da realidade tecnológica e institucional.

Apresentando atividades já desempenhadas e atividades pendentes, destilando um perfil do Cidadão por Responsabilidade e oferecendo perspectivas do rumo na direção de uma Situação Sustentável e do rumos do desenvolvimento simultâneo da própria sociedade, procura-se contribuir para uma consolidação da auto-imagem do Cidadão por Responsabilidade.

Comportamentos na Situação Sustentável

No Comments

Dos Comportamentos na Situação Sustentável.

Em princípio especular sobre comportamentos futuros dos cidadãos é temerário, como o é qualquer prognóstico.  Mas desde que se admita que a Situação Sustentável seja realizada e depois, por definição, conservada, pode-se inferir algumas condições sobre os comportamentos para tal necessários.  Tais comportamentos serão formados ao longo do Desenvolvimento Sustentável, quando contribuirão para o Desenvolvimento Sustentável Difuso.  Expandindo-se ao longo desse percurso, em seguimento dos exemplos desempenhados pelos Cidadãos por Responsabilidade, acabam se tornando hábitos da maioria, instituições informais e configurando uma Cultura na Situação Sustentável.  A imagem mental desta cultura orientaria os esforços de Educação.

Quais seriam os comportamentos dominantes dos cidadãos como consumidores?  Esta poderia ser a questão mais importante, pois todas as atividades de produção se orientam pelas demandas dos consumidores.

Dir-se-ia que o consumidor na Situação Sustentável                                                                     –  contribuiria para a minimização da pegada ecológica                                                                 —  evitando os desperdícios de alimentos,                                                                                       —  priorizando alimentos vegetais,                                                                                                     —  controlando o consumo de água e energia,                                                                                 —  zelando pelo descarte seletivo dos resíduos, para que sejam encaminhados ao reuso e à reciclagem,                                                                                                                                           —  evitando o consumismo e o descarte,                                                                                           —  evitando a poluição do Meio Ambiente,                                                                                       –

Dir-se-ia que na produção                                                                                                                 –  minimizaria o consumo de água, energia e materiais,                                                                 –  minimizaria as emissões de GEE, inclusive na agropecuária,                                                   –  minimizaria os dejetos líquidos e os resíduos sólidos,                                                               –  zelaria pelo tratamento dos esgotos minimizando a poluição das águas,                                 –  daria prioridade à geração de energia elétrica com fontes renováveis de Energia,                 –  observaria as “boas práticas recomendadas”,                                                                             –

Dir-se-ia que como cidadão                                                                                                                 –  seria consciente de suas responsabilidades pelo funcionamento da sociedade,                       —  pagando os impostos, taxas e contribuições,                                                                             —  observando as leis,                                                                                                                         —  participando das discussões sobre as necessidades comuns,                                                   —  participando das eleições,                                                                                                             —  controlando os representantes eleitos a respeitarem os orçamentos e os pressionando a executarem os projetos aprovados,                                                                                                 –  apoiaria o princípio da “ocupação e da renda adequadas” para condições de bem-estar eticamente aceitáveis em âmbito global,                                                                                         –  empenhar-se-ia pela preservação dos biomas e das espécies vivas,                                       –  seria incondicional defensor do princípio da Paz e da Vida como Valor Supremo,                   –

Observa-se que nesta tentativa de previsão a maioria dos comportamentos são recomendados pela educação tradicional.  Inovação é a percepção dos limites globais de produção a percepção mais acurada e da responsabilidade social e ambiental global.

Da meta necessária do Desenvolvimento Cultural

No Comments

Da meta – necessária – do Desenvolvimento Cultural 2.                                                [  2 >  Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas ]

Pode ser considerado espantoso o aumento dos conhecimentos disponíveis e das percepções desenvolvidas sobre os problemas da Sustentabilidade num curto período histórico de pouco mais de 20 anos, contados a partir da Conferência Rio 92.  Mas há ainda um caminho a ser percorrido até o estabelecimento de uma cultura correspondente à Situação Sustentável.  Numa tentativa de enumerar os obstáculos a serem vencidos constam:

–  O compromisso com a Vida como valor supremo.                                                                        Esta percepção é a condição para a Paz Universal.  Depois das catástrofes das grandes    guerras na Europa e na Ásia no século XX, seguidas pela revolução na China e pela guerra    na Coréia e no Vietnã, a condição de paz fez progressos significativos apesar das  intervenções no Iraque e no Afeganistão e de convulsões na África.  Hoje as disposições      radicais nos países de cultura islâmica representam os obstáculos mais sérios,  desconsiderando os problemas da Rússia com a Ucrânia.

–  A aspiração pelas liberdades democráticas e o desempenho das responsabilidades dos        dos cidadãos.                                                                                                                                        O ordenamento político da democracia com interferências do governo no regime de          mercado foi adotado por muitos países, em particular após à implosão da União Soviética, que praticava uma economia de planejamento central.  Todavia observam-se retrocessos, por exemplo, na América Latina e dificuldades na superação de tradições autoritárias em várias outras regiões.  Ainda prevalece a percepção de que a participação dos cidadãos se resume ao exercício do voto.  Um sintoma é a fraqueza da manifestação de repulsa à corrupção.  Todavia, o abandono da tecnologia nuclear na geração de energia e a migração das fontes fósseis para fontes renováveis foram impostos na Alemanha foram pela vontade popular.

–  A percepção como direito humano da possibilidade de desfrutar de um nível de vida  digno com a renda do próprio trabalho.                                                                                            Do estabelecimento desta percepção resultariam novas abordagens para a distribuição  da  produção e do comércio global.  O cálculo do IDH seria reformulado, caso este conceito    fosse adotado.

–  A percepção de que a transgressão de “boas regras consagradas” nas operações    comerciais, particularmente nas de crédito, configuram crimes contra o bem-estar público,  e seriam passíveis de pesadas punições.  No passado recente causaram uma grave crise  econômica.

–  As percepções relativas ao Desenvolvimento Sustentável Ambiental são as que melhor se  desenvolveram até agora.                                                                                                        Mesmo assim há ainda muitos obstáculos a serem superados na preservação de biomas, na  moderação da pesca, no contingenciamento da caça, na poluição dos mares, devido a  resistências de interesses econômicos estabelecidos.

–  No desenvolvimento das percepções de responsabilidades pelo bem-comum num longo  horizonte de prazo.                                                                                                                          Os cidadãos ainda não chegaram ao ponto de se mobilizarem para exigir dos seus  representantes as Políticas para o Desenvolvimento Sustentável.  É óbvio que esta  compreensão não pode ser esperada dos contingentes pobres, que lutam pela  sobrevivência diária.  Cabe aos contingentes melhor situados e instruídos se empenharem  pelo Desenvolvimento Sustentável

De uma evolução desejável.

Uma cultura desenvolve-se espontaneamente; não há como ser projetada.  A divulgação de novos conhecimentos sobre as condições da sustentabilidade da vida da humanidade provocou mudanças consideráveis nas instituições e nos comportamentos em muitos países, particularmente nas sociedades mais desenvolvidas.  Os novos recursos de comunicação, principalmente a televisão, contribuíram decisivamente para a divulgação dos conhecimentos e notícias sobre acidentes e catástrofes climáticas.

A característica fundamental da prática do Ordenamento Político Democrático é o controle dos representantes eleitos pelos cidadãos.  Existe ainda um espaço para o desenvolvimento desta prática, quer dizer de desenvolvimento dos regimes democráticos, tanto na imposição de comportamentos adequados dos representantes eleitos, como na cobrança do atendimento a necessidades presentes e finalmente na imposição de ações para o Desenvolvimento Sustentável.  Em todas as sociedades também existe a necessidade de aperfeiçoar a comunicação dos Poderes Públicos com a sociedade sobre a execução dos orçamentos, os progressos nos projetos e o desenvolvimento de objetivos.  Quanto mais “transparente” for a administração, mais a cidadania estará motivada a contribuir e apoiar.  A atitude de manifestação da cidadania poderia se transformar num hábito.  Na situação atual a mobilização dos contingentes conscientes da sociedade hoje já está muito facilitada, pela disponibilidade ubíqua dos recursos de comunicação da internet, em comparação com os ambientes sociais ainda dominantes quando se celebrou a Conferência Rio 92.

Parece então lícito esperar que progressos estabelecidos inicialmente em alguma sociedade venham ser adotados pelas demais e que o Desenvolvimento Sustentável ganhe maior impulso.

É indiscutível, que os sistemas de educação têm uma influência decisiva sobre a evolução da cultura.  A formação do cidadão ocorre na família, nas escolas, no convívio em sociedade e na atividade profissional.  E a conscientização das responsabilides é tão importante quanto a aquisição de conhecimentos, como se destaca acima nas metas de um Desenvolvimento Cultural necessário.  É a percepção das responsabilidades que induz as atitudes para ações.  Entretanto, o desempenho de responsabilidades ainda é pouco presente nos currículos escolares.