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Sobre Progressos no Trajeto para uma Cultura do Equilíbrio Econômico em fim de 2015.

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Considerações sobre Progressos no Trajeto para uma Cultura na Situação Sustentável em fim de 2015.  [Parte IV]  –  Cultura do Equilíbrio Econômico na Situação Sustentável.

Introdução.

Todo desenvolvimento precisa ser monitorado de tempos em tempos para poder ser compreendido.  Assim acontece com projetos e políticas.  O monitoramento se procede com foco nas metas e marcos de uma programação.

Acontece que uma Cultura é uma categoria difusa.  Como ficou definida em “Cultura na Situação Sustentável”, um post no site http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/ , a Cultura  consiste das instituições informais que condicionam as percepções, as atitudes e as ações das sociedades.  Então o desenvolvimento de uma cultura não é quantificável.  Apenas é possível verificar mudanças em aspectos, que supostamente estariam presentes numa cultura futura.

Este propósito é ainda mais dificultoso por duas razões:                                                             –  –  Primeiro porque ainda não existe um entendimento, uma visão, do que seria um comportamento na Situação Sustentável.                                                                                          –  Segundo porque uma Situação Sustentável é por definição global, mas os comportamentos ocorrem no âmbito de cada sociedade.  Uma cultura global comum a todas as sociedades há de ser considerada uma utopia.

Todavia é possível descrever algumas mudanças de percepção a respeito de características da Situação Sustentável, como:  Paz, pobreza/ocupação, meio ambiente – energia e biomas -, equilíbrio econômico, democracia, …..

 

Sobre percepções referentes ao equilíbrio econômico.

Das dimensões da Situação Sustentável – ambiental, social e econômica – à última se dá a menor atenção. [Vide Harald Hellmuth “Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável” Tomos I – 2012 e II – 2015]   Não há ainda um trabalho acadêmico sobre a economia financeira numa Situação Sustentável, quando as dimensões ambiental e social estariam realizadas.  Numa Situação Sustentável a economia de produção seria “verde”, ou seja, “de baixo carbono”, estaria estabelecida no âmbito global a Renda Adequada, estarão respeitados os limites de reprodução de recursos naturais – Footprint < 1 -, o crescimento econômico nas sociedades com “economias saturadas” estaria limitado pelo crescimento nulo do consumo, a poluição ambiental estaria abaixo da capacidade de absorção pela natureza.  Estas são características abordadas ao longo das considerações no site-blog  http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/   A falta de manifestação de curiosidade acadêmica pode ser uma consequência da circunstância de faltar uma visão de “Situação Sustentável” como meta, apesar do inflacionamento do uso das palavras “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável”.

Existe uma preocupação com o equilíbrio econômico manifestado nos trabalhos sobre os ciclos econômicos caracterizados por períodos de crescimento e euforia seguidos de fazes de regressão – depressão.  Nas primeiras ocorrem inflações; nas segundas deflações.  Na regressão ocorre o desemprego com acentuação da diminuição do consumo.  Teme-se a progressão do processo até uma situação de desemprego em massa e miséria.  Por isso as políticas econômicas atuais visam uma moderada inflação – no entorno de 2%aa., tendo abandonado a meta da preservação do poder de compra das moedas.  A experiência da grande depressão e inflação ocorrida em 1919 motiva este posicionamento.  E deu a Keynes a inspiração para a formulação de políticas monetárias anticíclicas.

De fato a aplicação do receituário de Keynes ajudou a dominar desequilíbrios entre oferta e demanda.  Mas políticos procuraram se valer de seus argumentos para expandir benesses sociais para além da capacidade de arrecadação dos Estados, causando déficits orçamentários motivados por consumo superior à produção de bens e serviços.  Acumularam-se dívidas públicas levando alguns países à “falência”.  O exemplo mais noticiado é a Grécia.  A lição do efeito nocivo de déficits públicos acumulados, ou seja, de que é imperiosa a meta do equilíbrio orçamentário, a duras penas está sendo aprendida não só na Grécia, como também na Espanha, em Portugal e na Irlanda, sem esquecer a Itália e a França, onde as restrições de gastos aos valores previstos pela receita fiscal ainda enfrentam resistências.  Evidentemente, o abandono do costume de contrair dívidas para “completar o orçamento” causará uma contração do mercado financeiro, com uma muito saudável redução dos juros.

Outra crise de natureza muito diversa foi desencadeada – em 2008/09 – pela concessão de créditos a tomadores reconhecidamente incapazes de saldá-los nos Estados Unidos.  Tais créditos viciados – “podres” – foram depois repassados através de manobras fraudulentas.  Instituições de crédito, sequiosas em exibir resultados geradores de premiações exuberantes aos executivos endividaram-se além das proporções recomendadas pela experiência de gestão de riscos.  Esta estrutura virtual de créditos “contaminados” e dívidas financeiras ruiu, causando uma interrupção dos fluxos de crédito, paradas de produção e desemprego.  Os bancos acabaram sendo resgatados com recursos públicos.  Recursos públicos também foram injetados em economias para incentivar o consumo e recuperar os empregos.  Os atores/autores de um processo criminoso e perverso causador de danos à população não foram chamados a juízo.  Mas se aprendeu que “as boas práticas recomendadas” precisam ser observadas.

Estamos diante da formação de duas instituições informais que deverão prevalecer no ambiente da economia globalizada a fim de manter o equilíbrio econômico nas sociedades:  A atitude de prevenção contra desequilíbrios fiscais e a necessidade da observação de “boas práticas consagradas” nos negócios particulares e públicos.  Mas falta a formação de uma consciência (instituição informal) – e sua inclusão nos compêndios – que a “economia financeira” existe para servir à “economia de produção”, e não para simplesmente fazer “dinheiro gerar dinheiro”.  As empresas financeiras estão assemelhadas a instituições públicas, pela influência que têm sobre o bem-estar geral.

Ética dos Comportamentos na Situação Sustentável.

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Ética dos comportamentos na Situação Sustentável.
De passagem pela Livraria Cultura vi um livro, exposto no corredor de entrada,  cujo título não recordo,
sobre os preceitos éticos contidos na Torá.  Folheei.  O índice contém 52 capítulos, um para cada semana,
e uma afirmação para cada dia.  É muito interessante.  Mas também muito volumoso; porisso não comprei.
Eu penso, que os critérios éticos são universais, e que, por motivos que não sei explicar, nascem iguais em
todas as culturas.  Para nós participantes da cultura ocidental os registros escritos judaicos foram diretores. 
Não menos os dos gregos.  De alguma forma estão relacionados à conservação da paz interna das populações e, portanto, à sobrevivência.
Eu penso ainda, que a educação condicionante da ordem, da propensão – ou mesmo sonho – a adquirir mais
conhecimentos e habilidades e na conseqüência gerar melhores condições econômicas para família e país
começa por aí.  Isto significa, que a formação da Cidadania acontece no âmbito familiar, na educação doméstica.  É fácil identificar que filhos de pais pouco instruídos têm maior dificuldade de passar pela
barreira da inércia espiritual.  Mas os pobres – e circunstancialmente incompetentes – em geral são “bonzinhos”.
Alguns filósofos escreveram palavras, que me parecem vaidosas – sobre a natureza dos humanos.  Não me
recordo de uma palavra que tivesse identificado os mais capacitados e dotados pelos absurdos bárbaros e
desrespeitosos com a vida cometidos ao longo da história.  Atualmente, as matanças no Oriente Médio são
instigadas por indivíduos instruídos e sofridos palas pessoas simples.  Recalques e a soberba – um dos sete pecados capitais – sempre estão presentes no perfis dos instigadores.
As verdades sobre comportamentos são simples; não ocorrem novidades em relação ao que foi registrado por
pessoas milênios atrás, seja por qual motivação que tenham tido.  É como a lei da gravidade, da relação entre
força e movimento, descoberta no século XVIII, se não me engano.
Numa Situação Sustentável, não precisará apenas haver equilíbrio entre emissões de gases causadores do efeito estufa e a capacidade da natureza de sequestrá-las, conservação da biodiversidade e eliminação da pobreza, mas também uma cultura que mantenha os comportamentos humanos voltados ao equilíbrio e à paz.  Muito curiosamente, nada de novo precisa ser inventado para isto.  Eu fico impressionado com o fato de que foi preciso um “desenvolvimento espiritual” até um tal de Iluminismo, para no século XVIII um tal de Emmanuel Kant formular que os humanos têm a capacidade de distinguir entre acerto e malfeito por si mesmos, quer dizer em estado de liberdade.  É lastimável, que ele não tenha também formulado a Responsabilidade por procurar as ações certas.  Não sei se esta obrigação é articulada em algum lugar, ao lado das recomendações éticas.  Na época de Kant havia súditos; estes obedeciam.

Trajeto do Desenvolvimento Social Sustentável.

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Trajeto do Desenvolvimento Social Sustentável.

Introdução.

Como o bem-estar ou conforto é a razão de todas as atividades, é imediato que a dimensão social estaria no centro das considerações sobre o Desenvolvimento Sustentável. O desenvolvimento ambiental é uma condição e o desenvolvimento é instrumental. Por isso interessa compreender o trajeto da Situação Social Atual para a Situação Social Sustentável e as ações cabíveis em cada etapa para abreviar esta transição.

Considerações gerais.

A identificação das características na dimensão social de uma Situação Sustentável é um primeiro passo e imprescindível para o planejamento do Desenvolvimento Social Sustentável. Destas características pode-se afirmar sem risco de erro que
– a extinção da miséria, com fome e doenças como principais sintomas, não é questionada; há engajamentos e progressos vêem sendo alcançados.
– a possibilidade de sustentação de um bem-estar eticamente aceitável nas bases das pirâmides sociais com renda de trabalho não consta nem entre as oito Metas de Desenvolvimento do Milênio – MDG – da Organização das Nações Unidas – ONU -, nem das estatísticas que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – da PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Assim mesmo, pode-se considerar que a (meta da) “renda adequada” seja uma conseqüência. É tematizada na Declaração dos Direitos Humanos da ONU.
– as possibilidades da ascensão social viriam a seguir.

O Desenvolvimento Social Sustentável parte da Situação Atual de cada localidade / região / sociedade. As mais graves ocorrências de miséria estão presentes na África subsaariana e no sul e sudeste da Ásia. No primeiro caso as ações mais urgentes têm foco no combate a doenças, como malária, tuberculose, AIDS, entre outras, e á melhora da produtividade da agricultura familiar. No segundo se impõe a redução da fertilidade – do crescimento da população – e o provimento de oportunidades de renda por trabalho nos grandes aglomerados humanos.

A disposição das sociedades mais desenvolvidas de conceder “rendas adequadas” aos produtos dessas – e das demais – populações pobres em muito ajudaria ao resgate da miséria num horizonte de prazo estimado 20 anos. Regras de remuneração adequada ainda não são seriamente aventadas. Elas haveriam de passar a integrar regulações na economia liberal de mercado global. Beneficiariam estimativamente 900.000 seres humanos. Igualmente, doações filantrópicas são necessárias numa primeira fase de resgate da miséria, a fim de condicionar a população ao esforço de auto-desenvolvimento.

Fases no trajeto do Desenvolvimento Social Sustentável.

Em termos de princípios, podem se distinguir as seguintes fases, mesmo que se sobreponha nas circunstâncias reais:

Fases                                                                             Ações características

1. Presença de fome e                            >                    Doações filantrópicas / paternalistas
doenças endêmicas.                                                      “ajuda ao desenvolvimento”, com
apoio à gestão
Terminação do extrativismo depredador                                                                                         e do desflorestamento

2. Trabalho de baixa produtividade   >                     Remuneração adequada
e conteúdo de conhecimento.                                     Subsídio ao consumo
Exemplos:                                                                     Redução do número de dependentes por
– extrativismo com silvicultura                                  família
– pequena produção agrícola                                      Valorização das mulheres
– produções para exportação                                     Redução da mortalidade infantil
exploradoras do baixo custo
da mão de obra                                                          Disponibilização de energia gerada com
– investimentos na estrutura                                     fontes renováveis
econômica (ex: estradas)
– reflorestamentos

3. Evolução do mercado interno,       >                     Disponibilização de energia,
Trabalho com produtividade                                     de oportunidades de trabalho e da
mais alta.                                                                      capacitação / educação.
Construção de moradias – desfavelização.
Intensificação do saneamento
Extinção do analfabetismo
Industrialização

4. Emergência da Cidadania               >                     Intensificação da escolaridade
(Haverá oferta de trabalho para todos?)                                                                                          Seguridade social estabelecida                                                                                                            Desenvolvimento tecnológico

5. Situação Sustentável com              >                      Manutenção das instituições e dos
Cultura (na Situação                                                    equilíbrios na Situação Sustentável
Sustentável)

 

Programação do Desenvolvimento Social Sustentável.

Como extensão – demora – de cada fase pouco se pode antecipar. Ela depende das circunstâncias vigentes e do empenho em projetos pelos Governos. A China, que hoje pode ser localizada na fase 3, precisou de cerca de 50 anos para alcançar o estágio atual, desde que o governo iniciou um Projeto de Desenvolvimento.
Seria desejável, que as prevalecentes situações de miséria nacional fossem resgatadas em 15 anos. No Brasil esta meta é perfeitamente realizável.
A expectativa da demora de duas gerações de 20 anos para o percurso da fase 3. à fase 5. seria demasiadamente otimista?

O que se pode aprender?

Da tentativa da descrição de etapas no Desenvolvimento Social Sustentável pode-se depreender:

– Existe uma interdependência do Desenvolvimento Social com o Desenvolvimento Econômico no sentido de aumento da produção por habitante – PIB/h -.
– A velocidade de progressão do PIG/h diminui na medida em que o desenvolvimento avança. Assim se observa na China.
– Acontece uma evolução das exigências de qualificação / educação ao longo do trajeto.
– As fases de desenvolvimento se superpõem.
– Não haverá uniformidade de desenvolvimentos individuais e, portanto, de igualdade de rendas numa sociedade.
– A aproximação dos PIB/h das sociedades mais pobres aos valores de PIB/h das sociedades já desenvolvidas é limitada, talvez com algumas exceções como a Coréia do Sul.
– Em grandes países haverá regiões em diversas fases de desenvolvimento social e econômica.
– Os Projetos de Desenvolvimento Sustentável haverão, forçosamente, de ser diferenciados por regiões.
– Em virtude de os trabalhos com maior produtividade serem industriais – produção e serviços – haverá uma tendência à urbanização durante o desenvolvimento.
– Há condições e demora “naturais” para a emergência de uma Cultura da Responsabilidade ( de Cidadania ).
– É muito pouco provável, que o Desenvolvimento Regional Sustentável considerando, simultaneamente, as dimensões social, ambiental e econômico ocorra espontaneamente pelas “forças do mercado” com a velocidade desejável.
– As sociedades mais desenvolvidas encontram-se numa fase inicial de formação de uma Cultura para a Situação Sustentável.
– No Brasil atual encontram-se contingentes humanos nas fases 2., 3., e 4.
– A formação de uma Cultura de Cidadania é uma condição para a formação da Cultura na Situação Sustentável.
– As contribuições possíveis para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável, não podem, nem precisam, ser condicionadas ao Desenvolvimento Social Sustentável.

Avaliação da Situação Social Global Atual

Para uma avaliação global, ainda que na forma de uma estimativa grosseira, do estágio de desenvolvimento se oferece uma correspondência entre as fases de desenvolvimento destacadas e os Índices de Desenvolvimento Humano – IDH.

     IDH (2013)                Sociedades               Fase               População      %
                                                                           dominante          (bilhões)

……….IDH > 0,8                desenvolvidas             4 (5)                     1.1                   15,5

0.8 > IDH > 0,710             remediadas /            4 e 3                     1.55                21,8
emergentes

0,71 > IDH > 0,5              relativamente             2 e 3                      1.8                  25,3
pobres

0,5 > IDH                            muito pobres             1 e 2                     2.7                   38

Total: 7.1

Grosso modo, 2,7 bilhões de seres humanos carecem de auxílio para emergirem de grande pobreza, com 900 milhões sofrendo fome, e aproximadamente 4,5 bilhões estão com rendas abaixo da adequada à auto-sustentação com conforto aceitável.

Comportamentos na Situação Sustentável

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Dos Comportamentos na Situação Sustentável.

Em princípio especular sobre comportamentos futuros dos cidadãos é temerário, como o é qualquer prognóstico.  Mas desde que se admita que a Situação Sustentável seja realizada e depois, por definição, conservada, pode-se inferir algumas condições sobre os comportamentos para tal necessários.  Tais comportamentos serão formados ao longo do Desenvolvimento Sustentável, quando contribuirão para o Desenvolvimento Sustentável Difuso.  Expandindo-se ao longo desse percurso, em seguimento dos exemplos desempenhados pelos Cidadãos por Responsabilidade, acabam se tornando hábitos da maioria, instituições informais e configurando uma Cultura na Situação Sustentável.  A imagem mental desta cultura orientaria os esforços de Educação.

Quais seriam os comportamentos dominantes dos cidadãos como consumidores?  Esta poderia ser a questão mais importante, pois todas as atividades de produção se orientam pelas demandas dos consumidores.

Dir-se-ia que o consumidor na Situação Sustentável                                                                     –  contribuiria para a minimização da pegada ecológica                                                                 —  evitando os desperdícios de alimentos,                                                                                       —  priorizando alimentos vegetais,                                                                                                     —  controlando o consumo de água e energia,                                                                                 —  zelando pelo descarte seletivo dos resíduos, para que sejam encaminhados ao reuso e à reciclagem,                                                                                                                                           —  evitando o consumismo e o descarte,                                                                                           —  evitando a poluição do Meio Ambiente,                                                                                       –

Dir-se-ia que na produção                                                                                                                 –  minimizaria o consumo de água, energia e materiais,                                                                 –  minimizaria as emissões de GEE, inclusive na agropecuária,                                                   –  minimizaria os dejetos líquidos e os resíduos sólidos,                                                               –  zelaria pelo tratamento dos esgotos minimizando a poluição das águas,                                 –  daria prioridade à geração de energia elétrica com fontes renováveis de Energia,                 –  observaria as “boas práticas recomendadas”,                                                                             –

Dir-se-ia que como cidadão                                                                                                                 –  seria consciente de suas responsabilidades pelo funcionamento da sociedade,                       —  pagando os impostos, taxas e contribuições,                                                                             —  observando as leis,                                                                                                                         —  participando das discussões sobre as necessidades comuns,                                                   —  participando das eleições,                                                                                                             —  controlando os representantes eleitos a respeitarem os orçamentos e os pressionando a executarem os projetos aprovados,                                                                                                 –  apoiaria o princípio da “ocupação e da renda adequadas” para condições de bem-estar eticamente aceitáveis em âmbito global,                                                                                         –  empenhar-se-ia pela preservação dos biomas e das espécies vivas,                                       –  seria incondicional defensor do princípio da Paz e da Vida como Valor Supremo,                   –

Observa-se que nesta tentativa de previsão a maioria dos comportamentos são recomendados pela educação tradicional.  Inovação é a percepção dos limites globais de produção a percepção mais acurada e da responsabilidade social e ambiental global.

Da meta necessária do Desenvolvimento Cultural

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Da meta – necessária – do Desenvolvimento Cultural 2.                                                [  2 >  Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas ]

Pode ser considerado espantoso o aumento dos conhecimentos disponíveis e das percepções desenvolvidas sobre os problemas da Sustentabilidade num curto período histórico de pouco mais de 20 anos, contados a partir da Conferência Rio 92.  Mas há ainda um caminho a ser percorrido até o estabelecimento de uma cultura correspondente à Situação Sustentável.  Numa tentativa de enumerar os obstáculos a serem vencidos constam:

–  O compromisso com a Vida como valor supremo.                                                                        Esta percepção é a condição para a Paz Universal.  Depois das catástrofes das grandes    guerras na Europa e na Ásia no século XX, seguidas pela revolução na China e pela guerra    na Coréia e no Vietnã, a condição de paz fez progressos significativos apesar das  intervenções no Iraque e no Afeganistão e de convulsões na África.  Hoje as disposições      radicais nos países de cultura islâmica representam os obstáculos mais sérios,  desconsiderando os problemas da Rússia com a Ucrânia.

–  A aspiração pelas liberdades democráticas e o desempenho das responsabilidades dos        dos cidadãos.                                                                                                                                        O ordenamento político da democracia com interferências do governo no regime de          mercado foi adotado por muitos países, em particular após à implosão da União Soviética, que praticava uma economia de planejamento central.  Todavia observam-se retrocessos, por exemplo, na América Latina e dificuldades na superação de tradições autoritárias em várias outras regiões.  Ainda prevalece a percepção de que a participação dos cidadãos se resume ao exercício do voto.  Um sintoma é a fraqueza da manifestação de repulsa à corrupção.  Todavia, o abandono da tecnologia nuclear na geração de energia e a migração das fontes fósseis para fontes renováveis foram impostos na Alemanha foram pela vontade popular.

–  A percepção como direito humano da possibilidade de desfrutar de um nível de vida  digno com a renda do próprio trabalho.                                                                                            Do estabelecimento desta percepção resultariam novas abordagens para a distribuição  da  produção e do comércio global.  O cálculo do IDH seria reformulado, caso este conceito    fosse adotado.

–  A percepção de que a transgressão de “boas regras consagradas” nas operações    comerciais, particularmente nas de crédito, configuram crimes contra o bem-estar público,  e seriam passíveis de pesadas punições.  No passado recente causaram uma grave crise  econômica.

–  As percepções relativas ao Desenvolvimento Sustentável Ambiental são as que melhor se  desenvolveram até agora.                                                                                                        Mesmo assim há ainda muitos obstáculos a serem superados na preservação de biomas, na  moderação da pesca, no contingenciamento da caça, na poluição dos mares, devido a  resistências de interesses econômicos estabelecidos.

–  No desenvolvimento das percepções de responsabilidades pelo bem-comum num longo  horizonte de prazo.                                                                                                                          Os cidadãos ainda não chegaram ao ponto de se mobilizarem para exigir dos seus  representantes as Políticas para o Desenvolvimento Sustentável.  É óbvio que esta  compreensão não pode ser esperada dos contingentes pobres, que lutam pela  sobrevivência diária.  Cabe aos contingentes melhor situados e instruídos se empenharem  pelo Desenvolvimento Sustentável

De uma evolução desejável.

Uma cultura desenvolve-se espontaneamente; não há como ser projetada.  A divulgação de novos conhecimentos sobre as condições da sustentabilidade da vida da humanidade provocou mudanças consideráveis nas instituições e nos comportamentos em muitos países, particularmente nas sociedades mais desenvolvidas.  Os novos recursos de comunicação, principalmente a televisão, contribuíram decisivamente para a divulgação dos conhecimentos e notícias sobre acidentes e catástrofes climáticas.

A característica fundamental da prática do Ordenamento Político Democrático é o controle dos representantes eleitos pelos cidadãos.  Existe ainda um espaço para o desenvolvimento desta prática, quer dizer de desenvolvimento dos regimes democráticos, tanto na imposição de comportamentos adequados dos representantes eleitos, como na cobrança do atendimento a necessidades presentes e finalmente na imposição de ações para o Desenvolvimento Sustentável.  Em todas as sociedades também existe a necessidade de aperfeiçoar a comunicação dos Poderes Públicos com a sociedade sobre a execução dos orçamentos, os progressos nos projetos e o desenvolvimento de objetivos.  Quanto mais “transparente” for a administração, mais a cidadania estará motivada a contribuir e apoiar.  A atitude de manifestação da cidadania poderia se transformar num hábito.  Na situação atual a mobilização dos contingentes conscientes da sociedade hoje já está muito facilitada, pela disponibilidade ubíqua dos recursos de comunicação da internet, em comparação com os ambientes sociais ainda dominantes quando se celebrou a Conferência Rio 92.

Parece então lícito esperar que progressos estabelecidos inicialmente em alguma sociedade venham ser adotados pelas demais e que o Desenvolvimento Sustentável ganhe maior impulso.

É indiscutível, que os sistemas de educação têm uma influência decisiva sobre a evolução da cultura.  A formação do cidadão ocorre na família, nas escolas, no convívio em sociedade e na atividade profissional.  E a conscientização das responsabilides é tão importante quanto a aquisição de conhecimentos, como se destaca acima nas metas de um Desenvolvimento Cultural necessário.  É a percepção das responsabilidades que induz as atitudes para ações.  Entretanto, o desempenho de responsabilidades ainda é pouco presente nos currículos escolares.

 

 

 

Cultura na Situação Sustentável

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Cultura na Situação Sustentável 2.
[2 > Situação  Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas]

O que é cultura?

Nestas considerações, entende-se por cultura um conjunto de percepções, hábitos e comportamentos resultantes de valores compartilhados por uma maioria dominante numa comunidade. A cultura induz na comunidade atitudes – comportamentos – e ações consistentes, através das quais ela é observável. A cultura contém as instituições informais, isto é, as percepções de “deve” e de “não pode” ser feito. A cultura também induz sensações de coesão entre os participantes de uma comunidade; se expressa por hábitos e gera expectativas tanto do lado dos participantes como por parte dos “observadores externos”.

É comum identificar culturas nacionais e regionais.

Cultura na Situação Sustentável e sua formação

Sendo obrigatório que uma Situação Sustentável tenha de ser vivida, desejada e suportada pela comunidade global, a humanidade, impõe-se que então existirá uma cultura compartilhada por todas as sociedades, ou pelo menos por uma maioria das sociedades mais numerosas. Entre as percepções compartilhadas constará a da Responsabilidade pela conservação da Situação Sustentável. Trata-se de uma autêntica inovação social na história universal: Todas as culturas nacionais incorporarão uma “Cultura da Sustentabilidade”, motivadas pelo interesse na sobrevivência.

Aspectos comuns necessários das culturas nacionais e regionais.

Podem ser identificadas ao menos:
– A conservação do Meio Ambiente, inclusive a manutenção de baixas emissões de GEE..
– O reconhecimento da renda adequada na base da pirâmide social global.
– A moderação dos hábitos de consumo.
– A consciência de Responsabilidades pela Sociedade e pela Humanidade através da
presença de um número considerável de Cidadãos por Responsabilidade.
– O respeito às boas práticas nos negócios.
– A rejeição à corrupção.
– A convivência de cidadãos de diversas origens, religiões, hábitos pessoais, etc.
– A liberdade democrática de expressão.
– O engajamento pela Paz.