Tag: Problemas das Águas

Aguas do rio Tietê – Mobilização da Cidadania.

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25 anos do Núcleo União Pró Tietê.
Devem ser poucos que conhecem a história e valorizam o feito. Deve ser uma das mais positivas experiências de empenho da Sociedade Civil e da Cidadania em geral pela solução de um problema ambiental. O projeto foi articulado pela rádio Nova Eldorado AM, acolhido pela ONG SOS Mata Atlântica, em 1993 obteve 1,2 milhões de assinaturas de cidadãos e entregue ao governador Antônio Fleury. Este criou o Projeto Tietê e iniciou as obras na estação de tratamento de esgotos de Barueri. Eleito em 1995, Mário Covas deu continuidade ao projeto introduzindo aperfeiçoamentos no processo de execução. Em 2001 Alckmin assumiu e a obra prosseguiu. Hoje a mancha de poluição recuou de Barra Bonita para Salto e a região metropolitana alcançou 90% de coleta de esgotos. Sabe-se que ainda há muito por fazer. A Sabesp estima em 25 anos o prazo para alcançar condições desejáveis. A SOS Mata Atlântica continua atuando no Núcleo União Pró Tietê.  Mudanças de comportamento da população – exemplo: sujeira nas ruas – precisam contribuir. Talvez a mobilização por um mutirão poderia encurtar o prazo.
Em todo caso fica a prova de que a manifestação da opinião pública pode mobilizar ações do Poder Público. Portanto cabe replicar o exemplo em outros problemas protelados como a
– Terminação dos Desflorestamentos.
– Oposição à facilitação das Aprovações Ambientais.
– Impedimento de novas usinas hidrelétricas na região amazônica.
– Fim de subsídios aos combustíveis fósseis
– Recuperação de Florestas Ciliares – rio São Francisco, rio Doce,
rio Tietê e reservatórios de água, etc. etc.

Situação das águas no Brasil – 2016

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Situação das águas no Brasil  –  2016.                                                               Aproveitando dados do artigo de Washington Novaes no OESP 15.07.2016, pág A2.

Dados sobre o Aquecimento Global:

Cenário de referência:                           Prognóstico de aquecimento                                                                                                                  sobre o início  da era industrial:

………….de inércia                                                          4,1 Co  a  5,6 Co

de continuidade das políticas atuais                         3,2 Co  a  4,4 Co

com cumprimento de todas INDC da COP 21          2,9 Co  a  3,8 Co

com as medidas adicionais a serem                                                                           comprometidas até 2020                                                1,5 Co  a  2,0 Co

Hoje a temperatura global está com aumento de quase um grau, comparado com a do início da era industrial.  Consequências do aquecimento são o derretimento de geleiras e furacões e secas mais frequentes.  O PIB da agropecuária brasileira já foi atingido.

Consequências para o abastecimento d’água no Brasil..

A gravidade de problemas de abastecimento d’água já alcançou não é percebida pela sociedade brasileira, em parte, devido às distâncias entre as áreas mais afetadas e os grandes centros urbanos e, em parte, por falta de um noticiário mais contundente e intensivo.  Está-se habituado à ocorrência de períodos de seca na Região Nordeste.

Agora na cidade de Campina Grande do estado de Paraíba, ocorre um racionamento de abastecimento, estando a cidade dividida em duas partes abastecidas durante três dias e sem abastecimento no domingo.  17 cidades da chamada Região do Brejo são abastecidas apenas por 48 horas a cada 15 dias.  O nível do principal açude da região está reduzido a apenas 8,4%.

Percebe-se que para realizar o objetivo pretendido é imprescindível que as medidas mais enérgicas possíveis sejam iniciadas de imediato.  Trata-se de uma Responsabilidade de todos os países diante da humanidade.

Ações imediatas possíveis no Brasil.                                                                                                                                      As emissões atuais são de aprox. 1.500 GtCO2equiv

…………………..Ações                                                                                     Reduções de emissões

–  Execução de Política de Desflorestamento Zero,                                                                               se necessário com ações coercitivas por policial  florestal e                                                          forças armadas, num prazo de 3 a no máximo 5 anos                          500 GtCO2equiv

–  Matriz de geração de energia elétrica verde por investimentos                                                      em geração eólica, solar e por bio-combustíveis, sem novas                                                          usinas hidrelétricas na região amazônica,                                                                                                                       num prazo de 10 a 15 anos.                                                                                        Minimização do consumo de combustíveis fósseis nos transportes                                              – acionamentos elétricos, etanol e bio-diesel – e na indústria           500 GtCO2equiv

–  Redução das emissões na agricultura e na pecuária                                                                         redução das emissões por resíduos sólidos e líquidos – através                                                       de comportamentos e tratamento dos resíduos –                                                                                                        num prazo de 15 anos                                                     500 GtCO2equiv

Deixa de ser considerado o efeito de sequestro de carbono resultante de projetos de Reflorestamento e de recomposição de bacias fluviais, necessárias para equilibrar o regime de ventos e chuvas, os fluxos hídricos e garantir o abastecimento dos centros urbanos.

Conclusão.

Depreende-se da relação de ações possíveis no Brasil, que o país poderia assumir a condição de sumidouro de GEE aproximadamente em 2030, desde que fosse desempenhada a Responsabilidade do Brasil pelo Desenvolvimento Sustentável.

Não faltam os conhecimentos e os recursos técnicos.  Uma parte predominante dos recursos financeiros seria aportada pela iniciativa privada.  Os projetos de reflorestamento ofereceriam numerosas oportunidades de trabalho na pirâmide social, justificando subvenções pelos poderes públicos.  Não são consistentes argumentos de falta de recursos financeiros que teriam de ser supridos por doações internacionais.

Para superar a irresponsável inércia da política nacional e argumentação fraudulenta da diplomacia na COP 21, a Cidadania haverá de manifestar a sua indignação da mesma forma como o faz pelo fim da corrupçãoPara que a sociedade se mobilize a imprensa haverá de intensificar a comunicação.

As ações possíveis acima listadas deverão integrar Projetos de Desenvolvimento Sustentável Regionais para o Estado de Minas Gerais, a Recuperação da Bacia do Rio São Francisco, o Cerrado, a Região Nordeste, o Pará e assim por adiante, como estão propostos em

http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/blog/category/problemas-no-desenvolvimento-sustentavel/projetos/

Nota:
A diplomacia brasileira na COP 21 em Paris – dezembro de 2015 -, com apoio das ONGs ambientalistas, reunidas no Observatório do Clima, e da FGV apresentou INDC – proposições que não preveem nenhuma redução de emissões até 2020 porque as proposições se referem às emissões de 2005, quando o desflorestamento foi record. Na realidade permitem novos desmatamentos na ordem de grandeza de 5.000 km2 por ano até 2020. Trata-se de “business as usual” nas palavras da ministra do MMA Isabel Teixeira. Os comentaristas da mídia conhecedores da matéria também se omitiram.

Águas sujas. Acesso e saneamento [exemplo Espírito Santo]

Leia meu artigo publicado hoje, dia 04.04.2016, em A Tribuna, página 15, Coluna Tribuna Livre.  Martha Ferreira.   www.martaferreira.com.br

ÁGUAS SUJAS

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD aponta que, no mundo, há 1,1 bilhão de pessoas sem acesso a água potável ou tratada; cerca de 2,6 bilhões moram em domicílios sem esgoto; em mais de 1 bilhão não têm banheiro.
Os efeitos desse problema recaem, especialmente, sobre os mais pobres e as crianças. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a cada 20 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, saneamento e condições de higiene.
Entre essas doenças, a diarréia é a que mais mata. São 2.195 crianças mortas, entre 1 e 5 anos, todo dia! Ainda que possa ser evitada com medidas simples, ela mata mais do que tuberculose, malária e sarampo, juntos; seis vezes mais do que os conflitos armados; e cinco vezes mais do que a AIDS.
Se os governos investissem fortemente em medidas de higiene, acesso à água e saneamento básico, 10% das doenças registradas, ao redor do mundo, seriam evitadas.
No Brasil, mais de 35 milhões de pessoas não têm acesso a redes de distribuição de água e a contaminação dos mananciais é crescente. As diversas doenças que têm sua origem na água contaminada, respondem por 65% das internações hospitalares na rede pública.
E, apesar da importância para a saúde e meio ambiente, a destinação de esgotos no Brasil está longe de ser adequada. Mais de 100 milhões de pessoas não têm redes para coleta e 80% dos esgotos gerados são lançados diretamente nos rios e oceano, sem nenhum tipo de tratamento.
Para que os serviços de água tratada, esgoto adequado e coleta de lixo cheguem a todos os lares brasileiros, em 2033, seriam necessários R$ 300 bilhões em investimentos no setor. Mas, como a média histórica de investimentos é muito baixa – cerca de R$ 7,6 bilhões por ano, no período 2002-2012 -, o Brasil só atingirá essa universalização em 2054.
O descaso e a ausência de investimentos no setor de saneamento, em nosso País, em especial nas áreas urbanas, compromete a qualidade de vida da população e do meio ambiente.
No ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o site “Taiwan Tomonews”, especializado em fazer animações satíricas de suas reportagens, fez um vídeo bem polêmico sobre a condição das águas do Rio de Janeiro. O vídeo mostra atletas remando no esgoto, turistas e competidores com diarréia e vômito. A produção mostra, também, atletas tomando vacinas e um banho de água sanitária após deixarem a água.
Mas, a culpa dessa situação calamitosa não é de responsabilidade exclusiva dos governos: 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país, despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras disponíveis.

Estado do Espírito Santo.

O Estado do Espírito Santo está na vanguarda: em 2009, universalizou o serviço de abastecimento de água, nos 52 municípios onde a CESAN atua. E, no final de 2012, concluiu o programa Águas Limpas, atingindo a cobertura de 65% de esgoto tratado, com a construção de várias obras e 1.640 quilômetros de rede.

De 2003 a 2015 foram investidos mais de R$ 2 bilhões em água, esgoto e melhorias operacionais e a perspectiva para 2016 é de investir cerca de R$ 204 milhões para a ampliação e melhoria dos serviços, nesses 52 municípios.
Em Vitória, no mesmo período, foram investidos R$ 431,3 milhões em saneamento. Foram construídos novos reservatórios de água, implantadas novas redes e as estações de tratamento de esgoto foram ampliadas. Essas obras permitiram atingir mais de 90% de cobertura dos serviços de coleta e tratamento.
Entretanto, até agora, apenas 49,9% dos capixabas fizeram a ligação de seu imóvel à rede pública. O Programa Se Liga na Rede está em funcionamento, fazendo as abordagens aos moradores para conscientizar sobre a importância dessa ligação. Porém, apesar de mais de 120 mil imóveis terem o serviço disponível, ainda não o utilizam.
E então, como se já não nos bastasse a lama da Samarco e o pó preto da Vale, vai aí mais uma tragédia, fruto da irresponsabilidade geral: nosso lindo Estado está mergulhado, também, num torvelinho de águas sujas.
No final das contas, podemos dizer que a culpa da situação do esgoto a céu aberto, contaminação dos rios e praias poluídas é de todo mundo: do governo estadual (gestor), das Prefeituras (responsáveis pela fiscalização e multas), da CESAN (órgão responsável pela captação, tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto) e da população, que não se liga.

Água em Israel

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O país da água

Como Israel venceu um dos seus maiores desafios e transformou-se em uma nação com excesso de recursos hídricos?

Uma fonte de problemas políticos e econômicos

Desde antes da criação do Estado, a questão do abastecimento de água esteve na pauta de prioridades das lideranças sionistas. Um dos motivos da criação dos livros brancos na época do mandato britânico, que restringiam à imigração de judeus a terra de Israel na época do Ishuv, foi o relatório escrito peloexpert em agricultura, Sir John Hope Simpson, que apontava para um gargalo no suprimento de água na região, impedindo assim qualquer aumento populacional, sob pena de uma total escassez de recursos hídricos para seus habitantes.

A apreensão apenas se intensificou após 1948. Em menos de dez anos, a população do país mais do que duplicou e a falta de suprimento de água figurava entre os principais desafios do recém-criado estado.

O tempo passou, mas o desafio continuava. O desenvolvimento agrícola restringia-se de acordo com as possibilidades do país – a escolha do tipo de produto agrícola dependia da quantidade de água necessária para o seu plantio. A disputa pelos recursos hídricos serviu de fonte de atritos políticos tanto com a Síria, como com a Jordânia. Inclusive, a disputa pela água do rio Jordão foi um dos principais motivos causadores da Guerra dos Seis Dias. Ou seja, a água era tanto um problema estratégico interno que limitava o desenvolvimento econômico, como uma fonte reincidente de atritos com os países vizinhos.

imagem kineret

Se a demanda aumenta…

Sir John Hope Simpson tinha razão em dizer que o aumento da demanda tornaria inviável a questão hídrica no país, mas ele errou em acreditar que a oferta de água se manteria estática.

Havia espaço para novas fronteiras tecnológicas. A revolução teve origem na utilização de duas novas fontes de água não consideradas previamente: a água tratada do esgoto e a água proveniente do processo de dessalinização.

O gráfico 1 nos mostra a evolução da quantidade de água tratada por esgoto (reutilizada para fins agrícolas) e a água obtida por meio do processo de dessalinização em 1990, 2000, 2010 e 2011.

grafico1

Por falta de dados mais detalhados para todas as categorias, não expus as quantidades atuais, mas estima-se que em 2013, as plantas de dessalinização já detém o potencial de produzir 505 milhões de metros cúbicos (mais que o dobro do que está apontado no gráfico para o ano de 2011). Uma revolução. O avanço tecnológico se deu por conta de um grande investimento do governo em plantas de dessalinização, mesmo quando estas ainda eram economicamente inviáveis.

Na última década, beneficiados pela descoberta de campos de gás natural – fato este que torna menos custosa a produção de água por este método, reconhecido por seu altíssimo consumo de energia – os israelenses passaram a contar com uma fonte segura de abastecimento. Estima-se que o custo baixou de $1 por metro cúbico para $0.40, ou até menos nas plantas mais modernas.

Paralelamente, Israel criou um esquema de tratamento de água de esgoto para fins agrícolas que está entre os mais desenvolvidos do mundo. Como pode ser visto no gráfico 2, a partir de 2011 o uso deste tipo de água foi maior que o uso de água doce na agricultura. A utilização deste recurso tem dois benefícios simultâneos: introduz uma nova e importantíssima fonte de água para o país e reduz a necessidade do uso de fertilizantes, já que a água reciclada já contém diferentes nutrientes que ajudam no enriquecimento do solo.

grafico2

As consequências

Da mesma forma que no campo político, a questão da água passou de motivos de guerra para a assinatura de acordos de paz com os jordanianos, a receita pode repetir-se agora que Israel goza de um saldo de recursos. Este superávit pode ser uma importante moeda de troca em uma região em que a água ainda é escassa e disputada. Se não diretamente, a elaboração de projetos de cooperação em conjunto com países vizinhos pode vir a ser um fator essencial na criação de uma utópica (hoje em dia!) integração regional.

Gráfico 3 – Variação do nível da água do lago Kineret

A linha vermelha de baixo representa o limite inferior: o momento de preocupação do israelense

Enquanto isso, a população segue observando atentamente o nível de água do lago Kineret (gráfico 3). Anos de poucas chuvas são marcados por apreensão, enquanto anos chuvosos ainda são comemorados. A cultura por aqui continua a mesma, seja por desconhecimento, seja por tradição.

Particularmente, não acredito que a população mudará seu comportamento, já que esta cultura de valorização dos recursos hídricos passou a ser uma marca da sociedade – ela está enraizada no pensamento do israelense.

Mas mais importante que isso, a história da água apresenta uma característica ainda mais marcante desta sociedade. Característica esta que foi a responsável pela idealização, criação e segue hoje sendo um pilar básico da continuação deste Estado: a exímia capacidade de transformar desafios em oportunidades.

Fontes:

http://www.haaretz.com/news/national/1.570374

http://www.water.org.il/

http://www.mekorot.co.il/HEB/WATERRESOURCESMANAGEMENT/CONSUMEDATA/Pages/default.aspx

http://www.mekorot.co.il/Heb/articles/Pages/Kinneret.aspx

www.cbs.gov.il

Livro de ouro da agricultura e colonização – Editado pelo jornal Maariv, 2012

 

Problemas com Águas no Brasil

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Problemas com águas no Brasil.                                                                                              Enfatizando a conclusão:  Os Problemas são evitáveis e sanáveis através de Comportamentos adequados dos Cidadãos, das Empresas e do Poder Público.

Aprende-se na escola que                                                                                                                   –  o rio Amazonas é o mais caudaloso da Terra,                                                                               –  o Pantanal é o mais extenso bioma alagado da Terra,                                                               –  o rio São Francisco é o mais longo curso d’água totalmente nacional,                                       –  a seca é uma calamidade recorrente na região Nordeste – os açudes não resolvem o              problema,                                                                                                                                           –  existem aqüíficos extensos no subsolo da região Sudeste e também na região Nordeste,   –  mais de 70% da energia elétrica no Brasil é gerada nas usinas hidrelétricas, pelo que a          matriz energética do Brasil é aproximadamente 50% renovável.

Por outro lado pode-se lastimar que                                                                                                 –  os cursos d’água são de planalto com corredeiras e cascatas, justamente onde se oferecem oportunidades para aproveitamentos na geração hidrelétrica, mas só proporcionam condições para a navegação fluvial em casos excepcionais.  Uma é o rio Amazonas, que corta a Amazônia onde não havia consideráveis volumes de carga até se construírem terminais de ecoamento de grãos do Centro-Oeste.  O transporte no rio Paraguai, que deságua no Estuário do Prata, na Argentina, é pouco explorado.                                                 –  as secas contribuem para a miséria tradicional na região Nordeste.

A alta de oportunidades para melhorar as condições de vida causou as migrações de nordestinos, primeiro para a Amazônia Ocidental, atraídos pela exploração extrativista da borracha, e depois para a região Sudeste, quando a expansão da indústria nos anos 1960 causou também o crescimento explosivo de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro entre várias outras.  mas as migrações não eliminaram a pobreza.

Diante desta cena não havia a percepção da possibilidade da escassez de água para o consumo da população e o emprego na indústria.  Estabeleceu-se uma cultura de descuido do tratamento deste vital recurso, tanto quento ao consumo esbanjador, como quanto à poluição.

É verdade que a poluição causada pelas indústrias sucro-alcooleiras e papel e celulose foram praticamente eliminadas.  Mas o escoamento de eflúvios residenciais e industrias não tratados ainda é praticado em grande escala, como comprovam os lamentáveis estados da bacia do rio Tietê e da baía de Guanabara.  Não fossem poluídos os cursos d’água que banham São Paulo, antes piscosos, o ricos da falta d’água seriam superados com facilidade.

O desflorestamento das regiões das nascentes do rio São Francisco chega a por em risco a existência deste importante caudal, que foi navegável numa longa extensão.  Mas os vertedouros  dos reservatórios da usinas de Três Marias, Sobradinho, Itaparica, e do complexo Paulo Afonso / Xingó não vertem a muitos anos.  Não se explora o potencial de geração.    A proteção de nascentes e das matas ciliares consta no Código Florestal.  Mas a percepção das conseqüências da destruição da Floresta Amazônica só começou a se popularizar com a experiência do risco de abastecimento na cidade de São Paulo desde 2013.  Urge a execução de uma política de Desmatamento Zero.

A lição que se extrai desta cena é:  Com Comportamentos Responsáveis no consumo e distribuição d’água e no tratamento de esgotos, com a terminação dos desflorestamentos desnecessários e reflorestamentos, com o tratamento adequado das nascentes e terras ribeirinhas não haveria problemas com o abastecimento com água no Brasil.  Trata-se de uma tarefa da Política de Desenvolvimento Sustentável.  Com Projetos de Desenvolvimento Sustentável os problemas nacionais ambientais e sociais poderiam ser solucionados simultaneamente.