Mês: abril 2016

Da lerdeza das lições contra as Mudanças Climáticas.

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Da lerdeza das ações contra as Mudanças Climáticas.

Sob o título “O clima não espera, falta-nos urgência, Washington Novaes – WN – expõe no OESP, 29.04.2016 pág. A2 muitas verdades, mas omite o principal:  O Brasil é um dos principais vilões da lentidão.  Deixemos em aberto os motivos do autor.

Certo é que o Brasil no presente emite gases causadores do efeito estufa – GEE – na ordem de 1.500 GtCO2equiv e o autor noticia que em 2025 o Brasil ainda emitirá a mesma quantidade.  WN não arrisca nenhum comentário.  Não cumpre a sua missão de jornalista, que é informar a sociedade, e não a de contribuir para a desinformação no coro do Ministério do Meio Ambiente.

Qual é a Responsabilidade do Brasil, ou seja da sociedade deste país, diante da humanidade?  Resposta:  Reduzir as emissões de GEE no ritmo mais rápido possível a fim de retardar o aumento das concentrações destes gases na atmosfera, reduzindo também o seu valor de pico.  E quais são as metas atingíveis?  De imediato as emissões por desflorestamento poderiam chegar a um nível bem próximo a ZERO, num prazo de 3, no máximo 5, anos, caso houvesse uma vontade política.  É a bancada ruralista no Congresso, que o impede. As emissões seriam reduzidas em um terço até o início da década de 2020.  Segundo, um fomento à geração elétrica eólica e solar e com biocombustíveis em poucos anos levaria à possibilidade do desligamento das usinas termelétricas que operam com combustíveis fósseis.  Os biocombustíveis etanol e biodiesel, caso devidamente estimulados, reduziriam em muito os GEE emitidos nos transportes rodoviários, ferroviários e fluviais mesmo antes da popularização dos acionamentos elétricos e híbridos esperados entre 2020 e 2025.  Este conjunto de medidas, que seriam realizadas pela iniciativa privada, acarretaria uma redução das emissões de GEE em mais de um terço até aproximadamente 2025.  Terceiro e em paralelo, o tratamento adequado de resíduos, o aumento de eficiência energética nos processos industriais e melhorias nas técnicas na agricultura e na pecuária ajudariam a alcançar níveis de emissões que poderão ser compensadas pelos sequestros de carbono de reflorestamentos até 2030.

Quais as contribuições de outros países noticiadas?  Sem entrar no mérito da intensidade dos esforços, compilamos:  1.  A contribuição do carvão para a geração de energia nos Estados Unidos foi reduzida de 53% para 35% nos últimos 5 anos.  2.  A China também está reduzindo o consumo de carvão, além de executar grandes projetos de geração eólica e de reflorestamentos.  3.  Os investimentos em energias renováveis hoje são maiores que os investimentos em energias fósseis a nível global.  4.  Aumenta continuamente a eficiência energética na maioria dos países.  A Alemanha vem reduzindo a importação de petróleo.  Embora a economia global tenha crescido, o nível de emissões globais das geradoras de energia voltou ao nível de 2013.

Na COP 21 se propôs que com um esforço global o valor máximo do aquecimento seja mantido em 1,5 oC.  A realização desta meta requer que cada sociedade – país – desempenhe os seus melhores esforços.  Até agora as propostas defendidas pelo governo do Brasil configuram uma fraude, um esforço desnecessário de procrastinação e ocultamento atrás dos países com menores facilidades naturais.  Não se percebe que as medidas acima lembradas oferecem oportunidades de trabalho justamente para contingentes pobres e que alavancariam a economia interna.

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte III

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Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte III.

–  Na Índia[Ref: IDH (2014)    0,609]

Com aproximadamente 1,3 bilhões de habitantes, comparável à população da China, a Índia é a maior sociedade com regime de governo democrático.  Apresenta ainda imensos contingentes – centenas de milhões – muito pobres e pobres.  O seu IDH é inferior ao da China e mesmo ao da maioria dos “países árabes”.  Os crescimentos econômicos nos últimos anos no nível de 7% aa. tem superado o da China.

A Índia não se industrializou nem se urbanizou (ainda?) da mesma forma como a China.  Mas se destaca na produção de software e nos serviços via internet.  A prática da língua inglesa e a educação propiciam uma vantagem competitiva.  Uma remuneração mais Adequada da mão de obra de confecção para exportação aos países desenvolvidos Estados Unidos e na Europa poderia ser uma ajuda significativa para o desenvolvimento do mercado interno.  O advento da geração de energia elétrica solar fotovoltaica, por ser distribuída, poderá se revelar como alavancador do resgate da grave pobreza rural.

Apesar da diversidade linguística e religiosa a Índia tem se mantida estável.  Persiste uma questão territorial com o Paquistão sobre a província Kashemir, mas agora faltam indícios sobre uma deflagração.  Tanto Índia como Paquistão enfrentam ameaças de dificuldades causadas por Mudanças Climáticas e escassez de água.

–  América Latina.

A população conjunta dos 21 países da América Latina soma 569 milhões de habitantes.  Culturalmente a América Latina é herdeira e próxima da Península Ibérica.

Dois países latino-americanos apresentam condições de bem-estar público semelhantes aos europeus:  Argentina [IDH  0,836] e Chile [0,832].  Na grande maioria as condições de conforto são comparáveis às registradas para o Brasil [vide acima Parte I].  Os mais pobres são o Paraguai [IDH  0,672], a Bolívia [IDH  0,662], a Nicarágua [IDH  0,631] e a Guatemala [IDH  0,632]].  Estes valores dos mais pobres são maiores que os da Índia e da África.

As minoritárias classes médias elevadas e ricas vivem nos distritos comparáveis aos de regiões desenvolvidas, em contraste com uma pobreza visível de favelas ou oculta no campo e nas florestas.  A exploração de riquezas minerais gera poucas oportunidades de trabalho.  A maioria dos países tem uma população insuficiente para constituir um mercado interno para o assentamento de indústrias, que serviria de apoio para exportações.  O mercado global de gêneros alimentícios está suprido e seu crescimento depende do desenvolvimento econômico global. Projetos Nacionais ou Regionais para o Desenvolvimento Sustentável serviriam para quantificar metas realistas para o crescimento das economias, a ocupação dos contingentes humanos, Rendas Adequadas e a melhora das condições gerais de bem-estar.  Subsídios ao consumo, como os ensaiados no Brasil, aliviam sofrimentos atuais, mas não representam desenvolvimento sustentável.  Também é problemático confiar num crescimento econômico vegetativo, baseado apenas nos mercados propiciados por políticas econômicas.  Entretanto, não é possível prever os resultados de estudos de Projetos de Sustentável quanto ao melhoramento das condições de renda e de vida da maioria das populações nos países da América Latina.  Contar com crescimentos econômicos como o da China e da Índia é ilusório, já porque os contingentes de muito pobres e pobres na Ásia são muito maiores.

 

–  Na África[IDH  predominante baixo, menor que 0,55]     [Fonte:  Wikipédia]

O continente africano tem hoje cerca de 889 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsaariana. Essa população tem um crescimento populacional na ordem dos 2,5% ao ano.  30% sofrem de subalimentação crônica.

Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias.

  1. A predominância de jovens na população determina a necessidade de elevados investimentos sociais em escolas, alimentação e tratamento médico;
  2. a pressão demográfica, aliada ao baixo nível técnico da produção agropecuária, à introdução de culturas de rendimento para exportação e à urbanização no século XX, tem gerado graves desequilíbrios econômicos e sociais.

De forma geral, a população da África Negra apresenta os piores indicadores socioeconômicos do mundo.  Enquanto nos países desenvolvidos a população morre, em média, com uma idade superior a 70 anos, nessa parte do mundo raramente a média ultrapassa os 45 anos. Essa expectativa média de vida tão baixa é explicada por inúmeros fatores, tais como a má nutrição, falta de assistência médica e ausência de saneamento básico nos meios rurais e favelas.

Esta região da África é marcada, em geral, por governos autoritários e corruptos que não se preocuparam em melhorar as condições econômicas dos seus países. Nos últimos anos, no entanto, verifica-se uma tendência democratizadora em toda a região, com eleições multipartidárias realizadas regularmente.

Comentário:  As expectativas para um Desenvolvimento Sustentável da região são sombrias, com eventual exceção da África do Sul.  Hoje acontecem migrações à procura de trabalho e alimentação.  Apesar de uma população menor do que a da Índia, o resgate da pobreza e da miséria deverá ser mais difícil, mesmo no plano da agricultura familiar.  A geração fotovoltaica poderá se revelar ser um apoio significativo para o desenvolvimento social.

 

Conclusões e Expectativas Gerais.

Na medida em que os contingentes muito pobres e pobres alcançarem condições de conforto eticamente aceitáveis, a velocidade do crescimento da economia diminuirá.  Assim formulada num plano teórico, esta expectativa hoje é observável na China.  Sintomas de saturação das economias são observáveis no Japão e partes da Europa e dos Estados Unidos.

Como as economias dos países e regiões estão entrelaçadas e todas as sociedades precisam de mercados internos de trabalho – e renda -, é provável que a distribuição global das oportunidades de trabalho se orientará pela capacidade dos mercados internos e regionais.  Esta orientação seria lógica também segundo critérios logísticos.

Ainda não foram desenvolvidos critérios para metas de renda e conforto no desenvolvimento social além da eliminação da fome e doenças, da igualdade de gêneros, de educação mínima, condições saudáveis de habitação entre as constantes no SDG/MDS – Sustainable Development Goals – da ONU / PNUD.

Assim sendo os SDG continuam tendo um caráter filantrópico.  A visão da autossustentação das famílias deverá se impor porque o subsídio ao consumo não corresponde ao conceito de autoafirmação em liberdade individual.  Por consequência um nível de renda que permita ao cidadão – à família -economizar para prover o sustento durante a velhice pode servir de critério.  Esta condição estaria alcançada na classe média baixa, uma percepção “burguesa”.  A delimitação da pobreza seria caracterizada pela Renda Adequada.

Esta configuração social está sendo realizada na China através de um “Projeto de Desenvolvimento Social” por Industrialização, Urbanização e, menos percebida, de preservação do Meio Ambiente.  Em países como o Brasil, e toda a América Latina, com menores contingentes de famílias muito pobres, projetos similares trariam benefícios econômicos, ambientais e sociais em curto espaço de tempo.

Aumentos de demanda por energia serão atendidos por geração com fontes renováveis – eólica, solar, bioenergia e biocombustíveis.  A mudança das matrizes energéticas está tomando impulso.  A disseminação da energia solar fotovoltaica poderá, junto com a comunicação por internet, impulsionar o desenvolvimento social e refrear a urbanização.

A atualização de estruturas das economias para a mudança das matrizes energéticas abre oportunidades de trabalho industrial e nos serviços num horizonte de prazo de duas décadas.  Mas o desenvolvimento tecnológico, visível na automação através da informática e da robótica, corta empregos.  Em algumas sociedades desenvolvidas a população diminui apesar do aumento da expectativa de vida.  Ocorrerá uma convergência para um equilíbrio, eventualmente com um aumento dos tempos de lazer?

Nos países com IDH muito alto pouco deverá se alterar.  Talvez os níveis de renda serão algo reduzidos.  Os países do sul e do leste da Europa provavelmente serão melhor incluídos na economia europeia.  Em 5 a 10 anos o gradiente de atração da União Europeia sobre províncias da Rússia, sobre a Turquia e sobre países árabes terá mostrado efeitos favoráveis à paz.  No mesmo período o IDH da China e da Índia terá avançado.  Na América Latina tudo depende de saltos de percepção:  A pobreza estará superada, caso acontecerem.  Mais difícil deverão continuar estando as condições de vida na África.

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte II

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Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte II.

–  No Japão.  [Ref: IDH (2014)    0,891]

Algumas características marcantes do Japão são a população de 160 milhões de habitantes com tendência de envelhecimento e redução, Índice de Desenvolvimento Humano de    – muito alto, dependencia de importação de petróleo e de exportação de produtos industriais.  O baixo nível do preço do petróleo deveria favorecer a economia.  O Japão apresenta produtividade energética alta.  Mas a economia está estagnada há vários anos num nível elevado.  No intuito de estimular o consumo, praticou sem sucesso uma políticas monetária de juros negativos.  Isto indica que as necessidades sentidas pela população estão satisfeitas.  Faz sentido qualificar a economia como “saturada”.  Juros negativos causam redução das poupanças, que em grande parte estão aplicadas em títulos públicos.  Como não se tem notícia de pobreza, pode-se admitir que na base da pirâmide social se tenha estabelecido uma Renda Adequada.  Uma política econômica de crescimento da produção – do PIB – não faz mais sentido.

Também no Japão um fator para manter o movimento da economia e o alto nível da ocupação é a Mudança da Matriz Energética.  O Japão ainda depende da geração termelétrica e de centrais nucleares.  Os acionamentos elétricos e híbridos de veículos, nos quais o Japão ocupa uma posição de liderança tecnológica, refletirão na redução da dependência de importações.  Deve haver um espaço para a redução do PIB sem afetar o nível de bem-estar da população.

 

–  Na Europa.  [Ref: IDH (2014)    > 0,9  ou  > 0,8 < 0,9]

População:  738 milhões, dos quais 142 milhões da Rússia.   A União Européia compreende 508 milhões.  A tendência é declinante.

A primeira e a segunda Revolução Industrial – a da máquina a vapor e a do acionamento e iluminação elétrica – iniciaram na Inglaterra e foram desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países da Europa.  Até hoje são os países mais desenvolvidos social e economicamente, além do Japão.  Depois da Segunda Guerra Mundial se configurou a União Europeia, uma confederação da maioria dos países europeus com um Parlamento Europeu sediado em Bruxelas.  Duas das condições para a paz, formuladas por Kant, estão assim realizadas:  Os países têm governos ‘republicanos’ (executivo e legislativo separados) e são ligados numa confederação.  Até agora 17 países foram além:  Adotaram uma moeda única, o Euro, com um Banco Central Europeu.  Esta união monetária requer uma aproximação das políticas fiscais e sociais, que ainda está evoluindo.

Excessos de benefícios sociais e despesas públicas, inclusive de custeio – déficits fiscais – resultaram em dívidas públicas insuportáveis principalmente em países mediterrâneos.  A crise fiscal e econômica, que coincidiu com a crise deflagrada nos Estados Unidos ainda não foi superada apesar de avanços alcançados em Portugal, na Espanha e na Irlanda.  Os índices de desemprego ainda são altos.  As medidas para o equilíbrio dos orçamentos desvendaram a real capacidade das regiões de produzirem ocupação e renda, mesmo com níveis de salário reduzidos.  Os salários mínimos hoje pagos em Portugal situariam as famílias no limite entre pobreza e baixa classe média em condições comparáveis ao Brasil, caso marido e esposa estiverem empregados.

No norte da Europa encontram-se condições de saturação de mercados semelhantes aos identificados no Japão.  Na Alemanha um governo com maioria socialdemocrata ajustou a idade de aposentadoria, os benefícios de aposentadoria e condições de emprego e salários de forma a estabelecer condições de competitividade para a economia.  Estabeleceu-se o pleno emprego e um equilíbrio fiscal, que continua sendo rigorosamente observado.  O nível de juros próximo a zero e a inflação abaixo do crescimento da economia na ordem de grandeza de 2% com uma população estagnada facilitam a gestão fiscal.  Este modelo é recomendado aos demais participantes na zona do Euro.  Durante algum tempo foi combatido por defensores de interesses financeiros.  As vozes que prognosticavam o fracasso do Euro silenciaram.  O Banco Central Europeu iniciou uma política monetária de juros negativos, semelhante à experimentada no Japão e nos Estados Unidos, também sem resultados no crescimento do PIB até agora.  O objetivo de incentivar a inflação para um nível de 2% aa. parece esdrúxula.

Como foi relatada sob o item “Preços dos combustíveis”, a demanda por petróleo na Alemanha vem decrescendo.  A demanda média de energia hoje já é coberta de 30% por energias renováveis – eólica, solar e bioenergia -.  Em condições favoráveis 80% da energia consumida é provida por estas fontes, apesar da retirada de operação de diversas centrais nucleares.  Na Dinamarca a geração eólica cobre 100% da demanda em algumas circunstâncias.  As variações de condições de geração fizeram necessárias adaptações na gestão das redes.  Poucas centrais termelétricas sobreviverão para o fornecimento de carga básica.  Usinas com turbinas a gás de resposta rápida providenciarão o equilíbrio das redes de transmissão e distribuição.  Grandes parque eólicos estão sendo instalados no mar – off shore -.  Os acionamentos elétricos de veículos gozam de grande popularidade.  É previsível que as emissões de GEE sejam radicalmente reduzidas na Europa até 2025.  A Noruega poderá contribuir com um aumento de geração hidrelétrica e transmissão ao continente por cabos submarinos.  E os países mediterrâneos dispõem de grandes potenciais de energia solar.

Também a Europa perdeu oportunidades de trabalho no processo de globalização, especialmente para a China.  Mas o desenvolvimento social nos países com desenvolvimento atrasado, entre os quais a China, a Índia, os países da América do Sul e da África também forma novos mercados para a exportação.  Como foi exposto antes, há na Europa ainda contingentes desempregados, subempregados e contingentes com rendas modestas.  Portanto há reservas paro o crescimento interno da produção e distribuição de produção com crescimento do consumo.  Em vista do bem-estar geral tal crescimento pode ser modesto e a experiência tem demonstrado que tentativas de aceleração através de políticas monetárias e de crédito surtem pouco efeito.

Existe uma probabilidade que a Europa, mesmo porque se consolida política e economicamente exercerá uma atração crescente sobre o entorno muçulmano do Mediterrâneo.  A rigor esta tendência a uma maior integração já está presente, mesmo porque promete o desenvolvimento econômico – empregos – na região.  O quadro tornar-se-á mais nítido a partir da Turquia vencer os seus problemas de adaptação.  Uma aproximação de Israel à União Européia também pode ser cogitada.

A Rússia deve ser contemplada no contexto europeu.  Depois do desmoronamento da União Soviética a Rússia passou por uma grave crise econômica com perda de produção.  Recuperou-se.  A Rússia sofrerá com o encolhimento do mercado de petróleo mas continuará com uma posição de fornecedora de gás natural.  Com 160 milhões de habitantes ostenta um nível de vida satisfatório, principalmente de contingentes na classe média baixa.  Deve-se contar com que no médio prazo as questões de confronto político com a Europa serão assentadas.   O mercado interno da Rússia somar-se-á naturalmente ao mercado interno da União Européia.

 

–  Na China[Ref: IDH (2014)    0,727]

Ao lado do revolucionário desenvolvimento político da Europa, a China protagonizou um Desenvolvimento Social e Econômico espantoso sob todos os critérios.  Resgatou mais de 600 milhões de pessoas – de uma população total de 1,3 bilhões – da pobreza rural através de um Projeto de Industrialização e Urbanização sem precedentes.  Criou um imenso mercado interno.  A superação da pobreza se deu através do trabalho com renda própria, inicialmente modesta.  O baixo custo de mão de obra, inclusive os custos sociais praticamente inexistentes, a disciplina natural e a ordem imposta atraíram muitas empresas americanas e europeias a se estabelecerem na China, ao lado das expectativas de mercado.  Hoje a China desponta como a segunda economia e como concorrente no mercado global de produtos industriais, ainda que seja mediante subsídios fiscais, cambiais e sociais.  Pode-se afirmar que a China protagonizou e continua desenvolvendo um Projeto Nacional para o Desenvolvimento Sustentável.

Neste afã a China se tornou o maior emissor global de GEE, principalmente por utilizar carvão mineral de baixa qualidade e barato, do qual dispõe em abundância.  Imagens de céus cobertos de fumaça sobre grandes cidades chinesas frequentam os noticiários.  Mas a China é também o maior produtor e instalador de geradores eólicos, placas fotovoltaicas e captadores de calor solar.  Usinas termelétricas e minas de carvão veem sendo desativadas.  É grave também a poluição das águas.  Por outro lado na China se executam grandes projetos de florestamento.

Com o aumento continuado dar renda e do nível de vida da população a China continuará sendo um grande, se não o maior, importador de alimentos, particularmente de commodities, como a soja.  Ainda há muito espaço e necessidade para obras na infraestrutura.  É inverossímil que a China esteja disposta a arriscar os seus progressos em aventuras bélicas.  Assim sendo, grandes guerras devem pertencer ao passado.

Na China já existe um contingente proprietário do imóvel, que habita.  A propriedade de automóvel também se expande com velocidade.  Via de regra o casal tem um só filho e ambas as partes trabalham.  A parte da população com estas características estaria no nível de classe média baixa.

Não existe uma referência histórica de participação da sociedade na política.  Por isso é impossível prever a emersão de anseios sociais por democracia no sentido ocidental ou japonês, mesmo na era da comunicação por internet.

 

–  No Oriente Médio muçulmano.  [Ref: IDH (2014)    0,65 a 0,6]

As impressões mais marcantes transmitidas pela da região do muçulmano são, sem dúvida, a riqueza em petróleo, desertos, minorias dominantes com características monárquicas, rigor religioso opressivo com traços medievais, população com contingentes predominantes pobres e de classe média baixa vivendo segundo costumes tradicionais e conflitos religiosos entre xiitas e sunitas.  A região abrange desde o Egito, a Jordânia, o Líbano, a Síria, o Iraque, o Curdistão – sem reconhecimento político -, o Kwait, a Arábia Saudita, o Iemen, os Principados do Golfo e o Paquistão.  Excluídos a Turquia [IDH  0,761], Israel [IDH  0,894] e o Irã [IDH  0,766] não árabes, para clareza de delimitação.

 Os muçulmanos árabes rejeitaram o desenvolvimento tecnológico produzido no ocidente cristão, não muçulmano, tanto o tecnológico como o institucional.  Em consequência foram ultrapassados e desalojados de uma posição de vanguarda cultural e política, que ocupavam até o Renascimento.  Um ressentimento, mesclado com e reforçado por extremismos religiosos dificulta a pacificação da região, o que é uma condição para o desenvolvimento econômico e social.  Ambientes análogos são encontrados em outros países da Ásia não abordados.

Há de se notar que a situação provavelmente não perdurará, pois a Indonésia é o país com a maior população muçulmana e não apresenta comportamentos agressivos e ressentidos.  Por diversas razões os efeitos da “primavera árabe”, de movimentos convocados pelos telefones celulares e redes sociais – nos países árabes do norte da África – foram muito limitados.  Por que?:

Para as pessoas não há praticamente expectativas por uma ascensão econômica; faltam oportunidades de trabalho; não há indústrias.  As referências históricas de governo são autoritárias, como são os comportamentos nas famílias.  É difícil imaginar um Projeto para o Desenvolvimento Sustentável “para o mundo árabe”.

O mesmo não se afirmaria para o Irã, assim que a sociedade se libertasse do governo por uma classe religiosa.

 

Sobre o Desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte I

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Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte I.

Introdução à cena atual:

 –  Compromisso global com a limitação das Mudanças climáticas.

Assinou-se o acordo de COP 21.  Ele trata só das emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE.  E é um texto diplomático, baseado em contribuições voluntárias de países – sociedades – soberanas.  Pelo menos reconheceram-se necessidades de ações por um objetivo comum.  O grau de desempenho de Responsabilidade a que cada parte estaria disposta não foi examinado.  A Responsabilidade não constou, ou pelo menos não teve relevância nas tratativas.  Mas trata-se da Responsabilidade pelas Condições de Vida de todas as espécies no futuro.  Então cada sociedade deveria estar comprometida a atingir um nível mínimo de emissões no prazo mais curto possível.

Este critério lógico (ainda?) não foi propagado.  O Brasil poderia com muita facilidade eliminar 30% das emissões em 3 a 5 anos, outros 30% com algum esforço em 10 anos e os restantes 30% em 20 anos, condicionando-se à qualidade de sumidouro de GEE em 2035.  Mas escondeu-se atrás das condições incomparavelmente mais difíceis de outros países, até da China.

 –  Preços dos combustíveis.

Um aspecto atual, que afeta a todos os países é o preço do barrel de petróleo bruto que veio a oscilar por volta de US$ 40,00, um nível inimaginável baixo faz pouco tempo atrás.  Isto significa que há excesso de oferta.  E, embora o petróleo como fonte de energia fóssil seja finito, não há perspectiva de escassez num prazo previsível.  Os produtores lutam por participação no mercado – Arábia Saudita, Iraque, Irã, Nigéria, Rússia, Venezuela e outros.  A exploração de algumas fontes se torna antieconômica, entre as quais sítios de fracking nos Estados Unidos e explorações a grandes profundidades como o pré-sal no Brasil.

A demanda por petróleo tem tendência a diminuir.  Primeiro porque os esforços por redução de emissões através de aumento de eficiência energética no aquecimento doméstico – melhora dos isolamentos – começam a apresentar resultados.  Segundo pelo progresso do aproveitamento da energia solar e eólica.  A mudança das matrizes energéticas de fontes fósseis – petróleo e carvão – para fontes renováveis – solar, eólica e biomassa – vem resultando no desligamento de usinas termelétricas movidas a carvão e também a óleo mineral.  Tal processo é noticiado para a Alemanha, a Dinamarca e a Inglaterra.  O combustível gás natural terá sobrevida mais longa.  Em terceiro lugar haverá de acontecer uma queda significativa da demanda por petróleo com o advento dos acionamentos elétricos e híbridos para os veículos.  Este impacto será global.

É muito difícil antecipar o efeito destas transformações sobe o mercado global de trabalho.  De início não deverá ser difícil absorver os contingentes empenhados nas cadeias de produção de carvão e petróleo e geração termelétrica, inclusive na fabricação dos respectivos equipamentos.  Por exemplo, na Noruega os estaleiros fabricantes de equipamentos de exploração marinha de petróleo estão em crise.  Os investimentos na geração de energia elétrica com fontes renováveis já superam os investimentos em geração com fontes fósseis.  Plantas fotovoltaicas com potência de centenas de MW na Índia facilitarão o desenvolvimento social de numerosos contingentes de pobres e muito pobres, de alguma forma os integrando no sistema de produção e consumo.  Elas dispensam sistemas de transmissão e a distribuição é simples.

Não há notícia de que uma previsão tenha sido feita de que o petróleo e o carvão mineral seriam deslocados dos mercados e energia em fase de abundância, e abundância com tendência de acentuação.  Entre 2009 e 2014 a queda do preço médio de turbinas eólicas foi de 30%, com a tecnologia ainda evoluindo e eficiência.  No mesmo período o preço médio de painéis de energia fotovoltaica caiu em 75%.  Poder-se-ia identificar uma nova revolução industrial simultânea com a revolução da informática, da internet .e da robotização, com consequências econômicas e sócias de grande alcance.

 

Seguem recortes sobre acontecimentos em diversos países

–  No Brasil.   [Ref: IDH (2014)    0,755]

A sociedade está com as atenções ocupadas no impeachment do governo e na crise econômica.  O significado da infração à Lei da Responsabilidade Fiscal e à constituição ainda não está largamente entendido.  Então não há espaço para problemas ambientais.  Mas deve ser considerado auspicioso o fato de vários milhões de cidadãos terem ocorrido a manifestações públicas reclamando principalmente da corrupção.  Portanto existe uma sociedade civil atenta.

O principal problema econômico e social é a geração de oportunidades de trabalho principalmente para os contingentes mais pobres, e os contingentes tradicionalmente não “empregados”.  O Brasil ainda é um país comparativamente pobre, embora alguns estados do Sul e do Sudeste apresentem valores de IDH acima de 0,8.  60% da população vive com renda familiar de até 3 a 4 salários mínimos, ou seja, abaixo de ´”baixa classe média”.  Há um mercado interno a ser configurado, a exemplo da China.  Mas ainda não existe uma política de desenvolvimento com Projetos Regionais de Desenvolvimento Sustentável.

O Brasil deve à humanidade o desempenho de sua Responsabilidade pelo Desenvolvimento Ambiental Sustentável.  Com a realização do Desflorestamento Zero imediato, Reflorestamentos, políticas de incentivo a fontes renováveis de energia – eólica, solar, bioenergias e hidráulica (PCHS) -, e cuidados com os resíduos e a agropecuária, o Brasil poderia se qualificar como sumidouro de GEE até 2035.  As mesmas atividades / ações diminuiriam a pobreza e estimulariam a economia.  Dependem apenas de novas atitudes.

 

–  Nos Estados Unidos[Ref: IDH (2014)   0,915]

Os índices de ocupação indicam uma aproximação ao pleno emprego após à crise financeira de 2008/9.  Mas os salários são mais baixos que anteriormente.  Por isso um cidadão egresso de high school – segundo grau – que antes vivia confortavelmente com uma ocupação industrial, hoje vive “apertado”.  A causa é a migração ocorrida de produções, e serviços, para países de baixa renda, principalmente para a China.  Trata-se de um reflexo da globalização da produção com globalização também das oportunidades de trabalho.

Agora os níveis de renda na China tendem a subir.  A China já transfere produções para países ainda mais pobres, como o Vietnam.  Algumas, ainda poucas, produções regressam aos Estados Unidos.  Mas é flagrante o risco da perda de conhecimento e treinamento industrial.

A mudança da matriz energética tanto elimina oportunidades de trabalho, como oferece novas.  Ela ainda progride com ritmo menor do que em tese possível.  Nos Estados Unidos o Governo / Estado pouco interfere na economia, embora existam subvenções ao carvão (e ao petróleo?) difíceis de serem eliminadas.  As empresas tradicionais são confrontadas com novos competidores e com o comportamento dos consumidores.  O evento dos acionamentos elétricos e híbridos para veículos deverá causar, num prazo de 5 a dez anos, uma “revolução”.

A informática e a robótica gerarão situações imprevisíveis, com redução de oportunidades de trabalho.  Caminhar-se-á para a redução de horas de trabalho com conservação ou aumento de renda?

Alegadamente para reativar a economia, o FED – Banco Central Americano – despejou volumes inéditos de moeda – US$ – na economia.  Desta forma os bancos irresponsavelmente alavancados e carregados com títulos “podres” foram resgatados.  Isto significa que a sociedade, através do Tesouro, arca com uma destruição de capital e com a perda de renda.  Os causadores do desastre não foram levados a juízo, nem mesmo os fraudadores.  Os juros hoje estão próximos a zero, sem causar inflação e sem ativar a economia.  Uma explicação possível para algo estranho para os compêndios da disciplina “Economia” é de não haver demanda.  As acusações à sociedade americana de ser “consumista” precisam ser revistas?  Os baixos níveis de renda na base da pirâmide social contribuem para índices de crescimento do PIB moderados – no nível de 2% a.a.  Os Estados Unidos são a maior economia global e também apresentam a maior renda per capita – PIB/h -.  O crescimento pode ser baixo e não deveria aumentar a pressão sobre os recursos naturais – footprint -.  A população compreende 323 milhões de habitantes, com taxa de crescimento de 0,7%aa.

Pobreza Rural e Pobreza Urbana no Brasil – Parte II: Pobreza Urbana

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Pobreza rural e Pobreza urbana no Brasil.    Parte II                                                                                                                                 “Quem gosta de pobreza é intelectual”                                                                                            Joãozinho Trinta – carnavalesco carioca

Preâmbulo.

A palavra do carnavalesco encerra uma verdade:  É fácil escrever matérias, livros, peças e proferir discursos acadêmicos – ou de campanha eleitoral – sobre a pobreza.

Com justa razão, motivos éticos, a eliminação dos sofrimentos da pobreza foi objeto de programas da Organização das Nações Unidas através do programa das Metas do Milênio (MDM) e agora é dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS / SDG).  Obtiveram-se sucessos:  A parcela dos muito pobres no mundo foi reduzida, doenças foram reduzidas, os Índices do Desenvolvimento Humano – IDH -, levantado anualmente pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – melhoraram.  Parece que um longo trajeto ainda precisa se percorrido no Desenvolvimento para alcançar uma Situação Social Sustentável.

Aqui se procurará detectar possíveis medidas práticas que permitiriam acelerar este desenvolvimento no Brasil.

Erradicação da pobreza urbana.

A pobreza urbana é tema recorrente desde a industrialização impulsionada pela Revolução Industrial, inicialmente na Inglaterra e depois em outros países na Europa.  Simultaneamente a mecanização do trabalho no campo eliminou oportunidades de sustento nas fazendas e forçou populações rurais a procurar ocupação e renda nas fábricas, situadas nas aglomerações urbanas, que então se expandiram desordenadamente.  Historicamente, a pobreza, particularmente a pobreza urbana, foi superada pelo aumento da produtividade, tanto industrial, como agropecuária, ensejada pela Revolução Industrial:  Aumentaram as rendas – salários e benefícios sociais – e reduziram-se continuamente os preços dos produtos consumidos.

Nas sociedades hoje classificadas como desenvolvidas uma parte majoritária da população goza de conforto antes reservado aos estratos dominantes.  São proprietários dos imóveis que habitam e são equipados com eletrodomésticos e aparelhos de comunicação digitais, são proprietários de veículos, gozam de férias anuais, os filhos frequentam escolas de qualidade, dispõem de eventos e instituições culturais, provisionam economias para a aposentadoria etc.  Compõem o que se convenciona chamar de classe média.  Diferencia-se, segundo níveis de renda entre classe média baixa, classe média média e classe média alta.  Há ainda os ricos e muito ricos que corresponderiam aos antigos nobres latifundiários.  Em sociedades com valores de IDH muito altos, acima de 0,9, não ocorre pobreza grave nem rural, nem urbana.  Adota-se como limite entre pobreza e classe média baixa a Renda Adequada, cujo valor deve ser determinado para cada sociedade.

No Brasil a migração da zona rural para as cidades se acentuou na segunda metade dos anos 1950, quando foi estimulada pela construção de Brasília e pela industrialização na região Sudeste e pelo surto de construção civil em São Paulo e Rio de Janeiro entre outras cidades.  Os migrantes ficaram conhecidos como “candangos”, no caso de Brasília, e “paus-de-arara” de maneira geral.  Em numerosos casos o sonho de encontrar trabalho e “melhorar de vida” foi realizado.  Então a ascensão social ocorreu.  Mas nem todos tiveram esta felicidade.  De qualquer forma lograram “morar perto do asfalto” com melhor acesso a serviços sociais.  O IDH aumentou de baixo para alto desde 1950.

A acomodação ocorreu de forma desordenada.  Cresceram e multiplicaram-se as aglomerações de casebres conhecidas como “favelas”, que já existiam antes.  As favelas ocuparam áreas frágeis como encostas de morros, várzeas inundáveis, espaços vagos a exemplo de abaixo de viadutos entre outros.  Não contavam com suprimento de água encanada, saneamento, coleta de lixo e energia elétrica.  Frequentemente se recorreu a soluções clandestinas.  Ainda que algumas favelas tenham evoluído com construções mais sólidas e estrutura, o atendimento com serviços de educação, saúde e segurança em geral continua sendo precário.  Este desenvolvimento ocorreu à revelia de vontades públicas ou empresariais, da mesma forma como ocorrera antes nas sociedades da Revolução Industrial.

No nível de urbanização atingida na ordem de 80% e tendendo a população a estagnar, se não a ensaiar uma redução, a migração para as cidades e o crescimento das favelas deve ter terminado.  Antes se constatam tendências ao regresso às regiões de origem em virtude do desenvolvimento econômico na região Nordeste.  Entretanto, a criação de oportunidades de trabalho na economia formal, ou seja, o crescimento da economia é o principal recurso para superar a pobreza como um todo e principalmente a pobreza urbana.

De fato o desemprego, o desemprego disfarçado e o emprego de baixíssima produtividade estão escancarados à vista para quem percorre as ruas das cidades.

Quais são as atuais possibilidades e tendências para o aumento da produção nacional e da ocupação?  Desconsiderando os problemas políticos e econômicos circunstancias – 2016 -, anotam-se:

  1. Projetos de Desenvolvimento Sustentável nas regiões mais carentes, como indicados para a superação da pobreza rural e na floresta, aumentariam o consumo e, indiretamente a produção nas indústrias e nos serviços, além da arrecadação de impostos.  Esta possibilidade ainda não foi cogitada.
  2. O estímulo à geração eólica e ao aproveitamento da energia solar como fonte distribuída de energia elétrica e para aquecimento, criaria ocupações fabris e de serviços novas em prazo razoavelmente curto.
  3. O estímulo à coprodução de açúcar, etanol e energia elétrica criaria empregos justamente na região com maior industrialização e população do país.
  4. O mercado interno deverá ser protegido de importações subsidiadas nos países de origem, como pratica a China.
  5. Empenho de redução dos problemas conhecidos como “custo Brasil”.
  6. Empenho por exportação de produtos beneficiados em lugar de matéria prima.

Os serviços se expandirão na medida do aumento da capacidade de consumo resultante das atividades industriais, de obras públicas e dos Projetos Regionais de Desenvolvimento.

Também há tendências contrárias.  O desenvolvimento tecnológico continua a reduzir as oportunidades de trabalho na indústria, na construção civil e mesmo na agricultura.  O mercado de petróleo entra em decadência, deixando ameaçada a Petrobrás e seus empregos.  Os mercados de matérias primas minerais “convencionais” tendem à saturação.

 

Conclusão.

Com base na cena atual – 2016 – de pobreza e ocupação no Brasil e considerando as possibilidades de criação de oportunidades de trabalho e renda lembradas, é razoável estimar que num prazo de dez anos a pobreza aguda e a pobreza, que atingem 96 milhões de cidadãos, podem ser superadas de forma sustentável, o que significa “sem recurso a subsídios de consumo na forma de Bolsas”, desde que os Poderes Públicos promovam Políticas e Projetos para o Desenvolvimento Sustentável.  Isto significa que adotarão ações focadas na ocupação da base da pirâmide social.  Os “mercados”, ou seja, a iniciativa privada não está condicionada a resgatar grandes contingentes de cidadãos da pobreza, mas contribuirá na medida da provisão de oportunidades pelo Governo / Estado.

Na pirâmide social do Brasil então ainda haverá “relativamente pobres”.  Mas um contingente significativo terá alcançado uma renda familiar igual ou superior à Renda Adequada, ingressando na classe média baixa.  Este quadro poderá ser considerado ‘eticamente aceitável’.

Aqui os procedimentos foram formulados antes de metas de crescimento abstratas, comuns nas projeções de economistas.  Apenas com um aumento do consumo do contingente pobre de 50% teríamos no prazo de 10 anos, seguramente um aumento da renda média e do PIB em 30% a 40%, apenas com o crescimento do mercado interno.  Todavia tal resultado não será atingido apenas via políticas financistas, monetárias, cambiais, fiscais etc. com que se pretendem estimular desenvolvimentos / crescimentos econômicos difusos.

Pobreza Rural e Pobreza Urbana no Brasil – Parte I: Pobreza Rural

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Pobreza rural e Pobreza urbana no Brasil.      Parte I                                                                                                                       “Quem gosta de pobreza é intelectual”                                                                                            Joãozinho Trinta – carnavalesco carioca

 Preâmbulo.

A palavra do carnavalesco encerra uma verdade:  É fácil escrever matérias, livros, peças e proferir discursos acadêmicos – ou de campanha eleitoral – sobre a pobreza.

Com justa razão, motivos éticos, a eliminação dos sofrimentos da pobreza foi objeto de programas da Organização das Nações Unidas através do programa das Metas do Milênio (MDM) e agora é dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS / SDG).  Obtiveram-se sucessos:  A parcela dos muito pobres no mundo foi reduzida, doenças foram reduzidas, os Índices do Desenvolvimento Humano – IDH -, levantado anualmente pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – melhoraram.  Parece que um longo trajeto ainda precisa se percorrido no Desenvolvimento para alcançar uma Situação Social Sustentável.

Aqui se procurará detectar possíveis medidas práticas que permitiriam acelerar este desenvolvimento no Brasil.

 

Introdução:  Conhecimentos gerais.

A fim de se obter uma visão das possibilidades práticas da erradicação da pobreza no Brasil compõe-se a cena da Situação Social Atual.

O Brasil tem hoje – 2015 – pouco mais de 200 milhões de habitantes, dos quais 80% são contabilizados como urbanizados.  Há 5570 municípios a maioria dos quais pequenos e muitos não conseguem pagar a sua administração com recursos próprios.

 —  Sobre municípios:

Nas últimas duas décadas se consolidou no Brasil a situação de dependência dos municípios das transferências de recursos por parte do governo federal e dos Estados.

Segundo um estudo publicado no início do ano pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), com base em dados que vão até 2010, 94% dos mais de 5 mil municípios brasileiros têm nessas transferências pelo menos 70% de suas receitas correntes, e 83% não conseguem gerar nem 20% de suas receitas.

 Na maioria dos casos, a folha de pagamento consome boa parte dos recursos, e pouco sobra para investimentos. De acordo com a Firjan, somente 83 dos 5.570 municípios brasileiros geram receitas suficientes para pagar seus funcionários.

O limite de 60% da receita corrente líquida para despesas com funcionalismo, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, não apenas não é respeitado por todos como, segundo a Firjan, “parece ter oferecido incentivos contrários às prefeituras que gastavam menos”.

Em 10 anos, esses gastos passaram de 43,2% para 50% dos orçamentos municipais. Para investimentos, a parcela permaneceu em cerca de 10%.

—  Sobre renda e pobreza no Brasil.

 66% dos cidadãos brasileiros – 132 milhões – pertencem a famílias com renda até 3 Salários Mínimos.  São considerados de classes D e E.  Subdividem-se em             18 milhões de “muito pobres”, vivendo abaixo do nível de pobreza estabelecido                                                                              em R$ 70,00 por mês, correspondentes a R$ 280,00 de                                                                renda familiar                                                                                 76 milhões de “pobres”                                                                                                                       40 milhões de “relativamente pobres”, vivendo com renda familiar ao redor de 3 a 4                                                                    Salários Mínimos, grosso modo com um Salário Mínimo por                                                        pessoa.

Podemos estimar que 20 milhões de muito pobres e pobres habitam nas florestas – 10 milhões na Floresta Amazônica – e na zona rural, ou seja, a metade dos não urbanizados 40 milhões.

 

Erradicação da pobreza rural e da floresta.

A compreensão sistemática da pobreza na floresta é, no mínimo, insegura.  Compreende a vida dos nativos, dos ribeirinhos e de assentados.  Todos se alimentam de extrativismo – pesca, caça, cultura rudimentar – e venda de produtos colhidos – borracha, açaí, castanha e outras frutas.  Por ser via de regra ilegal, desconsidera-se a extração de madeira.  Há o garimpo.  Há culturas como da pimenta, do cacau e da palma, localizadas e de extensão modesta.  A floresta não é uma fonte fértil de riquezas, como já indica a esparsa população indígena.  Incluímos nesta abordagem uma estimativa de 500.000 índios no número total de 10 milhões acima destacados.  Pergunta-se:  Este contingente está “satisfeito” da forma como vive, aparentemente livre de obrigações de acomodação da vida urbana?  Como valorizar as atividades de autossustentação inclusive a moradia em termos de renda?

O atendimento por serviços sociais – saúde e educação – a populações dispersas por um extenso território é difícil, oneroso, deficiente, e de baixa produtividade.  Haveria de se supor, que uma grande parte desta população acorreria para aglomerações urbanas, caso ali encontrassem meios de sustentação, trabalho.  Assim acontece quando se instalam canteiros de obras ou minerações.

É óbvio, que a iniciativa privada não tem o alcance de melhorar as condições de vida de grandes contingentes humanos.  Trata-se de uma tarefa dos poderes públicos de desenvolver Projetos Regionais de Desenvolvimento, oferecendo oportunidades de trabalho com Renda Adequada.  Pelo menos na parte leste da Região Amazônica, ações de recuperação de extensas áreas degradadas – reflorestamentos – consorciadas com outras atividades, podem atrair contingentes para fora da floresta.

A pobreza na zona rural é devida à baixa produtividade de práticas rudimentares.  Isto se aplica também aos assentados na floresta, que contribuem para o desmatamento.  A agricultura e a pecuária familiar podem ser bem sucedidas, desde que praticadas com conhecimento e instrumental atualizado.  Assim se observa com os “colonos” nas regiões Sul e Sudeste.

Nas regiões agrárias pobres vigem desemprego e subemprego não contabilizados nas estatísticas, tanto no campo como nos aglomerados urbanos.  A reforma agrária teve efeitos decepcionantes no combate á pobreza e os subsídios ao consumo, as Bolsas, são filantrópicos e, embora festejadas, não são sustentáveis, não produzem um Desenvolvimento Social Sustentável.

Entretanto, hoje existem técnicas de cultivo adequadas a regiões áridas e semiáridas como as da Região Nordeste.  Seria função dos Poderes Públicos projetar, administrar e coordenar a sua introdução com programas de fôlego.

Admita-se que esperar que tais contingentes pobres também migrem para zonas urbanas apenas transferiria o problema de lugar o problema da pobreza.  Os hoje disponíveis recursos de geração elétrica local com tecnologia eólica e solar facilitam bastante Projetos de Desenvolvimento Social local Sustável, que dispensaria os subsídios ao consumo provida pelos programas de Bolsas.

Brasil precisa de desmatamento zero para cumprir meta de corte de emissão de gases estufa

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Brasil precisa de desmatamento zero para cumprir meta de corte de emissão de gases estufa

Brasília, 11 de abril de 2016 – Uma análise feita por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) mostrou que o Brasil precisa reduzir o desmatamento em 87% até 2025, em relação a 2014, para atingir as reduções de emissões propostas para o país. Já em 2030, seria necessário zerar as emissões de desmatamento e reduzir emissões de outros setores para cumprir a meta proposta internacionalmente.

De acordo com a projeção, em 2025 o Brasil emitirá 1,51 bilhão de tonelada de dióxido de carbono (CO2). Essa emissão projetada está 9,6% acima do número que consta da NDC (sigla em inglês para contribuição nacionalmente determinada) para 2025: 1,38 bilhão.

Para atingir a meta de 2030 – 1,25 bilhão de tonelada de CO2–, é preciso chegar ao desmatamento zero e ainda reduzir em 173 milhões de toneladas de CO2 as emissões somadas dos outros setores (energia, agropecuária, industrial e resíduos). “Ainda que a gente atinja o desmatamento ilegal zero em 2030, haverá emissão equivalente a 10% do desmatamento de 2015”, explica a pesquisadora e diretora do IPAM Andrea Azevedo.

A análise indica que o Brasil precisa ser mais a  mais ambicioso em seus planos de controle de emissão. “Ninguém quer mais desmatamento, ilegal e nem legal. Mesmo que cresça a área para a agropecuária com intensificação da produção, é necessário reduzir consideravelmente a conversão do solo de floresta para outros usos”, afirma Azevedo.

Segundo a pesquisadora, diversas empresas já se colocam claramente a favor do desmatamento zero de florestas, seja legal ou ilegal. “Muitos foram pressionados pelo Ministério Público Federal, por grandes organizações e até consumidores”, diz. “O resultado é que essas empresas perceberam que é possível produzir, crescer e ganhar mercados mantendo florestas.”

Papel do setor

A NDC brasileira foi construída em três eixos de mitigação: energia, agropecuária e mudanças do uso do solo. Este último é o foco da análise do IPAM e desdobra-se nas seguintes ações: cumprimento do Código Florestal, desmatamento ilegal zero até 2030, compensação das emissões de gases estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030, restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares de florestas até 2030, e manejo sustentável de florestas nativas.

A análise baseia-se em dados brutos do SEEG (Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa) e considera emissões brutas, ou seja, o que efetivamente foi para a atmosfera. O governo federal, em suas estimativas, reporta emissões líquidas, assumindo que florestas em unidades de conservação e terras indígenas sequestram ativamente grandes quantidades de carbono todos os anos – cujo número pode variar enormemente de acordo com a metodologia aplicada.

Com os dados líquidos, como o Brasil reporta, o país atingiria as metas propostas na NDC só com o controle do desmatamento. “Vamos lembrar que, até alguns anos atrás, o setor de mudança de uso do solo era o vilão do inventário brasileiro de emissão de gases estufa, devido a taxas muito altas de desmatamento”, afirma o pesquisador Marcelo Stabile, do IPAM.

A situação se inverteu com ações de comando e controle, no início da década, e com iniciativas de ampliação de governança, especialmente nos setores agropecuário e madeireiro. “É necessário que se reconheça a importância deste setor no controle da emissão de gases estufa, que a sociedade invista recursos para que o desmatamento acabe, que áreas protegidas continuem exercendo seu papel e que a restauração florestal ocorra conforme o Código Florestal”, diz Stabile.

Saiba mais sobre o trabalho do IPAM em www.ipam.org.br.

Mais informações para a impresa:

Cristina Amorim – cristina.amorim@ipam.org.br, (61) 2109-4150 e (61) 9127-6994

 

IPAM

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Comentário:  Capengando na direção certa.  Desflorestamento Zero Já teria prazo de 3 a 5 anos, mais tardar em 2020.

 

Florestamento em Israel – Um benchmark

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Israel es el único país que entró en el siglo XXI con una ganancia neta en el número de árboles.

La plantación de árboles es una antigua tradición judía. De hecho, el rabino Yohanan ben Zakai de la época del Talmud enseña: “Si usted tiene un árbol joven en su mano y alguien le dice que el Mesías ha llegado, plántalo y luego sal para recibir al Mesías.

Los bosques israelíes son el producto de una importante campaña de forestación por el Fondo Nacional Judío (JNF).

“Israel no fue bendecido con bosques naturales; sus bosques son plantados a mano. Cuando llegaron los pioneros del Estado, fueron recibidos por tierra estéril “, explica la página web del FNJ.

“Hoy en día, KKL y sus socios deben lidiar con el desafío de equilibrar el crecimiento y el desarrollo fenomenal que Israel ha experimentado en la última década con el mantenimiento de un medio ambiente ecológicamente racional.”

El mayor bosque plantado en el país es Yatir, situado en la ladera sur del Monte Hebrón en el borde del desierto de Negev, con una superficie de 30 kilómetros cuadrados.

Aproximadamente 1.000 pequeños incendios forestales se registran cada año – la mitad de ellos causado por incendios provocados, a menudo en ataques terroristas árabes – y 10.000 hectáreas de bosques plantados a mano fueron destruidas por los cohetes Katyusha disparados por Hezbolá durante la Guerra del Líbano de 2006. Después de la guerra, JNF lanzó una campaña de reforestación que se conoce como Operación de Renovación del Norte.

Desde 2009, el KKL ha proporcionado a la Autoridad Palestina con 3.000 plantones de árboles en una zona de bosques que se está desarrollando en el borde de la nueva ciudad de Rawabi, al norte de Ramallah.

Por: Unidos con Israel

Acionamento de veículos, petróleo e Petrobrás.

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Bye bye Petrobras    –   por Orlando Correa no Facebook

O lulopetismo atrasou em 10 anos a exploração de petróleo no Brasil ao mudar o marco regulatório e não fazer leilões de novas áreas, e ao mesmo tempo quebrar a Petrobras. Nesse período o avanço de tecnologia para o uso de energia limpa tem sido notável, o país perdeu a janela de oportunidade para explorar os seus campos petrolíferos, o preço do barril despencou, fez-se o Acordo do Clima em Paris na COP21.

Vejam alguns exemplos do que ocorre nessa área:

A Renault-Nissan está investindo bilhões de euros para produzir um carro elétrico para suportar longas distâncias sem recarregamento de bateria, espera colocá-lo no mercado até 2020.

O modelo elétrico BMW i3, de grande sucesso, foi adotado pela empresa de car-sharing DriveNow que colocou 400 desses veículos à disposição em Copenhague, e os interligou ao sistema de transporte público da cidade, para o passageiro decidir a forma mais eficiente de fazer ou continuar a sua viagem.
A BMW estima que cada veículo car-sharing possa substituir 10 carros particulares..

A Toyota já está vendendo na Europa e na Califórnia o seu modelo Mirai a base de células de hidrogênio. A meta da Toyota é acabar com a produção de veículos a gasolina e a diesel até 2050. Os veículos a hidrogênio são recarregáveis em 3 minutos, o Mirai tem autonomia de 500km. Postos de abastecimento de hidrogênio já estão em construção na Califórnia e em Hamburgo.

A Volvo está testando na Suécia ônibus elétricos de passageiros que aproveitam as paradas nos pontos de embarque e desembarque para recarregar as baterias.

A empresa CNH Industrial, dona da New Holland, Case e Inveco, já vendeu 15.000 veículos, tratores agrícolas, grandes vans e caminhões pesados, a base de gás natural ou liquefeito.

As construtoras de aviões terão que até 2050 reduzir à metade a emissão de CO2 dos seus aparelhos.

Um bilhão de pessoas no mundo ainda não têm acesso à energia elétrica. A Philips está desenvolvendo uma lâmpada LED alimentada por energia solar com uma saída para carregar telefones celulares ou tablets. A meta é atingir esse bilhão de pessoas até 2030 que deixariam de usar querosene e queimar madeira. O preço deverá se situar em torno de US$20 para estimular seu uso e, assim, ser mais barato que queimar combustível fóssil.

O incrível é que nos congressos do PT ainda se defende o monopólio estatal e o sistema de partilha, sem se dar conta de que a exploração e uso do petróleo serão cadentes no mundo, que a Petrobras não tem capacidade financeira para tocar o setor.

Comentários:

1.  No Brasil o acionamento elétrico pode ser associado ao combustível renovável etanol em tecnologia híbrida.  O consumo de óleo Diesel pode ser reduzido empregando biodiesel nas regiões produtoras de soja, tanto na própria agricultura, como nos transportes.  Reduzir-se-ia o diesel consumido no transporte de óleo diesel para estas regiões.  E a mistura de biodiesel ao diesel de petróleo também aumentará.  O Brasil se tornará independente do petróleo quase totalmente.  O preço do petróleo no mercado global tenderá a cair por super-oferta.  As fontes de produção mais onerosa, como o pré-sal serão abandonadas.

2.  Estamos diante do melhor exemplo possível de Desenvolvimento Ambiental Sustentável Difuso, impulsionado pela “forças dos mercados”.

 

Classe Média no Brasil: Tentativa de definição

Classe Média no Brasil.

Entende-se que a classe média tem condições de conforto melhores que as classes pobres.    Aceita-se que os “muito pobres”, ou miseráveis, sejam identificados por rendas diárias diárias de até  1,25 US$/h.  Adotando a relação de câmbio de 1,00US$ = 4,00R$ teríamos  o limite da miséria quantificada em R$ 5,oo/dia, ou R$ 150,oo/mês.

Conforme uma pirâmide social admitamos que o limite da pobreza seja definida por uma renda mensal de 3 a 4 salários mínimos para uma família de 4 pessoas.  O valor do salário mínimo em 2015 esteja em  R$ 800,00.  Então o limite da pobreza estaria em R$ 2.400,00 (US$ 600,00) a R$ 3.200,oo (US$ 800,00) de renda mensal .  Seriam R$ 600,00 a R$ 800,00 por pessoa, ou US$ 150,00/mês a US$ 200/mês.

Arbitrariamente estipulemos os seguintes patamares de renda mensal por família de 4 pessoas:                                                                                                                                                     –  5   a 8  salários mínimos       R$   4.000,00  a R$ 6.400,00             baixa classe média    – 9   a 12  salários mínimos      R$   7.200,00  a R$ 9.600,00             média classe média        – 13  a 19   salários mínimos   R$ 10.800,00  a R$ 15.200,00           classe média alta

Acima de 20 salários mínimos – R$ 16.000,00 –  estariam as            classes altas

Considerações:                                                                                                                                         1.   Com 60% das famílias tendo renda até 3/4 salários mínimos, o Brasil é um país pobre.                                                                                                                                    2.  Para ascender à classe média tanto homem como mulher operários precisam estar empregados.                                                                                                                                             3.  Não estão computados nas rendas os benefícios de escola pública e saúde pública.

No conceito tradicional de classe média burguesa, a família habita em casa própria, os filhos frequentam escolas particulares e têm aulas adicionais e esportes ou cursam faculdades, a família tem um a dois veículos, existe um interesse por eventos culturais, ocupa uma empregada doméstica e financia seguro de saúde.  Hoje este nível de conforto é difícil de ser mantido sem que ambas as partes de um casal tenha um emprego.

Os valores das rendas acima consideradas são, em princípio, remunerações por empregos, ou rendas de negócios.  Precisariam considerar a produção própria de alimentos, quando aplicável.

4.  Para a aplicação do conceito de “renda adequada” vale o primeiro nível acima da pobreza, a baixa classe média.