Da lerdeza das lições contra as Mudanças Climáticas.

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Da lerdeza das ações contra as Mudanças Climáticas.

Sob o título “O clima não espera, falta-nos urgência, Washington Novaes – WN – expõe no OESP, 29.04.2016 pág. A2 muitas verdades, mas omite o principal:  O Brasil é um dos principais vilões da lentidão.  Deixemos em aberto os motivos do autor.

Certo é que o Brasil no presente emite gases causadores do efeito estufa – GEE – na ordem de 1.500 GtCO2equiv e o autor noticia que em 2025 o Brasil ainda emitirá a mesma quantidade.  WN não arrisca nenhum comentário.  Não cumpre a sua missão de jornalista, que é informar a sociedade, e não a de contribuir para a desinformação no coro do Ministério do Meio Ambiente.

Qual é a Responsabilidade do Brasil, ou seja da sociedade deste país, diante da humanidade?  Resposta:  Reduzir as emissões de GEE no ritmo mais rápido possível a fim de retardar o aumento das concentrações destes gases na atmosfera, reduzindo também o seu valor de pico.  E quais são as metas atingíveis?  De imediato as emissões por desflorestamento poderiam chegar a um nível bem próximo a ZERO, num prazo de 3, no máximo 5, anos, caso houvesse uma vontade política.  É a bancada ruralista no Congresso, que o impede. As emissões seriam reduzidas em um terço até o início da década de 2020.  Segundo, um fomento à geração elétrica eólica e solar e com biocombustíveis em poucos anos levaria à possibilidade do desligamento das usinas termelétricas que operam com combustíveis fósseis.  Os biocombustíveis etanol e biodiesel, caso devidamente estimulados, reduziriam em muito os GEE emitidos nos transportes rodoviários, ferroviários e fluviais mesmo antes da popularização dos acionamentos elétricos e híbridos esperados entre 2020 e 2025.  Este conjunto de medidas, que seriam realizadas pela iniciativa privada, acarretaria uma redução das emissões de GEE em mais de um terço até aproximadamente 2025.  Terceiro e em paralelo, o tratamento adequado de resíduos, o aumento de eficiência energética nos processos industriais e melhorias nas técnicas na agricultura e na pecuária ajudariam a alcançar níveis de emissões que poderão ser compensadas pelos sequestros de carbono de reflorestamentos até 2030.

Quais as contribuições de outros países noticiadas?  Sem entrar no mérito da intensidade dos esforços, compilamos:  1.  A contribuição do carvão para a geração de energia nos Estados Unidos foi reduzida de 53% para 35% nos últimos 5 anos.  2.  A China também está reduzindo o consumo de carvão, além de executar grandes projetos de geração eólica e de reflorestamentos.  3.  Os investimentos em energias renováveis hoje são maiores que os investimentos em energias fósseis a nível global.  4.  Aumenta continuamente a eficiência energética na maioria dos países.  A Alemanha vem reduzindo a importação de petróleo.  Embora a economia global tenha crescido, o nível de emissões globais das geradoras de energia voltou ao nível de 2013.

Na COP 21 se propôs que com um esforço global o valor máximo do aquecimento seja mantido em 1,5 oC.  A realização desta meta requer que cada sociedade – país – desempenhe os seus melhores esforços.  Até agora as propostas defendidas pelo governo do Brasil configuram uma fraude, um esforço desnecessário de procrastinação e ocultamento atrás dos países com menores facilidades naturais.  Não se percebe que as medidas acima lembradas oferecem oportunidades de trabalho justamente para contingentes pobres e que alavancariam a economia interna.

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