Categoria: Desenvolvimento Econômico Sustentável

Crescimento Econômico e Pobreza. Parte I: Do contexto global.

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Crescimento Econômico e Pobreza. Parte I:  Do contexto global.

Introdução.

O crescimento da economia, do PIB, é a principal preocupação dos políticos e dos economistas.  Esperam que com o crescimento aumentem as oportunidades de trabalho, a renda e o consumo.  Seriam então populares.  Acontece eu as medidas tomadas com apoio nas recomendações dos economista e seus compêndios, em geral de caráter financeiro, não têm obtido os resultados desejados.  Estas considerações procuram reconhecer causas.

Manchetes do dia 06.09.2016 no O Estado de S.Paulo.

–  “O G-20 e o crescimento” na coluna de Celso Ming

–  “Crescimento global é fraco, diz G-20” da Reportagem de Fernando Nakagawa                                                                                                                            e Cláudia Trevisan.

G-20:  https://en.wikipedia.org/wiki/G20

O G-20 reúne as 20 maiores economias, representando 75% do comércio internacional considerando a União Europeia como unidade e dois terços da população global.

 

Primeiras Perguntas:

–  Crescimento para que?

–  Qual pode ser a velocidade do crescimento?

 

Primeira constatação:

Nos dois textos só se alude à pobreza uma vez, de passagem.

–  Celso Ming relata que consta na declaração do G-20 ‘de que seja preciso estimular o crescimento econômico, a criação de empregos, a distribuição de renda, colocar em marcha reformas, combater a corrupção e respeitar o meio ambiente – e tudo isso, sem recorrer a medidas protecionistas’.  ‘A declaração de Hangzhou reconhece que não basta injeção de moeda nos mercados pelos bancos centrais, mas que é preciso acionar políticas fiscais equilibradas’.

–  Celso Ming repete o chavão da má distribuição de renda, tão cultivado pelos intelectuais como a educação.

Segunda constatação:

Por mais que se considere que as manifestações do G-20 não passem de obviedades e que sejam superficiais, já é um ganho que se configure um entendimento econômico global.  Trata-se de uma convergência similar àquela das Mudanças Climáticas.  O G-20 é, no mínimo, um início de uma inovação política global.

Por outro lado, a constatação de um problema de “excesso de capacidade de produção global de aço, que requer respostas coletivas” é um fato inédito promissor.  Paulatinamente, emerge a consciência de necessidades de uma gestão globalizada.

Outras constatações:

  1. É evidente que os dirigentes dos países integrantes do G-20 se preocupem, por dever de ofício, pelas economias dos próprios países. Invocam o crescimento para gerar trabalho para os seus desempregados.
  2. É evidente que se pautam pelos dizeres dos compêndios de economia onde uma das principais metas é o crescimento ilimitado.                                                              2.a.  Na verdade acabam de confirmar a experiência, que o despejo de recursos pagamento – moeda – e a facilitação do crédito não tiveram os efeitos esperados de ativação de produções.
  1. Não se aprendeu ainda a lição dada pela China, que o crescimento sustentável da economia está fundamentado na criação de ocupação e renda para os contingentes nas bases das pirâmides sociais pobres. O Desenvolvimento Sustentável Social e o Desenvolvimento Sustentável Econômico são concomitantes.
  2. A pretendida saída da Grã Bretanha da União Europeia não é um problema grave, porque os britânicos não desenvolverão a vocação de se suicidarem. Faz-se muito alarde por pouca coisa.  Tanto a Grã Bretanha como a União Europeia passarão por um desenvolvimento e aperfeiçoamento de procedimentos e percepções, que atuarão contra um afastamento.

 

O que fica a desejar?

Cada sociedade – país – continuará a administrar a própria economia; continuará a valer o ensinamento da Economia Nacional, já porque a gestão do bem estar social é obrigatoriamente descentralizado.  Mas as visões e as metas haverão de ser coordenadas para a Situação Sustentável, que só pode ser global.  Desenvolvimento Social Sustentável e o Desenvolvimento Econômico Sustentável são necessidades comuns da humanidade.  Estas percepções ainda não são articuladas da mesma forma que a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável.

A meta principal de toda gestão econômica – nacional e global – deverá passar a ser a superação da pobreza.  O crescimento econômico é um recurso.  Quando o bem-estar geral aceitável estiver realizado, o crescimento perderá a sua razão de ser, ou, no mínimo, grande parte de sua importância.  As economias estarão saturadas.  Hoje ainda não se interpreta adequadamente esta situação alcançada no Japão, nos Países Escandinavos e em partes do outros países desenvolvidos (os de muito alto IDH médio).  Observação:  Desta forma se responde à primeira pergunta.

Um dos problemas a serem resolvidos no plano global é a concorrência de empresas subsidiadas em economias dirigidas – China, Rússia, ….- e empresas de economias de mercado.  Entre os subsídios constam baixos serviços sociais, baixos impostos, câmbio subvalorizado, juros artificialmente baixos.  Em razão da automação as diferenças salariais perderam importância.  Todos os países hão de zelar pelo nível de ocupação de suas populações.

A distribuição global da produção, da ocupação, é um dos problemas de mais difícil solução no Desenvolvimento Sustentável.  As instituições da iniciativa privada e da concorrência estão na base da formação das economias desenvolvidas, junto com a instituição democrática da negociação das condições de trabalho.  Trata-se do sucesso da economia liberal de mercado. Entretanto, agora que se compreendeu a necessidade de resgatar da pobreza, em curto espaço de tempo, grandes contingentes humanos, a ação dos Governos / Estados parece imprescindível para aumentar a oferta de oportunidades de trabalho e renda adequada.

Acontece que não existe um conceito de “Renda Adequada”.  Renda Adequada não é igual a “salário mínimo”.  O “Fair Trade”, que almeja um pagamento adequado aos trabalhos na cadeia de produtos importados de países pobres, está neste contexto.  Exemplos são condições de bem-estar na indústria de vestuário da Índia e Bangladesh, de lavradores de bananas na América do Sul, na produção de flores na Abissínia, entre outros.  O deslocamento de produções industriais para regiões com baixo custo de mão de obra, quer dizer, pobres tem ajudado de forma limitada.  Ocorre mesmo em países como os Estados Unidos e na federação da União Europeia.  Nos casos de exemplos extremos, a melhora das rendas em atividades industriais deslocadas para Vietnam, Indonésia, Malásia e México, para citar alguns exemplos, mereceria ser discutida no G-20.  Na China já acontece um aumento gradual dos salários.  O processo de deslocamento de produções para sociedades pobres, que é um dos aspectos da Globalização, por um lado, foi iniciativa de empresas e, por outro lado, foi estimulado pelo governo da China.

Um dos recursos “teoricamente consagrados” da geração de oportunidades de trabalho é o investimento na estrutura econômica.  No presente, operações das mudanças nas matrizes energéticas com a substituição de fontes fósseis de energia por fontes renováveis – solar, eólica, biomassa – têm sustentado a ocupação em partes da União Europeia e contribuído para a ocupação nos Estados Unidos e na China.  Outros países, inclusive Índia, Marrocos e Brasil, se beneficiarão desta ação de mitigar as emissões de gases causadores do efeito estufa.

A China fornece o melhor exemplo da atuação dos Poderes Públicos – do Estado – para resgatar grandes contingentes humanos da pobreza.  Lá se criaram centros industriais incentivando migrações para a urbanização.  E realizaram-se enormes projetos na infraestrutura de energia e dos transportes.  A sustentação da economia será propiciada pelo desenvolvimento do mercado interno.  O mercado interno dará sustento crescente à indústria, inicialmente dependente da exportação.  Hoje mais de 70% dos chineses entre 15 e 64 anos de idade têm formação secundária.  A matrícula nas escolas primárias alcançou 100%, nas escolas secundárias atingiu 87% e nas universidades 24%.  Crescerá uma classe média aumentando o consumo de produtos e serviços.

Tendo sido protagonizado por um regime de governo autoritário e tirânico e uma população tradicionalmente educada para a disciplina e a obediência, o resgate de centenas de milhões de pessoas da pobreza e um crescimento econômico – PIB – ímpar (também da renda por habitante) provavelmente não são reprodutíveis da mesma forma, nem mesmo Índia ou no Paquistão.  Mas a abordagem do desenvolvimento e da formação de um mercado interno a partir de uma ocupação dos contingentes na base da pirâmide pode servir de orientação para o desenvolvimento de outras sociedades.

Crescimento Econômico e Pobreza – Parte II: Aplicação ao Brasil [2015/6]

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Crescimento Econômico e Pobreza  –  Parte II:  Da Aplicação ao Brasil [2015/6]

O Brasil com  200.000.000 habitantes é um país pobre porque

60%             120.000.000  ou 30.000.000 de famílias vivem com até (3) 4 salários mínimos e                                                                                                                                                                5%                10.000.000   ou    2.500.000 de famílias são consideradas miseráveis, de                                  pobreza extrema, com renda de até 1,5 US$/dia e pessoa ou 5,25 R$/dia e                                pessoa, conforme a definição do PNUD/ONU.

Estas 2.5 milhões de famílias não estiveram ainda integradas no processo produtivo oficial.  Portanto não constam entre os 10.000.000 desempregados pela crise econômica a ser debelada.  Novas atividades haveriam de ser desenvolvidas para o resgate dos tradicionalmente muito pobres.

Há de se observar que no Brasil mesmo na pobreza não é comum ocorrer falta de alimentação, em comparação com o que se observa na África.  Mesmo na Índia as condições de fome foram superadas.  Caberia uma diferenciação na definição do PNUD/ONU de pobreza extrema, que não cabe neste espaço.

Considere-se que as ações para superação da crise econômica atual – 2016 – com obras na infraestrutura urbana – inclusive saneamento e manejo de resíduos sólidos – e a ativação da indústria por meio de  obras na infraestrutura e exportações resgatem em primeiro lugar os desempregados.  Assim em nada mudará a vida da massa dos mais pobres.  Considere-se também que uma distribuição de renda como subsídio ao consumo sem contrapartida de trabalho não é sustentável e não resulta em desenvolvimento social.  Onde então começar a empregar esta gente da base da pirâmide social? 

Uma resposta ainda não explorada é:  Na recuperação de áreas degradadas da Floresta Amazônica, do Cerrado, da Floresta Atlântica e de outros biomas e na recuperação de bacias hidrográficas.  Esta atividade ainda muito pouco praticada compreenderia a repressão do extrativismo de madeira e do garimpo clandestino e, sobretudo, a finalização dos desmatamentos.  Compreenderia, portanto uma expansão das forças coercitivas de guarda florestal

O reflorestamento das extensas áreas degradadas implicaria na desapropriação das terras não recuperadas voluntariamente.  Muitas foram adquiridas por via ilegal, de “grilagem”.  Estar-se-ia recompondo o patrimônio nacional.  Os reflorestamentos requereriam numerosos canteiros de cultivo de mudas de espécies endógenas, preparo do plantio, defesa contra insetos, vigilância contra incêndios e assim por adiante.  Os empenhados poderão ser funcionários públicos e assentados com Renda Adequada, inclusive os serviços de educação e saúde.  A ocupação de 500.000 famílias por ano não parece ser uma meta utópica, como se verifica abaixo.  Num prazo de cinco anos eliminaria a pobreza extrema.

Estipulemos a Renda adequada em 4 salários mínimos.  Ao término do prazo de 5 anos estar-se-ia ‘investindo’  10.000.000 de salários mínimos por mês, ou seja, 120.000.000 de salários mínimos por ano.

Com o salário mínimo em 2015 no valor de R$ 880,00 corresponderiam a R$ 105,6 *109 quando o PIB alcançava R$ 5,9 * 1012 – 5,9 trilhões de Reais.  Comportariam 1,78% do PIB.  Trata-se de um valor incorporável ao Orçamento Nacional.  Além disso, haveria um efeito alavancador da economia porque a renda fluiria para o consumo.  O efeito de alavancagem é estimado em 3 a 5.  Seria um crescimento adicional ao resultante de outras ações de política econômica.

No primeiro ano de um Projeto Nacional de Desenvolvimento Sustentável Ambiental e Social desta categoria haveria de se despender um quinto deste valor para a Renda Sustentável 500.000 famílias, ou seja, R$ 21.19 *109.  Comportariam  0,36% do PIB, que seriam de imediato aplicáveis junto com as demais despesas iniciais.

 

Conclusão.

Não existe empecilho material nenhum para um Projeto Nacional de Desenvolvimento Sustentável com resgate da pobreza da base da pirâmide social no Brasil e desenvolvimento ambiental compreendendo o Desflorestamento Zero e a recuperação de extensas áreas degradadas.  Este Projeto poderia ser executado de imediato.  Promoveria o crescimento da economia e assim beneficiando os contingentes já incorporados ao processo produtivo.

Portanto, o Brasil não requer de nenhuma ajuda externa, nem de um ‘impulso’ do G-20, ou de compromissos da COP 21, para desempenhar as sua Responsabilidade pelo Desenvolvimento Ambiental Sustentável e pelo Desenvolvimento Social Sustentável.  Agindo estaria ao mesmo tempo promovendo o crescimento seu do mercado interno.

Falta a Cidadania perceber, tomar conhecimento desta realidade.  E depois integrá-la a objetivos nacionais.  Na verdade tratar-se-á de uma “quebra de paradigmas”, de um “salto cultural”.  Quanto tempo ainda passará para acontecer?

Crescimento Econômico e Pobreza – Parte I: Ambiente Global

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Crescimento Econômico e Pobreza. Parte I:  Ambiente Global

Manchetes do dia 06.09.2016 no O Estado de S.Paulo.

–  “O G-20 e o crescimento” na coluna de Celso Ming

–  “Crescimento global é fraco, diz G-20” da reportagem de Fernando Nakagawa                                                                                                                             e Cláudia Trevisan.

G-20:  https://en.wikipedia.org/wiki/G20

O G-20 reúne as 20 maiores economias, representando 75% do comércio internacional considerando a União Europeia como unidade e dois terços da população global.

 

Primeiras Perguntas:

–  Crescimento para que?                                                                                                                       –  Qual pode ser a velocidade do crescimento?

 

Primeira constatação:

Nos dois textos só se alude à pobreza uma vez, de passagem.

–  Celso Ming relata que consta na declaração do G-20 ‘de que seja preciso estimular o crescimento econômico, a criação de empregos, a distribuição de renda, colocar em marcha reformas, combater a corrupção e respeitar o meio ambiente – e tudo isso, sem recorrer a medidas protecionistas’.  ‘A declaração de Hangzhou reconhece que não basta injeção de moeda nos mercados pelos bancos centrais, mas que é preciso acionar políticas fiscais equilibradas’.

–  Celso Ming repete o chavão da má distribuição de renda, tão cultivado pelos intelectuais como a educação.

Segunda constatação:

Por mais que se considere que as manifestações do G-20 não passem de obviedades e que sejam superficiais, já é um ganho que se configure um entendimento econômico global.  Trata-se de uma convergência similar àquela das Mudanças Climáticas.  O G-20 é, no mínimo, um início de uma inovação política global.                                                                  Por outro lado, a constatação de um problema de “excesso de capacidade de produção global de aço, que requer respostas coletivas” é um fato inédito promissor.  Paulatinamente, emerge a consciência de necessidades de uma gestão globalizada.

Outras constatações:

  1. É evidente que os dirigentes dos países integrantes do G-20 se preocupem, por dever de ofício, pelas economias dos próprios países. Invocam o crescimento para gerar trabalho para os seus desempregados.
  2. É evidente que se pautam pelos dizeres dos compêndios de economia onde uma das principais metas é o crescimento ilimitado.                                                        2.a.  Na verdade acabam de confirmar a experiência, que o despejo de recursos pagamento – moeda – e a facilitação do crédito não tiveram os efeitos esperados de ativação de produções.
  3. Não se aprendeu ainda a lição dada pela China, que o crescimento sustentável da economia está fundamentado na criação de ocupação e renda para os contingentes nas bases das pirâmides sociais pobres. O Desenvolvimento Sustentável Social e o Desenvolvimento Sustentável Econômico são concomitantes.
  4. A pretendida saída da Grã Bretanha da União Europeia não é um problema grave, porque os britânicos não desenvolverão a vocação de se suicidarem. Faz-se muito alarde por pouca coisa.  Tanto a Grã Bretanha como a União Europeia passarão por um desenvolvimento e aperfeiçoamento de procedimentos e percepções, que atuarão contra um afastamento.

 

O que fica a desejar?

Cada sociedade – país – continuará a administrar a própria economia; continuará a valer o ensinamento da Economia Nacional, já porque a gestão do bem estar social é obrigatoriamente descentralizado.  Mas as visões e as metas haverão de ser coordenadas para a Situação Sustentável, que só pode ser global.  Desenvolvimento Social Sustentável e o Desenvolvimento Econômico Sustentável são necessidades comuns da humanidade.  Estas percepções ainda não são articuladas da mesma forma que a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável.

A meta principal de toda gestão econômica – nacional e global – deverá passar a ser a superação da pobreza.  O crescimento econômico é um recurso.  Quando o bem-estar geral aceitável estiver realizado, o crescimento perderá a sua razão de ser, ou, no mínimo, grande parte de sua importância.  As economias estarão saturadas.  Hoje ainda não se interpreta adequadamente esta situação alcançada no Japão, nos Países Escandinavos e em partes do outros países desenvolvidos (os de muito alto IDH médio)

Um dos problemas a serem resolvidos no plano global é a concorrência de empresas subsidiadas em economias dirigidas – China, Rússia, ….- e empresas de economias de mercado.  Entre os subsídios constam baixos serviços sociais, baixos impostos, câmbio subvalorizado, juros artificialmente baixos.  Em razão da automação as diferenças salariais perderam importância.  Todos os países hão de zelar pelo nível de ocupação de suas populações.

A distribuição global da produção, da ocupação, é um dos problemas de mais difícil solução no Desenvolvimento Sustentável.  As instituições da iniciativa privada e da concorrência estão na base da formação das economias desenvolvidas, junto com a instituição democrática da negociação das condições de trabalho.  Trata-se do sucesso da economia liberal de mercado. Entretanto, agora que se compreendeu a necessidade de resgatar da pobreza, em curto espaço de tempo, grandes contingentes humanos, a ação dos Governos / Estados parece imprescindível para aumentar a oferta de oportunidades de trabalho e renda adequada.

Acontece que não existe um conceito de “Renda Adequada”.  Renda Adequada não é igual a “salário mínimo”.  O “Fair Trade”, que almeja um pagamento adequado aos trabalhos na cadeia de produtos importados de países pobres, está neste contexto.  Exemplos são condições de bem-estar na indústria de vestuário da Índia e Bangladesh, de lavradores de bananas na América do Sul, na produção de flores na Abissínia, entre outros.  O deslocamento de produções industriais para regiões com baixo custo de mão de obra, quer dizer, pobres tem ajudado de forma limitada.  Ocorre mesmo em países como os Estados Unidos e na federação da União Europeia.  Nos casos de exemplos extremos, a melhora das rendas em atividades industriais deslocadas para Vietnam, Indonésia, Malásia e México, para citar alguns exemplos, mereceria ser discutida no G-20.  Na China já acontece um aumento gradual dos salários e serviços sociais.  O processo de deslocamento de produções para sociedades pobres, que é um dos aspectos da Globalização, por um lado, foi iniciativa de empresas e, por outro lado, foi estimulado pelo governo da China.

Um dos recursos “teoricamente consagrados” da geração de oportunidades de trabalho é o investimento na estrutura econômica.  No presente, operações das mudanças nas matrizes energéticas com a substituição de fontes fósseis de energia por fontes renováveis – solar, eólica, biomassa – têm sustentado a ocupação em partes da União Europeia e contribuído para a ocupação nos Estados Unidos e na China.  Outros países, inclusive Índia, Marrocos e Brasil, se beneficiarão desta ação de mitigar as emissões de gases causadores do efeito estufa.

 A China fornece o melhor exemplo da atuação dos Poderes Públicos – do Estado – para resgatar grandes contingentes humanos da pobreza.  Lá se criaram centros industriais incentivando migrações para a urbanização.  E realizaram-se enormes projetos na infraestrutura de energia e dos transportes.  A sustentação da economia será propiciada pelo desenvolvimento do mercado interno.  O mercado interno dará sustento crescente à indústria, inicialmente dependente da exportação.  Hoje mais de 70% dos chineses entre 15 e 64 anos de idade têm formação secundária.  A matrícula nas escolas primárias alcançou 100%, nas escolas secundárias atingiu 87% e nas universidades 24%.  Crescerá uma classe média aumentando o consumo de produtos e serviços.

Tendo sido protagonizado por um regime de governo autoritário e tirânico e uma população tradicionalmente educada para a disciplina e a obediência, o resgate de centenas de milhões de pessoas da pobreza e um crescimento econômico – PIB – ímpar (também da renda por habitante) provavelmente não são reprodutíveis da mesma forma, nem mesmo na Índia ou no Paquistão.  Mas a abordagem do desenvolvimento e da formação de um mercado interno a partir de uma ocupação dos contingentes na base da pirâmide pode servir de orientação para o desenvolvimento de outras sociedades.

União Europeia e Euro

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Stiglitz:  União Europeia – UE – e Euro – E-.

[ Artigo ”Na Europa, é reforma ou divórcio?” OESP, 23.08.2016, pág. B8 ]

http://www.economia.estadao.com.br/noticias/geral/na-europa-e-reforma-ou-divorcio,1000000713398

 

Posicionamento inicial.

Stiglitz é um economista agraciado com Prêmio Nobel e eu sou um cidadão diletante em economia.  Portanto estou no público ao qual o profissional se dirige.

Este cidadão interessado ignora os critérios de julgamento, em se apoia o economista sem citá-los.  Mas como leitor tem de fazer um juízo sobre o texto.  Inicia esclarecendo os próprios critérios.

Critérios e constatações do leitor.

Primeiro constata que a UE é uma inovação política recente.  Como tal ainda está numa fase experimental das instituições.  Mas constitui um fato histórico  irreversível.  É uma federação de países independentes.  Em comparação, os Estados Unidos nasceram como federação e passaram por uma guerra para consolidá-la.  A UE efetiva as três condições formuladas por Emmanuel Kant para o estabelecimento da paz:  Estados / Países com poderes legislativo e executivo separados, reunidos numa federação e com direito de hospedagem dos cidadãos em todos os Estados.

Segundo o cidadão julga que seja lógico que se procure estabelecer uma moeda comum na federação.  Imaginem-se os Estados Unidos com moedas distintas nas suas dúzias de estados praticando câmbio entre si.  Lá há estados economicamente mais fortes, mais ou menos industrializados, com diferentes níveis de produtividade e diversos índices IDH.

Terceiro o cidadão presume que o economista julga segundo uma “lente americana” e financista.  Hostiliza a política de equilíbrio fiscal e de baixo endividamento.  Esta política conduz a uma redução dos endividamentos públicos e, consequentemente, das despesas financeiras dos estados.  Em consequência os juros serão baixos e os impostos poderão ser reduzidos, caso a economia não for aplicada em benefícios sociais.  Portanto esta política não é do agrado do sistema financeiro internacional.

Quarto o cidadão lembra que as crises financeiras e econômicas nos Estados Unidos e em parte da Europa foram de natureza diversa.  Nos Estados Unidos resultaram do desrespeito às boas práticas de financiamento e de fraudes na comercialização de títulos “podres”, além de irresponsáveis alavancagens bancárias.  Os responsáveis pelos danos aos cidadãos-contribuintes e desempregados – ainda? – não foram punidos.  Na Europa, enquanto não tenha sido envolvida neste “affair”, a crise se deveu a excessos de endividamento dos países Grécia, Portugal etc.  Stiglitz desconsidera esta diferença no texto.

 

Outras constatações.

Não condiz com uma posição ‘científica’ um economista acusar a Alemanha de viver “à custa dos vizinhos”.  Os vizinhos que praticaram déficits fiscais insustentáveis e não tiveram uma estrutura de cobrança fiscal adequada, como é o caso da Grécia, têm de fato de acertar as estruturas internas e não requerer a sustentação dos contribuintes dos demais participantes na federação.  A Escócia e Portugal já se aproximaram de uma estabilização.  Os países em dificuldades obtiveram ajudas – créditos condicionados a correções.  Stiglitz se mantém num plano de ‘critica’ genérica, sem mencionar os progressos realizados.  Assim visto os seus termos como “fetichismo do déficit” e “culpabilização de vítimas” beira à difamação.  Conferir à prática de equilíbrio fiscal o apelido de “austeridade” não deixa de ser um artifício de marketing sofista.  Empresas que não cuidam do equilíbrio do fluxo de caixa costumam caminhar para a insolvência.

Não só nos países escandinavos, incluindo a Finlândia, se pratica o Wohlfahrtstaat, de forma bem mais avançada que nos Estados Unidos e muitas vezes criticada.  Alemanha, Áustria, Holanda e outros mereceriam ser citados.  A prática do estado do bem social contradiz a acusação de “austeridade”.  Contudo há diferenças entre os estados na UE a serem superadas, como, entre outras, na legislação trabalhista e na aposentadoria.  Tais diferenças podem influenciar a produtividade e o PIB, mas é exagero entendê-las como causa de crises.  De qualquer forma não serviram de argumento para a surpreendente votação a favor do Drexit, um processo cujo desenlace é imprevisível.

A afirmação de que na Europa faltem pessoas que entendam de economia exprime além de soberba uma falta de delicadeza diplomática Afirmar que o Euro “deu errado desde o começo” é extravagante.  Hoje o E compete com o Dólar Americano como moeda de reserva.  Aproximou as condições de comércio num mercado interno de 500 milhões de pessoas às privilegiadas condições do mercado interno americano de 350 milhões de cidadãos.  As diferenças regionais de estrutura econômica já existiam antes da formação da UE e da criação do E.  Não faz sentido experimentar argumentos de câmbio onde se estabeleceu a moeda comum.  A maior aproximação das práticas fiscais é um problema ainda a ser resolvido.  De qualquer forma não há notícia de que um país da UE empobreceu – reduziu o PIB por habitante – em consequência da adesão e da adoção do E, salvo onde se extinguiram “bolhas” – como na Espanha – .

Vale a pena lembrar que os Estados Unidos enfrentam uma redução do desemprego num ritmo menor do que esperado, como acontece na Europa num ambiente federativo mais complicado.

 

Finalização e conclusão.

É verdade que as populações demoram a desenvolver novas percepções e têm temores diante das mudanças.  O drexit é uma experiência no caminho da integração, que tem uma gradiente inexorável.

As considerações financistas de curto prazo de Stiglitz não alcançam a essência dos acontecimentos.  Deveriam, mas não conseguem, convencer um leitor pautado apenas no bom senso.

Um juízo de bom senso indica que no prazo mais longo o equilíbrio orçamentário, uma justa distribuição da carga orçamentária, a sustentabilidade social com apoio aos cidadãos impedidos de alcançar uma Renda Adequada, baixos endividamentos públicos e privados e consequentes baixas despesas financeiras e taxas de juros, se estabelecerão como norma de política econômica num cenário de inflação próxima a zero e baixos aumentos do PIB.  Estas serão algumas das características de uma Situação Econômica Sustentável.

Suécia reaproveita 99% dos resíduos que produz.

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Suécia reaproveita 99% dos resíduos que produz – CicloVivo

Suécia reaproveita 99% dos resíduos que produz

O sucesso do modelo sueco é fruto de um trabalho de décadas.

Suécia reaproveita 99% dos resíduos que produz

Quando se fala em sustentabilidade, a Suécia está sempre entre os países com maior destaque em todo o mundo. A nação escandinava dá exemplo em diversos setores, um deles é no manejo de resíduos. Apenas 1% do lixo produzido pelos suecos vai para lixões, o restante é reciclado, reutilizado ou transformado em energia renovável.

A eficiência do sistema de gestão de resíduos na Suécia é tão grande, que o país é obrigado a importar lixo de outras nações para garantir a sua produção de energia. Conforme informado em reportagem do jornal Huffington Post, são 32 usinas especializadas no aproveitamento da biomassa para a produção de eletricidade.

O sucesso do modelo sueco é fruto de um trabalho de décadas. Desde 1970 o país possui leis de logística reversa e a reciclagem se faz presente em todos os setores. Todas as empresas e pessoas são obrigadas a separarem adequadamente seu lixo e os fabricantes precisam se responsabilizar pela recolha dos resíduos pós-consumo originados por seus produtos.

Uma das principais razões para que o sistema funcione está na forma como as autoridades locais encaram o problema. “Os resíduos hoje são uma mercadoria diferente do que tem sido. Eles não são apenas lixo, são um negócio”, explicou Anna-Carin Gripwell, diretora de comunicação da empresa nacional de gestão de resíduos da Suécia.

A medida resolve dois grandes problemas de uma só vez: a falta de espaço para o descarte de resíduos e a energia. Antes de o lixo ser incinerado, tudo o que pode ser reciclado é reaproveitado. Apenas o que sobra é destinado para a produção de energia.

A opção é altamente eficiente, mesmo quando comparada aos combustíveis fósseis. De acordo com Göran Skoglund, porta-voz da Öresundskraft, uma das principais empresas de energia da Suécia, cada três toneladas de lixo é capaz de produzir a mesma quantidade de eletricidade que uma tonelada de petróleo.

As usinas funcionam da seguinte forma: os resíduos são dispostos em incineradores, onde são queimados. Este processo gera vapor, usado para girar grandes turbinas, que produzem eletricidade. A partir daí, a energia é transmitida pelas redes de transmissão e entregue à população.

A Suécia usa esta opção para queimar, anualmente, dois milhões de toneladas de lixo por ano. Esta opção faz com que o país deixe de consumir, anualmente, 670 mil toneladas de petróleo e outros combustíveis fósseis.

Redação CicloVivo

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte III

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Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte III.

–  Na Índia[Ref: IDH (2014)    0,609]

Com aproximadamente 1,3 bilhões de habitantes, comparável à população da China, a Índia é a maior sociedade com regime de governo democrático.  Apresenta ainda imensos contingentes – centenas de milhões – muito pobres e pobres.  O seu IDH é inferior ao da China e mesmo ao da maioria dos “países árabes”.  Os crescimentos econômicos nos últimos anos no nível de 7% aa. tem superado o da China.

A Índia não se industrializou nem se urbanizou (ainda?) da mesma forma como a China.  Mas se destaca na produção de software e nos serviços via internet.  A prática da língua inglesa e a educação propiciam uma vantagem competitiva.  Uma remuneração mais Adequada da mão de obra de confecção para exportação aos países desenvolvidos Estados Unidos e na Europa poderia ser uma ajuda significativa para o desenvolvimento do mercado interno.  O advento da geração de energia elétrica solar fotovoltaica, por ser distribuída, poderá se revelar como alavancador do resgate da grave pobreza rural.

Apesar da diversidade linguística e religiosa a Índia tem se mantida estável.  Persiste uma questão territorial com o Paquistão sobre a província Kashemir, mas agora faltam indícios sobre uma deflagração.  Tanto Índia como Paquistão enfrentam ameaças de dificuldades causadas por Mudanças Climáticas e escassez de água.

–  América Latina.

A população conjunta dos 21 países da América Latina soma 569 milhões de habitantes.  Culturalmente a América Latina é herdeira e próxima da Península Ibérica.

Dois países latino-americanos apresentam condições de bem-estar público semelhantes aos europeus:  Argentina [IDH  0,836] e Chile [0,832].  Na grande maioria as condições de conforto são comparáveis às registradas para o Brasil [vide acima Parte I].  Os mais pobres são o Paraguai [IDH  0,672], a Bolívia [IDH  0,662], a Nicarágua [IDH  0,631] e a Guatemala [IDH  0,632]].  Estes valores dos mais pobres são maiores que os da Índia e da África.

As minoritárias classes médias elevadas e ricas vivem nos distritos comparáveis aos de regiões desenvolvidas, em contraste com uma pobreza visível de favelas ou oculta no campo e nas florestas.  A exploração de riquezas minerais gera poucas oportunidades de trabalho.  A maioria dos países tem uma população insuficiente para constituir um mercado interno para o assentamento de indústrias, que serviria de apoio para exportações.  O mercado global de gêneros alimentícios está suprido e seu crescimento depende do desenvolvimento econômico global. Projetos Nacionais ou Regionais para o Desenvolvimento Sustentável serviriam para quantificar metas realistas para o crescimento das economias, a ocupação dos contingentes humanos, Rendas Adequadas e a melhora das condições gerais de bem-estar.  Subsídios ao consumo, como os ensaiados no Brasil, aliviam sofrimentos atuais, mas não representam desenvolvimento sustentável.  Também é problemático confiar num crescimento econômico vegetativo, baseado apenas nos mercados propiciados por políticas econômicas.  Entretanto, não é possível prever os resultados de estudos de Projetos de Sustentável quanto ao melhoramento das condições de renda e de vida da maioria das populações nos países da América Latina.  Contar com crescimentos econômicos como o da China e da Índia é ilusório, já porque os contingentes de muito pobres e pobres na Ásia são muito maiores.

 

–  Na África[IDH  predominante baixo, menor que 0,55]     [Fonte:  Wikipédia]

O continente africano tem hoje cerca de 889 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsaariana. Essa população tem um crescimento populacional na ordem dos 2,5% ao ano.  30% sofrem de subalimentação crônica.

Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias.

  1. A predominância de jovens na população determina a necessidade de elevados investimentos sociais em escolas, alimentação e tratamento médico;
  2. a pressão demográfica, aliada ao baixo nível técnico da produção agropecuária, à introdução de culturas de rendimento para exportação e à urbanização no século XX, tem gerado graves desequilíbrios econômicos e sociais.

De forma geral, a população da África Negra apresenta os piores indicadores socioeconômicos do mundo.  Enquanto nos países desenvolvidos a população morre, em média, com uma idade superior a 70 anos, nessa parte do mundo raramente a média ultrapassa os 45 anos. Essa expectativa média de vida tão baixa é explicada por inúmeros fatores, tais como a má nutrição, falta de assistência médica e ausência de saneamento básico nos meios rurais e favelas.

Esta região da África é marcada, em geral, por governos autoritários e corruptos que não se preocuparam em melhorar as condições econômicas dos seus países. Nos últimos anos, no entanto, verifica-se uma tendência democratizadora em toda a região, com eleições multipartidárias realizadas regularmente.

Comentário:  As expectativas para um Desenvolvimento Sustentável da região são sombrias, com eventual exceção da África do Sul.  Hoje acontecem migrações à procura de trabalho e alimentação.  Apesar de uma população menor do que a da Índia, o resgate da pobreza e da miséria deverá ser mais difícil, mesmo no plano da agricultura familiar.  A geração fotovoltaica poderá se revelar ser um apoio significativo para o desenvolvimento social.

 

Conclusões e Expectativas Gerais.

Na medida em que os contingentes muito pobres e pobres alcançarem condições de conforto eticamente aceitáveis, a velocidade do crescimento da economia diminuirá.  Assim formulada num plano teórico, esta expectativa hoje é observável na China.  Sintomas de saturação das economias são observáveis no Japão e partes da Europa e dos Estados Unidos.

Como as economias dos países e regiões estão entrelaçadas e todas as sociedades precisam de mercados internos de trabalho – e renda -, é provável que a distribuição global das oportunidades de trabalho se orientará pela capacidade dos mercados internos e regionais.  Esta orientação seria lógica também segundo critérios logísticos.

Ainda não foram desenvolvidos critérios para metas de renda e conforto no desenvolvimento social além da eliminação da fome e doenças, da igualdade de gêneros, de educação mínima, condições saudáveis de habitação entre as constantes no SDG/MDS – Sustainable Development Goals – da ONU / PNUD.

Assim sendo os SDG continuam tendo um caráter filantrópico.  A visão da autossustentação das famílias deverá se impor porque o subsídio ao consumo não corresponde ao conceito de autoafirmação em liberdade individual.  Por consequência um nível de renda que permita ao cidadão – à família -economizar para prover o sustento durante a velhice pode servir de critério.  Esta condição estaria alcançada na classe média baixa, uma percepção “burguesa”.  A delimitação da pobreza seria caracterizada pela Renda Adequada.

Esta configuração social está sendo realizada na China através de um “Projeto de Desenvolvimento Social” por Industrialização, Urbanização e, menos percebida, de preservação do Meio Ambiente.  Em países como o Brasil, e toda a América Latina, com menores contingentes de famílias muito pobres, projetos similares trariam benefícios econômicos, ambientais e sociais em curto espaço de tempo.

Aumentos de demanda por energia serão atendidos por geração com fontes renováveis – eólica, solar, bioenergia e biocombustíveis.  A mudança das matrizes energéticas está tomando impulso.  A disseminação da energia solar fotovoltaica poderá, junto com a comunicação por internet, impulsionar o desenvolvimento social e refrear a urbanização.

A atualização de estruturas das economias para a mudança das matrizes energéticas abre oportunidades de trabalho industrial e nos serviços num horizonte de prazo de duas décadas.  Mas o desenvolvimento tecnológico, visível na automação através da informática e da robótica, corta empregos.  Em algumas sociedades desenvolvidas a população diminui apesar do aumento da expectativa de vida.  Ocorrerá uma convergência para um equilíbrio, eventualmente com um aumento dos tempos de lazer?

Nos países com IDH muito alto pouco deverá se alterar.  Talvez os níveis de renda serão algo reduzidos.  Os países do sul e do leste da Europa provavelmente serão melhor incluídos na economia europeia.  Em 5 a 10 anos o gradiente de atração da União Europeia sobre províncias da Rússia, sobre a Turquia e sobre países árabes terá mostrado efeitos favoráveis à paz.  No mesmo período o IDH da China e da Índia terá avançado.  Na América Latina tudo depende de saltos de percepção:  A pobreza estará superada, caso acontecerem.  Mais difícil deverão continuar estando as condições de vida na África.

Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte II

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Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte II.

–  No Japão.  [Ref: IDH (2014)    0,891]

Algumas características marcantes do Japão são a população de 160 milhões de habitantes com tendência de envelhecimento e redução, Índice de Desenvolvimento Humano de    – muito alto, dependencia de importação de petróleo e de exportação de produtos industriais.  O baixo nível do preço do petróleo deveria favorecer a economia.  O Japão apresenta produtividade energética alta.  Mas a economia está estagnada há vários anos num nível elevado.  No intuito de estimular o consumo, praticou sem sucesso uma políticas monetária de juros negativos.  Isto indica que as necessidades sentidas pela população estão satisfeitas.  Faz sentido qualificar a economia como “saturada”.  Juros negativos causam redução das poupanças, que em grande parte estão aplicadas em títulos públicos.  Como não se tem notícia de pobreza, pode-se admitir que na base da pirâmide social se tenha estabelecido uma Renda Adequada.  Uma política econômica de crescimento da produção – do PIB – não faz mais sentido.

Também no Japão um fator para manter o movimento da economia e o alto nível da ocupação é a Mudança da Matriz Energética.  O Japão ainda depende da geração termelétrica e de centrais nucleares.  Os acionamentos elétricos e híbridos de veículos, nos quais o Japão ocupa uma posição de liderança tecnológica, refletirão na redução da dependência de importações.  Deve haver um espaço para a redução do PIB sem afetar o nível de bem-estar da população.

 

–  Na Europa.  [Ref: IDH (2014)    > 0,9  ou  > 0,8 < 0,9]

População:  738 milhões, dos quais 142 milhões da Rússia.   A União Européia compreende 508 milhões.  A tendência é declinante.

A primeira e a segunda Revolução Industrial – a da máquina a vapor e a do acionamento e iluminação elétrica – iniciaram na Inglaterra e foram desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países da Europa.  Até hoje são os países mais desenvolvidos social e economicamente, além do Japão.  Depois da Segunda Guerra Mundial se configurou a União Europeia, uma confederação da maioria dos países europeus com um Parlamento Europeu sediado em Bruxelas.  Duas das condições para a paz, formuladas por Kant, estão assim realizadas:  Os países têm governos ‘republicanos’ (executivo e legislativo separados) e são ligados numa confederação.  Até agora 17 países foram além:  Adotaram uma moeda única, o Euro, com um Banco Central Europeu.  Esta união monetária requer uma aproximação das políticas fiscais e sociais, que ainda está evoluindo.

Excessos de benefícios sociais e despesas públicas, inclusive de custeio – déficits fiscais – resultaram em dívidas públicas insuportáveis principalmente em países mediterrâneos.  A crise fiscal e econômica, que coincidiu com a crise deflagrada nos Estados Unidos ainda não foi superada apesar de avanços alcançados em Portugal, na Espanha e na Irlanda.  Os índices de desemprego ainda são altos.  As medidas para o equilíbrio dos orçamentos desvendaram a real capacidade das regiões de produzirem ocupação e renda, mesmo com níveis de salário reduzidos.  Os salários mínimos hoje pagos em Portugal situariam as famílias no limite entre pobreza e baixa classe média em condições comparáveis ao Brasil, caso marido e esposa estiverem empregados.

No norte da Europa encontram-se condições de saturação de mercados semelhantes aos identificados no Japão.  Na Alemanha um governo com maioria socialdemocrata ajustou a idade de aposentadoria, os benefícios de aposentadoria e condições de emprego e salários de forma a estabelecer condições de competitividade para a economia.  Estabeleceu-se o pleno emprego e um equilíbrio fiscal, que continua sendo rigorosamente observado.  O nível de juros próximo a zero e a inflação abaixo do crescimento da economia na ordem de grandeza de 2% com uma população estagnada facilitam a gestão fiscal.  Este modelo é recomendado aos demais participantes na zona do Euro.  Durante algum tempo foi combatido por defensores de interesses financeiros.  As vozes que prognosticavam o fracasso do Euro silenciaram.  O Banco Central Europeu iniciou uma política monetária de juros negativos, semelhante à experimentada no Japão e nos Estados Unidos, também sem resultados no crescimento do PIB até agora.  O objetivo de incentivar a inflação para um nível de 2% aa. parece esdrúxula.

Como foi relatada sob o item “Preços dos combustíveis”, a demanda por petróleo na Alemanha vem decrescendo.  A demanda média de energia hoje já é coberta de 30% por energias renováveis – eólica, solar e bioenergia -.  Em condições favoráveis 80% da energia consumida é provida por estas fontes, apesar da retirada de operação de diversas centrais nucleares.  Na Dinamarca a geração eólica cobre 100% da demanda em algumas circunstâncias.  As variações de condições de geração fizeram necessárias adaptações na gestão das redes.  Poucas centrais termelétricas sobreviverão para o fornecimento de carga básica.  Usinas com turbinas a gás de resposta rápida providenciarão o equilíbrio das redes de transmissão e distribuição.  Grandes parque eólicos estão sendo instalados no mar – off shore -.  Os acionamentos elétricos de veículos gozam de grande popularidade.  É previsível que as emissões de GEE sejam radicalmente reduzidas na Europa até 2025.  A Noruega poderá contribuir com um aumento de geração hidrelétrica e transmissão ao continente por cabos submarinos.  E os países mediterrâneos dispõem de grandes potenciais de energia solar.

Também a Europa perdeu oportunidades de trabalho no processo de globalização, especialmente para a China.  Mas o desenvolvimento social nos países com desenvolvimento atrasado, entre os quais a China, a Índia, os países da América do Sul e da África também forma novos mercados para a exportação.  Como foi exposto antes, há na Europa ainda contingentes desempregados, subempregados e contingentes com rendas modestas.  Portanto há reservas paro o crescimento interno da produção e distribuição de produção com crescimento do consumo.  Em vista do bem-estar geral tal crescimento pode ser modesto e a experiência tem demonstrado que tentativas de aceleração através de políticas monetárias e de crédito surtem pouco efeito.

Existe uma probabilidade que a Europa, mesmo porque se consolida política e economicamente exercerá uma atração crescente sobre o entorno muçulmano do Mediterrâneo.  A rigor esta tendência a uma maior integração já está presente, mesmo porque promete o desenvolvimento econômico – empregos – na região.  O quadro tornar-se-á mais nítido a partir da Turquia vencer os seus problemas de adaptação.  Uma aproximação de Israel à União Européia também pode ser cogitada.

A Rússia deve ser contemplada no contexto europeu.  Depois do desmoronamento da União Soviética a Rússia passou por uma grave crise econômica com perda de produção.  Recuperou-se.  A Rússia sofrerá com o encolhimento do mercado de petróleo mas continuará com uma posição de fornecedora de gás natural.  Com 160 milhões de habitantes ostenta um nível de vida satisfatório, principalmente de contingentes na classe média baixa.  Deve-se contar com que no médio prazo as questões de confronto político com a Europa serão assentadas.   O mercado interno da Rússia somar-se-á naturalmente ao mercado interno da União Européia.

 

–  Na China[Ref: IDH (2014)    0,727]

Ao lado do revolucionário desenvolvimento político da Europa, a China protagonizou um Desenvolvimento Social e Econômico espantoso sob todos os critérios.  Resgatou mais de 600 milhões de pessoas – de uma população total de 1,3 bilhões – da pobreza rural através de um Projeto de Industrialização e Urbanização sem precedentes.  Criou um imenso mercado interno.  A superação da pobreza se deu através do trabalho com renda própria, inicialmente modesta.  O baixo custo de mão de obra, inclusive os custos sociais praticamente inexistentes, a disciplina natural e a ordem imposta atraíram muitas empresas americanas e europeias a se estabelecerem na China, ao lado das expectativas de mercado.  Hoje a China desponta como a segunda economia e como concorrente no mercado global de produtos industriais, ainda que seja mediante subsídios fiscais, cambiais e sociais.  Pode-se afirmar que a China protagonizou e continua desenvolvendo um Projeto Nacional para o Desenvolvimento Sustentável.

Neste afã a China se tornou o maior emissor global de GEE, principalmente por utilizar carvão mineral de baixa qualidade e barato, do qual dispõe em abundância.  Imagens de céus cobertos de fumaça sobre grandes cidades chinesas frequentam os noticiários.  Mas a China é também o maior produtor e instalador de geradores eólicos, placas fotovoltaicas e captadores de calor solar.  Usinas termelétricas e minas de carvão veem sendo desativadas.  É grave também a poluição das águas.  Por outro lado na China se executam grandes projetos de florestamento.

Com o aumento continuado dar renda e do nível de vida da população a China continuará sendo um grande, se não o maior, importador de alimentos, particularmente de commodities, como a soja.  Ainda há muito espaço e necessidade para obras na infraestrutura.  É inverossímil que a China esteja disposta a arriscar os seus progressos em aventuras bélicas.  Assim sendo, grandes guerras devem pertencer ao passado.

Na China já existe um contingente proprietário do imóvel, que habita.  A propriedade de automóvel também se expande com velocidade.  Via de regra o casal tem um só filho e ambas as partes trabalham.  A parte da população com estas características estaria no nível de classe média baixa.

Não existe uma referência histórica de participação da sociedade na política.  Por isso é impossível prever a emersão de anseios sociais por democracia no sentido ocidental ou japonês, mesmo na era da comunicação por internet.

 

–  No Oriente Médio muçulmano.  [Ref: IDH (2014)    0,65 a 0,6]

As impressões mais marcantes transmitidas pela da região do muçulmano são, sem dúvida, a riqueza em petróleo, desertos, minorias dominantes com características monárquicas, rigor religioso opressivo com traços medievais, população com contingentes predominantes pobres e de classe média baixa vivendo segundo costumes tradicionais e conflitos religiosos entre xiitas e sunitas.  A região abrange desde o Egito, a Jordânia, o Líbano, a Síria, o Iraque, o Curdistão – sem reconhecimento político -, o Kwait, a Arábia Saudita, o Iemen, os Principados do Golfo e o Paquistão.  Excluídos a Turquia [IDH  0,761], Israel [IDH  0,894] e o Irã [IDH  0,766] não árabes, para clareza de delimitação.

 Os muçulmanos árabes rejeitaram o desenvolvimento tecnológico produzido no ocidente cristão, não muçulmano, tanto o tecnológico como o institucional.  Em consequência foram ultrapassados e desalojados de uma posição de vanguarda cultural e política, que ocupavam até o Renascimento.  Um ressentimento, mesclado com e reforçado por extremismos religiosos dificulta a pacificação da região, o que é uma condição para o desenvolvimento econômico e social.  Ambientes análogos são encontrados em outros países da Ásia não abordados.

Há de se notar que a situação provavelmente não perdurará, pois a Indonésia é o país com a maior população muçulmana e não apresenta comportamentos agressivos e ressentidos.  Por diversas razões os efeitos da “primavera árabe”, de movimentos convocados pelos telefones celulares e redes sociais – nos países árabes do norte da África – foram muito limitados.  Por que?:

Para as pessoas não há praticamente expectativas por uma ascensão econômica; faltam oportunidades de trabalho; não há indústrias.  As referências históricas de governo são autoritárias, como são os comportamentos nas famílias.  É difícil imaginar um Projeto para o Desenvolvimento Sustentável “para o mundo árabe”.

O mesmo não se afirmaria para o Irã, assim que a sociedade se libertasse do governo por uma classe religiosa.

 

Sobre o Desenvolvimento social e econômico global (2016) Parte I

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Sobre o desenvolvimento social e econômico global (2016).

Objetivo:Trata-se da tentativa de um primeiro levantamento para iniciar um monitoramento periódico.

Parte I.

Introdução à cena atual:

 –  Compromisso global com a limitação das Mudanças climáticas.

Assinou-se o acordo de COP 21.  Ele trata só das emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE.  E é um texto diplomático, baseado em contribuições voluntárias de países – sociedades – soberanas.  Pelo menos reconheceram-se necessidades de ações por um objetivo comum.  O grau de desempenho de Responsabilidade a que cada parte estaria disposta não foi examinado.  A Responsabilidade não constou, ou pelo menos não teve relevância nas tratativas.  Mas trata-se da Responsabilidade pelas Condições de Vida de todas as espécies no futuro.  Então cada sociedade deveria estar comprometida a atingir um nível mínimo de emissões no prazo mais curto possível.

Este critério lógico (ainda?) não foi propagado.  O Brasil poderia com muita facilidade eliminar 30% das emissões em 3 a 5 anos, outros 30% com algum esforço em 10 anos e os restantes 30% em 20 anos, condicionando-se à qualidade de sumidouro de GEE em 2035.  Mas escondeu-se atrás das condições incomparavelmente mais difíceis de outros países, até da China.

 –  Preços dos combustíveis.

Um aspecto atual, que afeta a todos os países é o preço do barrel de petróleo bruto que veio a oscilar por volta de US$ 40,00, um nível inimaginável baixo faz pouco tempo atrás.  Isto significa que há excesso de oferta.  E, embora o petróleo como fonte de energia fóssil seja finito, não há perspectiva de escassez num prazo previsível.  Os produtores lutam por participação no mercado – Arábia Saudita, Iraque, Irã, Nigéria, Rússia, Venezuela e outros.  A exploração de algumas fontes se torna antieconômica, entre as quais sítios de fracking nos Estados Unidos e explorações a grandes profundidades como o pré-sal no Brasil.

A demanda por petróleo tem tendência a diminuir.  Primeiro porque os esforços por redução de emissões através de aumento de eficiência energética no aquecimento doméstico – melhora dos isolamentos – começam a apresentar resultados.  Segundo pelo progresso do aproveitamento da energia solar e eólica.  A mudança das matrizes energéticas de fontes fósseis – petróleo e carvão – para fontes renováveis – solar, eólica e biomassa – vem resultando no desligamento de usinas termelétricas movidas a carvão e também a óleo mineral.  Tal processo é noticiado para a Alemanha, a Dinamarca e a Inglaterra.  O combustível gás natural terá sobrevida mais longa.  Em terceiro lugar haverá de acontecer uma queda significativa da demanda por petróleo com o advento dos acionamentos elétricos e híbridos para os veículos.  Este impacto será global.

É muito difícil antecipar o efeito destas transformações sobe o mercado global de trabalho.  De início não deverá ser difícil absorver os contingentes empenhados nas cadeias de produção de carvão e petróleo e geração termelétrica, inclusive na fabricação dos respectivos equipamentos.  Por exemplo, na Noruega os estaleiros fabricantes de equipamentos de exploração marinha de petróleo estão em crise.  Os investimentos na geração de energia elétrica com fontes renováveis já superam os investimentos em geração com fontes fósseis.  Plantas fotovoltaicas com potência de centenas de MW na Índia facilitarão o desenvolvimento social de numerosos contingentes de pobres e muito pobres, de alguma forma os integrando no sistema de produção e consumo.  Elas dispensam sistemas de transmissão e a distribuição é simples.

Não há notícia de que uma previsão tenha sido feita de que o petróleo e o carvão mineral seriam deslocados dos mercados e energia em fase de abundância, e abundância com tendência de acentuação.  Entre 2009 e 2014 a queda do preço médio de turbinas eólicas foi de 30%, com a tecnologia ainda evoluindo e eficiência.  No mesmo período o preço médio de painéis de energia fotovoltaica caiu em 75%.  Poder-se-ia identificar uma nova revolução industrial simultânea com a revolução da informática, da internet .e da robotização, com consequências econômicas e sócias de grande alcance.

 

Seguem recortes sobre acontecimentos em diversos países

–  No Brasil.   [Ref: IDH (2014)    0,755]

A sociedade está com as atenções ocupadas no impeachment do governo e na crise econômica.  O significado da infração à Lei da Responsabilidade Fiscal e à constituição ainda não está largamente entendido.  Então não há espaço para problemas ambientais.  Mas deve ser considerado auspicioso o fato de vários milhões de cidadãos terem ocorrido a manifestações públicas reclamando principalmente da corrupção.  Portanto existe uma sociedade civil atenta.

O principal problema econômico e social é a geração de oportunidades de trabalho principalmente para os contingentes mais pobres, e os contingentes tradicionalmente não “empregados”.  O Brasil ainda é um país comparativamente pobre, embora alguns estados do Sul e do Sudeste apresentem valores de IDH acima de 0,8.  60% da população vive com renda familiar de até 3 a 4 salários mínimos, ou seja, abaixo de ´”baixa classe média”.  Há um mercado interno a ser configurado, a exemplo da China.  Mas ainda não existe uma política de desenvolvimento com Projetos Regionais de Desenvolvimento Sustentável.

O Brasil deve à humanidade o desempenho de sua Responsabilidade pelo Desenvolvimento Ambiental Sustentável.  Com a realização do Desflorestamento Zero imediato, Reflorestamentos, políticas de incentivo a fontes renováveis de energia – eólica, solar, bioenergias e hidráulica (PCHS) -, e cuidados com os resíduos e a agropecuária, o Brasil poderia se qualificar como sumidouro de GEE até 2035.  As mesmas atividades / ações diminuiriam a pobreza e estimulariam a economia.  Dependem apenas de novas atitudes.

 

–  Nos Estados Unidos[Ref: IDH (2014)   0,915]

Os índices de ocupação indicam uma aproximação ao pleno emprego após à crise financeira de 2008/9.  Mas os salários são mais baixos que anteriormente.  Por isso um cidadão egresso de high school – segundo grau – que antes vivia confortavelmente com uma ocupação industrial, hoje vive “apertado”.  A causa é a migração ocorrida de produções, e serviços, para países de baixa renda, principalmente para a China.  Trata-se de um reflexo da globalização da produção com globalização também das oportunidades de trabalho.

Agora os níveis de renda na China tendem a subir.  A China já transfere produções para países ainda mais pobres, como o Vietnam.  Algumas, ainda poucas, produções regressam aos Estados Unidos.  Mas é flagrante o risco da perda de conhecimento e treinamento industrial.

A mudança da matriz energética tanto elimina oportunidades de trabalho, como oferece novas.  Ela ainda progride com ritmo menor do que em tese possível.  Nos Estados Unidos o Governo / Estado pouco interfere na economia, embora existam subvenções ao carvão (e ao petróleo?) difíceis de serem eliminadas.  As empresas tradicionais são confrontadas com novos competidores e com o comportamento dos consumidores.  O evento dos acionamentos elétricos e híbridos para veículos deverá causar, num prazo de 5 a dez anos, uma “revolução”.

A informática e a robótica gerarão situações imprevisíveis, com redução de oportunidades de trabalho.  Caminhar-se-á para a redução de horas de trabalho com conservação ou aumento de renda?

Alegadamente para reativar a economia, o FED – Banco Central Americano – despejou volumes inéditos de moeda – US$ – na economia.  Desta forma os bancos irresponsavelmente alavancados e carregados com títulos “podres” foram resgatados.  Isto significa que a sociedade, através do Tesouro, arca com uma destruição de capital e com a perda de renda.  Os causadores do desastre não foram levados a juízo, nem mesmo os fraudadores.  Os juros hoje estão próximos a zero, sem causar inflação e sem ativar a economia.  Uma explicação possível para algo estranho para os compêndios da disciplina “Economia” é de não haver demanda.  As acusações à sociedade americana de ser “consumista” precisam ser revistas?  Os baixos níveis de renda na base da pirâmide social contribuem para índices de crescimento do PIB moderados – no nível de 2% a.a.  Os Estados Unidos são a maior economia global e também apresentam a maior renda per capita – PIB/h -.  O crescimento pode ser baixo e não deveria aumentar a pressão sobre os recursos naturais – footprint -.  A população compreende 323 milhões de habitantes, com taxa de crescimento de 0,7%aa.

Can the world convert to total renewable energy by 2050?

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Can the world convert to total renewable energy by 2050? Add to …

In 2009, Stanford University engineering professor Mark Jacobson outlined a plan for the world to get all its energy – including transport and heating fuel and electricity – from wind, water and solar resources by 2050.

Considered radical at the time, the model has been fleshed out to provide details for 139 countries and is now seen as far less extreme than it once was. The conversion would not only eliminate most greenhouse gas emissions, Mr. Jacobson says; it would dramatically improve human health and create millions of new jobs. He spoke recently to The Globe and Mail’s Richard Blackwell.

Many people would suggest your proposal is radical and impractical. Is it?

I think it is actually mainstream now. At the Paris conference, they were talking about 100-per-cent renewable energy. In the United States, presidential candidates on the Democratic side have embraced it.

Does that reflect a major change in attitude since you first proposed this in 2009?

It was definitely radical in 2009, and even through 2013 and partly in 2014. Most of this transformation has taken place in people’s minds in the last year. The goal to get to 100-per-cent renewable energy has gathered a huge momentum.

Are you happy with the Paris agreement, which is fairly vague in how it will get to its goals?

It is certainly positive. It is not enough to really address the problem full on. But in terms of what is possible at an international level – trying to get 195 countries to agree – it’s a good start. But each individual country can do a lot more than what that agreement would indicate. Not only can, but should, because it will be to their own benefit.

Is converting transport – cars, planes and other vehicles – the most difficult part?

I think it is easier to transform transportation than anything else, because the turnover time of a vehicle is usually around 15 years. The turnover time of a power plant is between 30 and 40 years. The technology is there for ground transportation right now … although less so for long-distance ships and planes. Aircraft are probably the hardest to change. Everything else we could transform within 15 to 20 years.

What technology would allow the conversion of aircraft to renewables?

We propose cryogenic hydrogen, which is just hydrogen at a low temperature. It was used to propel the space shuttle. It has been tested and it works.

Why do you not have any nuclear power in your models?

It has disadvantages compared to wind, water and solar, and it is not necessary. It might be better than gas or coal, but it still results in nine to 25 times more carbon emissions and air pollution than wind power, per unit of energy generated.

Also, 1.5 per cent of all nuclear reactors built have melted down seriously. And countries have secretly developed weapons under the guise of civilian programs. Then there are radioactive waste issues that are not resolved. And they cost three to four times more right now than wind power and two to three times more than utility-scale solar. There is really no advantage to using it.

Some people oppose hydro power because of the carbon footprint when large projects drown forests. Is that an issue?

We have zero new hydro. It is all existing hydro, so there is no new footprint of any kind.

Isn’t there a physical and environmental footprint from building so much new wind and solar power?

Keep in mind that we are also subtracting all the footprint related to gas, coal, oil and nuclear. There are 2.3 million gas wells spotting the Great Plains of the U.S. and Canada. Well pads, roads and storage facilities take up an area the size of the state of Maine. We would be subtracting that, and all the coal mines, all the oil refineries and the oil wells.

The new physical footprint for everything, worldwide, would be about 0.3 per cent of the world’s land area. The spacing [between wind turbines and solar panels] is another 0.6 per cent of the world. And most of that spacing can be used for agriculture.

What about concerns over materials used in solar panels and wind turbines?

There is an environmental impact for mining [those materials]. But it is a one-time [impact] for each device. With fossil fuels, you need to keep mining continuously. The solar panel footprint is trivial in comparison to the fossil-fuel footprint.

How do you convince countries with big oil and gas industries, like Canada, that this shift is a good idea?

It is [a matter of] information. If people realize that they are going to make and save a lot more money by converting, then the transition would go naturally. If the benefits are clearly laid out, versus the costs, it is a no-brainer for most people.

What about all the people employed in the oil and gas industries who may lose their jobs?

If you convert, you create an additional 22 million jobs worldwide. Sure, you would have to retrain some people, maybe a lot of people in oil and gas, but there are jobs that will be available, both in construction and permanent operation jobs.

Which countries did you find will have the most difficulty to shift to an all-renewable energy economy?

The ones that were the hardest were the smallest – such as Singapore and Gibraltar. They have pretty high populations but not much area, so it is hard for them to produce all their own energy and be energy independent. In Singapore, they will have to transfer some energy from Malaysia. Gibraltar will probably get it from Spain.

Most countries have either a lot of solar or a lot of wind, or a mixture of both. There weren’t any countries that we couldn’t do it in. In some countries, it is more of a political issue because they are war-torn.

Is energy storage going to be a key factor in making this work?

You do need a lot of storage, but it is low-cost storage: pumped hydroelectric storage, concentrated solar power with storage, and heat stored in water and rocks. Combining those with demand response and some hydrogen, which is also a form of storage, will solve the problem.

Is 2050 still a practical date to achieve that goal?

Our goal is to get to 80 per cent by 2030 and 100 per cent by 2050. It is certainly technically and economically practical. Whether it is politically tractable is a different question.

This interview has been edited and condensed.

Sobre Progressos no Trajeto para uma Cultura do Equilíbrio Econômico em fim de 2015.

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Considerações sobre Progressos no Trajeto para uma Cultura na Situação Sustentável em fim de 2015.  [Parte IV]  –  Cultura do Equilíbrio Econômico na Situação Sustentável.

Introdução.

Todo desenvolvimento precisa ser monitorado de tempos em tempos para poder ser compreendido.  Assim acontece com projetos e políticas.  O monitoramento se procede com foco nas metas e marcos de uma programação.

Acontece que uma Cultura é uma categoria difusa.  Como ficou definida em “Cultura na Situação Sustentável”, um post no site http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/ , a Cultura  consiste das instituições informais que condicionam as percepções, as atitudes e as ações das sociedades.  Então o desenvolvimento de uma cultura não é quantificável.  Apenas é possível verificar mudanças em aspectos, que supostamente estariam presentes numa cultura futura.

Este propósito é ainda mais dificultoso por duas razões:                                                             –  –  Primeiro porque ainda não existe um entendimento, uma visão, do que seria um comportamento na Situação Sustentável.                                                                                          –  Segundo porque uma Situação Sustentável é por definição global, mas os comportamentos ocorrem no âmbito de cada sociedade.  Uma cultura global comum a todas as sociedades há de ser considerada uma utopia.

Todavia é possível descrever algumas mudanças de percepção a respeito de características da Situação Sustentável, como:  Paz, pobreza/ocupação, meio ambiente – energia e biomas -, equilíbrio econômico, democracia, …..

 

Sobre percepções referentes ao equilíbrio econômico.

Das dimensões da Situação Sustentável – ambiental, social e econômica – à última se dá a menor atenção. [Vide Harald Hellmuth “Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável” Tomos I – 2012 e II – 2015]   Não há ainda um trabalho acadêmico sobre a economia financeira numa Situação Sustentável, quando as dimensões ambiental e social estariam realizadas.  Numa Situação Sustentável a economia de produção seria “verde”, ou seja, “de baixo carbono”, estaria estabelecida no âmbito global a Renda Adequada, estarão respeitados os limites de reprodução de recursos naturais – Footprint < 1 -, o crescimento econômico nas sociedades com “economias saturadas” estaria limitado pelo crescimento nulo do consumo, a poluição ambiental estaria abaixo da capacidade de absorção pela natureza.  Estas são características abordadas ao longo das considerações no site-blog  http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/   A falta de manifestação de curiosidade acadêmica pode ser uma consequência da circunstância de faltar uma visão de “Situação Sustentável” como meta, apesar do inflacionamento do uso das palavras “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável”.

Existe uma preocupação com o equilíbrio econômico manifestado nos trabalhos sobre os ciclos econômicos caracterizados por períodos de crescimento e euforia seguidos de fazes de regressão – depressão.  Nas primeiras ocorrem inflações; nas segundas deflações.  Na regressão ocorre o desemprego com acentuação da diminuição do consumo.  Teme-se a progressão do processo até uma situação de desemprego em massa e miséria.  Por isso as políticas econômicas atuais visam uma moderada inflação – no entorno de 2%aa., tendo abandonado a meta da preservação do poder de compra das moedas.  A experiência da grande depressão e inflação ocorrida em 1919 motiva este posicionamento.  E deu a Keynes a inspiração para a formulação de políticas monetárias anticíclicas.

De fato a aplicação do receituário de Keynes ajudou a dominar desequilíbrios entre oferta e demanda.  Mas políticos procuraram se valer de seus argumentos para expandir benesses sociais para além da capacidade de arrecadação dos Estados, causando déficits orçamentários motivados por consumo superior à produção de bens e serviços.  Acumularam-se dívidas públicas levando alguns países à “falência”.  O exemplo mais noticiado é a Grécia.  A lição do efeito nocivo de déficits públicos acumulados, ou seja, de que é imperiosa a meta do equilíbrio orçamentário, a duras penas está sendo aprendida não só na Grécia, como também na Espanha, em Portugal e na Irlanda, sem esquecer a Itália e a França, onde as restrições de gastos aos valores previstos pela receita fiscal ainda enfrentam resistências.  Evidentemente, o abandono do costume de contrair dívidas para “completar o orçamento” causará uma contração do mercado financeiro, com uma muito saudável redução dos juros.

Outra crise de natureza muito diversa foi desencadeada – em 2008/09 – pela concessão de créditos a tomadores reconhecidamente incapazes de saldá-los nos Estados Unidos.  Tais créditos viciados – “podres” – foram depois repassados através de manobras fraudulentas.  Instituições de crédito, sequiosas em exibir resultados geradores de premiações exuberantes aos executivos endividaram-se além das proporções recomendadas pela experiência de gestão de riscos.  Esta estrutura virtual de créditos “contaminados” e dívidas financeiras ruiu, causando uma interrupção dos fluxos de crédito, paradas de produção e desemprego.  Os bancos acabaram sendo resgatados com recursos públicos.  Recursos públicos também foram injetados em economias para incentivar o consumo e recuperar os empregos.  Os atores/autores de um processo criminoso e perverso causador de danos à população não foram chamados a juízo.  Mas se aprendeu que “as boas práticas recomendadas” precisam ser observadas.

Estamos diante da formação de duas instituições informais que deverão prevalecer no ambiente da economia globalizada a fim de manter o equilíbrio econômico nas sociedades:  A atitude de prevenção contra desequilíbrios fiscais e a necessidade da observação de “boas práticas consagradas” nos negócios particulares e públicos.  Mas falta a formação de uma consciência (instituição informal) – e sua inclusão nos compêndios – que a “economia financeira” existe para servir à “economia de produção”, e não para simplesmente fazer “dinheiro gerar dinheiro”.  As empresas financeiras estão assemelhadas a instituições públicas, pela influência que têm sobre o bem-estar geral.