Os países membros da União Europeia (UE) acordaram formalmente sua posição comum para a Conferência de Paris (COP 21) sobre o clima que contempla uma redução de 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2030, 50% até 2050 e uma “neutralidade de carbono” até 2100.
“Conseguimos um acordo muito antes que o previsto, e ele é bem equilibrado”, comemorou Carole Dieschbourg, ministra do Meio Ambiente de Luxemburgo, país que ocupa a presidência semestral da UE.
O acordo, concluído após uma reunião dos 28 ministros do Meio Ambiente em Bruxelas, firma as bases da negociação que a União Europeia irá levar à COP21, que ocorrerá no final de novembro em Paris.
A UE propõe então um pico das emissões de gases de efeito estufa no mais tardar até 2020, a uma redução de 50% de hoje a 2050 (relativa aos níveis de 1990) e a atingir a “neutralidade”, com o nível zero “ou menos”, de hoje até o final do século. Significa que as emissões são compensadas por diferentes meios de luta anti-carbono como as novas tecnologias, plantação de árvores, etc. Uma visão a longo prazo sobre a qual até então os europeus tinham tido dificuldade para entrar em acordo.
Num prazo um pouco menor, a UE colocou sobre a mesa seu próprio objetivo até 2030: a redução de 40% das emissões, como havia prometido desde março ao apresentar à ONU sua contribuição para a COP21.
26. Clipping “Ambiente Brasil” em 18.09.2015:
Publicação sobre trabalho de Emilio La Rovere da UFRJ para o projeto DDPP. – Em 2050 o Brasil emitiria 0,42 GtCO2eqiv. > Não zero, como proposto pela COP 21 em Rede. – Opera com emissão líquida, subtraindo a absorção por floresta em crescimento das emissões por desflorestamento. Significa que abre espaço para desflorestamentos: 1.500 a 2.000 km2 por ano, ou seja equivalente à área de um quadrado de 45 km de lado.
– Não considera a adoção acelerada da geração eólica, solar e por biomassa, mas insiste na construção de usinas hidrelétricas.
– Escreve que investimento externo seria necessário para bancar a redução das emissões.
Comentário: Aparentemente este “trabalho” representa um apoio “científico” para justificar as políticas do governo.
27. Notícias do OESP em 26.09.2015.
1. A barragem de Sobradinho está praticamente vazia. Isto significa o mesmo para as demais represas no rio São Francisco e que o mesmo está secando. Trata-se de um problema de “segurança nacional”, que só agora vem a público – no OESP. Para reverter o caminho para a desgraça só há as medidas Desflorestamento Zero Já e Reflorestamentos Imediatos na Amazônia e, particularmente, no Cerrado de Minas Gerais, da Bahia e de Goiás.
2. A presidente deixa para a última hora a publicação dos INDC do Brasil com as propostas para a COP 21. A suspeita que seja para impossibilitar reações é evidente. Vazou que pretende manter os níveis de emissões praticamente constantes até 2030, com a justificativa sofista, de que o desmatamento já foi reduzido. Isto significa que não haverá empenho pelo Desmatamento Zero nem para uma redução significativa das emissões na geração de energia e nos transportes. O Brasil não agirá com Responsabilidade pelas condições de vida futuras da humanidade. Uma promessa de reflorestamento serviria de biombo.
28. Cerrado fica fora da meta do clima do País. Matéria de Giovanna Girardi no OESP, 29.09.2015, pág. A15. Proposta de zerar o desmatamento ilegal até 2030 não considera os outros biomas do Brasil, somente a Amazônia. Esta denúncia, escondida no pé de uma página interna do jornal, caracteriza a forma falsa do governo tratar a causa da redução das emissões de GEE do Brasil, mantendo sorrateiramente a possibilidade de desmatamentos para os interesseiros agrários e pastoris. Soma-se ao disparate da distinção do desmatamento legal que contunuaria ainda além, do ilegal a ser terminado num prazo de 15 anos. 5.000 km2 serão desmatados com consentimento do governo ainda por vários anos. O mundo sofre, a sociedade brasileira é roubada e a bancada ruralista agradece.
“O plano de zerar o desmatamento ilegal até 2030 (em si um absurdo de permissividade e imoralidade) contido na meta apresentada no domingo pelo Brasil para colaborar com o combate às mudanças climáticas, só considera a Amazônia. (os outros países não se dão conta do embuste?) Os outros biomas ficam fora do compromisso apresentado para a Conferência do Clima da ONU (COP), que será realizada em Paris no fim do ano. “Isso quer dizer que vai se admitir o desmatamento ilegal nos outros biomas?”, questionou ontem o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões do Observatório do Clima. “É importante lembrar que grande parte da redução do desmatamento da Amazônia se deu porque houve migração para o Cerrado”. Existe uma justificativa moral do governo. Está pretendendo enganar a todos? Quando a parte melhor conhecedora da sociedade – as ONGs ambientalistas – levantarão um protesto, que não poderá ser ignorado no Brasil e no âmbito global?
28. Marina diz que zerar desmatamento em 2030 é admitir o crime por 15 anos. Clipping de AmbienteBrasil em 30.09.2015
A ex-senadora e fundadora da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, criticou nesta terça-feira (29) a meta anunciada pela presidente Dilma Rousseff na ONU de zerar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030. Para Marina, não se pode anunciar uma “tolerância de 15 anos com aquilo que a lei não permite”.
Na Cúpula da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável no fim de semana, Dilma anunciou metas do Brasil para o meio-ambiente. Entre elas, está o desmatamento zero até 2030, além da meta de reduzir em 37% emissão de gases do efeito estufa até 2025, e em 43% até 2030.
“Eu não posso dizer que só em 2030 é que nós vamos acabar com o desmatamento ilegal”, afirmou Marina . “Porque se eu digo assim, é como se eu estivesse admitindo 15 anos de desmatamento ilegal […] Nós conseguimos controlar todas as variáveis que evitam o problema da ilegalidade? Claro que não, não depende da nossa vontade. Mas eu não posso anunciar a priori que eu vou ter ainda uma tolerância de quinze anos com aquilo que a lei não permite”, completou.
29. Postado no Facebook por Harald Hellmuth 02.10.2015 INDS instisfatórios. Era previsível, que o coletivo de INDC – declarações de intenções nacionais de redução de emissões até 2030 – não satisfariam a condição de limitação do aquecimento global a 2 graus centigrados. Para tento os INDCs precisam ser melhorados até à conclusão da COP 21 em dezembro. O Brasil é um dos vilões com proposta abaixo das possibilidades. Desflorestamento Zero Já, eliminação da gasolina nos transportes, eliminação dos combustíveis fósseis na geração em 10 a 15 anos por geração eólica e solar, e produção de biomassa para exportação são metas absolutamente factíveis. Falta apenas uma quebra de paradigmas “culturais” como o fim de proteção aos desflorestadores da agropecuária e o fim da proteção às empreiteiras barrigueiras. O INDC apresentado em New York é imoral. Tem uma sustentação tácita imoral das ONGs ambientalistas de alguma forma comprometidas.
29. Projeto de Lei para o Desmatamento Zero entregue no Congresso Nacional pelo Greenpeace em 07.10.2015. O Greenpeace conseguiu colocar no Congresso um projeto de lei para Desmatamento Zero. Dá sustentação para uma melhora dos INDS para a COP 21: Desflorestamento Zero em três a cinco anos. Reduz as emissões de GEE do Brasil em comparação a 2011/12 em 30% neste prazo só com esta ação.!!!!
30. Mudanças climáticas e inovação > José Goldenberg em OESP 19.10.2015, págA2
A inovação tecnológica foi muito aludida como condição para a redução das emissões de GEE, em particular nos países emergentes e sub-desenvolvidos. Alardeava-se que os países desenvolvidos teriam de disponibilizar tais recursos. Hoje estão avançando no espaço global a geração eólica e solar e se anuncia a expansão dos acionamentos elétricos de veículos. No Brasil, lembra o autor, o etanol da cana-de-açúcar tornou-se o biocombustível mais competitivo do mundo; alcançam-se a produtividade de 6 mil litros por hectare. Para completar o quadro das possibilidades do país para contribuir no empenho contra as Mudanças Climáticas cabe lembrar a cogeração com bagaço e com restos florestais. É difícil entender por que o professor não noticia que com a combinação de uma ação de Desflorestamento Zero Já e as citadas ações no campo da energia, o Brasil poderia reduzir as emissões de GEE em próximo a 2/3 comparados ao nível de 2011/12 em cerca de 10 anos. As inovações tecnológicas poderão influenciar as emissões principalmente no espaço agrário e pecuário. No campo da indústrias as emissões no Brasil são pequenas em comparação à emissões pelo desflorestamento, para a geração de energia e os transportes. Por que José Goldenberg escreve um artigo fora de foco? Está fugindo a uma crítica da atuação do governo em relação à COP 21?