Categoria: Cidadão por Responsabilidade e Cidadania

Formação de uma Cidadania atuante, em particular no Brasil

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Da Formação de uma Cidadania atuante,  em particular no Brasil.

Introdução.

Neste ensaio entende-se por Cidadania o coletivo de Cidadãos por Responsabilidade.  Estes são os cidadãos que além da responsabilidade pela sobrevivência própria e de sua família e da responsabilidade pela organização onde aufere a sua renda, têm também atitudes responsáveis pelo conjunto das sociedades em que vivem.

Esta dimensão de Responsabilidades dos Cidadãos emergiu com a Democracia.  A democracia é uma instituição – um regime político -relativamente recente na dimensão de abranger toda a população de um país.  O voto universal para representantes por períodos limitados é a sua característica mais facilmente identificável.

Experiências têm demonstrado que, para o funcionamento estável de governos democráticos com resultados satisfatórios, a instituição do voto não é suficiente.  É necessário que a Cidadania atue sobre os representantes com propostas, exigências e controles.

Do desenvolvimento histórico da democracia.

No início instituíram-se monarquias parlamentares, começando pela Inglaterra, e a república com duas câmeras compreendendo o Congresso, nos Estados Unidos da América.  Estes regimes políticos foram fundamentados em aspirações econômicas liberais.  Direito à propriedade, liberdade de praticar negócios, limitação de impostos eram as motivações.  Atuavam elementos de uma elite econômica e de elites culturais.  O direito ao voto era limitado a patrimônios mínimos e as mulheres estavam excluídas.  O voto universal foi instituído paulatinamente no século XX.  Elegiam-se e ainda se elegem representantes para cuidar de interesses, seja de ramos de negócios – empresariais -, seja de empregados ou profissionais.  Organizaram-se em forma de partidos políticos – e sindicatos. Os primeiros partidos foram e ainda são identificados como “de direita” ou “conservadores” e os segundos como “de esquerda” ou “progressistas”.  O termo ‘progressista’ compreende proteção aos empregados quanto à remuneração, condições de trabalho, seguro de saúde e de desemprego, aposentadoria – os direitos sociais.  Nos países onde se alcançaram altos níveis de bem-estar comum, os chamados países desenvolvidos, estas diferenciações partidárias se desgastaram.  Em menor escala surgiram durante a segunda metade do século XX os partidos “verdes”, empenhados em causas ambientais.

Um desenvolvimento resultante da identificação de cidadãos com causas das mais diversas é a formação de Organizações Não Governamentais – ONGs – ou não orientadas ao lucro – NPOs -.  São fundações ou institutosSão organizações da Sociedade Civil.  Elas se dedicam a problemas não suficientemente cuidados pelos Poderes Públicos.  Destacam-se as ocupações com o meio ambiente / mudanças climáticas, igualdade racial, igualdade de gêneros, educação e saúde.  Sem dúvida já havia de longa data empenhos voluntários de cidadãos por contingentes ‘desfavorecidos’ – crianças, idosos, enfermos – ou por assuntos culturais.  Mesmo assim ainda domina a percepção / expectativa de que “os lá de cima” resolvam os problemas da sociedade.  Para tanto são eleitos e pagam-se os impostos.  Quando os políticos precisam contar com reações do eleitorado, como acontece nas sociedades ‘desenvolvidas’, os governos e estados funcionam satisfatoriamente.

Sobre Democracia e Organizações da Sociedade Civil no Brasil.

Constata-se que existem ONGs ambientalistas, como o SOS Mata Atlântica e o Greenpeace, com poder de influência restrito na sociedade; mas são bastante conhecidas e atuantes nas redes sociais.  Entretanto não existe o equivalente de ONGs para causas políticas:  ONGs organizadas para influir na formação de orçamentos e no controle de sua execução, ONGs que reclamem de empréstimos e financiamentos a outros países quando faltam recursos para a educação e a saúde, ONGs que reclamem uma participação em decisões de execução e de empenho de recursos do Tesouro em obras de grande porte, ONGs empenhadas na limitação dos gastos de custeio inclusive vencimentos e mordomias de representantes eleitos não estão na percepção do público.  Em tese, o Cidadão é o patrão dos representantes eleitos, mas estes se comportam como se fossem nobres.  Não existe ainda uma Organização da Sociedade Civil cuja causa é a gestão fiscalA experiência mostra que não é suficiente que a sociedade exerça o voto para que a gestão pública funcione adequadamente.  A mídia pode, e deve ter a atitude de trabalhar para mudar a alienação da Cidadania.  Seria um quebra de percepções, uma mudança cultural.  E além dos problemas da gestão de recursos outros requerem uma participação mais ativa da Cidadania.

Pode-se apontar para uma falta de exemplos, que pudessem ser seguidos.  Isto não justifica a omissão no enfrentamento de graves ocorrências nacionais, ocorrências inimagináveis em sociedades qualificadas como ‘desenvolvidas’ e sistemas políticos democráticos.

Cada sociedade tem uma história própria, um caminho particular para a configuração de um regime democrático com funcionamento eficiente.  Os aprendizados ao longo desse trajeto costumam ter custos.  Nos Estados Unidos custaram uma Guerra de Secessão.  Conforme se pode depreender do texto “Do trajeto do desenvolvimento de percepções políticas e do desenvolvimento no Brasil”, para este país os custos ainda foram comparativamente benignos.

Agora todas as condições estão dadas para uma reação da sociedade, desde que estas condições sejam percebidas:                                                                                                                 —Está-se pagando um preço por uma gestão política e econômica desastrosa.                       —O descontentamento é flagrante.  A indignação já motivou grandes manifestações por todo o território nacional.                                                                                                                      —Os problemas são conhecidos e a mídia muito pode contribuir para lembrá-los e explicar os contextos.                                                                                                                              —Na cena política não se identificam lideranças que articulam os problemas acima abordados.                                                                                                                                                —Existem experiências positivas no trajeto do desenvolvimento. [vide o texto acima citado]                                                                                                                                                        —Existem metas ambientais, econômicas e sociais possíveis de serem atingidas em prazos de 5, 10 e 15 anos.                                                                                                                        —Existem os recursos de comunicação via Internet, para a formação de organizações em rede – virtuais – e entendimento para a configuração / instituição de organizações reais.

Em termos históricos a aglutinação de forças para a solução do “pacote de problemas” seria uma inovação:  A configuração de uma Sociedade Civil Organizada.

COP 21 > Humanidade x Interesses no curto prazo. Parte II

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COP 21  >  A Humanidade confronta Interesses Nacionais & Privados.                                                       Parte I:  Na COP 21 em 2015

Evolução da cena e de posicionamentos esperados em 2015 na – COP 21.

Desde 2012 ocorreram algumas mudanças nas percepções.  Agora os investimentos na geração de energia elétrica com fontes renováveis superam os investimentos com fontes fósseis.  Os custos competem com a energia termelétrica e hidrelétrica.  Mesmo a geração fotovoltaica progride em instalações com centenas de MW, como na geração descentralizada pelos usuários domésticos e industriais.  A tecnologia de acionamentos híbridos e elétricos para automóveis aproximou-se da expansão nos mercados.  As tecnologias estão acessíveis em todos os países.  E o exemplo pioneiro da Alemanha comprovou que a mudança da matriz energética não compromete a competitividade da economia.

A meta adotada de limitação do aquecimento global a 2oC implica numa concentração máxima de GEE na atmosfera.  A discussão passou a girar em torno da parcela que caberia a cada participante num volume de emissões “ainda admissíveis”.  Neste volume todas as causas estão integradas, inclusive as emissões causadas por desflorestamentos, ou “mudanças de uso de terras”.

Como as ações serão sempre soberanas, estabeleceu-se que até início de outubro os países apresentarão metas voluntárias de redução de emissões – Intended National Determined Contributions (INDC) -.  Desta forma ocorrerão pressões para que na soma as contribuições caibam no volume de emissões máximas consideradas.

Assim sendo, os participantes não poderão mais se eximir de compromissos com metas e prazos.  Todavia isto não significa uma prontidão a desempenharem a Responsabilidade pelas condições de vida da humanidade com as melhores contribuições, que estiverem ao alcance.  Muitos países – entre eles o Brasil, Estados unidos e China – ainda não apresentaram o INDC e os conhecidos estão sendo julgados insatisfatórios.

As expectativas por ajudas financeiras nunca foram realistas e na atual situação de crise econômica o serão ainda menos.

 

Contribuição – INDC – possível e desejável do Brasil.

Considera-se inquestionável que os desflorestamentos de todos os biomas – amazônico, atlântico, cerrado, caatinga, mangues, campos – haverão de ser terminados no espaço de tempo mais curto possível.  O prazo de três anos é considerado factível, desde que haja engajamento dos Poderes Públicos.  Isto vale particularmente para a Floresta Amazônica e o Cerrado.  Acontece que a percepção da importância das florestas para a manutenção dos regimes de chuvas e a estabilidade dos fluxos nas bacias fluviais aumentou com a experiência recente de riscos de abastecimento d’água em São Paulo.  Por outro lado, projetos de recuperação de áreas degradadas, inclusive de regiões de fontes na bacia do rio São Francisco, ofereceriam numerosas oportunidades de trabalho remunerado na para contingentes pobres contribuindo para o desenvolvimento social.

É difícil prever as atitudes do atual governo diante da pressão destas realidades.  O atual discurso se vangloria de reduções de desflorestamentos até agora alcançados, embora a floresta amazônica ainda diminua no ritmo de 5.000 km2 por ano, área correspondente a um quadrado com 70 km de lado.  Propala-se a intenção de eliminar o “desflorestamento ilegal” até 2030, intenção considerada imoral pelas ONGs.  Infelizmente as ONGs também não assumiram uma posição convincente na proposta do Observatório do Clima.  Todas estas reticências são causadas por interesses particulares de ruralistas e madeireiros.

Evidentemente as emissões no Brasil se reduzirão por conta do aumento da eficiência na indústria, na iluminação e nos eletrodomésticos, na expansão da geração eólica, solar e na cogeração com bagaço e outros biocombustíveis, na retomada do etanol e na introdução de acionamentos elétricos para veículos.

Considerando conjuntamente todos os efeitos de ações programadas e difusas é possível admitir emissões no nível de 1.000 GtCO2eqiv em 2020 e de 500 GtCO2eqiv entre 2025 e 2030.  A rapidez das reduções também contribui para a limitação da concentração de GEE na atmosfera.

 

Importância da Cidadania.

Uma multidão acorrerá a Paris nas duas semanas da COP 21.  Pode-se contar com cinqüenta mil participantes na Conferência e em eventos paralelos, alguns bastante ruidosos.  Mas é pouco provável que o público influirá nos procedimentos oficiais, que serão blindados.

Preocupa que, malgrado as circunstâncias estabelecidas, critérios de interesses percebidos no curto prazo continuem a se sobrepor aos de Responsabilidade.  Diplomatas sempre negociaram tendo em vista interesses.  Uma ruptura cultural teria de ocorrer para mudarem o foco para a Responsabilidade pelas condições de vida da humanidade, que cada participante desempenha voluntária e incondicionalmente.  Terá amadurecida a percepção de que foi superada a hipótese de haver uma contradição entre as necessidades atuais e as necessidades futuras?

Caberia à Cidadania, ao coletivo dos Cidadãos por Responsabilidade de cada país, articular esta percepção.  A Cidadania brasileira haveria de se mobilizar, enérgica e enfaticamente, pela meta do Desflorestamento Zero Já e Reflorestamentos Intensivos Imediatos antes e durante a COP 21.

Auto-compreensão do Cidadão por Responsabilidade

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Sobre a auto-compreensão do Cidadão por Responsabilidade. 4                            (  4 >   Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas )

Numa retrospectiva futura o desempenho do Cidadão por Responsabilidade será avaliado pelo tempo despendido no cumprimento de sua missão de realizar a Situação Sustentável.

Estando disponíveis os recursos tecnológicos e materiais, o seu desempenho resultará da energia desenvolvida nas iniciativas próprias e no exercício da liderança pelo exemplo, motivado por sua percepção de Responsabilidade.  Os Cidadãos por Responsabilidade não dispõem de outros instrumentos para mobilizar as suas sociedades para as ações necessárias ao longo do Desenvolvimento Sustentável.  E, tratando-se de uma tarefa global com ações locais, é impossível que surja algum líder carismático ao qual se possa, por alienação, “delegar” a Responsabilidade própria.

A experiência acumulada no trajeto já percorrido na direção para a Situação Sustentável indica que o desenvolvimento resulta de empenhos coletivos e “buttom-up” da Sociedade Civil.  Isto significa que o tempo despendido até à realização de uma Situação Sustentável dependerá do desenvolvimento da própria Sociedade Civil.

Entende-se que o desenvolvimento da sociedade será tanto mais rápido quanto maior for o número de Cidadãos por Responsabilidade atuantes.  Acontece que percepção da responsabilidade na consciência das pessoas resulta de uma catálise em que participam características individuais, a cultura, conhecimentos e experiências da realidade tecnológica e institucional.

Apresentando atividades já desempenhadas e atividades pendentes, destilando um perfil do Cidadão por Responsabilidade e oferecendo perspectivas do rumo na direção de uma Situação Sustentável e do rumos do desenvolvimento simultâneo da própria sociedade, procura-se contribuir para uma consolidação da auto-imagem do Cidadão por Responsabilidade.

Realização das Políticas para o Desenvolvimento Sustentável

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Da Realização das Políticas para o Desenvolvimento Sustentável. 2                      [ 2 >  Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas]

Os políticos Cidadãos por Responsabilidade promoverão Políticas para o Desenvolvimento Sustentável através de projetos de lei e projetos de desenvolvimento.  Um exemplo para lei orientada à Sustentabilidade estabelece a terminação da produção de lâmpadas incandescentes no Brasil.  A substituição de fontes de energia fóssil na geração de energia por energia solar, eólica e bioenergia na Alemanha é um exemplo para projeto de mudança de matriz energética.  Este foi imposto por exigência da sociedade.  Também no Reino Unido se estabeleceu uma política de redução das emissões de gases geradores do efeito estufa – GEE..

Por outro lado, nos Estados Unidos e no Canadá interesses de empresas ligadas ao aproveitamento do carvão e do petróleo resistem à mudança da matriz energética e, por conseqüência ao progresso da redução das emissões de GEE.  E no Brasil sociedade ainda não desenvolveu o ímpeto para estabelecer um programa de Desmatamento Zero.

Numa sociedade com Ordenamento Político Democrático, os políticos precisam ser eleitos para obterem mandatos que permitem influenciar as ações e os rumos da sociedade.  Sua eleição depende de uma sintonia com as necessidades, com os anseios e com a compreensão de objetivos dos eleitores.  Um contingente destes entende os problemas das condições de vida das gerações futuras e concorda com, quando não reclama, medidas de prevenção do agravamento e de mitigação, porque percebem sua co-responsabilidade.  Estes são os eleitores Cidadãos por Responsabilidade.

Portanto, a realização de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável numa Democracia depende da existência de um número considerável de cidadãos que aprovem proposições, ou mesmo exerçam pressão sobre os representantes eleitos, para a execução de Políticas de Desenvolvimento Ambiental e de Desenvolvimento Social.  Em outras palavras, é preciso que se tenha estabelecido uma Cultura, uma instituição informal, orientada ao Desenvolvimento Sustentável.

Esta constatação parece desoladora, pois o desenvolvimento de culturas é compreendido como um processo de longo prazo.  Nada impede que as percepções já estejam desenvolvidas e que posam se manifestar a qualquer momento.

Nas sociedades com Ordenamento Político Autoritário estabelecem-se com maior facilidade Projetos para o Desenvolvimento Sustentável.

 

 

Educação e Desenvolvimento Sustentável

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Educação.

Educação é o processo de transmissão de conhecimentos e habilidades para a formação intelectual e moral para qualificar a pessoa na capacidade de atuação e condução na sociedade.  A educação tem componentes informais ou difusos e componentes formais.  As componentes informais são propiciadas pelo ambiente, pela convivência, a partir da família.  Os noticiários, a mídia e a leitura voluntária estão neste contexto.  As componentes formais compreendem a escolas.  Via de regra a formação profissional acontece em instituições de ensino, escolas.  Esta conceituação orientará as formulações das proposições sobre a formação do Cidadão por Responsabilidade.

Educação para formação do Cidadão por Responsabilidade.

Sendo a realização da Situação Sustentável crucial para as condições de bem-estar da humanidade no futuro e tendo-se constatado no quarto relatório do IPCC em 2004 que a urgência das ações para o Desenvolvimento Sustentável é incontestável a formação dos agentes do desenvolvimento não poderia ser deixada ao acaso.

De fato hoje as escolas fundamental e básica incluíram o Meio Ambiente no ensino, por exemplo de ciências.  Estabeleceram-se cursos universitários para profissionais do Meio Ambiente.  Os currículos  das Escolas de Agronomia e Pecuária são continuamente atualizados. Advogados se especializam na Legislação Ambiental.  A literatura sobre os problemas da Sustentabilidade é imensa.  Os problemas ambientais de os problemas da pobreza são noticiadas nos jornais, nas revistas e na televisão incessantemente.  Pode-se afirmar que a divulgação de conhecimentos e a formação das habilidades para o desempenho das ações necessárias para o Desenvolvimento Sustentável não deixa a desejar.  Efetivamente, o conhecimento e a percepção dos Problemas da Sustentabilidade não deixa a desejar.

O mesmo não pode ser afirmado em relação à intensidade das ações pelo Desenvolvimento Sustentável, em qualquer uma das dimensões – social, ambiental ou econômica.  Na dimensão social a pobreza tem diminuído, mas cerca de um sexto da humanidade ainda sobrevive em condições eticamente inaceitáveis.  A questão da renda adequada nem chegou a ser discutida sistematicamente.  Os progressos no Índice de desenvolvimento humano – IDH – são lentos.  Projetos para o Desenvolvimento Sustentável só existem em poucos países – China e Índia.  Na dimensão ambiental recentemente as emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE – deixaram de aumentar, mas se está longe de conseguir uma redução na velocidade necessária para restringir o aquecimento global a 2  Graus Centígrados.  Os Desflorestamentos ainda progridem.  Poucos países desempenham os seu os melhores esforços possíveis.  Espécies continuam em risco em terra e nos mares.  A poluição das águas ainda continua grave e a dos mares aumenta.  Na dimensão econômica a pegada ecológica está num nível de 1,3 com viés de aumento, escasseia a disponibilidade de água e reluta-se na adoção das boas práticas recomendáveis – exemplos:  equilíbrio fiscal e valorização dos resultados em prazos mais longos.

Tais sintomas levam à constatação de que faltam Atitudes de Desempenho de Responsabilidade diante dos problemas conhecidos e não faltando recursos para as ações cabíveis.

Portanto impõe-se a preocupação com a formação de um número suficientemente grande de Cidadãos por Responsabilidade para que emerjam Culturas de Responsabilidade pelo menos nas sociedades mais influentes no Desenvolvimento Sustentável.  Tentativamente compõe-se um currículo universalmente aceitável:

Currículo para a formação do Cidadão por Responsabilidade.

–  Educação Profissional e Cultural.   >   Trata-se do processo já padronizado, que passa                                                                              pelos estágios de alfabetização, ensino fundamental,                                                                       ensino básico e ensino profissionalizante ou ensino                                                                         superior.

–  Educação para a Cidadania             >     para o desempenho das Responsabilidades com a                                                                          sociedade de que participa.   [ Fariam parte uma                                                                           instrução sobre as instituições e uma instrução                                                                               básica sobre economia e administração financeira]

– Educação para a Sustentabilidade  >   para o desempenho das Responsabilidades com a                                                                           humanidade  [A Educação Ambiental é uma parte]

Hoje, na era do conhecimento, a participação plena na economia de uma sociedade desenvolvida, requer no mínimo uma educação formal profissionalizante, pelo que as fases anteriores são obrigatórias.  Por isso a escolaridade expressa na média de anos escolares consta entre os critérios de medição do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH.  As diferenças entra as sociedades ainda são “gritantes”.

A Educação para a Cidadania e a para a Sustentabilidade deveriam constar no currículos do ensino fundamental e do ensino básico.

 

 

 

 

 

 

Responsabilidade

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A título de introdução.

O Desenvolvimento Sustentável – desenvolvimento para a realização de uma Situação Sustentável – resulta do Desempenho da Responsabilidade dos cidadãos como indivíduos e como integrantes de organizações nos três setores da sociedade – Primeiro Setor o do Governo e do Estado, Segundo Setor o da Produção e Terceiro Setor o da Sociedade Civil Organizada.  Esta Responsabilidade com as condições de vida na Terra, antes de tudo, precisa ser percebida, ou seja, conhecida.

Por isso seguem abordagens explicativas:  O que é Responsabilidade, Agir com Responsabilidade, Desempenho de Responsabilidade, Cidadão por Responsabilidade, Responsabilidade pelo Desenvolvimento Sustentável.

 

Agir com Responsabilidade

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Responsabilidade é Atitude – (querer fazer) – por percepção de compromisso. Trata-se de uma categoria não diferençável e não remunerável. Neste site-blog a Responsabilidade é considerada o fundamento da motivação para as ações de promover o Desenvolvimento Sustentável.

O que é agir com Responsabilidade?                                                                                      ( Cidadão por Responsabilidade )                                                                                                     
Entende-se que quando se age com Responsabilidade se parte de uma atitude, de um impulso íntimo, de atender a compromissos e a valores reconhecidos.  Aplicações:

1.  Reconhecimento da VIDA como valor supremo:
Motiva a dedicação a objetivos como a Sustentabilidade Ambiental – a preservação do Meio Ambiente – e a Extinção da Miséria, a principal meta de Sustentabilidade Social. Evidentemente, é o ponto de partida para movimentos pacifistas, assim como da condenação do terrorismo e a prática de suicídio assassino.
Motiva também a economia no consumo de recursos como energia, água e de materiais, tanto na produção, como pelos consumidores, e o descarte seletivo de resíduos para encaminhamento ao reaproveitamento e à reciclagem.

2.  Empenho por Metas de uma organização provedora de renda – sustento material – para os participantes e as respectivas famílias.  Neste contexto se situaria a desistência de remunerações exorbitantes para altos executivos.

3.  Observação de práticas recomendadas, baseadas na experiência, como
– a inibição da concessão de créditos não resgatáveis – gerando títulos “podres” – tanto           para famílias e organizações, como para estados;                                                                         – a limitação de dívidas de empresas para prevenir riscos à sobrevivência e de Estados           para prevenir crises financeiras e perdas de empregos;                                                               – a limitação da alavancagem nas organizações financeiras a proporções que não ponham       em risco a liquidez e os recursos dos depositantes;                                                                       – da abstenção da comercialização de títulos podres, o que caracteriza fraude,                         corresponde ao comportamento responsável de organizações de crédito pelo Bem-Público,   um elemento da dimensão econômica da Sustentabilidade.

4. Abstenção de corrupção, ou seja, de desvio de recursos públicos, ou outros, para                     benefício pessoal, o que caracteriza “enriquecimento não justificado” à custa da                      sociedade.

5. Cumprimento das Leis por responsabilidade cidadã e não por receio das
punições por infrações..

6. Orientação segundo o imperativo categórico, formulado por Kant: “Aja de maneira tal           que a máxima de tua ação possa valer como princípio de uma lei universal.”

Todos os exemplos têm em comum de se basearem em decisões voluntárias, isto é, tomadas em liberdade e com reconhecimento dos interesses e das interdependências comuns.

Cidadão por Responsabilidade – Responsabilidades

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O que é Cidadão por Responsabilidade? 1, 4
( 1 e 4 > Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas)

O Cidadão por Responsabilidade é um ícone social proposto como extrapolação do “Profissional ‘Educated Person’” denominado por Peter Drucker – em Post-capitalist society (1993) – para caracterizar o participante numa empresa que, além de contribuir com as suas competências especializadas, se engajam pelo sucesso da organização como um todo e com a influência da organização sobre a sociedade. O Cidadão por Responsabilidade se engaja também pelo Desenvolvimento Sustentável.

Como a Situação Sustentável não existirá sem uma cultura correspondente, a existência de um número muito grande de Cidadãos por Responsabilidade é imprescindível. A sua formação é uma tarefa dos sistemas de educação ainda não compreendida.

Os Cidadãos por Responsabilidades atuantes no Segundo Setor, o das organizações de produção, e no Terceiro Setor, o das organizações sem fins lucrativos, produzem o Desenvolvimento Sustentável Difuso. Os Cidadãos por Responsabilidade atuantes no Primeiro Setor, compreendido pelo Governo e pelo Estado, são responsáveis pelo Desenvolvimento Sustentável Programado.
Os primeiros serão tanto apoiadores, como pressionadores, por ações dos últimos.

 

  Horizonte temporal                                                Âmbito

– Pela sobrevivência própria e de sua família
presente / duração da vida                                             privado

– Pelas Organizações em que atua
presente / continuidade produção                                 organização

– Pelo bem-comum
presente / gerações atuais                                           político nacional

infinito / gerações futuras                                                 global                                   sobrevivência / Sustentabilidade

 

Cidadania.

O coletivo dos Cidadãos por Responsabilidade numa sociedade é a Cidadania, ou Sociedade Civil Responsável.  Aqueles que abraçam uma causa e se organizam em Organizações não Governamentais – as ONGs – ou Organizações sem Fins Lucrativos compõem a Sociedade Civil Organizada.

A Cidadania só pode se desenvolver e exercer influência nas sociedades com regimes de governo democráticos.  Assim sendo ela é responsável pela manutenção e pelo aperfeiçoa-mento da Democracia.  Além de exercer o direito de voto, garantido na Constituição, tem a responsabilidade de controlar a atuação dos representantes eleitos, particularmente a gestão dos recursos orçamentários, para os quais contribui com os impostos.  Os governos e os congressos funcionam tanto melhor, quanto mais consciente, ativa e crítica for a Cidadania.  As políticas nacionais, como por exemplo a Política para o Desenvolvimento Sustentável precisam ser aprovadas pela cidadania e exigida mediante mobilizações.

O que é Responsabilidade?

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O que é Responsabilidade?

Segundo a primeira interpretação do Dicionário Houaiss, Responsabilidade é a obrigação de responder pelas ações próprias ou de outros. Mas significa também o cumprimento de um acerto: Do vendedor entregar o objeto ou serviço vendido e do comprador de pagar o preço acordado. Envolve a compensação por algo recebido: Em relação à família seria a retribuição pela proteção do grupo; em relação à organização, que oferece ocupação e renda e perspectivas de realização pessoal, o empenho pelo sucesso da organização; em relação à sociedade um empenho pela vitalidade das instituições; que possibilitam a segurança de vida em sociedade. A Responsabilidade pela continuação de condições propícias para a vida de todos os seres na Terra, em particular para os seres humanos, é uma inovação social, uma percepção nova. ( > Situação Sustentável e Responsabilidade )

A percepção de Responsabilidade é individual. Assim como lealdade e coragem constitui uma atitude e não conhecimento ou habilidade. Assim sendo a rigor não é ensinável. Pode ser reforçada, ou melhor conscientizada, através de exemplos vivenciados.

O Desempenho de Responsabilidade é voluntário e incondicional. Responsabilidade é uma categoria não negociável. Portanto, também não é remunerável. Remuneram-se competências: O emprego de conhecimentos e o desempenho de habilidades e a realização de objetivos.

Educação de Responsabilidade 1

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É possível ensinar Responsabilidade?

Considerando que no perfil de um cidadão a Responsabilidade consta entre as atitudes – o querer fazer – a questão deve ter uma resposta negativa. O mesmo vale para as demais atitudes como a lealdade e a coragem.

Como, então, as sociedades procederam, sistematicamente ou não, para que tal base para motivação de ações importantes para a sobrevivência das famílias, organizações e nações e agora também para a humanidade estivesse presente?  Esta questão é abordada em 1 e 2. Neste espaço cabem apenas poucos comentários de fácil verificação.  [ 1 e 4  > Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas ]

“Desde os primórdios da civilização se reconheceu que a educação é decisiva para formar a capacidade de desempenho de uma sociedade e de grupos numa sociedade. Isto se aplica tanto para o conhecimento e as habilidades como para as dimensões psicossociais condicionadoras das atitudes [1, Cap. 10].  É verossímil que as regras da convivência tenham emergido da experiência da interdependência no grupo para a segurança, ou seja, para a sobrevivência. Configuraram costumes que acabaram sendo formalizados e registrados por sábios filósofos ou atribuídos também a expressões de vontade de um poder superior, neste caso fazendo parte de religiões. O exemplo mais bem percebido nas sociedades de cultura ocidental é “Os Dez Mandamentos da Lei de Deus”. A obediência a tais prescrições configura a “ética das convicções” [4, Cap. 5.4.].

Na configuração da “cultura ocidental, o conceito de ética teve origem no esforço de entendimento da ordem na sociedade, como parte da filosofia helenística. A ética trata das conseqüências de atos para a sociedade.  Assim sendo, a “ética das responsabilidades” existiu desde o advento da filosofia.  Ela é o fundamento das instituições formais, das leis e das organizações que zelam por sua observação [4, Cap. 5.4.].

”Com a acumulação de conhecimentos nas sociedades os espaços para decisões e atos dos cidadãos se expandiram.  Os cidadãos reclamaram a liberdade de explorar as possibilidades de atuação e ao mesmo tempo criaram as instituições formais destinadas a cercear a prática de abusos que resultariam em danos individuais ou coletivos .  Ao longo deste desenvolvimento, que se acelerou com a Revolução Industrial, a ética da responsabilidade progrediu nas percepções orientadoras das ações” [4, Cap. 5.4].  A Consciência da Responsabilidade pelas condições de vida futuras se formou na segunda metade do século XX.

Para o desempenho da Responsabilidade pelo bem-comum das gerações presentes e das gerações futuras é irrelevante se a motivação resulta de Fé ou de outra forma de percepção da Vida como valor superior” [4, Cap. 5.4].  Isto significa que não existem entraves para a sedimentação de uma Cultura Global de Sustentabilidade.

Conclui-se, que se, por natureza, não é possível ensinar a atitude das ações por Responsabilidade, é possível ministrar o conhecimento das religiões, das “boas práticas consagradas” e da ética, ou seja, de valores.  Estes conhecimentos então estarão presentes nas decisões individuais e na cultura da cada sociedade como instituições informais.

A condução da vida pessoal, do comportamento de organizações e da política nacional depende da percepção de compromissos e valores que podem conflitar com interesses imediatos.  Na escala das motivações de Maslow o desempenho das Responsabilidades se situa no mais alto nível, o da realização pessoal.  Confirma-se que o desempenho da Responsabilidade é voluntário e unilateral.  As instituições formais apenas regulamentam o que “deve” ou “não deve” e punem omissões e infrações.  Os desempenhos das “boas práticas”, os exemplos de atitudes responsáveis, além de orientarem os comportamentos, inibem transgressões.

Tanto os ensinamentos – Educação Formal -, como o exemplos – Educação Difusa – formam, ou seja, “ensinam” o comportamento cultural de uma coletividade.