Categoria: Antes da COP 21

Meta de emissões de GEE Zero em 2030 para o Brasil.

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CANADA’S 100-PER-CENT RENEWABLES SCENARIO (2050)
Energy mix:
Solar: 21.2 per cent
Onshore wind: 37.5 per cent
Offshore wind: 21 per cent
Wave energy: 2 per cent
Geothermal: 1.9 per cent
Hydroelectric: 16.2 per cent
Tidal turbine: 0.2 per cent
Job creation impact: 293,000 construction jobs; 463,000 full-time operation jobs
Avoided health costs per year: $107.6-billion
Avoided pollution deaths per year: 9,598
Source: Stanford University
Comentário: Se para o Canadá, que hoje depende do carvão mineral e do petróleo para sua indústria, transportes e consumo doméstico 100% de provisão por energia renovável até 2050 seria possível, até mesmo sem contar com bioenergia, para o Brasil, que já tem uma matriz energética com perto de 50% de energia renovável hoje, os 100% não seriam factíveis até 2030?
Considerando o imperioso Desmatamento Zero Já – em três anos, no máximo cinco anos – e outros avanços paralelos na agropecuária e no saneamento, a meta de emissões de GEE nulas em 2030 seria alcançável. Mas o governo se omitiu na COP 21 em Paris, sendo secundada pelas ONGs que se dizem ambientalistas.

“Acordo” na COP 21

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Sobre o “acordo” na COP 21:
Festejado como um sucesso pelos órgãos oficiais e sob protestos de ONGS. É uma obra prima de documento diplomático, que não exige nada a nenhuma porte. A soberania das partes não permite tanto. A postulação mais importante é a redução para 1,5 graus centigrados a meta do aquecimento máximo. Mas não se especificam as medidas necessárias. Os INPCs levariam a um aquecimento catastrófico de 3 gaus C., como foi publicado no OESP de 12.12 na pág A22. A revisão das metas é um passo na direção certa. O Brasil conseguiu escamotear o tema da terminação dos desflorestamentos, embora esta seja a medida mais eficiente, de custo próximo a ZERO e de efeito imediato para a redução das emissões de GEE. Não houve coragem civil para denunciar esta manipulação, nem na mídia, nem pelas ONGs ambientalistas. Que arquem com as consequentes perdas de credibilidade.

Dificuldades reais da redução das emissões de GEE.

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Razões porque são difíceis melhores progressos nos entendimento sobre as reduções das emissões de GEE, embora sejam cruciais para a vida da humanidade:
1. Não há entendimento sobre o termo Responsabilidade. Responsabilidade é entendimento e desempenho de dívida, de dever. No caso é pelas condições de Vida na Terra. Responsabilidade não transferível e muito menos negociável. O desempenho é voluntário e unilateral. Trata-se de uma Atitude.
2. Como as nações são soberanas, além das condições conceituais existem as práticas, para que não haja “tratados com condições legais impositivas ou vinculantes”.
3. É totalmente fora de foco uma afirmação como “os países desenvolvidos querem que a gente pague a conta do clima junto com eles” de uma Ministra do Meio Ambiente. Ela deveria ser demitida. Talvez aja por conta da bancada ruralista.
4. São desonestas propostas de INDC que prometem reduções com base a datas passadas, como a do Brasil. Na realidade não se compromete esforço algum.
5. Segundo o INDC do Brasil está-se oficializando e transformando em Lei a continuação de desflorestamento na razão de 5.000 km2 – 70km * 70 km – por ano, com anuência das ONGs ambientalistas.
6. Não há esforço pelo entendimento de medidas para que as emissões sejam reduzidas o mais rápido possível. (vide pág. A23 do OESP em 11.12.2015)
7. As sociedades são mal informadas. Comprometimentos se prestam mal a mobilizações e pressões sobre os governos.
8. O Brasil é o país que poderia fazer uma contribuição importante para as reduções de emissões de GEE e realizar simultaneamente um desenvolvimento social e econômico. Produziria um exemplo, um benchmark. Mas para tanto haveria de realizar uma ruptura e um salto cultural.
9. A pressão por auxílios financeiros sem a apresentação de projetos em que seriam aplicados corresponde a uma atitude subdesenvolvida. As mudanças de matrizes energéticas e o suprimento de energia aos contingentes pobres podem ser realizadas pela iniciativa privada, com subsídios oficiais. É curioso que não se obtém noticias dessa abordagem pela mídia.

A fraude das INDC do Brasil na COP 21

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Fraude das INDC do Brasil:  Crime contra a humanidade.

De repente entendi que se trata de crime contra a humanidade: Verificando o significado do “compromisso” do Brasil de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE – na COP 21: (valores constantes no Google considerados aproximados)
Emissões em 2005 > 2.500 GtCO2equiv.
Emissões em 2014 > 1.500 GtCO2equiv.  corresponde a uma redução de aprox. 40% por diminuição de desmatamento.
Desmatamento atual > 5.000 km2 por ano ou 70km x 70km
Proposta INDC: R
edução em 37% relativos às emissões de 2005 até 2025.                                                                                           2.500 * (1-0,37) = 1.575 GtCO2equiv.                                         e                          Redução em 43% relativos às emissões de 2005 até 2030.                                                                                            2.500 * (1-0,43) = 1425 GtCO2equiv.                                     Significa que não se reduzirão as emissões – e os desmatamentos – a partir de hoje até 2025 e 2030!!!!!  Quem são os beneficiários da destruição?

O que deveria ser compromissado são ações futuras:
Desflorestamento zero já – em 3 a 5 anos – significando                                                                       emissões de 1.000 GtCO2equiv. em no máximo 2020
energia limpa na geração em 10 anos – significando                                                                              emissões de     500 GtCO2equiv. em 2025
outros esforços – ex. na pecuária e na agricultura – para                                                                  emissões próximas a 0 GtCO2equiv. em 2030
Estas metas são possíveis com crescimento do PIB e redução da pobreza. Por isso representam a Responsabilidade do Brasil pelas condições de vida no planeta Terra.     Então a fraude cometida pelo governo é mais que culposa por omissão. É crime contra a humanidade com efeito remoto.

É inacreditável que ninguém acuse esta fraude ardilosamente arquitetada.  O cidadão comum não tem como perceber.  Mas às ONGs ambientalistas, que reunidas no Observatório do Clima até ajudaram a urdi-la, perdem toda a credibilidade nas articulações de Desflorestamento Zero Já.

Da importância das elites para o Desenvolvimento Sustententável Parte II

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Da importância das elites para o Desenvolvimento Sustentável  Parte II

Condicionamento inédito do movimento ambientalista.

Como foram difusos os desenvolvimentos sociais também não tiveram metas mensuráveis e monitoradas.  Somente o movimento ambientalista veio a ter foco numa Responsabilidade:  A Responsabilidade pelas condições de sobrevivência da humanidade.  Trata-se de uma condição histórica inédita.  Por isso referências a paradigmas de atuação históricos calcados em “interesses particulares percebidos” são insustentáveis:  Requerem-se rupturas de paradigmas.  As características da Situação Sustentável a ser alcançada conjuntamente pelas nações são mensuráveis e os esforços desempenhados por cada parte são qualificáveis.  Todas as sociedades são partícipes obrigatórios.  As que se empenharem para o bem futuro aquém de suas possibilidades serão julgadas “vilãs”.

 

Influência das elites no Desenvolvimento Sustentável – global.

Desde que começaram a se mobilizar por causas do Desenvolvimento Sustentável na segunda metade do século XX e particularmente a partir dos anos 1990 as elites lograram alguns progressos significativos e continuam progredindo na superação de resistências.  Mas prevalecem dúvidas, para não dizer temores angustiantes, sobre a velocidade suficiente dos avanços no Desenvolvimento Sustentável para prevenir a ocorrência de catástrofes para a humanidade.

–  Progressos alcançados e em andamento:                                                                               Estabelecimento de esforços por ações globais:  Conferência Rio 92 e seguintes como as            COP                                                                                                                                                    Primeiros entendimentos:  Protocolo de Montreal e Protocolo de Kyoto.                                    Novos conceitos e monitoramentos:  Footprint (1995) , INDC (2015) pelo PNUMA /                 ONU                                                                                                                                                    Reconhecimento de limites necessários para a concentração de GEE na atmosfera                     resultante de trabalhos do IPCC  (2004)                                                                                      Desenvolvimento da geração eólica e solar e de acionamentos elétricos                                      Estabelecimento de Metas do Milênio – de 2000 a 2015 – e monitoramento  de IDH               pelo PNUD / ONU                                                                                                                            Estabelecimento de Metas para o Desenvolvimento Sustentável (2015)  pelo PNUMA /          ONU                                                                                                                                                      Início de mudanças nas matrizes energéticas – descarbonização.                                                Redução da pobreza, particularmente na China  (regime autoritário, industrialização e            urbanização)                                                                                                                                       Novas abordagens de economia na base da pirâmide social:  Produtos mais adequados,            minicrédito…                                                                                                                                       Novas instituições:  Ministérios de Meio Ambiente, Legislações Ambientais.                             Conscientização das populações:  Disposição seletiva, redução de consumo de água e de           energia, aumento da eficiência energética.                                                                                     Conscientização:  Extensa literatura científica, educacional e popular,  programações na           mídia e na internet.                                                                                                                           Conscientização:  Inclusão da “Educação Ambiental” nos currículos.                                           Conscientização:  Empenhos voluntários por Organizações Não Governamentais – ONG       Conscientização:  Reconhecimento do conceito de Responsabilidade Social das Empresas

 

–  Ações / Progressos pendentes:                                                                                                      Aumento da velocidade da redução das emissões de GEE.                                                            Superação da miséria com                                                                                                                       ocupação e remuneração adequada nas bases das pirâmides sociais                                      Finalização dos desflorestamentos                                                                                                    Reflorestamentos e recuperação de mananciais                                                                              Finalização da poluição da águas                                                                                                        Preservação da biodiversidade:  Terminação da sobrepesca                                                        Conscientização:  Redução dos desperdícios, particularmente de alimentos                              Conscientização:  Adoção do conceito de Situação Sustentável.                                                    Conscientização:  Divulgação do conceito de Desenvolvimento Sustentável                                Formulação e execução de Projetos de Desenvolvimento Sustentável.                                        Conceituação de Economia na Situação Sustentável.                                                                      Pressão da Cidadania Global pela Paz.                                                                                             Formação de uma Cultura de Responsabilidade:  Desempenho de Responsabilidade é                voluntário, unilateral, incondicional, não remunerável nem negociável.

 

Premissa para o exercício de influência política na sociedade pela Cidadania.

Um dos lugares comuns vinculados à cidadania é “a cidadania silenciosa”.  Esta figura expressa que enquanto as circunstâncias forem razoavelmente suportáveis as populações costumam se manter inertes, omissas.  O cidadão está ocupado com o seu sustento, em ‘ganhar a vida’.  As atuações dos políticos lhe parecem distantes, ou seja, não serem influenciáveis.  Poucos frequentam organizações políticas ou participam de ações voluntárias em benefício de alguma comunidade.

É preciso que sobrevenham ameaças às condições de vida, por exemplo, desemprego, ou ocorrências causadoras de indignação para provocar manifestações.  Este é o comportamento tradicional das massas.

Ocorre que o alheamento da população facilita regimes autoritários e aumenta o risco de enriquecimento indevido – corrupção –, também nas democracias.  A condição da manutenção de democracias é a vigilância atenta e crítica dos contingentes mais esclarecidos da sociedade, das elites.  A compreensão da importância do bem-comum e o interesse por intervir em seu favor resultam da Percepção da Responsabilidade por condições sociais que não se estabelecem e se mantêm automaticamente.  Tal consciência e disposição caracterizam as elites, os Cidadãos por Responsabilidade.

Alguns abraçam causas específicas a exemplo de educação, saúde, direitos ou meio ambiente e fundam Organizações Não Governamentais – ONGs – a fim de contribuir para a mitigação de problemas.  ONGs conseguem influenciar políticas públicas.  A Lei da Floresta Atlântica é um sucesso da ONG SOS Mata Atlântica.

Todavia é praticamente impossível mesmo para o cidadão mais preparado e interessado manter-se informado sobre a imensa quantidade de problemas na situação atual, que se encontra em constante mutação.  Isto significa que o seu acesso às informações relevantes precisa ser racionalizado pela atuação de profissionais de informação e de especialistas nas matérias.  Trata-se da missão da mídia, da imprensa.  Ainda há muito espaço de aperfeiçoamento na autocompreensão dos profissionais da mídia para que ações truculentas do governo pela execução de projetos economicamente inviáveis e ambiental e socialmente inviáveis, como a usina de Monte Alegre, sejam barradas pela manifestação dos cidadãos e no congresso.

 

Omissões de elites.

A história demonstra que omissões das elites podem ter conseqüências desastrosas.  A Primeira Guerra Mundial resultou de percepções e atitudes de governos autoritários.  Tais percepções eram retrógradas no sentido de extrapolarem experiências históricas sem considerar, ou considerar de forma equivocada, os desenvolvimentos tecnológicos.  A comunicação ainda era lenta; não havia rádio.  É verdade que não havia referência histórica de participação cidadã nas decisões políticas.

Mesmo tendo vivenciado resultados catastróficas as elites burguesas e religiosas cristãs não se uniram aos “proletários” para impedir uma nova conflagração, que de forma previsível causaria milhões de vítimas.

A Terceira Guerra Mundial foi “fria” apenas porque as armas nucleares teriam destruído a humanidade.

Ainda está por ocorrer uma quebra de paradigmas culturais para a acomodação das necessidades físicas e espirituais / ideais da humanidade sem o recurso a armas.  Ainda está por ser configurada uma política fundamentada em valores, em particular no valor VIDA.

 

Necessidade de uma Política Global de Desenvolvimento Sustentável.

Além da ameaça de extinção por armas nucleares, hoje a humanidade enfrenta a ameaça da destruição pela poluição do meio ambiente, em particular pelas Mudanças Climáticas causadas por emissões de GEE.  Ambas as ameaças são produzidas por uma parte da humanidade.

Hoje não só as elites nacionais, mas virtualmente todos os cidadãos, estão integrados através de tecnologias de comunicação instantânea.  Esta circunstância haverá de viabilizar a convergência sobre interesses vitais comuns de Paz, de Meio Ambiente e de conforto em geral das Cidadanias.  A Responsabilidade como base de entendimento é universalmente aceitada e irrefutável.

Entendimentos fundamentados na Responsabilidade pelo bem-estar das sociedades serão pautados por valores.

Visões políticas retrógradas ainda persistem em países com regimes de governo autoritários e concepções geopolíticas superadas:  Rússia e China.  E em sociedades que não participaram dos desenvolvimentos na cultura ocidental ainda continuam conflitos de natureza religiosa e pretensões de domínio espiritual sobre populações.

Há de se ter – as elites hão de ter – a expectativa, e a esperança, de que com a continuação dos entendimentos sobre as questões ambientais venha a ocorrer também uma superação de atitudes fundamentas em preconceitos e supostos interesses ou receios inconsistentes.  Então as questões sociais e econômicas do Desenvolvimento Sustentável, que estão imbricadas com as questões ambientais, poderão ser solucionadas com maior facilidade.

 

Conclusão.

O Desenvolvimento Sustentável progredirá na medida do empenho das elites – do coletivo dos Cidadãos por Responsabilidade ou Cidadania – nas sociedades com regimes de governo democráticos, inclusive o exercício de pressões da Cidadania sobre os Poderes Públicos.  Fato é que nenhum dos progressos no alcançados no trajeto do Desenvolvimento Sustentável teve origem nos Parlamentos ou Congressos.  Mesmo a referência de mudança de matriz energética e do abandono da geração nuclear na Alemanha são atendimentos políticos a reivindicações sociais, que acabaram se impondo a resistências de interesses econômicos.  E foram bem sucedidos.

É impossível prever a velocidade com que tais exemplos pioneiros serão adotados por outras sociedades.  Nos Estados Unidos ainda enfrentam a oposição dos interesses das empresas relacionadas ao carvão e ao petróleo.  Mas, tendo uma economia de mercado, as tecnologias “verdes”, que alcançaram a competitividade, acabarão se impondo por interesse da cidadania investidora.  A China ainda se empenha pela redenção econômica de uma imensa população pobre, mas é também líder no investimento em instalações de geração eólica e solar, tanto fotovoltaica como para aquecimento e na expansão de ferrovias.  No espaço global hoje os investimentos em energias de fontes renováveis superam os investimentos para aproveitamento de fontes fósseis.

Esta cena permite, em princípio, um otimismo cauteloso sobre a continuação dos progressos no Desenvolvimento Sustentável com uma velocidade adequada.  Os resultados da próxima COP 21, que acontecera em dezembro de 2015, fornecerão uma base para avaliações atualizadas.  Especialmente crítica é a disposição sobre a terminação dos desflorestamentos, medidas pelas quais a Cidadania no Brasil, na África e na Ásia haverá de se empenhar.

Olhar para a Pobreza no Mundo e no Brasil.

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Olhar para a Pobreza no Mundo e no Brasil.

Da extensão da pobreza no Mundo.

Este tema é oportuno no momento em que as atenções se voltam para a Conferência COP 21, que se realizará em Paris em dezembro de 2015.  Lá o assunto central são as emissões de Gases causadores do Efeito Estufa – GEE -, ou seja, as Mudanças Climáticas.  A limitação das Mudanças Climáticas, caracterizadas pelo aquecimento da biosfera é uma meta dramática do Desenvolvimento Sustentável, pois é a grandeza mais sensível das futuras condições de vida na Terra.  Mas não é a única.

Também não pode ser aceita a condição de vida na pobreza de contingentes humanos continuadamente.  E muitas medidas previstas para o restabelecimento do equilíbrio climático serviriam também para a mitigação pelo menos da pobreza extrema, caracterizada por fome, falta de abrigo, doenças, alta mortalidade infantil, alta mortalidade no parto, ignorância, falta de expectativa de melhora das condições de conforto.

As grandezas estatísticas da pobreza são amplamente divulgadas na literatura e na imprensa.  O artigo de Washington Novaes no O Estado de S.Paulo de 23.10.2015 é um exemplo. (

http://www.opiniao.estadao..com.br/noticias/geral/olhar-a-pobreza-do-mundo   )

As estatísticas expressam que a pobreza global diminuiu apesar de um aumento vertiginoso da população.  Mas faltam abordagens consistentes para sanar o problema, seja em muitos espaços nacionais, seja no nível global.  A China é uma exceção.  Ainda há cerca de 900.000 de humanos muito pobres.

 

Pobreza e disciplina da economia.

A pobreza, vista como um problema sobretudo ético, só está resolvida em poucas sociedades.  E não é possível antecipar que uma vez solucionado não ocorra retrocesso.  Em princípio, segundo a compreensão atual, deveria ser a principal missão da disciplina economia promover a realização de condições para o melhor bem-estar comum nas sociedades.  Mas não é isto que os compêndios pregam.  Pregam o aumento da produção e do PIB.  A maior disponibilidade de bens automaticamente eliminaria as carências.  A história demonstra que para as sociedades hoje classificadas como desenvolvidas esta teoria se comprovou.

Hoje esta visão está superada por diversos motivos.  O aumento incontido da produção, sabe-se agora, esbarra em limites naturais e não induz automaticamente a distribuição que previne pobreza.  Os ensinamentos da disciplina da Economia foram desenvolvidos para ambientes nacionais.  Entretanto, a sustentabilidade das condições de vida da humanidade é uma preocupação e responsabilidade global.  A cena mudou, as percepções das circunstâncias mudaram.  Mas não foram ainda formuladas orientações e procedimentos para um Desenvolvimento Econômico Sustentável e para a Economia na Situação Sustentável.

A rigor a atual produção global já é suficiente para eliminar, no mínimo, a pobreza extrema.  Além disso, muita produção de alimentos é desperdiçada ao longo da cadeia do cultivo ao consumo.  Algumas sociedades já chegaram a um nível de consumo que permite classificá-las de saturadas.  O Japão é um exemplo.  Os países escandinavos outro.  Nos países com IDH muito alto, em geral as instituições sociais previnem pobrezas agudas.  Para os Estados Unidos pode se afirmar que uma quebra de paradigmas culturais resolveria a questão.

Todavia a pobreza não se restringe a uma questão de consumo e conforto mínimo.  Para que estas condições sejam estabelecidas de forma sustentável, quer dizer que se reproduzam continuadamente, é preciso que sejam alcançadas sem subvenção ao consumo das famílias capacitadas a trabalho e auto-sustentação.  Esta condição não é propiciada pelas bolsas.

 

Superação da pobreza na base da(s) pirâmide(s) social(is).

Tradicionalmente, procura-se mitigar o sofrimento dos pobres com ações beneficentes, filantrópicas e de atitude paternalista.  Tais ações não libertam os atingidos da condição de pobreza e dependência.  Mas enquanto os contingentes pobres não se livrarem da dependência de subsídios eles não alcançarão a condição de cidadania e de motivação por esforços para progressos na sociedade.

A condição de pobreza hereditária seria superada pela oferta de trabalho remunerado adequadamente.  Levanta-se então a questão pela existência de oportunidades de trabalho para toda a população global.  Como em virtude do aumento da produtividade a agricultura e a indústria oferecem cada vez menos ocupação, à primeira vista se estaria diante de um problema insolúvel:  A distribuição global de um potencial limitado de oportunidades de trabalho.  O equilíbrio entre demanda e oferta de ocupação na Situação Sustentável viria a requerer uma diminuição da população global.

Felizmente, no futuro imediato há muitos investimentos a serem realizados justamente para reduzir as emissões de GEE:  Mudanças das matrizes energéticas com abandono das fontes de energia fósseis poluidoras e exploração das fontes renováveis “limpas” ou “verdes” tanto na geração de energia elétrica como para os acionamentos nos transportes oferecem um grande número de oportunidades, como já se observa na Europa, nos Estados Unidos e na China.  A expansão da geração fotovoltaica promete mudar as condições de vida de contingentes pobres na Índia e na África.  A evolução tecnológica favorece a ocupação nos países desenvolvidos.

 

Desenvolvimento Social Sustentável no Brasil.

Evidentemente estas oportunidades também existem no Brasil e mesmo em condições particularmente favoráveis.  O potencial de energia eólica no Brasil é avaliado equivalente ou superior a toda capacidade de geração hoje instalada de 136 GW só on-shore; a capacidade de geração fotovoltaica alcança o dobro desse valor; a cogeração na indústria sucroalcooleira pode alcançar a capacidade da usina de Itaipu.

Adicionalmente dezenas de milhares de famílias poderiam ser ocupadas em projetos de reflorestamento, cuja urgência se começa a vislumbrar diante da estiagem, que o país enfrenta.  Os desflorestamentos atingiram dimensões que influenciam o regime de chuvas e as temperaturas; as vazões de rios minguaram assustadoramente:  A represa da usina hidrelétrica de Promissão está com 5% de sua capacidade de armazenamento.  A situação do rio São Francisco, mas não só dele, é alarmante.  As vegetações de Floresta Atlântica e de Cerrado nas cabeceiras dos rios precisam ser recuperadas o mais rapidamente possível.  Da mesma forma extensas áreas degradadas na região Amazônica.

Ao lado da imperiosa ação de “Desflorestamento Zero Já” tais projetos de recomposição ambiental deveriam ocupar as primeiras posições nas propostas do Brasil INDC – Intended Nationally Determined Contributions – do Brasil para a COP 21.  Alavancariam a integração ao processo produtivo de numerosos contingentes, que nem constam nas estatísticas de ocupação, e impulsionariam o mercado interno de forma consistente, substituindo o recurso das bolsas.

Tratar-se-ia de Projetos para o Desenvolvimento Sustentável, que ainda não são articulados nas academias e na mídia.  Como no artigo acima referido, os problemas de pobreza, os problemas ambientais e os problemas econômicos costumam ser abordados isoladamente, apesar de se ensinar que a Sustentabilidade tem três dimensões:  A dimensão social, a dimensão ambiental e a dimensão econômica.

Alcançando grandes contingentes de cidadãos e extensas áreas, os Projetos de Desenvolvimento Sustentável precisam ser articulados pelos Poderes Públicos.  A COP 21 é uma oportunidade única para o seu comprometimento com a sociedade brasileira e com a humanidade.  Que a Cidadania pressione em tempo.

Antes de COP 21 de 31 a 45

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31.  Postado no Facebook e no Grupo COP 21 em Rede, em 20.10.  Harald Hellmuth   O comportamento na COP 21 será a comprovação da Responsabilidade pelas condições de sobrevivência da humanidade. O desempenho será medido pela contribuição no alcance das possibilidades de cada participante. Para o Brasil isto significa: Finalização dos desflorestamentos no prazo mais curto possível – três anos -, investimento em geração eólica e solar – 30 MW em dez anos -, produção de biocombustíveis e cogeração – 3 MW em 10 anos, aumento da produtividade agrária e pecuária. Em 10 anos as emissões poderão estar reduzidas a menos de 1/3 das emissões de 2011/12. As “pedaladas” precisam ser retiradas dos INDC até agora publicadas por uma questão exercício de Responsabilidade. A elite nacional haverá de se empenhar por tal comportamento. O Brasil é um dos países com a maior facilidade e vocação para reduzir as emissões de GEE.

32.  Impasses na COP 21 – Matéria na pag. A3 de OESP em 10.12.05

Confirma o seguinte pensamento:
“A COP 21 será um fracasso, ou um sucesso aparente? A soma das INDC não é suficiente para manter o aquecimento do clima abaixo de 2 graus centígrados. Alguns países, entre eles o Brasil e os EEUU apresentam INDC fraudulento. [Referem as prometidas reduções de emissões ao ano 2005 e não ao futuro a partir da data atual. Então as reduções já foram realizadas e não haveria progressos – promessas vazias.] Discute-se financiamento sem formular projetos onde seriam aplicados; seriam subsídios não controlados, sem medição de resultados. Volta a se discutir créditos de carbono, que até agora não têm atratividade no mercado financeiro. Não se reconhece porque nem se formula uma a responsabilidade por “melhores esforços possíveis”. Em suma é uma Babilônia de supostas capacidades.
Sem um conceito mais claro do que é Desenvolvimento Sustentável. (videhttp://www.hhellmuthsustentabilidade.com/ )”

O artigo apresenta a COP 21 como uma rixa de “me dá um dinheiro aí” como se isto resolvesse o problema do clima. Enquanto isso a componente Matriz Energética vai progredindo com avanços nos investimentos em fontes renováveis superando os investimentos em energias fósseis. A iniciativa privada atua também nos países menos desenvolvidos. As questões de ocupação e renda, educação e saúde não estão na pauta da COP 21 mas requerem recursos nos países mais pobres.

Com apoio das ONGs reunidas no Observatório do Clima, a diplomacia brasileira pratica uma atitude “esperta”.

33.  De OESP 11. 02.2016 Suprema Corte suspende – por 5 a 4 votos – plano de energia de Obama: De que se reduzam as emissões de CO2 das centrais elétricas em 32% em relação aos níveis de 2005, até 2030. Exerceram a pressão a empresa Virgínia Ocidental, o grande produtor de carvão do país, e o principal produtor de petróleo Texas. 27 estados, a maioria governado pelo Partido Republicano requereram a intervenção.
Não é o fim da disputa nos Estados Unidos e o governo tem outros instrumentos. A geração com energia eólica e energia solar continuarão a progredir a despeito dessas tentativas de obstrução de mudança da Matriz Energética e oferecendo novos empregos. Com preços já competitivos acabarão reduzindo a energia comprada de centrais termelétricas. E a conscientização da sociedade desempenhará a sua parte.

Situação no Brasil:  Abster-se de comentários poderia Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima, que em conjunto com os seus colegas das ONGs ambientalistas apoiou a atuação sofista – para não dizer enganosa – do Brasil na COP 21. A proposta do Brasil teve a falta de vergonha de propor “zero de mudanças – na voz de Izabel Teixeira “business as usual” para o Brasil nos próximos 5 anos. Poderão continuar a ser desmatados mais de 5.000 km2 – uma área de 70km * 70 km – com proteção legal. Os beneficiários serão exclusivamente os representados pela bancada ruralista…..componentes da bancada ruralista. Carlos Rittl e seus colegas estão recebendo por darem apoio e ajudarem a roubar o país, enganar a opinião pública, contribuir com desinformação, sustar o Desenvolvimento Sustentável\/

34.  “País entra em nova fase de desenvolvimento”  (07.03.2016)

[http://noticias.ambiente.brasil.com.br/…/123658-pais-entra-…….. ]
A afirmação da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira é a continuação desfaçada de uma farsa. É fácil de identificar porque: Não explicita a base de referência para as reduções da emissões . Omite o desflorestamento; portanto não estabelece prazo para a terminação. O pior de tudo é a participação das ONGs ambientalistas através do Observatório do Clima. É, no mínimo, constrangedor.

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33. Razões porque são difíceis melhores progressos nos entendimento sobre as reduções das emissões de GEE, embora sejam cruciais para a vida da humanidade:
1. Não há entendimento sobre o termo Responsabilidade. Responsabilidade é entendimento e desempenho de dívida, de dever. No caso é pelas condições de Vida na Terra. Responsabilidade não transferível e muito menos negociável. O desempenho é voluntário e unilateral. Trata-se de uma Atitude.
2. Como as nações são soberanas, além das condições conceituais existem as práticas, para que não haja “tratados com condições legais impositivas ou vinculantes”.
3. É totalmente fora de foco uma afirmação como “os países desenvolvidos querem que a gente pague a conta do clima junto com eles” de uma Ministra do Meio Ambiente. Ela deveria ser demitida. Talvez aja por conta da bancada ruralista.
4. São desonestas propostas de INDC que prometem reduções com base a datas passadas, como a do Brasil. Na realidade não se compromete esforço algum.
5. Segundo o INDC do Brasil está-se oficializando e transformando em Lei a continuação de desflorestamento na razão de 5.000 km2 – 70km * 70 km – por ano, com anuência das ONGs ambientalistas.
6. Não há esforço pelo entendimento de medidas para que as emissões sejam reduzidas o mais rápido possível. (vide pág. A23 do OESP)
7. As sociedades são mal informadas. Comprometimentos se prestam mal a mobilizações e pressões sobre os governos.
8. O Brasil é o país que poderia fazer uma contribuição importante para as reduções de emissões de GEE e realizar simultaneamente um desenvolvimento social e econômico. Produziria um exemplo, um benchmark. Mas para tanto haveria de realizar uma ruptura e um salto cultural.
9. A pressão por auxílios financeiros sem a apresentação de projetos em que seriam aplicados corresponde a uma atitude subdesenvolvida. As mudanças de matrizes energéticas e o suprimento de energia aos contingentes pobres podem ser realizadas pela iniciativa privada, com subsídios oficiais. É curioso que não se obtém noticias dessa abordagem pela mídia.
34.  “Acordo de Paris obriga ‘transição energética”
é manchete do OESP na pág. A16 EM 14.12.2015. Totalmente enganosa. Empresários sabem da irreversibilidade da mudança das matrizes energéticas e planejam correspondentemente suas atividades, sem terem sido incentivados por “acordos”. São os políticos que correm atrás com manifestações bombásticas alardeando “sucessos de negociação”. Poucos países até agora formularam políticas de mudança da matriz energética seguindo os exemplos de Alemanha, Dinamarca e poucos outros. É verdade que a China é uma exceção no volume de investimento em energias renováveis, embora ainda as suas emissões sejam as maiores de todos os países e apresentem conseqüências graves.
O artigo informa que os empresários se entenderam em paralelo com as atividades da conferência COP 21. Os políticos apenas adotaram o rebaixamento do limite de aquecimento de 2 graus para 1,5 graus centígrados. Não especificaram as ações necessárias. Então não temos aí uma política nem um projeto.
Tudo jogo de cena para salvar as aparências.

35.  A Conferência de Paris – uma avaliação, por José Goldenberg
http://opiniao.estadao.com.br/…/geral,a-conferencia-de-pari…avaliacao,10000005385
em 21.12.2015 no OESP, pág, A2
Temos aí uma bela peça de pronunciamento ‘politicamente correto’. Atem-se a aspectos positivos genéricos – em particular numa comparação das Conferências de 1992 e 2015 -, e omite que as proposições apresentadas pela representação do Brasil constituem um logro: Referidas às emissões ocorridas em 2005 não prometem reduções futuras, pois já foram alcançadas. Desta forma o Brasil atuou para impedir resultados mais expressivos, cuja falta é apontada pelo autor. Ele não quantifica as reduções de emissões que seriam alcançadas por um programa de Desflorestamento Zero Já – em três anos, ou no máximo cinco -, que comportariam um terço das atuais emissões do Brasil. Não cita uma meta finalização dos desmatamentos, nem de intensidade de reflorestamento, nem de recuperação de bacias hidrográficas. E atém-se a generalidades na geração de energia e aumento de eficiência energética, omitindo por completo as contribuições da agro-pecuária. Desta forma uma bela redação serve para encher de areia os olhos de leitores menos informados e de seus admiradores, prestando um péssimo serviço à formação das percepções da Cidadania.

Saiba o que acontece de mais importante no Brasil e no mundo. Credibilidade na informação sobre política, economia, esportes, cultura, tecnologia, estilo de vida…
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Pós COP 21
36.  Sobre o artigo de Antonio Correa Lacerda no OESP de 08.01.2016 “Proteção tarifária e protetividade”:
1. Contra condições de mercado internacional de “dumping” – de câmbio, de impostos, de salários, de condições sociais” só existe a defesa por taxas de importação.
2. Como qualquer outro remédio, também este tem efeitos colaterais, a serem tratados.
3. Era previsível que o crescimento da China e o seu consumo de aço e minério de ferro viriam a diminuir, mesmo considerando que os atuais índices de crescimento se refiram a uma base maior que a de dez anos atrás.
4. Registremos que a capacidade de produção da indústria siderúrgica nacional seja de 33 milhões de toneladas por ano., em confronto com uma capacidade de produção global de 700 milhões de toneladas anuais, sofrendo de ociosidade significativa. A tentação ao dumping fica evidente. A defesa tem de proteger a ocupação da mão de obra no Brasil – e não só no Brasil.
5. Delineia-se, que todas as sociedades precisam produzir em primeiro lugar para os seus mercados internos, inclusive a China.
6. É possível, que muitos mercados se aproximem de saturações, inclusive o do aço, pois se chegará, forçosamente a uma situação em que as infraestruturas estarão estabelecidas.
7. Então sobreviverão os produtos mais “inteligentes”. Dentre estes está o “aço verde”, produzido com redutores renováveis, ou seja, com carvão vegetal. O Brasil dispõe não só dos melhores minérios de ferro, como das melhores condições de produção de carvão vegetal em áreas degradadas, por exemplo no Pará. Oferecem-se também excepcionais condições logísticas: Proximidade de minério e carvão, transporte fluvial, portos profundos na costa da região Norte, localização favorável em relação aos Estados Unidos e à Europa. E o mercado favorável a produtos “verdes” e oferta de ocupação a contingentes pobres. O Pará tem um dos mais baixos índices IDH do Brasil.
Curiosamente, nenhum órgão do governo, nenhuma empresa (preocupada com problemas atuais), nenhuma ONG, nenhum partido nem mesmo um político, nem os economistas se dão conta dessa possibilidades de mercado e de Desenvolvimento Sustentável – ambiental, social e econômico.
Mas todos participam da vergonhosa masturbação mental fraudulenta das propostas da Brasil na COP 21 em Paris, pelas quais pretendem obter elogios e prêmios.
37.  Meta de emissões de GEE Zero em 2030 para o Brasil.
CANADA’S 100-PER-CENT RENEWABLES SCENARIO (2050)
Energy mix:
Solar: 21.2 per cent
Onshore wind: 37.5 per cent
Offshore wind: 21 per cent
Wave energy: 2 per cent
Geothermal: 1.9 per cent
Hydroelectric: 16.2 per cent
Tidal turbine: 0.2 per cent
Job creation impact: 293,000 construction jobs; 463,000 full-time operation jobs
Avoided health costs per year: $107.6-billion
Avoided pollution deaths per year: 9,598
Source: Stanford University
Comentário: Se para o Canadá, que hoje depende do carvão mineral e do petróleo para sua indústria, transportes e consumo doméstico 100% de provisão por energia renovável até 2050 seria possível, até mesmo sem contar com bioenergia, para o Brasil, que já tem uma matriz energética com perto de 50% de energia renovável hoje, os 100% não seriam factíveis até 2030?
Considerando o imperioso Desmatamento Zero Já – em três anos, no máximo cinco anos – e outros avanços paralelos na agropecuária e no saneamento, a meta de emissões de GEE nulas em 2030 seria alcançável. Mas o governo se omitiu na COP 21 em Paris, sendo secundada pelas ONGs que se dizem ambientalistas.
38. Posição oficial do governo.

Não se deixem enganar:
Confiram que a ministra, mas também nenhum dos demais presentes, tocou no assunto do desflorestamento, em particular da Amazônia e do Cerrado. Diz que até 2020 “podemos operar em ‘business as usual'” Isto significa que ela libera / permite / autoriza destruir 5.000 km2 ( = 70 km x 70 km) por ano nestes próximos 5 anos!!!!! Ninguém se dá conta ou está comprometido com a bancada ruralista? A proposta INDC do Brasil diz isso: O Brasil não promete fazer nada para o bem da humanidade…..e de si mesmo.

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Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o rascunho do acordo da COP21…
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39.  Crime de Belo Monte:
É uma monstruosidade: Finalmente vem à tona, que o crime social, ambiental e econômico da construção da usina de Belo Monte foi cometido para ser fonte de recursos para o PT. As incontáveis discussões sobre a insustentabilidade foram ações ingênuas. Gastaram-se fortunas de promoção midiática com recursos do orçamento. O financiamento foi feito pelo Tesouro, isto é, também pelo contribuinte. A administração pública, ministérios e EPE estiveram / estão engajados. As ONGs coniventes ainda apoiaram o governo na falsidade das apresentações na COP 21. Faltam predicados e falta espaço nas prisões. O orgulho nacional há de morrer de vergonha.
40.  Brasil precisa de desmatamento zero para cumprir meta de corte de emissão de gases estufa
Brasil precisa de desmatamento zero para cumprir meta de corte de emissão de gases estufaBrasília, 11 de abril de 2016 – Uma análise feita por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) mostrou que o Brasil precisa reduzir o desmatamento em 87% até 2025, em relação a 2014, para atingir as reduções de emissões propostas para o país. Já em 2030, seria necessário zerar as emissões de desmatamento e reduzir emissões de outros setores para cumprir a meta proposta internacionalmente.De acordo com a projeção, em 2025 o Brasil emitirá 1,51 bilhão de tonelada de dióxido de carbono (CO2). Essa emissão projetada está 9,6% acima do número que consta da NDC (sigla em inglês para contribuição nacionalmente determinada) para 2025: 1,38 bilhão.Para atingir a meta de 2030 – 1,25 bilhão de tonelada de CO2–, é preciso chegar ao desmatamento zero e ainda reduzir em 173 milhões de toneladas de CO2 as emissões somadas dos outros setores (energia, agropecuária, industrial e resíduos). “Ainda que a gente atinja o desmatamento ilegal zero em 2030, haverá emissão equivalente a 10% do desmatamento de 2015”, explica a pesquisadora e diretora do IPAM Andrea Azevedo.

A análise indica que o Brasil precisa ser mais ambicioso em seus planos de controle de emissão. “Ninguém quer mais desmatamento, ilegal e nem legal. Mesmo que cresça a área para a agropecuária com intensificação da produção, é necessário reduzir consideravelmente a conversão do solo de floresta para outros usos”, afirma Azevedo.

Segundo a pesquisadora, diversas empresas já se colocam claramente a favor do desmatamento zero de florestas, seja legal ou ilegal. “Muitos foram pressionados pelo Ministério Público Federal, por grandes organizações e até consumidores”, diz. “O resultado é que essas empresas perceberam que é possível produzir, crescer e ganhar mercados mantendo florestas.”

Papel do setor

A NDC brasileira foi construída em três eixos de mitigação: energia, agropecuária e mudanças do uso do solo. Este último é o foco da análise do IPAM e desdobra-se nas seguintes ações: cumprimento do Código Florestal, desmatamento ilegal zero até 2030, compensação das emissões de gases estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030, restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares de florestas até 2030, e manejo sustentável de florestas nativas.

A análise baseia-se em dados brutos do SEEG (Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa) e considera emissões brutas, ou seja, o que efetivamente foi para a atmosfera. O governo federal, em suas estimativas, reporta emissões líquidas, assumindo que florestas em unidades de conservação e terras indígenas sequestram ativamente grandes quantidades de carbono todos os anos – cujo número pode variar enormemente de acordo com a metodologia aplicada.

Com os dados líquidos, como o Brasil reporta, o país atingiria as metas propostas na NDC só com o controle do desmatamento. “Vamos lembrar que, até alguns anos atrás, o setor de mudança de uso do solo era o vilão do inventário brasileiro de emissão de gases estufa, devido a taxas muito altas de desmatamento”, afirma o pesquisador Marcelo Stabile, do IPAM.

A situação se inverteu com ações de comando e controle, no início da década, e com iniciativas de ampliação de governança, especialmente nos setores agropecuário e madeireiro. “É necessário que se reconheça a importância deste setor no controle da emissão de gases estufa, que a sociedade invista recursos para que o desmatamento acabe, que áreas protegidas continuem exercendo seu papel e que a restauração florestal ocorra conforme o Código Florestal”, diz Stabile.

Saiba mais sobre o trabalho do IPAM em www.ipam.org.br.

Mais informações para a impresa:

Cristina Amorim – cristina.amorim@ipam.org.br, (61) 2109-4150 e (61) 9127-6994

 

IPAM

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Comentário:  Capengando na direção certa.  Desflorestamento Zero Já teria prazo de 3 a 5 anos, mais tardar em 2020.

42.  Clima – como cumprir os compromissos de Paris?, pergunta José Goldenberg, em OESP, 16.04.2016, pág. A2.

Ora, o professor deve saber que os compromissos assinados pela ministra Izabella Teixeira são prova de Irresponsabilidade, pois conforme as próprias palavras por enquanto significam “business as usual”. Continuarão sendo destruídos mais de 5.000 km2 de Floresta Amazônica por ano com consentimento do governo! É uma triste verdade que as ONGs ambientalistas consentiram.Por que? O resto do texto está certo, mas deve-se acentuar, que a China é o país que maiores esforços empenha em reduzir as emissões de GEE, que lá perturbam as populações. Um comportamento Responsável do Brasil compreenderia um desflorestamento zero em no máximo 3 a 5 anos e outras medidas citadas por Goldenberg, através das quais em 10 a 15 anos o Brasil produziria emissões ZERO. Por que o professor não argumenta assim?

43.  04. 2116.  Assinatura do acordo de COP21

Assinou-se o acordo de COP 21.  Ele trata só das emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE.  E é um texto diplomático, baseado em contribuições voluntárias de países – sociedades – soberanas.  Pelo menos reconheceram-se necessidades de ações por um objetivo comum.  O grau de desempenho de Responsabilidade a que cada parte estaria disposta não foi examinado.  A Responsabilidade não constou, ou pelo menos não teve relevância nas tratativas.  Mas trata-se da Responsabilidade pelas Condições de Vida dem todas as espécies no futuro.  Então cada sociedade deveria estar comprometida a atingir um nível mínimo de emissões no prazo mais corto possível.

Este critério lógico (ainda?) não foi propagado.  O Brasil poderia com muita facilidade eliminar 30% das emissões em 3 a 5 anos, outros 30% com algum esforço em 10 anos e os restantes 30% em 20 anos, condicionando-se à qualidade de sumidouro de GEE em 2035.  Mas escondeu-se atrás das condições incomparavelmente mais difíceis de outros países, até da China.

 

44.  Ampliação das metas INDC – Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas – apresentadas em Paris.

Quando foi fechado o acordo, já se sabia que as contribuições postas em vista não seriam suficientes para conseguir manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Centigrados, mesmo que fossem executadas na íntegra. Esta verdade acaba de ser confirmada por novos estudos publicados na revista Nature. É incontestável também, que quanto mais cedo que medidas de efeito sejam executadas, melhores serão os resultados em termos de contenção do aquecimento.  A Responsabilidade de cada nação / sociedade é realizar os esforços possíveis nos prazos mais breves possíveis.

Atualmente o noticiário informa sobre avanços “surpreendentes” na geração eólica e solar mundo afora: China, Estados Unidos, Índia, Austrália, Europa etc. Os investimentos de geração elétrica com fontes renováveis superaram os investimentos de geração com energias fósseis. Algumas minerações de carvão foram terminadas. As emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE pararam de aumentar. E a tecnologia automotiva com acionamentos elétricos e híbridos chega ao mercado, devendo ser dominante até 2025 ou 2030.

Mas qual seria a atuação do Brasil, caso pretendesse viver à altura de suas Responsabilidades diante da Humanidade?

Resposta: Minimizar as emissões de GEE, hoje num patamar de 1.500 GtCO2equiv por ano no prazo mais curto possível. Isto significa:

Eliminar as emissões por desflorestamento de ainda 500 GtCO2equiv por ano em 3 – no máximo 5 – anos, mediante uma política de Desflorestamento Zero Já.

– Intensificar os investimentos em geração eólica, solar e com biocombustíveis, terminando os investimentos em hidrelétricas na Região Amazônica e terminando a geração com combustíveis fósseis, salvo casos excepcionais.

– Incentivar a produção de etanol e biodiesel, e a mobilidade com acionamentos elétricos e híbridos com etanol (ou biodiesel).

Com estes dois conjuntos de medidas outros 500 GtCO2equiv de emissões por ano podem ser eliminados até 2025.

– Promover a eficiência energética no sistema elétrico e na indústria e comércio, promover a redução de emissões na agricultura e na pecuária, providenciar o tratamento adequado dos resíduos sólidos e líquidos e executar reflorestamentos intensivos.

Até 2030 o Brasil poderia se aproximar da condição de sumidouro de GEE e, simultaneamente, estaria progredindo no Desenvolvimento Sustentável Social e Econômico.

Por que ainda não se discute em público uma pauta com estes termos?

Lovejoy “Como a Amazônia foi salva” Revista VEJA ed. 2448 21.10.2015 pág. 80 a 95

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Arte - o desmatamento na Amazônia nos últimos 50 anos(VEJA.com/VEJA)

www.veja.abril.com.br/noticia/ciencia/como-a-amazonia-foi-salva.

Conhecimento necessário sobre Amazônia

Resumo de conhecimentos que os Cidadãos precisam integrar sobre a geografia do seu país para compreenderem:  1.  Porque uma política de Desflorestamento Zero Já é crucial para o bem-estar no futuro da população nacional e da humanidade.  2. Que a atuação pretendida pelo governo na COP 21 em dezembro de 2015 não passa de uma pedalada irresponsável – quer dizer, criminosa.

 

 

Da percepção da Pobreza pelos Acadêmicos.

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Da percepção da Pobreza pelos Acadêmicos.

“Quem gosta de pobre é intelectual”                                                                                             Joãozinho Trinta.

Perdidos na cena.

O professor Angus Deaton acaba de ser agraciado com o Prêmio Nobel de economia por um trabalho sobre medição da pobreza.  O que traz isto de prático, ou seja, de bom além da autolouvação da academia?

As Metas do Milênio, estabelecidas em 2000  com prazo até 2015 contemplavam a finalização da fome e da pobreza extrema, quer dizer da miséria.  As Metas do Desenvolvimento Sustentável proclamadas pela ONU recentemente, propõem a realização desta meta alguns poucos anos no futuro.  Ainda se contabilizam cerca de 900.000 indigentes, marcados por fome – ou subnutrição -, desabrigo, doenças, alta mortalidade infantil, mortes causadas por partos, ignorância e inação – falta de ocupação.  É preciso medir tais estados para reconhecê-los e procurar eliminá-los por não corresponderem a um mínimo de dignidade de vida humana?

Entre as características sociais de uma Situação Sustentável identificou-se que “todas as famílias se sustentariam com renda de trabalho”.  Na base da pirâmide social haveria uma “renda adequada” que mantivesse este estado de bem-público.  A identificação do nível de renda que dispensasse subsídios para proporcionar um nível de conforto – de consumo – eticamente aceitável não é trivial.  Todavia haveria de orientar as políticas sociais de todas as sociedades, inclusive no atendimento de bolsões de pobreza em sociedades desenvolvidas.  Cada uma haverá de encontrar a resposta adequada às próprias circunstâncias.  Existe um esforço acadêmico para responder a esta questão nos espaços nacionais?  Até que ponto os conceitos e as práticas já aplicadas são “exportáveis”?

Nas sociedades industrializadas, com alta renda per capita e Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – muito alto, observam-se nível de desemprego baixo, praticam-se subsídios a desempregados, oferecem-se treinamentos, há preocupação com renda mínima e aposentadorias mínimas, além de uma série de serviços sociais gratuitos, inclusive escolas.

Enquanto isso, mesmo em países “emergentes” com valores de IDH altos é comum que contingentes da população nem participem do processo produtivo oficialmente.  Como é costume dizer ‘não estão integrados no processo produtivo’.  Nem chegam a ser contabilizados como ‘desempregados’.  Vivem de extrativismos, de pesca e caça artesanal de pequenas lavouras manuais etc. e de alguma forma de mendicância.  A desocupação de contingentes urbanizados é uma causa de insegurança pública.  Esta cena se observa no Brasil.

Os “mais cultos” nessas sociedades – intelectuais, acadêmicos, artistas, jornalistas e políticos – lastimam a situação social, mas, em geral, assumem posições paternalistas e filantrópicas.  É comum que de sua situação de relativo conforto acusar o “capitalismo pelas injustiças sociais”.  Seguem ideologias ou condicionamentos religiosos.  Mas só excepcionalmente criam trabalho – emprego e renda.  Até hoje não se formulou no Brasil um só Projeto para um Desenvolvimento Regional Sustentável que objetive sanar problemas ambientais e econômicos, e então também de ocupação e sociais, simultaneamente.  Tem-se a impressão de que rupturas com saltos de percepção precisem ocorrer na sociedade para que uma mobilização na direção de ações a rigor óbvias se torne possível.

 

O que é óbvio?

Primeiro:     Somente o Poder Público tem autoridade e alcance para formular e promover a execução de projetos que abrangem largas extensões de terra e numerosos contingentes de pessoas.  Observa-se, que “mais cultos” acima citados, que são perfazem a elite capacitada, ainda não percebem e pensam com categorias de Projetos de Desenvolvimento Sustentável.

Segundo:  Não se justifica que uma minoria organizada de ruralistas se apodere de áreas da Nação.

Terceiro:  Não se justifica um desflorestamento, que atualmente alcança a cada ano 5.000 km2 – equivalentes à área de um quadrado co 70 km de lado – só na Floresta Amazônica.  Nenhuma contribuição para o desenvolvimento social até resulta da devastação.  O bioma do Cerrado já foi apoderado e quase totalmente destruído.

Quarto:     Urge que se restaurem as vegetações para a recuperação de muitos mananciais, como o do rio São Francisco, que nascem em regiões de Cerrado.

Quinto:     Passou-se a reconhecer que as regiões degradadas da Amazônia precisam ser reflorestadas para prevenir o escasseamento de chuvas em extensas regiões da América do Sul e mesmo a savanização na região Amazônica ou a desertificação em outras.

Sexto:      As ações de reflorestamento oferecem numerosas oportunidades de trabalho remunerado na base da pirâmide social, mas também para ocupações qualificadas.  A produção com base na biomassa é uma vocação particular do Brasil, que também não foi ainda projetada sistematicamente.  Alguns florestamentos podem se tornar produtivos  em 5 anos, outros em até 10 anos, e plantios de madeira de lei em 20.

Sétimo:    A produção de alimentos, como, por exemplo, a piscicultura, pode ser associada à produção de biomassa aproveitando tecnologias modernas.

Oitavo:    Dificilmente o Brasil adquirirá uma cultura industrial semelhante à dos Estados Unidos / Canadá, do Japão e da União Européia.  Os mercados internos da China e da Índia serão comparativamente maiores, devido às populações a serem atendidas, respectivamente.  Mas poderão ser produzidas no Brasil as instalações de geração eólica e solar ou térmicas com biomassa para o abastecimento de energia com fontes renováveis, dispensando a construção de novas usinas hidrelétricas na região amazônica.

Nono:    Com as ações apresentadas em sexto e oitavo, dezenas de milhares de pobres podem ser ocupados.  Outros seriam integrados na tradicionais obras de estrutura em rodovias, ferrovias, habitação, etc.  O mercado interno seria alavancado.

 

Quando a sociedade a elite – a Cidadania – se aperceberá do óbvio?

A resposta a esta questão crucial está a prêmio.  Seria desejável que o evento da COP 21 no próximo dezembro em Paris, causasse um impacto de introspecção e a abertura de uma visão de futuro.  Até o momento – 13.10.2015 – os textos dos INDC – Intended Nationally Declared Contributions – apresentados pelo Brasil não induzem expectativas otimistas.  É possível que tal renovação de atitudes não ocorra antes de uma condenação contundente da corrupção, possivelmente com a substituição do atual governo.

Independente da atuação do governo brasileiro, toda a elite da sociedade haverá de assumir uma compreensão diferente da tradicional em relação ao Meio Ambiente, às oportunidades a serem oferecidas aos pobres para se desenvolverem e à futura economia.

Avaliação do INDC apresentado em New York pelo Governo do Brasil

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Avaliação do INDC apresentado em New York pelo Governo do Brasil.

As metas brasileiras

Objetivos que, segundo Dilma, o Brasil levará à próxima conferência da ONU sobre o clima, em Paris, em dezembro:

  • Entre 2005 e 2025, reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa em 37%. Até 2030, chegar a 43%
  • Acabar com o desmatamento ilegal
  • Restaurar 12 milhões de hectares de florestas
  • Recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas
  • Integrar 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas
  • Garantir 45% de fontes renováveis no total da matriz energética
  • Ampliar para 66% a participação da fonte hídrica na geração de eletricidade
  • Ampliar para 23% a participação de fontes renováveis (eólica, solar e biomassa) na geração de energia elétrica
  • Aumentar em cerca de 10% a eficiência elétrica
  • Aumentar para 16% participação de etanol carburante e das demais biomassas derivadas da cana de açúcar no total da matriz energética

 

Auto-avaliarão do Governo.

O governo proclama que as metas publicadas são “ambiciosas” e que colocariam o Brasil na vanguarda dos esforços globais pela mitigação das Mudanças Climáticas.  E ainda aponta para as reduções alcançadas pela redução de desflorestamentos, que hoje estão estacionados em 5.000 km2, correspondentes à área de um quadrado com 70 km de lado.  Não encontra repercussão na sociedade, já pela simples razão de que poucos cidadãos estão em condições de avaliar um contexto dessa complexidade e diversidade.  Por outro lado é difícil entender o silêncio da Sociedade Civil Organizada das ONGs ambientalistas, mesmo daquelas que nas redes sociais se apresentam como defensoras do Desflorestamento Zero, que não consta nas metas oficiais.

As metas não explicitam valores para o nível de emissões nos prazos de 2025, 2030 e 2050.  Segundo interpretações publicadas em noticiários, as emissões do Brasil não mudariam significativamente até 2030.

 

Base de comparação para uma avaliação.

A visão defendida desde a redação de “Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável?” baseia na compreensão de que a contribuição para a realização da Situação Sustentável não é mais que o desempenho da Responsabilidade diante da humanidade pelas Condições de Vida no futuro.  Então também não cabem comparações com os desempenhos de outros países.  Sob esta perspectiva cada participante deve esgotar as possibilidades das ações que estiverem no seu alcance.

Por isso perguntamos:  (Vide “Mensagem a agentes políticos no Brasil”)

“O que deveria ser a proposta do Brasil na COP 21 – o “INPC responsável” – e que deve ser cobrado por COP 21 em Rede, pela Cidadania?”

Na Situação Atual as emissões de GEE do Brasil em 2011 foram de cerca de 1, 500 GtCO2equiv. compostas de 1/3 de desflorestamentos, 1/3 de geração de energia elétrica e transportes, e 1/3 de agropecuária, processos industriais e resíduos.  E possibilidades irrefutáveis de ações para o Desenvolvimento Sustentável são:                                                    –  Os Desflorestamentos podem ficar muito próximos a zero já em 5 anos com uma política de Desflorestamento Zero Já.                                                                                                          –  Com incentivo à geração eólica e à energia solar fotovoltaica além da reativação dos biocombustíveis e à cogeração com bagaço de cana, as emissões no setor de energia poderão ficar muito próximas a zero em até dez anos, quer dizer até 2025.                             –  A redução das emissões da agropecuária requer a adoção intensiva de práticas e tecnologias disponíveis.

Então as emissões de GEE com que o Brasil pode e deve se comprometer seriam:

em 2020 1,000 GtCO2equiv

em 2025 0,500 GtCO2equiv

em 2030 muitíssimo baixas

antes de 2050 nulas, o Brasil passaria a ser sumidouro de CO2 para o benefício da humanidade e de sua própria economia com drástica redução da pobreza.”

 

Avaliação com referência ao Desempenho de Responsabilidade.

De início há de se constatar que a retração da base de referência de 2011/12 para 2005, quando as emissões eram mais altas, é uma flagrante tentativa de escamoteação.  Tal atitude não contribui para a credibilidade e para a respeitabilidade da atuação do governo brasileiro.

A referência ao “desmatamento ilegal” significa que o desmatamento em larga escala continuará a ser tolerado.  Este posicionamento só interessa aos agricultores e pecuaristas desflorestadores.  Trata-se de uma irresponsabilidade flagrante diante da sociedade brasileira pela influência sobre os regimes de chuvas em grandes extensos do território nacional e diante da humanidade pelo retardamento da redução das emissões globais.

A citação de três metas de tratamento de áreas já desflorestadas deve ser entendida como uma manobra para o desvio das atenções do problema dos desflorestamentos.  Não constam indicações de locais onde e como tais ações seriam executadas.  Não houve uma discussão publica destes tópicos.

O anúncio do aumento da fonte hídrica na geração de energia significa a continuação da construção de usinas na região amazônica.  São obras insustentáveis sob aspectos econômicos, ambientais e sociais, como demonstra o exemplo de Belo Monte, que não encontrou no mercado interessados pelo financiamento.  O desenvolvimento do aproveitamento do potencial eólico e solar tornaria desnecessárias tais obras.

O aumento em 10% da eficiência energética é considerado uma meta modesta por especialistas.  O dobro não seria difícil de ser alcançado.

A meta da utilização de combustíveis fósseis seria melhor compreensível e monitorável se estabelecesse objetivos de eliminação do carburante gasolina e da redução do combustível diesel nos transportes.

 

Conclusão.

Comparadas com as metas possíveis e dissecadas na medida do possível na compreensão de um cidadão interessado, as formulações de INDC do governo em New York não podem ser identificadas de outra forma que serem uma esforçada obra de enganação pública.