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A fraude das INDC do Brasil na COP 21

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Fraude das INDC do Brasil:  Crime contra a humanidade.

De repente entendi que se trata de crime contra a humanidade: Verificando o significado do “compromisso” do Brasil de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE – na COP 21: (valores constantes no Google considerados aproximados)
Emissões em 2005 > 2.500 GtCO2equiv.
Emissões em 2014 > 1.500 GtCO2equiv.  corresponde a uma redução de aprox. 40% por diminuição de desmatamento.
Desmatamento atual > 5.000 km2 por ano ou 70km x 70km
Proposta INDC: R
edução em 37% relativos às emissões de 2005 até 2025.                                                                                           2.500 * (1-0,37) = 1.575 GtCO2equiv.                                         e                          Redução em 43% relativos às emissões de 2005 até 2030.                                                                                            2.500 * (1-0,43) = 1425 GtCO2equiv.                                     Significa que não se reduzirão as emissões – e os desmatamentos – a partir de hoje até 2025 e 2030!!!!!  Quem são os beneficiários da destruição?

O que deveria ser compromissado são ações futuras:
Desflorestamento zero já – em 3 a 5 anos – significando                                                                       emissões de 1.000 GtCO2equiv. em no máximo 2020
energia limpa na geração em 10 anos – significando                                                                              emissões de     500 GtCO2equiv. em 2025
outros esforços – ex. na pecuária e na agricultura – para                                                                  emissões próximas a 0 GtCO2equiv. em 2030
Estas metas são possíveis com crescimento do PIB e redução da pobreza. Por isso representam a Responsabilidade do Brasil pelas condições de vida no planeta Terra.     Então a fraude cometida pelo governo é mais que culposa por omissão. É crime contra a humanidade com efeito remoto.

É inacreditável que ninguém acuse esta fraude ardilosamente arquitetada.  O cidadão comum não tem como perceber.  Mas às ONGs ambientalistas, que reunidas no Observatório do Clima até ajudaram a urdi-la, perdem toda a credibilidade nas articulações de Desflorestamento Zero Já.

COP 21 – Limitação das Mundanças Climáticas pelo Brasil

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COP 21 > Limitação das Mudanças Climáticas

Responsabilidade por Segurança Nacional e Global.

 

Responsabilidade por Segurança Nacional?

No Brasil não é – ainda? – percebida uma relação entre Mudanças Climáticas e Segurança Nacional, seja pelos órgãos públicos, seja pela sociedade organizada, seja pela Cidadania.  Como se não existisse o problema, o assunto praticamente não é articulado na mídia e só está presente indireta e tangencialmente nas redes de comunicação.  É verdade que a ONG Greenpeace promoveu o “Dia da Mobilização Nacional pelo Desmatamento Zero” em 25 de julho de 2015, mas não houve repercussão no noticiário.  Portanto, pouco efeito teve na conscientização mesmo dos profissionais da mídia.  Sobre a motivação consta em

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Dia-da-Mobilizacao-Nacional-pelo-Desmatamento-Zero/:

O desmatamento não traz nenhum benefício para o Brasil. Pelo contrário, diversos estudos científicos vêm provando que, além de promover a perda de sociobiodiversidade, a destruição das florestas tem efeitos extremamente negativos no clima, alterando dinâmicas essenciais, como a formação de chuvas. Mas infelizmente, desmatar ainda é permitido no nosso País. Isso precisa mudar.

 

Da cena atual no Brasil.

O cidadão observador atento acumula notícias como

–  A escassez de chuvas causadora dos baixos níveis dos reservatórios para o suprimento de água da cidade de São Paulo resulta em parte de desmatamentos na Amazônia e em parte do desmatamento no entorno dos próprios reservatórios.

–  O rio Doce já não chega ao mar no Espírito Santo.

–  O oceano invade o rio São Francisco devido à vazão reduzida.

–  O rio Paraíba do Sul também está com a vazão diminuída.

Justificam-se assim as postagens do Greenpeace no Facebook alertando para que “Sem Florestas não há Água”.  E a conclusão do cidadão não poderia ser outra que reflorestamentos intensivos são urgentes.  Esta conclusão se aplica tanto à Floresta Amazônica, quanto à Floresta Atlântica, como ao Cerrado e aos demais biomas.  Em geral falta a visão de conjunto, possivelmente dificultada pela extensão do território nacional e a diversidade de biomas.

O mesmo observador, quer urbano – metropolitano ou interiorano -, quer rural, depara com notícias de que a Floresta Amazônica continua a ser destruída num ritmo que equivale à área de um quadrado de 70 km de lado por ano, sem considerar o extrativismo de madeira, quase todo clandestino.  Trata-se de apropriação particular de patrimônio nacional, quer dizer, de roubo.  Pergunta-se:  Por quem e em benefício de quem?  A resposta é:  Por grileiros e para os pecuaristas ou cultivadores de soja.  Não resulta, portanto, em redução da pobreza na região.  E a presidente da república, por ocasião de uma visita recente aos Estados Unidos discursou, na presença da líder da bancada ruralista no Congresso Nacional, que terminaria com os desflorestamentos ilegais em 2030!  Isto significa que os desflorestamentos poderiam continuar indefinidamente….E não soa nenhuma sirena de alarme na imprensa!…Aparentemente, tanto a destruição da natureza, no passado percebida como “progresso”, quanto a bravata irresponsável de representantes da sociedade estão incrustados na “cultura social brasileira”.  Na véspera da próxima Conferência das Partes a mídia está entretida como os escândalos de corrupção.  Aparentemente não há espaço para mais indignação e repúdio, mesmo em vista do comprometimento do futuro, uma causa de Política de Segurança Nacional.

 

COP 21.

Na Conferência das Partes, que será realizada em Paris, em dezembro de 2015, tentar-se-á um acordo mundial pela limitação do aquecimento global a 2 graus centígrados.  Os países devem apresentar as suas propostas de contribuição INDS – Intended National Determined Contributions – até Outubro.  [Vide uma explicação da COP 21 no Anexo]

Considerações:

A apresentação de metas voluntárias pode ser considerada ser um progresso, embora ainda não ter sido superado o sofisma das “responsabilidades compartilhadas, porém diferenciadas”, introduzidas na discussão pela diplomacia brasileira desde a Conferência Rio 92.  Este conceito constitui um sofisma porque Responsabilidade é uma atitude e, como tal, o desempenho é, por natureza voluntário, unilateral, e não negociável.  As “responsabilidades diferenciadas” prevaleceram no Protocolo de Kyoto de 1995 sobre limitações de emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE.  Desde então os conhecimentos sobre a influência das ações humanas sobre o aquecimento do meio ambiente aumentaram e as tecnologias de geração de energia elétrica com fontes renováveis, para substituir as fontes fósseis, progrediram muito.  Hoje estão globalmente acessíveis.  Com a redução dos custos da energia eólica e solar ficou comprovado que a mudanças das matrizes energéticas não prejudica a competitividade das indústrias nacionais.  Atualmente o investimento em geração com tais fontes renováveis, também denominadas “verdes”, já supera o investimento em centrais operadas com fontes fósseis.  É razoável esperar que, devido às circunstâncias ‘melhoradas’, acordos sobre metas de redução de emissões possam ser firmados.  Então o cumprimento poderá ser monitorado.  Os países passarão a estar sujeitos a pressões morais pela comunidade global.

As transformações das matrizes energéticas e progressos na eficiência energética – PIB/kWh – reduzirão as emissões na geração de energia, na produção industrial, no consumo doméstico e nos transportes.  Outra contribuição importante para assegurar a meta de aquecimento máximo de 2oC é a terminação dos desflorestamentos e uma redução das emissões de GEE na agropecuária.  Aqui residem os compromissos a serem assumidos pelo Brasil e países da África e do Sudeste da Ásia.

 

Contribuições necessárias e possíveis do Brasil.

O governo do Brasil ainda não apresentou as INDS.

Os documentos mais importantes publicados neste período de preparação para a COP 21 foram formulados pelo Observatório do Clima, um grupo de ONGs “ambientalistas”.  Trata-se de uma proposta para as INDS e de uma Nota Técnica, para comprovar a exeqüibilidade. [www.observatoriodoclima.eco.br] Apesar do inquestionável mérito de uma manifestação de um grupo numeroso de ONGs é visível que o Observatório do Clima evitou entrar em confrontação com o governo.  Não exige o Desflorestamento Zero Já, como constam em pronunciamentos do Greenpeace e do SOS Mata Atlântica.  Na verdade abriga um crescimento desnecessário do rebanho bovino para 280 milhões de cabeças.

Portanto fica abaixo das possibilidades de atuação co Brasil, que ficaria continuando a dever à comunidade humana.  Cabe lembrar que a rapidez da redução das emissões contribui para retardar o acúmulo de GEE na atmosfera.

 

Posicionamentos.

Afirma Eduardo Viola do Observatório do Clima:

“Até 2004 o Brasil era o extremo do mundo em irracionalidade.  Era o único país de renda média que tinha emissões maciças de desmatamento.  Todos os países de emissões maciças de desmatamento são países pobres.  Desde 1990 as emissões brasileiras derivadas do desmatamento são as emissões mais perversas do mundo, porque não têm nenhuma componente de atenuar a pobreza, como uma termelétrica chinesa.”

“Entre 1992 e 2004 o Brasil foi o país mais irresponsável do mundo. É isso o que precisa ser dito. Reduziu como ninguém depois, mas compensou um extremo do outro lado. Se há uma coisa fundamental para destacar é isso:  o total exagero da propaganda brasileira da redução de emissões”

Estas irresponsabilidades não foram percebidas ou foram toleradas pela sociedade.  Assim sendo conclui-se que é preciso que ocorra no Brasil um “salto cultural” para que a Cidadania venha a exigir o desempenho das Responsabilidades pelas Condições de Vida futuras no País e no Mundo.  O Brasil ainda consta entre os maiores emissores de GEE.  Por outro lado é um dos países que mais facilmente podem reduzir radicalmente as emissões:  Basta que haja vontade política.  A compreensão do Desflorestamento Zero Já e dos Reflorestamentos Intensivos Imediatos como objetos da Segurança Nacional constituiria uma alavanca para a mobilização e, simultaneamente, a inauguração de uma nova política de desenvolvimento econômico e social.

São Paulo, 22.07.2015

Harald Hellmuth

 

Anexo:    (www.cop21paris.org/about/cop21

COP – What’s it all about?

The international political response to climate change began at the Rio Earth Summit in 1992, where the ‘Rio Convention’ included the adoption of the UNFCCC. This convention set out a framework for action aimed at stabilising atmospheric concentrations of greenhouse gases (GHGs) to avoid “dangerous anthropogenic interference with the climate system.” The UNFCCC which entered into force on 21 March 1994, now has a near-universal membership of 195 parties.

The main objective of the annual Conference of Parties (COP) is to review the Convention’s implementation. The first COP took place in Berlin in 1995 and significant meetings since then have included COP3 where the Kyoto Protocol was adopted, COP11 where the Montreal Action Plan was produced, COP15 in Copenhagen where an agreement to success Kyoto Protocol was unfortunately not realised and COP17 in Durban where the Green Climate Fund was created.

In 2015 COP21, also known as the 2015 Paris Climate Conference,will, for the first time in over 20 years of UN negotiations, aim to achieve a legally binding and universal agreement on climate, with the aim of keeping global warming below 2°C.

 

WWF

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Apresentação   [Transcrita do site da ONG   www.wwf.org.br/]

O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira dedicada à conservação da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações
O WWF-Brasil, criado em 1996 e sediado em Brasília, desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários.
Vide Wikipedia:  História e Críticas.
Missão global
Conter a degradação do meio ambiente e construir um futuro em que o homem viva em harmonia com a natureza através da:
– Conservação da diversidade biológica mundial;
– Garantia da sustentabilidade dos recursos naturais renováveis;
– Promoção da redução da poluição e do desperdício.
História.   
“Criada em 1961, nas últimas décadas, a Rede WWF (antes conhecido como Fundo Mundial para a Natureza) se consolidou como uma das mais respeitadas redes independentes de conservação da natureza.

Com sede na Suiça, a Rede WWF é composta por organizações e escritórios em diversos países que têm como característica a presença tanto local quanto global e o diálogo com todos os envolvidos na questão ambiental: desde comunidades como tribos de pigmeus Baka nas florestas tropicais da África Central, até instituições internacionais como o Banco Mundial e a Comissão Européia.

Com quase cinco milhões de associados distribuídos em cinco continentes, a Rede WWF é a maior organização do tipo no mundo, atuando ativamente em mais de cem países, nos quais desenvolve cerca de 2 mil projetos de conservação do meio ambiente. Hoje, a instituição pode afirmar confortavelmente que teve um papel crucial na evolução do movimento ambientalista mundial.

Desde 1985, o WWF investiu mais de US$1,165 milhões em mais de 11 mil projetos em 130 países. Cada um deles é parte importante na campanha mundial para deter a aceleração do processo de degradação da natureza no mundo e para ajudar cada ser humano a viver em harmonia com o meio ambiente.”

Atuação no Brasil.       [Transcrita do site da ONG   www.wwf.org.br/]
Em 30 de agosto de 1996 foi criado oficialmente o WWF-Brasil. Neste dia tomou posse o primeiro Conselho Diretor da instituição, formado por representantes do empresariado, ambientalismo e outros setores da sociedade brasileira.Atualmente, o WWF-Brasil executa dezenas de projetos em parceria com ONGs regionais, universidades e órgãos governamentais. Desenvolve atividades de apoio à pesquisa, legislação e políticas públicas, educação ambiental e comunicação. Além disso, há também projetos de viabilização de unidades de conservação, por meio do estímulo a alternativas econômicas sustentáveis envolvendo e beneficiando comunidades locais.
Destaques:
–  Observatório daÁguas.
–  Programa Áreas protegidas da Amazônia  (Arpa)
Comentários:
As apresentações da WWF confirmam o alcance limitado das ações de ONGs, por mais meritórias que sejam, porque ocupam espaços de atividades pouco cuidados pelos Poderes Públicos.
As atividades da WWF são exclusivamente ambientais, o que de certa forma limita o seu impacto, mas é fundamentado na sua origem e cultura organizacional internacional, quer dizer, extrangeira.
Pela mesma razão dificilmente se envolverá em ações políticas, como o empenho por Programas para o Desenvolvimento Sustentável.

Contribuição da Cidadania para o Desenvolvimento Sustentável.

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Contribuição da Sociedade Civil Organizada para o Desenvolvimento Sustentável.

A Sociedade Civil organizada compreende organizações sem fim lucrativo formadas na sociedade para os mais diversos fins.  Podem ser de âmbitos restritos a uma comunidade, como clubes (sócios), partidos políticos e igrejas, ou de âmbito social.  Neste caso abraçam causas, ou seja, problemas tratados de forma insuficiente pelos poderes públicos.  Exemplos:  Educação, saúde, zelo por idosos e deficientes, meio ambiente, desenvolvimento de comunidades, direitos humanos, integração racial, etc.  Então são conhecidas como ONGs – Organizações Não Governamentais – ou OSCIPs – Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público.

ONGs são financiadas por doações e por voluntariado dos participantes, quando não por uma fundação, que lhe transfere os resultados de aplicações.  Arrecadações por atividades atribuídas pelos poderes públicos ou por empresas também são possíveis.

No contexto do Desenvolvimento Sustentável no Brasil são mais presentes as ONGs que abraçaram causas ambientais.  Nomes como SOS Mata Atlântica, WWF, Greenpeace ……

As ONGs “ambientalistas” já alcançaram alguns sucessos importantes na conscientização pública dos riscos ambientais e com influência na legislação.

Por exemplo, a Educação Ambiental foi inserida nos currículos escolares por insistência da sociedade civil.  A legislação do licenciamento ambiental de obras e da instalação de indústrias – EIA/RIMA – também resultou de exigências da sociedade consciente.  Todavia vem se constatando que, por maiores que sejam os seus esforços, o alcance de sua atuação é inevitavelmente restrito, por lhes faltarem autoridade e os recursos serem limitados.

As atividades apresentadas a seguir transmitem uma impressão do empenho das ONGs, que de uma maneira geral é pouco conhecido e muitas vezes denegrido como empecilho ao desenvolvimento econômico.

 

Ações de ONGs da causa ambiental:

–  Fundação SOS Mata Atlântica

–  Greenpeace

–  WWF

–  Observatório do Clima

–  Apoena

–  Iamazon

–  FSC

 

Ações que faltam.

No texto sobre as atividades da Fundação Mata Atlântica pode-se aprender sobre a dimensão da tarefa e a urgência das ações para resgatar um bioma.  Inclui-se nesta tarefa a conscientização da urgência e a formação cultural suportadora dos esforços de resgate.  A mesma urgência se aplica a outros biomas, como o Cerrado.  Infelizmente a Sociedade Civil Organizada, talvez porque está concentrada nas grandes capitais, ainda não se apercebe dos riscos que correm outros biomas, inclusive a Floresta Amazônica.

 

Sociedade Civil Organizada e Desenvolvimento Social Sustentável.

É grande o número de ONGs que abraçam causas sociais.  A sua orientação tende a ser filantrópica.  Por natureza os alcances são restritos.  Não abordam o resgate sustentável da pobreza de um contingente grade de pessoas da pobreza através da renda do próprio trabalho.  A Cidadania ainda precisa se mobilizar para pressionar os Poderes Públicos por Projetos para o Desenvolvimento Sustentável que abordariam simultaneamente as dimensões ambiental, social e econômica.

 

Ações para o desenvolvimento da Cidadania e da Cultura.

–  A Voz do Cidadão.   www.avozdocidadao.com.br

Cidadão por Responsabilidade – Responsabilidades

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O que é Cidadão por Responsabilidade? 1, 4
( 1 e 4 > Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas)

O Cidadão por Responsabilidade é um ícone social proposto como extrapolação do “Profissional ‘Educated Person’” denominado por Peter Drucker – em Post-capitalist society (1993) – para caracterizar o participante numa empresa que, além de contribuir com as suas competências especializadas, se engajam pelo sucesso da organização como um todo e com a influência da organização sobre a sociedade. O Cidadão por Responsabilidade se engaja também pelo Desenvolvimento Sustentável.

Como a Situação Sustentável não existirá sem uma cultura correspondente, a existência de um número muito grande de Cidadãos por Responsabilidade é imprescindível. A sua formação é uma tarefa dos sistemas de educação ainda não compreendida.

Os Cidadãos por Responsabilidades atuantes no Segundo Setor, o das organizações de produção, e no Terceiro Setor, o das organizações sem fins lucrativos, produzem o Desenvolvimento Sustentável Difuso. Os Cidadãos por Responsabilidade atuantes no Primeiro Setor, compreendido pelo Governo e pelo Estado, são responsáveis pelo Desenvolvimento Sustentável Programado.
Os primeiros serão tanto apoiadores, como pressionadores, por ações dos últimos.

 

  Horizonte temporal                                                Âmbito

– Pela sobrevivência própria e de sua família
presente / duração da vida                                             privado

– Pelas Organizações em que atua
presente / continuidade produção                                 organização

– Pelo bem-comum
presente / gerações atuais                                           político nacional

infinito / gerações futuras                                                 global                                   sobrevivência / Sustentabilidade

 

Cidadania.

O coletivo dos Cidadãos por Responsabilidade numa sociedade é a Cidadania, ou Sociedade Civil Responsável.  Aqueles que abraçam uma causa e se organizam em Organizações não Governamentais – as ONGs – ou Organizações sem Fins Lucrativos compõem a Sociedade Civil Organizada.

A Cidadania só pode se desenvolver e exercer influência nas sociedades com regimes de governo democráticos.  Assim sendo ela é responsável pela manutenção e pelo aperfeiçoa-mento da Democracia.  Além de exercer o direito de voto, garantido na Constituição, tem a responsabilidade de controlar a atuação dos representantes eleitos, particularmente a gestão dos recursos orçamentários, para os quais contribui com os impostos.  Os governos e os congressos funcionam tanto melhor, quanto mais consciente, ativa e crítica for a Cidadania.  As políticas nacionais, como por exemplo a Política para o Desenvolvimento Sustentável precisam ser aprovadas pela cidadania e exigida mediante mobilizações.

Educação de Responsabilidade 2

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Da educação para o exercício da Responsabilidade. 1
( 1 > Situação Responsável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas)

Desde os primórdios da civilização reconheceu-se que a educação é decisiva para formar a capacidade de desempenho de uma sociedade e de grupos numa sociedade. Isto se aplica tanto para o conhecimento e as habilidades como para as dimensões psicossociais condicionadoras das atitudes. Quanto os sistemas de educação atuais estão adequados para a formação de fortes contingentes de Cidadãos Responsáveis?

A qualidade dos sistemas de educação está sendo considerada insatisfatória em muitas sociedades, tanto devido a desigualdades de acesso, quanto pelo conteúdo. O acesso é função da renda e das motivações das famílias e também dos recursos públicos investidos. A adaptação dos conteúdos dificilmente acompanha o desenvolvimento tecnológico.  Este contribui para mudanças nas percepções de valores.

A sociedade reage espontaneamente. O Terceiro Setor dedica-se de múltiplas formas à causa do resgate da pobreza e da educação básica. Em paralelo à implementação de projetos ambientais de preservação e recomposição de biomas e proteção de espécies em risco de extinção, o Terceiro Setor criou a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive superior.

As motivações predominantes nos engajamentos sociais e ambientais são diversas. Com referência ao engajamento social, pode-se afirmar que as motivações predominantes se relacionam à responsabilidade por convicção do cidadão, com base variando de religiosa ou cultural até ideológica. No engajamento ambiental, a motivação por responsabilidade pelas conseqüências futuras é mais forte.

Todavia, a educação no sentido de desenvolvimento das motivações e atitudes não está ainda, de forma geral, orientada para a conscientização das Responsabilidades, seja das responsabilidades políticas, seja das responsabilidades pela Sustentabilidade nas três dimensões – econômica, ambiental e social. Por razões históricas, ainda se acentuam com maior ênfase “direitos” que responsabilidades. Esta orientação não favorece o desenvolvimento da iniciativa pessoal, mas antes a passividade e a expectativa de ações do Estado.

O “Cidadão por Responsabilidade” deve agir por discernimento e não por condicionamento. O alto nível de conhecimentos, de que o “Cidadão por Responsabilidade” dispõe, é incompatível com limitações doutrinárias da capacidade de decisão. É a percepção e a identificação com a Responsabilidade que orienta as suas ações e o reconhecimento dos limites.

Por outro lado, as organizações não podem esperar pelas adaptações dos sistemas oficiais de ensino e a formação de pessoas com os perfis de competências necessários para o desempenho produtivo.  Por isso estabeleceram-se nas empresas práticas de atualização de conhecimentos e de desenvolvimento de habilidades e de atitudes muito diversificadas.  O aprendizado contínuo hoje já está institucionalizado pelo menos nas organizações do Segundo Setor de porte significativo.  E está-se disseminando no Segundo Setor o entendimento de que o desenvolvimento de percepções por causas públicas e pela Responsabilidade Cidadã favorece atitudes de empreendedorismo tanto social, como empresarial.

De fato, o “life-long learning”, o aprendizado ao longo de toda a vida, tornou-se, não só uma realidade, mas também uma necessidade profissional na segunda metade do século XX.  E o fato de ser o segmento do ensino, ao lado do segmento da saúde, o setor da economia com o maior crescimento é perfeitamente compatível com a era do conhecimento, outra denominação da era pós-industrial.

É importante observar que, nesta curta apreciação de desenvolvimentos ocorridos na área do aprendizado durante as últimas décadas, primeiro, a Sustentabilidade só é abordada parcial ou indiretamente e, segundo, não consta a educação formal de valores, da responsabilidade por convicção, ou seja, de boas práticas consagradas.

O tratamento fragmentário da Sustentabilidade nas ações e no ensino se explica pela ausência da visão da meta Situação Sustentável, formulada no início destas reflexões. Principalmente, não está percebido com a nitidez necessária, que a condição de Sustentabilidade Social será alcançada quando as famílias de mais baixa renda se autossustentarem, produzindo e mantendo um conforto mínimo aceitável sob critérios éticos. Talvez este seja um motivo pelo qual a disciplina da economia ainda não desenvolveu o conceito da Economia Sustentável com os limites de utilização dos recursos naturais e a distribuição da ocupação socialmente indicada. Portanto, existem faltas de conhecimento a serem sanadas.  Todavia, os Projetos para a Sustentabilidade,  contemplam as três dimensões da Situação Sustentável  e sua implantação não depende de desenvolvimentos conceituais.

No contexto da preocupação das organizações com a eficiência, que é condição fundamental de sua sobrevivência, a qualidade das atitudes e habilidades de relacionamento tem atraído maior atenção e correspondente espaço nos treinamentos. A cooperação entre os “knowledge workers” realiza-se através das informações, pela qualidade das quais os próprios “knowledge workers” são responsáveis. Na qualidade das informações, reside a credibilidade; o compromisso com a verdade consta como condição desqualificativa no perfil do “educated person”.

Efetivamente, os treinamentos comportamentais são reafirmações de “boas práticas de conduta consagradas de longa data”.  Declarações de “boas práticas” estão presentes nas crenças, nas instituições formais e informais que orientam as limitações das ações dos indivíduos na sociedade, na ética por convicção. A consagração das “boas práticas” resulta das experiências de perdas resultantes das transgressões das orientações formais ou informais, ou seja, dos desvios comportamentais.

Acontece que, numa sociedade das organizações, as conseqüências das ações resultantes das atitudes dos agentes não estão confinadas nas organizações. Como identifica Peter Drucker, os “resultados das organizações estão fora das organizações”, o que significa que estão na sociedade. Repetindo a reprodução de formulações encontradas em “Post-capitalist Society”, deste autor: “Na sociedade das organizações não existe outra instância para cuidar da própria sociedade. Ainda mais, elas precisam exercer esta função com responsabilidade, respeitando os limites de sua competência e sem pôr em risco a sua capacidade de desempenho.” Isto significa que o desempenho das organizações é do interesse do bem-comum.

Por mais lógicas e convincentes que sejam as palavras do pensador, constata-se que a visão que expressam, ainda não está sedimentada nas percepções das sociedades.  O receio de perdas de capacidade de operação de empresas e uma crise financeira causada por desvios de práticas recomendadas, até mesmo com incentivo de órgãos públicos, estão entre os sintomas que sustentam esta avaliação.  Mas, se a percepção da Responsabilidade pelo bem-comum ainda está tão fracamente representada entre os dirigentes de organizações, ainda não é possível a prática de uma educação formal para formar o perfil de “Cidadão por Responsabilidade” em larga escala.