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Desenvolvimento Econômico Sustentável

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Desenvolvimento Econômico Sustentável. Global

O Desenvolvimento Econômico Sustentável é a transição da Situação Econômica Atual para a Situação Econômica da Situação Sustentável, em termos globais.

Esta dimensão do Desenvolvimento Sustentável é a menos considerada até agora. Este fato é compreensível por ser economia uma “categoria intangível” em comparação com a realidade social e a realidade da destruição do meio ambiente. Uma das conseqüências é a dificuldade de visualizar uma meta, ou seja, a configuração da Economia na Situação Sustentável.

Podem-se arriscar algumas previsões por considerações de coerência:
1. Da constatação de que a Sustentabilidade Econômica será, forçosamente, concomitante com a Sustentabilidade Social e a Sustentabilidade Ambiental, decorre que
– todas as famílias se auto-sustentam através da renda de trabalho e com um nível de conforto mínimo eticamente aceitável.
– a Economia na Situação Sustentável será de muito baixo crescimento, porque o consumo de recursos naturais não ultrapassará a capacidade de reprodução da natureza (Pegada Ecológica = 1).
– a Economia na Situação Sustentável terá baixas emissões de Gases geradores do Efeito Estufa (GEE), limitadas ao poder de sequestro da atmosfera, a fim de minimizar as mudanças climáticas induzidas pelos seres humanos.
2. Uma conseqüência induzida pelas três características constatadas é que a Economia na Situação Sustentável será
– uma economia caracterizada por manutenção e reposição terá reduzida demanda de financiamentos, de crédito.
3. Da condição de equilíbrio da Situação Sustentável resultam três características da Situação Econômica Sustentável:
– não ocorrem desequilíbrios de produção / ocupação causados por transgressões de “boas práticas” de gestão financeira privada e pública.
– o poder de compra da(s) moeda(s) será estável.
– haverá equilíbrio entre as oportunidades de ocupação e a oferta de mão de obra.

Quanto à Situação Atual é evidente que as percepções ainda não incorporam esta visão detalhada de meta. Formulou-se a constatação 1
“Não existe ainda uma doutrina econômica que considere os limites de produção e do consumo suportáveis pela natureza terrestre em combinação com limites para a população regional e global. Pelo contrário, todas as metas são orientadas ao crescimento ilimitado. Tanto o desenvolvimento da produção nacional (PIB), como o balanço de empresas só são aplaudidos quando acusam crescimento. Até mesmo as necessidades são ainda declaradas ilimitadas nos compêndios, o que, além de ser uma falácia, hoje deveria ser acusado como sendo uma afirmação leviana”.  Mas é válida também a hipótese de que um novo esforço teórico não seja necessário porque a convergência para a Economia na Situação Sustentável resultaria de comportamentos e da evolução da situação nas dimensões social e ambiental. De qualquer forma é concebível, que um projeto de simulação comparável à simulação das mudanças climáticas poderia no mínimo resultar numa melhor consistência de percepções de desenvolvimentos desejáveis na economia global.

Algumas “inconsistências” observáveis na gestão econômica atual merecem ser estudadas:
Primeiro, a emersão de “economias saturadas”. Trata-se da situação em sociedades com IDH muito alto, em que o aumento do PIB e do consumo perde sentido, porque as necessidades da sociedade estão satisfeitas, de uma forma geral. Isto acontece no Japão, na Coréia do Sul, nos Países Escandinavos. No entanto as políticas ainda visam o crescimento econômico e os gestores se demonstram aflitos porque as medidas fiscais e monetárias não produzem os efeitos visados. Foram alcançados limites.
Segundo, práticas inconvenientes na gestão de organizações da iniciativa privada do setor financeiro causaram grandes danos à cidadania no espaço internacional, inclusive o desemprego. Caracteriza-se uma Responsabilidade Pública de empresas. Todavia os causadores da crise financeira não foram punidos. Está pendente uma caracterização de “crime contra a sociedade”.
Terceiro, a infração contra “boas práticas” da gestão fiscal, em combinação com infrações contra “boas práticas” na concessão de créditos, levaram a uma crise econômica da qual a União Européia custa a se recuperar. O equilíbrio fiscal e uma limitação do nível das dívidas públicas vêem sendo impostos no âmbito da União Européia. A experiência deve servir de referência universal.
O exercício das recomendações resultantes de tais estudos estaria ajudando à aproximação da Situação Sustentável.

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