Sobre Progressos no Trajeto para uma Cultura do Equilíbrio Econômico em fim de 2015.
Considerações sobre Progressos no Trajeto para uma Cultura na Situação Sustentável em fim de 2015. [Parte IV] – Cultura do Equilíbrio Econômico na Situação Sustentável.
Introdução.
Todo desenvolvimento precisa ser monitorado de tempos em tempos para poder ser compreendido. Assim acontece com projetos e políticas. O monitoramento se procede com foco nas metas e marcos de uma programação.
Acontece que uma Cultura é uma categoria difusa. Como ficou definida em “Cultura na Situação Sustentável”, um post no site http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/ , a Cultura consiste das instituições informais que condicionam as percepções, as atitudes e as ações das sociedades. Então o desenvolvimento de uma cultura não é quantificável. Apenas é possível verificar mudanças em aspectos, que supostamente estariam presentes numa cultura futura.
Este propósito é ainda mais dificultoso por duas razões: – – Primeiro porque ainda não existe um entendimento, uma visão, do que seria um comportamento na Situação Sustentável. – Segundo porque uma Situação Sustentável é por definição global, mas os comportamentos ocorrem no âmbito de cada sociedade. Uma cultura global comum a todas as sociedades há de ser considerada uma utopia.
Todavia é possível descrever algumas mudanças de percepção a respeito de características da Situação Sustentável, como: Paz, pobreza/ocupação, meio ambiente – energia e biomas -, equilíbrio econômico, democracia, …..
Sobre percepções referentes ao equilíbrio econômico.
Das dimensões da Situação Sustentável – ambiental, social e econômica – à última se dá a menor atenção. [Vide Harald Hellmuth “Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável” Tomos I – 2012 e II – 2015] Não há ainda um trabalho acadêmico sobre a economia financeira numa Situação Sustentável, quando as dimensões ambiental e social estariam realizadas. Numa Situação Sustentável a economia de produção seria “verde”, ou seja, “de baixo carbono”, estaria estabelecida no âmbito global a Renda Adequada, estarão respeitados os limites de reprodução de recursos naturais – Footprint < 1 -, o crescimento econômico nas sociedades com “economias saturadas” estaria limitado pelo crescimento nulo do consumo, a poluição ambiental estaria abaixo da capacidade de absorção pela natureza. Estas são características abordadas ao longo das considerações no site-blog http://www.hhellmuthsustentabilidade.com/ A falta de manifestação de curiosidade acadêmica pode ser uma consequência da circunstância de faltar uma visão de “Situação Sustentável” como meta, apesar do inflacionamento do uso das palavras “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável”.
Existe uma preocupação com o equilíbrio econômico manifestado nos trabalhos sobre os ciclos econômicos caracterizados por períodos de crescimento e euforia seguidos de fazes de regressão – depressão. Nas primeiras ocorrem inflações; nas segundas deflações. Na regressão ocorre o desemprego com acentuação da diminuição do consumo. Teme-se a progressão do processo até uma situação de desemprego em massa e miséria. Por isso as políticas econômicas atuais visam uma moderada inflação – no entorno de 2%aa., tendo abandonado a meta da preservação do poder de compra das moedas. A experiência da grande depressão e inflação ocorrida em 1919 motiva este posicionamento. E deu a Keynes a inspiração para a formulação de políticas monetárias anticíclicas.
De fato a aplicação do receituário de Keynes ajudou a dominar desequilíbrios entre oferta e demanda. Mas políticos procuraram se valer de seus argumentos para expandir benesses sociais para além da capacidade de arrecadação dos Estados, causando déficits orçamentários motivados por consumo superior à produção de bens e serviços. Acumularam-se dívidas públicas levando alguns países à “falência”. O exemplo mais noticiado é a Grécia. A lição do efeito nocivo de déficits públicos acumulados, ou seja, de que é imperiosa a meta do equilíbrio orçamentário, a duras penas está sendo aprendida não só na Grécia, como também na Espanha, em Portugal e na Irlanda, sem esquecer a Itália e a França, onde as restrições de gastos aos valores previstos pela receita fiscal ainda enfrentam resistências. Evidentemente, o abandono do costume de contrair dívidas para “completar o orçamento” causará uma contração do mercado financeiro, com uma muito saudável redução dos juros.
Outra crise de natureza muito diversa foi desencadeada – em 2008/09 – pela concessão de créditos a tomadores reconhecidamente incapazes de saldá-los nos Estados Unidos. Tais créditos viciados – “podres” – foram depois repassados através de manobras fraudulentas. Instituições de crédito, sequiosas em exibir resultados geradores de premiações exuberantes aos executivos endividaram-se além das proporções recomendadas pela experiência de gestão de riscos. Esta estrutura virtual de créditos “contaminados” e dívidas financeiras ruiu, causando uma interrupção dos fluxos de crédito, paradas de produção e desemprego. Os bancos acabaram sendo resgatados com recursos públicos. Recursos públicos também foram injetados em economias para incentivar o consumo e recuperar os empregos. Os atores/autores de um processo criminoso e perverso causador de danos à população não foram chamados a juízo. Mas se aprendeu que “as boas práticas recomendadas” precisam ser observadas.
Estamos diante da formação de duas instituições informais que deverão prevalecer no ambiente da economia globalizada a fim de manter o equilíbrio econômico nas sociedades: A atitude de prevenção contra desequilíbrios fiscais e a necessidade da observação de “boas práticas consagradas” nos negócios particulares e públicos. Mas falta a formação de uma consciência (instituição informal) – e sua inclusão nos compêndios – que a “economia financeira” existe para servir à “economia de produção”, e não para simplesmente fazer “dinheiro gerar dinheiro”. As empresas financeiras estão assemelhadas a instituições públicas, pela influência que têm sobre o bem-estar geral.
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