Mês: fevereiro 2015

Pegada Ecológica

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Do Risco da Exaustão do Meio Ambiente – Pegada Ecológica 1
( 1 <  Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências )

Da evolução das percepções.

A idéia de que a humanidade poderia chegar a ponto em que a natureza não teria mais condições de sustentá-la é anterior à percepção de riscos de resultantes de mudanças climáticas, das conseqüências do esgotamento do petróleo e das conseqüências da desocupação estrutural.

Thomas R. Malthus (1766 a 1834) foi o primeiro a desenvolver uma teoria populacional relacionando crescimento populacional a fome. Segundo esta teoria a população cresce em uma progressão geométrica enquanto os alimentos em uma progressão aritmética. Mesmo considerando que Malthus não podia prever o avanço tecnológico no setor agrícola – mecanização, irrigação, adubos sintéticos, melhoramento genético etc. – a ponto de hoje não faltarem alimentos para uma população sete vezes maior (7 bilhões de habitantes em comparação com 1 bilhão em sua época), não se pode afirmar que a essência da preocupação sobre uma população excessiva esteja superada.

O famoso relatório do Club of Rome “Limits to Growth”, publicado em 1972, aborda o tema dos limites da exploração dos recursos naturais de uma forma mais ampla aplicando o método de simulação matemática “System Dynamics”. O relatório formula o argumento a favor da substituição das políticas de crescimento por uma política internacional orientada para o equilíbrio. Na seqüência os métodos de simulação foram aperfeiçoados e os estudos detalhados, permitindo diferenciações regionais e análises dos efeitos de diversas estratégias.

Em 1993 William Rees e Mathis Wackernagel formularam o conceito “Footprint” – Pegada Ecológica – no livro “Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth” para designar e mensurar quantidade de terra e água que seria necessária para sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos, gastos por uma determinada população.

Dos limites da natureza de recompor os recursos.

A limitação natural do consumo de recursos renováveis biológicos é determinada pela capacidade dos ecossistemas de repor recursos a partir da captação de energia solar no processo da fotossíntese. A energia solar é a base comum de todos os recursos renováveis, inclusive os alimentos. Pela abordagem energética a “capacidade de sustentação” de determinada região se torna quantificável, entendendo-se por capacidade de sustentação a quantidade de todos os tipos de organismos que podem ser sustentados nesta área, mantendo-se os recursos básicos. A conversão das diferentes formas de energia e matéria numa “moeda comum” é o método aplicado na “Contabilidade Ambiental” segundo a “Metodologia Emergética”. A moeda comum foi definida com base na fonte primária de energia, que é a luz solar, e denominada como Joules de Energia Solar ou eMergia. A metodologia emergética é aplicável a todos os sistemas como florestas, o ambiente marinho, o ambiente urbano, uma região, um Estado.

Footprint ou pegada ecológica.

Aplicando a abordagem energética por um lado ao consumo e por outro lado à capacidade de geração de recursos – biocapacidade – por unidade de área produtiva consegue-se medir a área necessária para um determinado padrão de consumo de uma população. (Há outras formas de aproximar esta grandeza, mas o método emergético seria o mais consistente.) Este valor é a “Pegada Ecológica” ou “footprint da população analisada. A pegada ecológica também considera a carga de poluição.

O footprint é um indicador de limites de produção empenhando recursos naturais.

A pegada ecológica é atualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e gerenciar o uso de recursos através da economia. É comumente usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, setores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.

A pegada ecológica de uma população tecnologicamente avançada é, em geral, maior do que a de uma população subdesenvolvida.

Valor atual e evolução.

A metodologia da quantificação ainda está sendo aperfeiçoada. Há também controvérsias conceituais. Mas há uma percepção de que a humanidade está usando por volta de 30% a mais de recursos naturais do que a o planeta é capaz de repor – a capabilidade ambiental. O valor global é mais importante que as avaliações nacionais ou regionais. Estes servem para o monitoramento dos desenvolvimentos de regiões de gestão. Para o Brasil foi publicado o valor 2,91, para a França 5,01 e para os Estados Unidos 8,0.

Mas não se pratica ainda uma discussão de metas da forma como acontece para as emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE. Talvez a Pegada Ecológica seja hoje o menos percebido dos Problemas no Desenvolvimento Ambiental Sustentável.

Com o crescimento da população global e o aumento do consumo resultante do Desenvolvimento Social Sustentável o footprint global tende a crescer. As medidas para uma evolução no sentido contrário são, em geral, as mesmas que são necessárias para a redução das emissões de GEE. Menores emissões requerem menos áreas florestais para o sequestro de CO2. A diminuição das populações se impõe no plano da lógica, mas é de difícil realização prática. A redução de todo tipo de poluição é imperiosa. O atual crescente investimento em energias renováveis representa um vetor positivo na evolução. O reaproveitamento e a reciclagem de produtos e materiais reduz a exploração de novos recursos. A redução drástica dos desperdícios de produtos agrícolas é imperiosa. Na Situação Sustentável o footprint global seria igual ou menor que 1 (um).

A biocapacidade tem diminuído continuamente desde 1960 como conseqüência de depredações de ecossistemas, práticas agrícolas – fertilizantes químicos, irrigação -, mudanças climáticas.

Pegada Ecológica Pessoal.

Diversos programas acessíveis nos sites do WWF – “WWF Footprint Calculator”, no site do Global Footprint Network e outros – vide no Google -, podem ser consultados para uma avaliação da pegada ecológica pessoal, que resulta dos hábitos de consumo, ou seja, do estilo de vida.  São considerados os consumos de energia e água, os hábitos de alimentação, de consumo e descarte e as práticas de transporte. Os programas são adaptados ao país do consultante. E oferecem o recurso da avaliação do efeito de mudanças de hábitos sobre a pegada ecológica. Desta forma são um instrumento para motivar a formação de uma cultura da Situação Sustentável.

Ponderações sobre o “carro elétrico”

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Ponderações sobre o “carro elétrico”.
Aspectos energéticos, ambientais, técnicos e logísticos.  3
( 3 > Situação Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas)

Veículos com acionamento elétrico não representam exatamente uma inovação tecnológica. Em pequena escala foram e são utilizados em ambientes fechados, como armazéns. Apesar das vantagens do baixo nível de ruído, da eficiência e da ausência de resíduos de combustão no local de trânsito, não alcançaram ainda aplicação mais ampla devido à limitação da autonomia (40 km), do peso e do custo das baterias. São estes os principais entraves à maior difusão?  Os problemas da autonomia seriam superados por acionamentos híbridos, com motores a combustão, de preferência flex, e motores elétricos.

Hoje se conjectura com a expansão do uso de acionamentos elétricos para automóveis, para reduzir a poluição atmosférica, particularmente em áreas urbanas. A eficiência do acionamento seria ainda aumentada através da recuperação de energia na frenagem, com a sua acumulação nas baterias. O aumento de eficiência de qualquer maneira significa uma redução da energia investida no transporte, seja de fontes renováveis ou de fontes fósseis.

Convém contemplar separadamente os diversos aspectos intervenientes na expansão do uso de acionamentos elétricos nos transportes.

Primeiro, abordemos a energia consumida. Esta é função do peso deslocado e da velocidade. No trânsito urbano há muitas paradas e acelerações. O tempo de parada nos congestionamentos e nos sinais de trânsito com os motores de combustão operando em vazio é considerável. Os motores de combustão atuam fora das condições de especificação com aproveitamento do combustível muito baixo. O desperdício de energia no transporte veicular urbano pode então ser fortemente reduzido através da utilização de veículos menores e mais leves com acionamentos elétricos. Provavelmente a passagem para veículos menores também contribuirá para melhorar a fluidez do trânsito urbano e a acomodação mais fácil em estacionamentos.

Segundo, consideremos a autonomia. O tempo de recarga das baterias é um incômodo a ser administrado quando se opera com acionamentos elétricos. No caso de aplicações restritas à área urbana, de uma maneira geral as recargas de baterias podem ocorrer à noite, quando a demanda para outros usos da energia elétrica é mais baixa. Outras soluções representam acionamentos combinados, chamados híbridos, de motores de combustão ou de células de energia com acionamentos elétricos. As estruturas de abastecimento dos combustíveis para os motores existem. Os inconvenientes dessas soluções são o peso e o espaço ocupado pelos duplos acionamentos, além do custo. Mas é inegável que, do ponto de vista ecológico, acionamentos híbridos empregando combustíveis renováveis, a exemplo do etanol, são uma opção atraente.

Terceiro, focalizemos a necessidade da mudança da matriz energética para limitar as mudanças climáticas. Os transportes contribuem com cerca de 15 % do total da emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), através da combustão de derivados de petróleo. Seria muito desejável que estes combustíveis fossem substituídos por energias de fontes renováveis, tais como a energia eólica ou solar e os combustíveis renováveis, libertando as sociedades da dependência do petróleo quanto às necessidades de transporte veicular. Lester Brown em Plan B 3.0 aborda esta possibilidade para os Estados Unidos com base na geração eólica. Para o Brasil seria aplicável também. Eventualmente se estabeleceria uma logística de abastecimento por troca de baterias além das cargas noturnas nas garagens domésticas e em estacionamentos. As baterias veiculares serviriam como acumuladores de energia elétrica gerada em horários sem outros consumos significativos, melhorando o aproveitamento da capacidade de geração eólica sem requerer outros investimentos em acumulação.

Conclusão: Do que foi exposto se depreende, que a expansão do uso de acionamentos veiculares elétricos é altamente desejável e absolutamente viável, tanto para as locomoções nas áreas urbanas como para as viagens intermunicipais e a maiores distâncias. Além da reestruturação da indústria automobilística será necessário estabelecer a estrutura de abastecimento dos veículos com energia elétrica, em paralelo com a expansão da geração com fontes renováveis. Do ponto de vista da geração de ocupação e de renda estas mudanças de estrutura são muito bem-vindas.

Sem dúvida os acionamentos elétricos de veículos automotivos contribuirão significativamente para a solução dos Problemas do Desenvolvimento Ambiental Sustentável.

Brasil nas vésperas das COP 20 e 21

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Brasil nas Vésperas das COP 20 e 21.

Desempenho da Responsabilidade pelo Desenvolvimento Sustentável pela Cidadania no Brasil.

Situação Atual

As Conferências das Partes discutem a continuação do Protocolo de Kyoto, que versa sobre limitações de emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE). A rigor se trata de uma matéria do Desenvolvimento Ambiental Sustentável. No caso do Brasil envolve as emissões causadas pelo desflorestamento, particularmente da Floresta Amazônica, enquanto nos países desenvolvidos, na Índia e na China estão em evidência principalmente as emissões causadas pela geração de energia, pela indústria e pelos transportes. O tratamento de uma questão ambiental está imbricada com questões sociais e econômicas, que tornam os entendimentos muito difíceis. A China e a Índia priorizam o Desenvolvimento Social, o resgate de grandes contingentes humanos da pobreza, para o que não podem prescindir do carvão como principal fonte de energia. Nos Estados Unidos os interesses econômicos ligados ao carvão e ao petróleo até agora prevaleceram sobre as questões ambientais. Pelo fato de serem as mudanças climáticas causadas pelo acúmulo de GEE, em especial o CO2, o problema mais sentido do risco das futuras condições de vida na Terra, as questões ambientais ainda são freqüentemente confundidas com o problema do Desenvolvimento Sustentável em si. A discussão de uma “Economia Verde” comprova esta observação. [ <
Desenvolvimento Ambiental Sustentável]

Desde a Conferência Rio92 a diplomacia brasileira cunhou o conceito das “responsabilidades comuns porém diferençadas” com o intuito de eximir o Brasil de compromissos, que pudessem vir a embaraçar o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento social no país. Trata-se de um sofisma porque Responsabilidade não é uma categoria diferençável ou negociável. Por natureza o desempenho de responsabilidades nacionais é voluntário, soberano e unilateral. Atualmente, na realização da COP20 – novembro de 2014 – o Brasil ainda se atém a este discurso, embora tenha apresentado metas “voluntárias” para a redução do desmatamento e das respectivas emissões de CO2.

Estaria assim o Brasil desempenhando a sua Responsabilidade para o destino da humanidade? A resposta é decididamente negativa.

Condições para um desenvolvimento acelerado.

O desempenho da Responsabilidade pelas futuras condições de vida da humanidade compreende que todos – cidadãos, organizações e países – contribuam da melhor forma, que estiver ao seu alcance para realizar as características da Situação Sustentável. Este esforço é independente da atuação de outros, neste caso países.

Quais esforços o Brasil, a sociedade brasileira, tem condições de desempenhar? São inequívocos
– a terminação dos desflorestamentos, em especial na Amazônia mas também
em outros biomas num prazo de três anos.
– o planejamento e a execução imediata de projetos de recuperação de
biomas, particularmente no reflorestamento da Amazônia, das cabeceiras do
rio São Francisco e para a recuperação de outras bacias hidrográficas.
– a redução das emissões de GEE nos transportes, através
— da revigoração imediata dos biocombustíveis etanol e biodiesel,
— da expansão dos transportes ferroviários e hídricos,
— da preparação da estrutura para veículos com acionamento elétrico.
– do maior estímulo à geração eólica e solar e com biomassa.
– da redução das emissões na agropecuária.

Mediante a execução enérgica de tais ações, o Brasil poderia num prazo de 5 anos aproximar-se da condição de sumidouro de GEE, realizar um crescimento econômico e progredir no Desenvolvimento Social. A apresentação de correspondentes metas de emissões de GEE nas COP de 2014 e 2015 não representaria nenhum sacrifício. Ou melhor: Corresponderia às expectativas dos “experts”.  A cidadania brasileira deveria exigi-la 5.  ( 5 >  Situação Sustentável e Responsabilidade  –  Referências Bibliográficas)

A Cidadania Brasileira ainda não se apercebeu da Responsabilidade diante da humanidade pelas condições de sobrevivência futuras a ponto de se mobilizar.  Os assuntos ambientais nem chegaram a ter importância nas últimas campanhas eleitorais.  Os problemas sociais ainda são percebidos de maneira paternalista e filantrópica e tratados em separado.  Explica-se que na formação histórica-cultural sempre se conviveu com pobreza – e mesmo escravidão – e desmatamento foi até recentemente entendido como “progresso”.

Ocorre que em sociedades com regimes políticos democráticos os cidadãos precisam manifestar as suas exigências para que os representantes eleitos ajam.  Eventualmente, uma mudança de ambiente poderá vir a ser induzida por novas exigências internacionais e evoluções nos comportamentos de países como os Estados Unidos e China na próxima COP 21.  Mas a exigência da formulação e da execução de Projetos Regionais para o Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, de Estados na Região Norte e mesmo de Estados mais desenvolvidos nas regiões Sul e Sudeste caberá exclusivamente aos cidadãos locais / regionais.  A proposição de uma política de desenvolvimento social fundamentada na oferta de trabalho poderá requerer uma quebra de paradigmas culturais.

Da percepção pela Cidadania no Brasil.

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Da percepção dos problemas dos biomas pela cidadania no Brasil.

Numa democracia as atividades oficiais, os programas e projetos do Governo e do Estado, dependem do empenho dos políticos e dos funcionários públicos e das percepções da cidadania, dos eleitores. Na soma é possível afirmar, que o desempenho de um país resulta da cultura de vida predominante.

No Brasil cerca de 80 % da população está urbanizada. Principalmente os moradores em grandes centros urbanos e nas regiões mais desenvolvidas não têm contato, ou um contato fraco, com os problemas dos biomas floresta, cerrados, caatinga, pantanal, mangue, campos, que ocorrem na grande extensão territorial. Nas áreas rurais das regiões Sudeste e Sul predominam fazendas produtivas “consolidadas”, a exemplo das culturas de cana de açúcar, laranja, eucalipto, soja etc.  O empenho contra a continuação de agressões à Mata Atlântica, a recomposição de matas ciliares etc. importam mais a uma minoria de “ambientalistas” nas ONGs, como a SOS Mata Atlântica, nas academias, e a profissionais das instituições e da imprensa.  Os Cerrados e a Floresta Amazônica são percebidos como algo “muito grande” e “distante”. Os problemas ambientais, inclusive a proteção da natureza, nem chegaram a ser debatidos durante a última eleição presidencial. O Partido Verde é insignificante (ainda?). Isto significa que o sentimento de Responsabilidade pelo Meio Ambiente, particularmente pela conservação dos biomas está pouco sedimentado. Portanto, não existem impulsos para uma mobilização social que pressione os órgãos públicos e os atores políticos 5,6. [ 5 e 6 > Situação Sustentável e Responsabilidade – Bibliografia ]

Por conseqüência, além de serem pouco entendidas, as ações e omissões do Ministério do Meio Ambiente e das Secretarias Estaduais e Municipais ocorrem à revelia da sociedade. Cabe afirmar o mesmo com relação ao desempenho da diplomacia nas negociações de COP – Conference of Parts – para as emissões de GEE.

Com freqüência empreendimentos e órgãos públicos se queixam na mídia da demora dos exames EIA/RIMA de licenciamento de obras, culpando-a de atrasos e aumento de custos pelas medidas exigidas. O público, não estando preparado para avaliar a procedência da polêmica, só pode ficar confuso e ainda mais induzido à omissão. E até agora não se tem notícia da exigência de exames EIA/RIMA para desflorestamentos na Amazônia e no Cerrado para o plantio de grãos e a criação de gado.

Da percepção dos problemas sociais no Brasil.

Existe uma tradição de preocupação com a pobreza.  Hoje no Brasil quase todos os partidos políticos se dizem socialistas e todos defendem causas sociais.  Durante o governo do PSDB de 1994 a 2002 promoveu-se intensa reforma agrária e se criou a Bolsa Escola, como medida de combater o analfabetismo e o trabalho infantil.  sob o nome de Bolsa Família este subsídio ao consumo dos pobres continua a ser praticado.  Muitas ONGs abraçam causas relativas ao combate à pobreza.

Todavia estas ações seguem a tradição filantrópica e paternalista.  Não contemplam a criação de ocupação adequadamente remunerada na base da pirâmide social.  A geração de empregos é vinculada à política econômica de crescimento econômico, por vezes denominada desenvolvimentista.  Esta não se comprova adequada para resgatar da pobreza um contingente de pobres e muito pobres estimado em 40 milhões de cidadãos, ou seja, de 20% da população.

Para tanto haver-se-ia de orientar pelo exemplo da China e estabelecer Projetos para o Desenvolvimento Sustentável, para solucionar simultaneamente os problemas sociais e ambientais e, ao mesmo tempo desenvolver a economia.

 

Problemas da Floresta no Brasil.

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Problemas da Floresta no Brasil

Floresta Atlântica

A floresta era abundante. Desde o início da colonização extraiu-se madeira, em especial o Pau Brasil, quase extinto. Muitas madeiras nobres hoje precisariam ser recultivadas, a exemplo do jacarandá.

Principalmente a cultura do café, mas também o corte de lenha, consumiu a Floresta Atlântica no Sudeste do país – Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, até restantes 7%. A “abertura de fazendas” com destruição da floresta era percebida como “progresso” e desbravamento. Dessa forma ainda se “colonizou” o oeste do estado do Paraná. E também se dizimaram as florestas de araucárias. Em Minas Gerais florestas foram transformadas em carvão vegetal para a indústria siderúrgica.
Somente entre os anos de 2011 e 2012, 235 km² da Mata Atlântica foi desmatada, segundo um estudo do Inpe e da ONG S.O.S Mata Atlântica.

Com a atual escassez de água cresce a consciência da necessidade do reflorestamento nas áreas dos mananciais, em particular a recomposição das florestas ciliares.

Floresta Amazônica e Cerrado.

Com a índole de “fronteira agrária” os cultivos da soja, do milho e do algodão estenderam-se sobre a Floresta Amazônica e o Cerrado. Noticia-se hoje que metade do bioma Cerrado já não existe.  No entanto ele é importante para a manutenção do fluxo d’água em muitos rios, inclusive no Rio São Francisco.

Agrediu-se a floresta Amazônica  para a formação de pastos. Ainda durante o regime militar o desmatamento foi promovido para a “tomada de posse – povoação- da Amazônia”, como estratégia de defesa preventiva contra supostas ambições estrangeiras. O projeto da estrada Transamazônica está neste contexto. Imensas extensões de terra ficaram degradadas. Posteriormente o governo promoveu assentamentos na floresta. Esta iniciativa não resgatou os assentados da pobreza, pelo que se deve considerá-la fracassada. A extração clandestina de madeiras é tradicional. Não existe a percepção de constituir um roubo do patrimônio comum da sociedade. É difícil julgar os efeitos da tentativa de certificação de madeiras e de medidas de regulação do corte com cultivo de reposição. Constata-se uma depauperação do bioma.

O Brasil se tornou um dos maiores exportadores de alimentos. Apesar de novas áreas não serem necessárias para a alimentação da humanidade, o desmatamento da Floresta Amazônica e dos Cerrados ainda progride. Mais de 30 % das emissões de GEE do Brasil ainda resultam dos desmatamentos. Em nível comparável estão as emissões agro-pastoris e do contexto energético – do transporte e da indústria. A finalização dos desmatamentos – “programa de desmatamento zero” – é a conclusão lógica e de mais fácil e rápida execução para retirar o país da lista dos maiores poluidores da atmosfera. Haveria de ser ter em consideração a Responsabilidade pelos benefícios para o país e para a humanidade. Mas existe no Congresso uma forte bancada defensora dos interesses “ruralistas” que embarga qualquer movimentação nesta direção.

Não foi ainda implantado um sistema de monitoramento do Cerrado, como o que opera na Amazônia. Estima-se que o desmatamento do Cerrado excede o da Amazônia. Somos, segundo Tasso Azevedo ( em Página 22, no 90, 11. 2014) “o país que mais desmata no mundo, apesar da queda significativa observada no desmatamento, na última década.

Em 2013 foram contabilizados 5.891 km2 desflorestados na Floresta Amazônica”. Esta área corresponde a um quadrado de 77 km de lado, ou seja, equiparável à distância de São Paulo a Campinas. Trata-se de uma dimensão que o cidadão não visualiza. Então também não se inquieta, muito menos se indigna, diante da notícia que a devastação voltou a aumentar.

Outros biomas.

Todos os demais biomas também carecem de atenções para a preservação:  Os mangues, a caatinga, as florestas de araucárias, os campos.

 

Problema das Florestas / Biomas

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Problema das Florestas / Biomas.

O tratamento adequado da cobertura vegetal do planeta Terra é um dos assuntos centrais do problema das Mudanças Climáticas. O desflorestamento contribuído severamente com as emissões de gases causadores do efeito estufa – GEE.

Além de contribuírem como sequestradoras de CO2 – o principal GEE – as florestas influem sobre o clima no presente porque evaporam água e influenciam a temperatura da atmosfera, assim regulando os regimes de ventos e das precipitações das chuvas. No Brasil só agora se está tomando consciência da relação entre desmatamento e escassez de água.

As coberturas originais são essenciais para a preservação das espécies animais e vegetais, da biodiversidade.  Um relatório do PNUMA informa que 25 % do bioma mangue está destruído.

A floresta – vegetação original – retém águas pluviais no solo. Assim protege as nascentes não apenas de pequenos córregos, como, na soma, de inteiras bacias hidrográficas. O estado atual em que se encontra o rio São Francisco é um exemplo eclatante.

A humanidade já causou grandes mudanças na cobertura vegetal por explorações imediatas de madeira e conversões de florestas em pastos e plantios, causando prejuízos no prazo mais longo. Monumentos arqueológicos mostram caçadas de leões na mesopotâmia: Onde havia florestas hoje a paisagem é árida. A população de origem polinésia das ilhas de Páscoa no oceano Pacífico extinguiu-se porque destruiu a floresta. A maioria das atuais florestas européias são reflorestamentos, com grande participação na destinação à indústria de madeira ou de celulose e papel. A construção de embarcações causou o desmatamento no entorno do mar Mediterrâneo e de florestas de carvalho no norte da Europa.

Hoje todas as florestas na Indonésia, na Ásia, na África e na América do Sul estão em risco de depredação. Uma parte da destruição é atribuída à busca de sobrevivência de contingentes pobres das populações locais. Mas a exploração da madeira e cultivos industriais têm um peso considerável. Entre os cultivos industriais consta o da palma, ou azeite de dendê, para obtenção de biodiesel praticado na Indonésia com incentivo estrangeiro. E também a ainda praticada destruição de florestas para uso agrário e pastoril no Brasil, tolerada pelo governo.

A terminação dos desflorestamentos é imperiosa no interesse de toda a humanidade. Constitui a medida de execução técnica mais fácil e resultaria numa redução imediata sensível das emissões de GEE, particularmente pelo Brasil.

No caso da conversão de florestas em plantios e pastos, a comunidade internacional teria mesmo de impor a terminação condenando os infratores com a imagem de vilão de comportamento irresponsável diante do futuro da humanidade.  Não se justifica mais um desmatamento para obtenção de alimentos.

No caso da sobrevivência e do desenvolvimento social de contingentes pobres habitantes da floresta a solução compreende, em parte, a urbanização com instrução para o exercício de atividades com melhor produtividade.

Problemas de Poluição

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Problemas de Poluição.

Poluição é a degradação das características físicas e químicas do ecossistema por meio da adição ou da adição de substâncias. As poluições são causadas pelos humanos, são antróficas.  ( <  Problemas AmbientaisProblemas do Desenvolvimento Ambiental Sustável)

Enquanto aconteciam em pequenas quantidades e eram degradáveis, a natureza as absorvia. Na medida em que se avolumaram, tornaram-se prejudiciais à saúde e passaram mesmo a representar riscos para a vida de espécies vegetais e animais. A humanidade se apercebeu de tais riscos em meados do século XX. Desenvolveram-se então ações de prevenção e de remediação de poluições, principalmente após ocorrências de sérios desastres.
(vide “Meio Ambiente – Acidentes, lições, soluções” de Cyro E. do Valle e Henrique Lage, 2003).

Quanto aos elementos do Meio Ambiente / ecossistema atingidos por poluições se distingue entre poluição da atmosfera, poluição das águas – cursos d’água, lagos, mares e oceanos – e do solo.

A poluição da atmosfera é causada, principalmente, pelos efluentes gasosos das indústrias e das usinas de geração de energia que queimam combustíveis fósseis, pelos gases de escape de meios de transporte – automóveis, caminhões, ônibus, aviões e navios, e pela agropecuária de diversas formas. A capacidade de seqüestro de GEE – gases produtores do efeito estufa – pela vegetação e pelos mares foi de longe ultrapassada. A meta lógica do Desenvolvimento Sustentável Ambiental há de ser o estabelecimento do equilíbrio entre emissões e absorções.

A poluição das águas é causada por efluentes industriais, dejetos orgânicos humanos e produtos químicos e fármacos de uso corrente, resíduos sólidos e líquidos despejados. As experiências ( < Problemas Ambientais ) demonstram que o saneamento requer a atuação consistente de órgãos públicos e a disciplina dos cidadãos. A proibição e o controle de produtos perigosos é de grande importância. O combate à poluição das águas é fundamental para o abastecimento da população. Os mares já estão infestados de corpos plásticos perigosos para os peixes, aves etc. Dados médios de pesquisas indicam que 8 milhões de toneladas de materiais plásticos são despejados no mares e oceanos por ano atualmente. O aumento da acidez dos oceanos põe em risco a sobrevida de ecossistemas de bancos de corais.

De uma maneira geral, a poluição dos solos é a menos observada diretamente pelas populações. Neste contexto encontram-se: A contaminação dos solos por processos de produção industrial, a contaminação de solão por defensivos e fertilizantes agrícolas, erosões causadas pelo aproveitamento das terras, deposições de resíduos. A poluição dos solos causa poluição das águas superficiais e dos lençóis freáticos. Em todos os casos houve uma desatenção à ocorrência até que as conseqüências se agravassem. Em todos os casos as medidas de prevenção são conhecidas e de aplicação simples.

Até um passado recente foi usual contrapor as exigências de redução da poluição a aumentos de custos que comprometeriam a competitividade de empresas e mesmo o desenvolvimento econômico e social.  Aprendeu-se depois em muitos casos que da redução de resíduos, do tratamento de resíduos e da disposição adequada poderão mesmo vantagens econômicas.  Desenvolvimentos tecnológicos resultaram na competitividade da geração de energia com fontes não poluentes em comparação com a geração com as fontes fósseis tradicionais.  Conclui-se que o problema das poluições é dominável, para tanto necessitando de “Comportamentos Adequados” e do controle das instituições.  Trata-se de um Desenvolvimento Sustentável difuso.

Situação Sustentável e Responsabilidade

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Situação Sustentável e Responsabilidade.

Você sabe mesmo o que Sustentabilidade?
Não é verdade que o termo é usado exaustivamente, mas o seu significado é vago?
Se perguntarmos, “sustentabilidade de que?”, responde-se:
Da VIDA ou das CONDIÇÕES DE VIDA sobre a terra, principalmente para a humanidade.
Faz aproximadamente meio século que temos a percepção de que ela está em risco. Trata-se do maior problema da humanidade.
Mas ainda não existe um programa, uma política ou um projeto integrado de como enfrentar este risco. Enfrentam-se riscos específicos; alguns com metas quantificadas. Mas, ainda que se caminhe “na direção certa” é bastante provável que a velocidade seja insuficiente.
A definição inicial “atender as demandas atuais sem por em risco as necessidades de gerações futuras” não é nem uma definição difusa, mas antes uma declaração de bons propósitos. Sendo a vida o maior valor, este estado de indefinição diante do risco não é aceitável. Há de se ter metas às quais orientar ações eficazes. Quais metas?
Por isso propomos que nos disponhamos a alcançar uma Situação Sustentável, cuja qualidade seria a Sustentabilidade. Esta Situação Sustentável pode ser descrita por um conjunto de características mensuráveis.

Situação Sustentável.

Características da Situação Sustentável 1 :  [ 1 >  vide Referências Bibliográficas ]

–  Sustentabilidade Ambiental.
1. O consumo de produtos naturais não é maior que a capacidade de
reposição da natureza:

2. Não há efeitos de poluição do Meio Ambiente nem de degradação da
fertilidade dos solos incompatíveis com a capacidade de absorção da
natureza.

3. Nenhuma espécie animal ou vegetal corre risco de extinção por ação
antrófica.

4. Não há modificações da composição e da temperatura da atmosfera e dos
mares resultantes de ação antrófica.

5. As degradações ambientais foram recuperadas em larga escala.

–  Sustentabilidade Social.
6. Todas as pessoas / famílias se auto-sustentam através de contribuições
de produção, ou seja, trabalho próprio.

7. Nível de educação mínimo para uma Ocupação Adequada e exercício de
Cidadania na base da pirâmide social.

8. Está eliminada a miséria como condição social hereditária e existem
oportunidades para a ascensão social.

–  Sustentabilidade  Econômica.
9. O número de habitantes e a produção se mantêm compatíveis com a
primeira característica desta lista.

10. Os problemas do suprimento de energia e de água estão equacionados.

11. Alternativas para reservas fósseis para combustível e matéria prima estão
equacionadas.

12. Não ocorrem desequilíbrios de produção / ocupação causados por
transgressões de “boas práticas” de gestão financeira.

13. A economia global se encontra em estado de equilíbrio com estabilidade do
poder de compra da(s) moeda(s), sem conjunturas e equilíbrio entre as
oportunidades de ocupação e a oferta de mão-de-obra.

Hoje encontramo-nos na Situação Atual em que se percebem os riscos para a continuação da vida sobre a Terra em condições desejáveis. A transformação desta nossa situação na Situação Sustentável é o Desenvolvimento Sustentável  As características da Situação Sustentável são as metas do Desenvolvimento Sustentável.

A aceitação desta abordagem conceitual tem diversas conseqüências:
1. A Situação Sustentável é, por princípio, global.
2. Estando esclarecidas as metas necessárias para a sobrevivência, todos –
cidadãos, organizações e países – têm a Responsabilidade de
contribuir da melhor forma, que estiver a seu alcance, de realizá-las.
3. As três componentes da Situação Sustentável – Sustentabilidade Ambiental,
Sustentabilidade Social e Sustentabilidade Econômica – terão de ser realiza-
das simultaneamente. Mas todos os esforços se orientam para a dimensão
social.

Entende-se que a responsabilidade é desempenhada de forma unilateral e
voluntária. Trata-se de uma atitude. É uma categoria não negociável.
A falta do melhor desempenho configura Culpabilidade por Omissão. Daí
se conclui que:
4. Tratados são dispensáveis para o desempenho da Responsabilidade
pela realização da Situação Sustentável.

A Situação Sustentável só pode ser realizada através de ações dos seres humanos orientadas para as características identificadas. Tais comportamentos e ações
planejadas haverão de ser adotadas ao longo do trajeto de desenvolvimento e
preservadas quando a Situação Sustentável for atingida. Trata-se políticas, projetos, instituições e cultura adotadas, que completam o quadro das características da Situação Sustentável:

Características da Situação Sustentável 2:  [ 2 >  vide Referências Bibliográficas ]

–  Sustentabilidade da Política.

0. PAZ duradoura nas sociedades e entre as sociedades.

14. Os Ordenamentos Políticos são Regimes Democráticos com intervenções
institucionais na economia.

15. Uma Sociedade Civil – contingente de Cidadãos por Responsabilidade –
vigilante e ativa zela para a manutenção do Regime Democrático e pelos
equilíbrios econômicos.

–  Sustentabilidade da Política Econômica.

16. Os Ordenamentos Econômicos são Modelos de Regime de Mercado.

17. A política econômica visa a manutenção do equilíbrio em economias sem
crescimento e “saturadas” e a manutenção do equilíbrio global entre
economias com produções diversas.

18. A sustentabilidade social é garantida por uma “política econômica global de
ocupação e renda adequada”.

–  Cultura Sustentável.

19. Forte presença de engajados Cidadãos por Responsabilidade nas
sociedades.

Os Objetivos deste Site sobre Desenvolvimento Sustentável são:.

1.  Contribuir para a Aceleração do Desenvolvimento Sustentável através da      apresentação  de uma estrutura de conceitos consistente e de uma                      organização temática.

2.  Facilitar a discussão focada em aspectos da problemática do                              Desenvolvimento Sustentável, que se tornam melhor perceptíveis pela              Organização do Site-Blog.

Modo de operação do Site e do Blog.

De início neste Site está exposta a abordagem do problema do Desenvolvimento Sustentável. Seguem abordagens concentradas nos principais problemas a serem vencidos ao longo do trajeto da realização da Situação Sustentável.  Está assim oferecida no Blog uma plataforma para a discussão aberta, com uma estrutura conceitual, que se comprova consistente.  Apesar da organização, o blog permite a leitura e discussão por qualquer texto e a exploração transversal conforme o interesse do visitante.  Espera-se que ao longo das discussões se configurarão assuntos adicionais. Desta forma a estrutura proposta é aberta, sendo que se configurará segundo a evolução das percepções dos participantes, articuladas nas contribuições ao Blog.  Deverá ocorrer um detalhamento crescente dos assuntos. Um maior detalhamento inicial se encontra nos livros de referência.

Referências Bibliográficas

Os posicionamentos articulados neste site e postos à discussão no blog foram desenvolvidos nos livros adquiríveis na loja virtual anexada ao site:

 

1. Harald Hellmuth Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável? – Projetos, Agentes, Sociedades, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
2. Harald Hellmuth Como acelerar o Desenvolvimento Sustentável? Tomo II – Políticas, Economia, Cultura, Desenvolvimento da Cultura de Sustentabilidade. Yalis Editora, 2015, São Paulo.
3. Harald Hellmuth Ensaios sobre Desenvolvimento Sustentável – Atuação para a Sustentabilidade nas Organizações e na Sociedade, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
4. Harald Hellmuth Cidadão por Responsabilidade – Atuação para a Sustentabilidade nas Organizações e na Sociedade, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
5. Harald Hellmuth Da Mobilização da Sociedade pelo Desenvolvimento Sustentável – Atuação para a Sustentabilidade nas Organizações e na Sociedade, Yalis Editora, 2012, São Paulo.
6. Harald Hellmuth Quais rumos queremos seguir? Mudanças para um Brasil melhor,Yalis Editora, 2014, São Paulo.

Agir com Responsabilidade

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Responsabilidade é Atitude – (querer fazer) – por percepção de compromisso. Trata-se de uma categoria não diferençável e não remunerável. Neste site-blog a Responsabilidade é considerada o fundamento da motivação para as ações de promover o Desenvolvimento Sustentável.

O que é agir com Responsabilidade?                                                                                      ( Cidadão por Responsabilidade )                                                                                                     
Entende-se que quando se age com Responsabilidade se parte de uma atitude, de um impulso íntimo, de atender a compromissos e a valores reconhecidos.  Aplicações:

1.  Reconhecimento da VIDA como valor supremo:
Motiva a dedicação a objetivos como a Sustentabilidade Ambiental – a preservação do Meio Ambiente – e a Extinção da Miséria, a principal meta de Sustentabilidade Social. Evidentemente, é o ponto de partida para movimentos pacifistas, assim como da condenação do terrorismo e a prática de suicídio assassino.
Motiva também a economia no consumo de recursos como energia, água e de materiais, tanto na produção, como pelos consumidores, e o descarte seletivo de resíduos para encaminhamento ao reaproveitamento e à reciclagem.

2.  Empenho por Metas de uma organização provedora de renda – sustento material – para os participantes e as respectivas famílias.  Neste contexto se situaria a desistência de remunerações exorbitantes para altos executivos.

3.  Observação de práticas recomendadas, baseadas na experiência, como
– a inibição da concessão de créditos não resgatáveis – gerando títulos “podres” – tanto           para famílias e organizações, como para estados;                                                                         – a limitação de dívidas de empresas para prevenir riscos à sobrevivência e de Estados           para prevenir crises financeiras e perdas de empregos;                                                               – a limitação da alavancagem nas organizações financeiras a proporções que não ponham       em risco a liquidez e os recursos dos depositantes;                                                                       – da abstenção da comercialização de títulos podres, o que caracteriza fraude,                         corresponde ao comportamento responsável de organizações de crédito pelo Bem-Público,   um elemento da dimensão econômica da Sustentabilidade.

4. Abstenção de corrupção, ou seja, de desvio de recursos públicos, ou outros, para                     benefício pessoal, o que caracteriza “enriquecimento não justificado” à custa da                      sociedade.

5. Cumprimento das Leis por responsabilidade cidadã e não por receio das
punições por infrações..

6. Orientação segundo o imperativo categórico, formulado por Kant: “Aja de maneira tal           que a máxima de tua ação possa valer como princípio de uma lei universal.”

Todos os exemplos têm em comum de se basearem em decisões voluntárias, isto é, tomadas em liberdade e com reconhecimento dos interesses e das interdependências comuns.

Cidadão por Responsabilidade – Responsabilidades

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O que é Cidadão por Responsabilidade? 1, 4
( 1 e 4 > Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade – Referências Bibliográficas)

O Cidadão por Responsabilidade é um ícone social proposto como extrapolação do “Profissional ‘Educated Person’” denominado por Peter Drucker – em Post-capitalist society (1993) – para caracterizar o participante numa empresa que, além de contribuir com as suas competências especializadas, se engajam pelo sucesso da organização como um todo e com a influência da organização sobre a sociedade. O Cidadão por Responsabilidade se engaja também pelo Desenvolvimento Sustentável.

Como a Situação Sustentável não existirá sem uma cultura correspondente, a existência de um número muito grande de Cidadãos por Responsabilidade é imprescindível. A sua formação é uma tarefa dos sistemas de educação ainda não compreendida.

Os Cidadãos por Responsabilidades atuantes no Segundo Setor, o das organizações de produção, e no Terceiro Setor, o das organizações sem fins lucrativos, produzem o Desenvolvimento Sustentável Difuso. Os Cidadãos por Responsabilidade atuantes no Primeiro Setor, compreendido pelo Governo e pelo Estado, são responsáveis pelo Desenvolvimento Sustentável Programado.
Os primeiros serão tanto apoiadores, como pressionadores, por ações dos últimos.

 

  Horizonte temporal                                                Âmbito

– Pela sobrevivência própria e de sua família
presente / duração da vida                                             privado

– Pelas Organizações em que atua
presente / continuidade produção                                 organização

– Pelo bem-comum
presente / gerações atuais                                           político nacional

infinito / gerações futuras                                                 global                                   sobrevivência / Sustentabilidade

 

Cidadania.

O coletivo dos Cidadãos por Responsabilidade numa sociedade é a Cidadania, ou Sociedade Civil Responsável.  Aqueles que abraçam uma causa e se organizam em Organizações não Governamentais – as ONGs – ou Organizações sem Fins Lucrativos compõem a Sociedade Civil Organizada.

A Cidadania só pode se desenvolver e exercer influência nas sociedades com regimes de governo democráticos.  Assim sendo ela é responsável pela manutenção e pelo aperfeiçoa-mento da Democracia.  Além de exercer o direito de voto, garantido na Constituição, tem a responsabilidade de controlar a atuação dos representantes eleitos, particularmente a gestão dos recursos orçamentários, para os quais contribui com os impostos.  Os governos e os congressos funcionam tanto melhor, quanto mais consciente, ativa e crítica for a Cidadania.  As políticas nacionais, como por exemplo a Política para o Desenvolvimento Sustentável precisam ser aprovadas pela cidadania e exigida mediante mobilizações.