Problemas da Conservação e Preservação de Biomas

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Problemas da Conservação e Preservação de Biomas.                                                    ( <  Problemas Ambientais )

A humanidade demorou em formar a consciência, que os danos causados aos biomas põem em risco as próprias condições de vida. Esta observação vale tanto para comunidades locais, que até agora pouco se mobilizaram para se empenhar em reparos, como para as sociedades nacionais e a humanidade global.

Os danos causados aos biomas por exploração excessiva afetam condições climáticas e a biodiversidade.

Os danos foram e são causados por ações diretas, como desmatamentos para o estabelecimento de pastos e culturas, e por efeitos indiretos de ações produtoras de poluições e mudanças climáticas.

Biomas são destruídos desde a Antiguidade. Os monumentos assírios e caldeus representam leões na mesopotâmia. Havia então na região florestas e savanas, que abrigavam estes e outros animais. Agora o cenário é de aridez. As costas do mar Mediterrâneo também não eram áridas, como se apresentam hoje. As florestas foram consumidas por fornecer madeira para a construção de embarcações já pelos romanos. Florestas de carvalhos foram dizimadas pelos povos do norte da Europa para a mesma finalidade. Da destruição da cobertura vegetal resultou o extermínio da população das ilhas de Páscoa no oceano Pacífico.

Tais precedentes deveriam alarmar a humanidade atual. O poder de destruição intencional ou despropositado multiplicou-se desde o século XIX com o desenvolvimento tecnológico na Revolução Industrial, que permitiu também uma explosão das populações de 2 bilhões de habitantes para os atuais mais de 7 bilhões. Aumentaram as extensões de terra destinadas à produção de alimentos, principalmente ao cultivo de grãos, como se observa nos Estados Unidos e na Rússia e, mais recentemente, no Brasil. Ocorreram chuvas ácidas que causaram sérios danos a florestas temperadas, provocadas pelo enxofre contido, principalmente, nos eflúvios da queima de carvão fóssil nas usinas geradoras de energia e nas siderurgias. Através de medidas técnicas, entre as quais a instalação de filtros e catalisadores, as chuvas ácidas foram radicalmente reduzidas e os biomas passaram a se recuperar.

Os recursos hídricos foram e ainda estão sendo poluídos por resíduos orgânicos e químicos, humanos e industriais. Caso tais processos não forem terminados e revertidos, a flora e a fauna atingidas estarão sob pressão de extinção. Esta ocorrência é – ainda – observável nos rios que banham a cidade de São Paulo, na baía de Guanabara e na lagoa Rodrigo de Freitas, que foi um mangue. É também extremamente grave na China. Embora perturbadoras, desagradáveis e prejudiciais à saúde, tais degradações até agora não mobilizam as comunidades locais atingidas, em muitos casos com maiorias de pobres. A destruição de recifes de corais na Oceania, causada pela acidificação das águas do oceano, provavelmente demorará ainda mais para inquietar populações.

A destruição de biomas não afeta apenas os seres vivos vegetais e animais locais. Os desflorestamentos das grandes florestas tropicais na América do Sul, na África, na Indonésia e no sudeste da Ásia contribuem para Mudanças Climáticas que extrapolam os limites regionais / nacionais. Observam-se alterações nos regimes das monções, causando prejuízos ás culturas de arroz na Índia. E as mudanças de regimes de chuvas – secas -, que ocorrem no Sudeste do Brasil, são atribuídas a mudanças na evaporação e de regimes de ventos causados pela diminuição da Floresta Amazônica.  As florestas contribuem para a redução da concentração dos gases geradores do efeito estufa – GEE – na atmosfera através da fotosíntese.

As sociedades, que abrigam tais biomas florestais, têm a Responsabilidade de administrá-los no sentido de evitar perdas para as próprias populações e para toda a humanidade. O desenvolvimento tecnológico produziu novas espécies, adubos químicos, herbicidas e defensivos a pragas, que multiplicaram a produtividade agropastoril. Não existe mais uma necessidade de expandir a as terras cultivadas à custa dos biomas – florestas, cerrados, etc. – remanescentes. Basta reduzir as perdas e os desperdícios de alimentos, que são enormes. Via de regra, são interesses econômicos de poucos que ainda motivam grandes desflorestamentos e degradações por extrativismo de madeira. Caso fossem impulsionados pelas sociedades, os governos finalizariam os ataques à natureza em pouco tempo e promoveriam Projetos de Desenvolvimento Social e Econômico fora das florestas. ( > Projetos )

Diante desta cena parece muito pouco provável que esforços de manutenção de florestas em pé mediante subsídios obtenham resultados significativos. Há de se conscientizar que as florestas são propriedades das Nações, ou seja, das sociedades. O apoderamento particular de áreas florestais, embora seja uma prática tradicional, configura roubo de patrimônio público. Os Estados não carecem de recursos além dos legais e de controle, para desempenharem a Responsabilidade de preservar biomas. Além do mais, eventuais para a conservação de biomas não têm continuidade ilimitada, não são “sustentáveis”.

Também é preciso ser cético em relação à hipótese de um desenvolvimento econômico de biomas, em particular de florestas, com sustentação pela diversidade biológica. Assim como desvaneceu o mito do eldorado mineral, não haverá um enriquecimento pela riqueza das espécies vegetais ou animais. Não houve até agora um exemplo de manutenção de condições de conforto desejáveis no exercício de atividades de extrativismo. Os produtos colhidos são matérias primas e se encontram dispersos, como demonstra o exemplo das seringueiras. Cidadãos urbanos não são motivados a migrar para trabalhar nas florestas. Melhores resultados para a melhora das condições de renda e desenvolvimento social das populações da floresta prometem os “Projetos fora da floresta” citados. Tudo indica que mesmo com uma silvicultura tropical, com adensamentos de espécies úteis, se obterão apenas resultados marginais e localizados.

Por último: Um tema controvertido e que também não promete resultados significativos é o do “pagamento por serviços da natureza”.

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